Sul proferido no âmbito do processo n.º 06557/13, de 9 de julho de 2013. IMI - jurisprudência
“1. Os coeficientes de localização e de zonamento, são
fixados por normas regulamentares, sem possibilidade de os peritos avaliadores sobre eles valorarem quaisquer outros elementos, não carecendo, eles próprios, de ser publicados em Portaria do Ministro das Finanças, mas apenas aprovados por Portaria, sob proposta da CNAPU, não tendo nesse ato de avaliação de serem justificados os concretos valores legais aplicados; IMI - jurisprudência
(…)3. As normas dos art.ºs 42.º e 45.º do CIMI,
enquanto fixam os critérios para a atribuição dos coeficientes de localização e de zonamento, aplicável aos terrenos para construção urbana não ofendem as normas dos art.ºs 13.º e 104.º da CRP.”. IMI - jurisprudência
2. Acórdão do Tribunal Central Administrativo
Sul proferido no processo n.º 07535/02, de 1 de abril de 2003 IMI - jurisprudência “ (…) III.- Para efeitos de incidência de tributação em contribuição autárquica, integra o conceito de prédio um móvel designado roulotte, reboque, atrelado, caravana (ou outro nome para a mesma coisa) assente no solo, com carácter de permanência.
IV.- Esta permanência exigida implica um juízo jurídico, a extrair de factos
materiais, diretamente provados, ou pode retirar-se indiretamente de factos que, por força da lei, ou naturalmente, indiciem os factos de onde aquela conclusão de permanência se extrai. . IMI - jurisprudência
V - Uma “caravana tipo residencial”, instalada sempre
no mesmo alvéolo do mesmo parque de campismo, desde o mês de Janeiro do ano de 1984 até ao final do ano de 1998, está realmente assente no solo, com carácter de permanência, durante o ano de 1998 e, por isso, deve ser objeto de tributação em contribuição autárquica com referência a esse ano.”. IMI - jurisprudência
3. Acórdão do Tribunal Central Administrativo
Sul proferido no âmbito do processo n.º 538/14.2BELRA, de 13 de outubro de 2017 IMI - jurisprudência “(…) 18. O legislador pretendeu dar ao intérprete um conceito de prédio (cfr. epígrafe deste artº.2, do C.I.M.I.), do qual ressaltam três elementos constitutivos: a)Um primeiro elemento de natureza física: a fração de território, isto é, uma parcela de espaço físico do território nacional, abrangendo, além do mais, edifícios e construções de qualquer natureza nela incorporados (através de alicerces) ou assentes (pousadas), com carácter de permanência que, nos termos do nº.3 do mesmo preceito, se presume “quando os edifícios ou construções estiverem assentes no mesmo local por um período superior a um ano”;
b) Um segundo elemento de natureza jurídica: que resulta da necessidade da fração
do território fazer parte do património de uma pessoa singular ou coletiva; e c)Um terceiro elemento de natureza económica: que exige que a fração do território, em circunstâncias normais, tenha valor económico. IMI - jurisprudência 19. São partes componentes (ou constitutivas, como também se poderia chamar-lhes) aquelas coisas que fazem parte da estrutura do prédio, e sem as quais, portanto, o prédio não está completo ou é impróprio para o uso a que se destina. Assim as portas, as janelas, os vigamentos, as telhas ou as clarabóias duma casa são partes componentes dela, pois são elementos que servem para formar este todo - “ad integrandum domum”. As partes integrantes, por seu lado, não chegam a ser elementos da própria estrutura do prédio, que sem elas não deixaria de existir completo e prestável para o uso a que se destina. Só que aumentam a utilidade do mesmo prédio, enquanto servem para o tornar mais produtivo, ou para a sua maior segurança, comodidade ou embelezamento. Estão postas ao serviço do prédio. Desempenham em relação a ele uma função auxiliar ou instrumental. Mas sucede que ao mesmo tempo é assim, convertidas em partes integrantes dum imóvel, que estas coisas, móveis de sua natureza, conseguem realizar - ou realizam melhor - a sua própria finalidade económica. Casos típicos de partes integrantes são, quanto aos prédios rústicos, os engenhos de tirar água, e quanto aos prédios urbanos as instalações para luz elétrica ou os pára-raios. IMI - jurisprudência 20. Em circunstâncias normais, um aerogerador integrado (enquanto parte componente) num parque eólico destinado à injeção de energia elétrica na rede pública, não tem valor económico próprio. Pelo contrário, é no próprio parque eólico que se encontra a manifestação de capacidade contributiva que revela a existência de tal valor, motivo pelo qual é o parque eólico, que não o aerogerador, que é remunerado pela mencionada produção de energia elétrica. Pelo que, à míngua do terceiro pressuposto (valor económico), não se pode concluir que um aerogerador pertencente a um parque eólico destinado à injeção de energia elétrica na rede pública se possa autonomizar como um prédio para efeitos de IMI. . IMI - jurisprudência . 21. O mesmo se diga, na hipótese de um parque eólico ser constituído somente por um aerogerador, visto que, o parque eólico é constituído por outras estruturas para além do (ou dos) aerogeradores (cfr.postos de transformação, redes de cabos subterrâneos para ligação ao posto de corte, equipamento de PC, transformador de serviços auxiliares por barramento e respetivos equipamentos de comando, corte, proteção e medição). (…)”. IMI - jurisprudência
4. Acórdão do Tribunal Central Administrativo
Sul proferido no âmbito do processo n.º 07992/14, de 8 de janeiro de 2015 IMI - jurisprudência
1. O sistema de avaliações do I.M.I. consta dos
“
artºs.38 a 70, do respetivo Código. O objetivo do
sistema é determinar o valor de mercado dos imóveis urbanos, a partir de uma fórmula matemática enunciada no artº.38, do C.I.M.I. IMI - jurisprudência 2. A avaliação assenta em seis coeficientes, todos eles de carácter objetivo, os quais se podem agregar em dois conjuntos: a) Os coeficientes macro, de enquadramento ou de contexto - trata-se dos coeficientes que não dependem especificamente de cada prédio individual que vai ser avaliado, mas do contexto económico e urbanístico em que se insere. São fatores de variação do valor que não são intrínsecos a cada prédio, mas exteriores, apesar de serem sempre dele indissociáveis. Estes coeficientes aplicam-se, por natureza, a vários prédios e não apenas a um. São eles o valor base dos prédios edificados (Vc) e o coeficiente de localização (CL);
b) Os coeficientes específicos ou individuais - são os que respeitam a
características intrínsecas dos próprios imóveis concretamente avaliados. Estamos a falar da área (A), do coeficiente de afetação (Ca), do coeficiente de qualidade e conforto (Cq) e do coeficiente de vetustez (Cv). IMI - jurisprudência 3. O coeficiente de afetação, corresponde ao valor incorporado no imóvel em função da utilização a que está afeto, conforme resulta do artº.41, do C.I.M.I. A lei assenta no pressuposto de que o valor de mercado de um imóvel também é sensível ao tipo de utilização a que o prédio está afeto. O legislador teve o cuidado de tipificar numa tabela, de forma taxativa e fechada, todos os tipos de afetação a que podem estar sujeitos os imóveis, mais quantificando o coeficiente aplicável a cada uma das afetações, conforme consta do quadro que faz parte integrante do citado artº.41, do C.I.M.I. IMI - jurisprudência 4. Para efeitos de atribuição do coeficiente de afetação (Ca), um imóvel que se encontra licenciado para a construção de um estabelecimento hoteleiro tem de classificar-se como destinado a serviços, levando em consideração o fim a que estava afeto no momento em que se procedeu à sua avaliação (cfr.artº.2, do dec.lei 167/97, de 4/7, na redação resultante do dec.lei 55/2002, de 11/3). IMI - jurisprudência 5. Na avaliação dos terrenos para construção o legislador quis que fosse aplicada a metodologia de avaliação dos prédios urbanos em geral, assim se devendo levar em consideração todos os coeficientes identificados no nº.2, nomeadamente o coeficiente de afetação previsto no artº.41, do C.I.M.I., mais resultando tal imposição legal do nº.2, do artº.45, do C.I.M.I., ao remeter para o valor das edificações autorizadas ou previstas no mesmo terreno para construção. IMI - jurisprudência 6. O coeficiente de localização (CL) é o segundo coeficiente macro ou de contexto identificado no nº.2, correspondendo à valia que a localização de um imóvel incorpora no seu valor de mercado. Na verdade, um dos elementos mais importantes do valor de mercado de um prédio urbano consiste na sua localização geográfica. O mesmo imóvel, com o mesmo custo de construção, pode ter um valor completamente diferente consoante se localize numa rua movimentada de uma grande cidade ou numa zona rural desertificada. O coeficiente de localização constitui, no seio da fórmula rígida e objetiva consagrada no artº.38, do C.I.M.I., o elemento de ajustamento do sistema de avaliações às variações do valor do mercado. Na fixação do coeficiente de localização de um imóvel urbano o legislador leva em consideração diversos vetores, os quais constam da enumeração exemplificativa constante do artº.42, nº.3, do C.I.M.I. e que podem influenciar o valor dos prédios em função da sua localização. IMI - jurisprudência 7. Na determinação do coeficiente de localização deve recorrer-se às portarias 982/2004, de 4/8, e 1119/2009, de 30/9, diplomas em que estão fixados o zonamento e os limites mínimos e máximos dos coeficientes de localização, os quais devem ser revistos de três em três anos mediante proposta da Comissão Nacional de Avaliação de Prédios Urbanos (CNAPU), tudo nos termos do artº.62, nº.1, al. a), do C.I.M.I. IMI - jurisprudência
8. O zonamento consiste na operação de divisão do território nacional
em pequenas zonas municipais dentro das quais o coeficiente de localização é uniforme (cfr.artº.42, nº.4, do C.I.M.I.). Os coeficientes a aplicar em cada zona homogénea municipal podem variar conforme se trate de edifícios destinados à habitação, ao comércio, à indústria ou aos serviços (cfr.artº.42, nº.2, do C.I.M.I.). Pelo que se deve concluir que existem quatro tipos diferentes de zonamento para cada zona homogénea municipal consoante o tipo de afetação dos imóveis urbanos mencionada. (…)”.