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Autora: Sandra Aymone

Coordenação editorial: Sílnia N. Martins Prado / Juliana Furlanetti

Preparação e revisão: Katia Rossini

Ilustração: Pierre Trabbold / Luiz Rodrigues / Felipe Rostodella

Colaboração nas atividades: Juliana Furlanetti

Projeto gráfico: Linea Creativa

Colaboração: Cibele Helena Salvaterra,


Vanessa S. S. Boldrini, William Bossolani
Realização:
Fundação Educar DPaschoal
www.educardpaschoal.org.br
F: (19) 3728–8085

Esta coleção é uma homenagem ao nosso querido


colega Mateus, idealizador do projeto.

Esta obra foi impressa na Citygráfica Artes Gráfica e Editora Ltda. em papel cartão (capa) e papel offset (miolo).
Esta é a 2ª edição, datada de 2013, com tiragem de 3.000 exemplares.

Agradecemos aos nossos parceiros a colaboração na distribuição destes livros:


Transportadora Capivari Ltda., Trans-Iguaçu Transportes, Hiperion Logística e Jamef Transportes.

A prestação de contas referente a esta publicação, que é parte integrante de um projeto cultural, será conferida
por PricewaterhouseCoopers Auditores Independentes quando da conclusão final do referido Projeto.

Sobre a Fundação Educar DPaschoal


Criada em 1989 para a promoção da educação cidadã como estratégia de transformação
social, desenvolveu inicialmente a “Academia Educar”, que promove a formação de núcleos de
lideranças juvenis em escolas públicas, criando oportunidades para que o jovem descubra seu
potencial, tornando-se capaz de transformar sua realidade, a de sua escola e da comunidade.
Em 1999, criou o “Prêmio Trote da Cidadania”, que estimula o empreendedorismo universitário
como forma de propagar práticas sustentáveis e a participação cidadã no ambiente acadêmico.
Em 2000, iniciou o projeto "Leia Comigo!", que produz e distribui gratuitamente livros infanto-
juvenis que incentivam o gosto pela leitura, facilitam o aprendizado na escola e o pleno
desenvolvimento da criança e do jovem. São histórias que contribuem para a construção de
cidadãos e uma visão mais humanista.
A DPaschoal acredita que incentivar a leitura e o debate crítico é o melhor caminho em direção
ao verdadeiro desenvolvimento do país e da sociedade.
Sandra Aymone
– Pra onde você vai viajar hoje? – perguntou Mateus a seu pai.
Fernando, o pai de Mateus, trabalhava como caminhoneiro e estava
sempre saindo para alguma viagem. Ele respondeu:
– Pra lugar nenhum, meu filho. Hoje eu estou de folga!
– Que bom! – exclamou o menino, dando um sorriso. Em seguida, fez cara
de triste e completou: – Que pena!...
O pai não entendeu nada.
– Tá maluco, menino? – perguntou, rindo. – Como pode ser “que bom” e
“que pena”?
– Eu explico, pai! “Que bom”, porque você vai ficar hoje com a gente. “Que
pena”, porque eu estou sentindo falta das histórias que você conta sempre
que volta pra casa! Mas eu acabo de ter uma ideia “fenomenástica”: hoje
quem vai contar história sou eu!

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– “Fenomenástica”? Esta palavra existe? – estranhou Fernando.
– Acabei de inventar! – disse o menino. – É uma mistura de “fenomenal”
com “fantástica”... Mas é o seguinte, minha escola participou de uma
excursão e eu aprendi um monte de coisas muito bacanas sobre a cidade
onde nós moramos. E hoje vou contar isso tudo pra você!
– Quer dizer que você agora conhece Campinas de A a Z? – brincou o
pai. – Então vamos dar um passeio pela cidade e você vai me contando as
coisas que aprendeu...
O rosto do menino se iluminou:
– Esta agora foi outra ideia pra lá de “fenomenástica”! Duvida que eu
consigo mesmo “contar” Campinas, do A até o Z? Vamos começar já!
Letra A...
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– Para o A vou escolher... ANHANGUERA. Tem aqui no meu livro, ouve só:
“Muito tempo atrás, no ano de 1725, um bandeirante que tinha o apelido
de Anhanguera saiu para procurar ouro. Ele seguiu mata adentro, por uma
trilha que saía de São Paulo, passando por um lugar chamado Campinas
de Mato Grosso de Jundiaí” – que era o lugar onde mais tarde ia nascer
Campinas! – “e continuava para os lados de Minas Gerais. Ele encontrou
mesmo uma mina de ouro, em Goiás, e este caminho ficou conhecido
como Caminho dos Goiases.”
– Bem bacana! – exclamou Fernando.
– E quem vai ser o B?

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– BARRETO LEME, claro, o fundador de Campinas! – disse Mateus. – Ele
nasceu em Taubaté. O Morgado de Mateus, que era o governador da
Capitania de São Paulo, recebeu ordem do rei de Portugal para criar uma
freguesia aqui. Então ele indicou Barreto Leme, que fundou nossa cidade
em 1774. No início, a freguesia se chamava Nossa Senhora da Conceição
das Campinas. Depois, virou uma vila chamada São Carlos. Quando
cresceu mais e virou cidade, ganhou o nome de Campinas!
Mateus e seu pai estavam caminhando na praça Bento Quirino, no centro
da cidade. O menino apontou para um quadrado branco no chão, entre as
ruas Barreto Leme, Sacramento, Barão de Jaguara e Benjamin Constant.
– Olha, pai! Aqui é o Marco Zero, o lugar onde Campinas começou!
– É mesmo! – constatou Fernando.
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– A letra C... só pode ser CAFÉ! No começo, Barreto Leme e outros
fazendeiros, cultivavam a cana–de–açúcar. Mas logo perceberam que
estas terras eram ótimas pra plantar café. Naquela época, o café era
a maior riqueza do Brasil e, por isso, Campinas passou a ser uma das
cidades mais importantes do país!
– Muito bem! – disse Fernando. – Agora é a vez do D!
– O D... deixa ver... é de DOUTOR RICARDO Gumbleton Daunt – decidiu
Mateus. – Ah, que sujeito incrível, pai! Ele nasceu na Irlanda, se formou
em Medicina e adotou Campinas como sua cidade do coração. Era muito
estudioso e falava dez línguas! Mas o mais bacana é que ele atendia
qualquer pessoa, mesmo que ela não tivesse dinheiro e, por isso, era
chamado de “médico dos pobres”.

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Naquele momento, Fernando e Mateus estavam passando pela antiga
estação de trem, hoje centro cultural. O menino avisou:
– Já sei qual vai ser a letra E: ESTAÇÃO CULTURA. Sabe, pai, quando a
estação foi construída, o ponto mais alto da cidade era este relógio! Ele
tem quatro lados de propósito, pra que todas as pessoas, do lugar onde
estivessem, pudessem ver as horas!
Fernando estava surpreso com tudo o que o filho tinha aprendido! Mateus
se calou por alguns instantes. A letra F estava difícil! Mas logo ele se
lembrou de uma história contada pela professora:

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– A FÊNIX! Eu aprendi a lenda da fênix, uma ave que, quando morria,
pegava fogo sozinha. Depois, ela renascia das cinzas. Campinas também
renasceu! Bem na época em que a cidade estava mais rica com as
plantações de café, aconteceu aqui uma epidemia de febre amarela.
Foi bem triste, muita gente morreu ou então foi embora da cidade, com
medo da doença. Poucos tiveram coragem de ficar. Mas quem ficou,
não desistiu: Campinas renasceu e voltou a crescer... É por isso que,
na bandeira de Campinas, aparece uma fênix! E sabe quem criou esta
bandeira? O neto do Doutor Ricardo.
– Posso dar uma sugestão para o G? – perguntou o pai.
– Claro, pai, qual é? – quis saber o menino.

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– Vamos voltar lá para o Marco Zero da cidade e olhar uma estátua
que tem bem perto...
– Já sei! – adivinhou o menino. – GOMES, de Carlos Gomes! Ele
nasceu em Campinas e até hoje é considerado o maior compositor
brasileiro! Fez muito sucesso na Europa e aqui no Brasil, com suas
óperas. Eu já ouvi um pedaço de “O Guarani”, é tão bonita!
– E pro H eu também tenho uma ideia... – disse Fernando. – Um
homem de muita inteligência, chamado HERCULES FLORENCE...
Pouca gente sabe disso, mas ele era um francês que veio morar em
Campinas e, aqui, inventou a fotografia! Além de inventor, também
era desenhista. Precisa ver que quadros lindos ele pintou...

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– O I agora é meu! – disse Mateus – I de IMIGRANTES. O povo de
Campinas começou com os índios e os portugueses. Depois vieram
os escravos africanos. Quando acabou a escravidão, os fazendeiros
trouxeram gente da Europa pra trabalhar nas plantações. Italianos,
alemães... Também vieram japoneses, judeus, árabes, gente do mundo
todo!
A conversa estava tão animada que os dois nem perceberam o quanto
tinham caminhado. Já estavam chegando perto do Bosque dos Jequitibás.

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– Olha o Bosque! – exclamou Mateus. – É um dos meus lugares
favoritos! Então, J de JEQUITIBÁS! Adoro tudo o que tem aí: o
Zoológico, o Museu de História Natural, o Aquário, o Teatro, a Casa
do Caboclo... Vamos dar um passeio e continuar nossa história
depois?
Depois de se divertirem bastante no Bosque, o menino quis ir até a
Praça XV de Novembro, no Cambuí, para mostrar a letra L.
– Esta praça, pai, ainda é conhecida por muita gente pelo seu
nome antigo: LARGO SANTA CRUZ. Aqui ficava um dos três
descampados – ou campinhos, ou campinas – no meio da mata
fechada, onde nossa cidade começou!

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– Agora vamos até o MERCADO MUNICIPAL? – pediu o menino. – É minha
letra M! Sabia que o Mercado já tem mais de 100 anos? Ele existe desde
1908! É bem bonito, né?
– Sim, bonito mesmo! – concordou Fernando. – E é um monumento
histórico da cidade!
– Sabe o que eu pensei pro N? – continuou Mateus. – Alguns NOMES DE
RUAS antigos! Nos primeiros tempos de Campinas, as ruas tinham nomes
bem diferentes de hoje! A General Osório era “Rua das Casinhas”. A Culto
à Ciência era “Rua Alegre”. A Álvares Machado se chamava “Rua Deserta”
e a Benjamin Constant era o “Beco do Caracol”!
Mateus continuou a falar, letra por letra:

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– A letra O é de OURO. Porque Campinas surgiu no caminho dos
bandeirantes que buscavam ouro, e porque aqui foi a terra do café, o Ouro
Verde!
– A letra P pode ser PRINCESA D’OESTE, um dos apelidos da nossa
cidade. E também é o nome daquele monumento que existe no Largo das
Andorinhas...
– Sim, – concordou Fernando. – O monumento mostra a “princesa” de
coração aberto para receber todos que vêm de fora...
– E o Q? É QUIRINO, de Bento Quirino. A estátua dele está também lá
perto do Marco Zero. O que eu sei é que ele ajudou muito as pessoas na
época da epidemia de febre amarela, tanto que recebeu uma homenagem
da população...

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– Letra R: bem no Largo do Rosário, existiu a IGREJA DO ROSÁRIO.
Quando ela já tinha quase 140 anos, a cidade já tinha muitos carros e as
ruas foram ficando estreitas. Então a igreja foi demolida, para poderem
alargar a Avenida Francisco Glicério.
– Que pena! – lamentou Fernando. – Ouvi falar que era bem bonita.
– Ah, pro S escolhi uma história engraçada! É sobre o SOM DOS FILMES...
Na época dos filmes mudos, os cinemas de Campinas contratavam
garotos para fazer os efeitos sonoros atrás da tela. Nas cenas de guerra
e tiroteios, eles usavam bombinhas, mas nem sempre dava certo, porque
elas continuavam estourando muito depois do fim da cena... Hahahaha!

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Já estava ficando tarde, e os dois decidiram voltar para casa.
– O T só pode ser de TECNOLOGIA. – lembrou Fernando, abrindo a porta
da frente. – Hoje, Campinas está entre os centros de tecnologia mais
importantes do mundo! E o U é de UNICAMP, uma das universidades mais
respeitadas do país!
– E o V... é de VITÓRIA! – Mateus e seu pai fizeram o gesto com os dedos.
– Campinas passou por bons e maus momentos, mas venceu e tornou–se
uma grande metrópole!
– Então vou comemorar com um X... – brincou Fernando. – Uma XÍCARA
DE CAFÉ!
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Mas Mateus tinha sumido. Fernando olhou em volta e não viu o filho em
lugar nenhum!
Procurou na cozinha, no banheiro, na varanda... Chamou:
– Mateus, onde está você? Pra acabar a nossa história, ainda falta o Z...
Entrou no quarto do menino que, de tão cansado, já tinha caído na
cama e estava dormindo tão gostoso, que até roncava.
– Zzzzzzzzzzzzzzzzzzzz!
– Tá bom! – sorriu o pai. – Não falta nada! Dorme, meu filho... e
sonha com tantas histórias que ainda vão acontecer nesta nossa terra
campineira!

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Cantinho
divertido
A criação do material a seguir foi uma construção coletiva, entre autores, ilustradores, educadores
e parceiros, que contribuíram com um pouco de si mesmos, suas experiências e emoções.

Atividade
1 RECICLANDO COM ARTE

Cidades grandes como Campinas produzem uma grande quantidade de lixo. Uma
forma de amenizar este problema é a implantação da coleta seletiva deste material.
Para isso, é importante que toda a população esteja consciente e separe o lixo
limpo do lixo orgânico.

A parte divertida disso é fazer arte com os materiais que normalmente jogamos
fora, como os rolinhos de papel higiênico. Veja o exemplo de uma guirlanda de
flores decorativas.

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Junte vários rolinhos. Formando uma flor, cole as partes de baixo dos anéis,
unindo umas às outras com prendedores de roupa.
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Depois, vá colando uma flor na outra, até que se
forme um círculo.
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Com lápis e régua, trace linhas


paralelas.
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Recorte nas linhas e pinte os


anéis que se formaram. Pronto! Agora é só pendurar na parede ou na porta!
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Atividade
2 TINTA DE CAFÉ

Você sabia que o café, além de ser uma bebida muito agradável, misturado à água
e cola branca pode se transformar em tinta marrom? Veja outros elementos naturais
que podem virar cores de tinta.

Pó de café
(marrom)
Terra
(variações de preto,
marrom e vermelho)

Flores
(tons claros)
Açafrão Espinafre, folhas
(amarelo) ou erva-mate
(verde)

Casca de uva
Amora e preta (azul)
Beterraba
(violeta, morango
vermelho) (tons avermelhados)
Cenoura ou
Casca de colorau(laranja)
jabuticaba
Couve
(rosa)
(verde)

Mãos à obra
Materiais necessários
• 100 ml de cola branca
• 25 gr de um dos pigmentos naturais (dicas ao lado)
• 100 ml de água
• potes ou latas para colocar as tintas
• liquidificador

Modo de fazer
Bata os ingredientes no liquidificador até obter a cor que
deseja, e está pronta a sua tinta artesanal.

Lembre-se de preservar a natureza. Se for necessário colher plantas vivas,


devemos tomar cuidado de não retirar muitas plantas do mesmo local,
a fim de não alterar o meio ambiente.
2 Cantinho divertido
Atividade
3 PEIXINHOS DE PAREDE

O rio Atibaia é responsável pelo abastecimento de água da Região Metropolitana


de Campinas. Muitos anos atrás, ele era usado para navegação de barcos e muito
rico em peixes.
É muito fácil fazer peixinhos decorativos usando pratinhos de
festa de várias cores. Faça como mostra a ilustração e enfeite
as paredes do seu quarto, ou dê mais cor a sua festa.

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Cantinho divertido 3
Atividade
4 BRIGADEIRO DE CAFÉ

Você sabia que café pode


ser usado em muitas receitas
deliciosas?

Aqui vai uma receita bem


simples. Você vai adorar
fazer (e comer)!

Ingredientes
• 1 lata de leite condensado
• 1 e ½ colher (sopa) de margarina
• 1 xícara (café) de café já preparado
(ou 1 colher de chá de pó de café
instantâneo)
• 2 colheres (sopa) de chocolate em pó
• Chocolate granulado

Modo de preparo
1. Coloque todos os ingredientes (menos
o granulado) numa panela e leve ao
fogo brando, sem parar de mexer.

2. Quando o creme desprender do fundo


da panela despeje sobre um prato e
deixe esfriar.
3. Agora, coloque em potinhos e enfeite
com o granulado. Se preferir, com um
pouquinho de margarina na mão, enrole
o doce formando bolinhas. Depois
passe no granulado. Pode até usar a
colher para saborear a sobremesa...
O que vale é experimentar!

4 Cantinho divertido
Agradecemos aos parceiros que investem em nosso projeto.

Apoio:

Realização:
ISBN 978-85-7694-253-5

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