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Universidade Federal do Maranhão - UFMA

P ROFESSOR K ÊNIO A LEXSOM DE A LMEIDA S ILVA


Exercícios de Geometria Elementar

Observações:

• "Uma inteligência modesta aliada a muito trabalho, frequentemente, pode mais que uma inteligência bri-
lhante e vadia", Ivan de Camargo, Paulo Boulos, ao estudante.

• O livro escolar mais famoso da história humana é o "Os Elementos"do autor Euclides (cerca de 300 A.C.). As
ideias apresentadas por Euclides são intuitivas, simples, coerentes e claras. A intuição geométrica espacial
presente em cada um de nós, é a chave para a compreensão da Geometria.

• Todos nós raciocinamos sempre e nunca paramos de usar a razão. Estamos sempre explicando ou procu-
rando explicações, ’provas’, para as nossas interações com o mundo. Conforme Serge Lang, ao estudarmos
Geometria desenvolvemos e sistematizamos o nosso senso de escrever ’provas’. Usamos os fatos da Álge-
bra Elementar e da Lógica sem preocupações com sistemas axiomáticos, de modo que nossas deduções
sejam curtas e claras.

• O matemático húngaro George Pólya em seu livro "A arte de resolver problemas"nos ensina a resolver
problemas de matemática. Entre outras coisas, ele nos dá um roteiro

– leia o enunciado do problema sem pretensão de entendê-lo imediatamente;


– enumere em uma coluna todos os conceitos que você (re)conhece e em outra coluna todos os con-
ceitos que você desconhece ( ou não compreende) presentes no problema; Isto pode ser feito através
de diagramas (figuras geométricas);
– procure no livro-texto (ou na literatura) todos os conceitos presentes na coluna ’conceitos desconhe-
cidos’; esta perda de memória é comum, por isso não tenha medo do tamanho desta coluna; Feito
isso, leia e estude a definição de cada conceito que encontraste na literatura;
– procure na literatura outros problemas resolvidos que tenham conceitos similares aos do problema
proposto, leia a solução do problema e depois separe em colunas todas as ideias que você conpreende
das que não entende;
– tende repetir a solução que acabaste de ler, sem olhar para ela;
– repita os dois passos anteriores, isto irá ajudá-lo a assimilar os novos conceitos e relembrar velhos
conceitos;
– agora volte ao problema original e verás que a maioria dos conceitos presentes na coluna ’conceitos
desconhecidos’ já não são mais desconhecidos;
– leia de novo o enunciado do problema e boa sorte em tua solução.

Em resumo, Pólya nos diz que se aprende a resolver problemas de matemática resolvendo-os.

• A seguir apresentamos alguns Exercícios de Geometria Elementar, em diferentes níveis de compreensão,


os quais julgamos pertinentes ao aprendizado de Geometria Analítica. Lembro-lhes que a maioria destes
Exercícios não são de minha autoria, são frutos de meu aprendizado literário de Geometria no espírito de
Serge Lang, George Pólya, assim como de Isaac Newton quando escreveu "fiz o que fiz porque apoiei-me
em ombros de gigantes"ao se referir a tua obra prima "Philosophiae Naturalis Principia Mathematica (
Princípios matemáticos da filosofia natural)", que é considerada a maior publicação científica de todos os
tempos.
Conteúdo
1 Conceitos teóricos 2
1.1 Pontos, retas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Planos, Ângulos e Triângulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Quadriláteros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

2 Conceitos práticos 7
2.1 Construção de triângulos com régua e compasso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.2 Construção de ângulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.3 Construção de Quadriláteros com régua e compasso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

3 Uma pitada de Postulados é salutar 10

1 Conceitos teóricos
1.1 Pontos, retas
Ð⇀ Ð⇀
[1] Desenhe três pontos A, B e C , os semi-eixos de origem B , B A e BC . Quais são as condições necessárias
para que estes dois eixos formem uma reta? Justifique sua resposta.

[2] Suponha que os pontos A, B e C são colineares, como ilustrado na figura abaixo. Escreva uma equação
algébrica envolvendo os comprimentos de d ( A, B ), d ( A,C ) e d (B,C ). Como a tua equação seria afetada
se o ponto C estivesse entre A e B .

[3] Critique a seguinte afirmação: "Os segmentos de retas unindo quaisquer três pontos no plano formam
sempre um triângulo".

[4] A figura abaixo ilustra uma reta r que é paralela a reta s, e a reta t intersecta a reta r no ponto P . O que
você pode concluir sobre a posição relativa entre as retas s e t ? Justifique tua resposta.

[5] Uma estação de rádio emite sinal até uma distância de 100 Km.

(a) Se as cidades ABC e XYZ recebem sinal, o que você pode concluir a respeito de suas distâncias da
estação?
(b) Se uma mensagem fosse enviada de ABC para a estação e depois para a cidade XYZ, ela teria viajado
no máximo quantos Km?
(c) Qual é a distância máxima possível entre as cidades ABC e XYZ?

[6] Se dois lados de um triângulo são 12 cm e 20 cm, o terceiro lado precisa ser no mínimo x cm, e no máximo,
y cm. Existem x e y?

[7] Sejam P e Q pontos distintos. Se o círculo de raio r e centro P intersecta o círculo de raio s e centro Q em
dois pontos, qual é a relação entre d (P,Q ), r e s? Faça uma figura.
[8] (A desigualdade Triangular) Sejam P,Q e M três pontos. Então

d (P, M ) ≤ d (P,Q ) + d (Q, M ).

Faça figuras ilustrando todas as posições relativas entre os pontos P,Q e M , e verifique a validade da desi-
gualdade triangular. Entre as suas figuras em quais delas a desigualdade é de fato uma igualdade?

[9] Sejam P,Q e M três pontos. Temos a seguinte igualdade

d (P, M ) = d (P,Q ) + d (Q, M ),

se, e somente se, o ponto Q estiver no interior do segmento P M . Faça figuras ilustrando todas as posições
relativas entre os pontos P,Q e M , e mostre a validade da igualdade triangular.

[10] Sejam X e Y dois pontos contidos no disco de raio r e centro P . Explique por que d ( X , Y ) ≤ 2r . Use a
desigualdade triangular.

[11] Próximo a um rio existem duas casas no mesmo lado do rio, os ribeirinhos querem construir uma pequena
doca na margem do rio, para uso comum. Localize a doca de modo que a distância dela até cada casa
sejam iguais. Suponha que as casas fiquem a 10 e 20 m do rio, respectivamente.

[12] A frase "se, e somente se" é uma forma compacta de declarar duas sentenças distintas do tipo "se–então".
Por exemplo, considere a sentença:
"Um número inteiro tem um dígito zero na posição das unidades se, e somente se, ele for divisível por 10."
As duas sentenças do tipo "se–então" as quais são equivalentes à declaração anterior são:

(a) Se um número inteiro for divisível por 10, então ele tem um dígito zero na posição das unidades.
(b) Se um número inteiro tem um dígito zero na posição das unidades, então ele é divisível por 10.

Para cada uma das sentenças seguintes, escreva as duas sentenças do tipo "se–então" que são equivalentes
à elas:

(a) Um número inteiro é par se, e só se, ele for divisível por 2.
(b) Um veículo automotivo está registrado no DETRAN-MA se, e apenas se, ele tiver uma licença de placa
do MA.
(c) Todos os ângulos de um triângulo são congruentes (iguais) se, e somente se, o triângulo for equilátero.
(d) Duas retas distintas são paralelas se, e somente se, as duas retas não se intersectam.

[13] Considere a seguinte declaração:


"Um número inteiro é par se, e somente se, ele for divisível por 4."As duas sentenças do tipo "se–então" as
quais são equivalentes à declaração anterior são:

(a) Se um número inteiro é par, então ele é divisível por 4.


(b) Se um número inteiro é divisível por 4, então ele é par.

Exatamente uma destas sentenças é FALSA, identifique-a. Justifique por que à outra sentença é VERDA-
DEIRA.
Faça o mesmo para as seguintes declarações:

(a) O quadrado de um número é igual a 9 se, e só se, o número for igual a 3.


(b) Um homem mora em São Luis se, e apenas se, ele mora no Maranhão.
(c) Os números a e b são iguais se, e somente se, os números a 2 e b 2 forem iguais.
(d) O ponto A está no círculo de raio r e centro O se, e só se, d ( A,O ) ≤ r .
(e) Os números inteiros x, y e z são consecutivos se, e somente se, a soma deles for igual a 3y.
1.2 Planos, Ângulos e Triângulos
Nota: O que significa provar uma sentença?
Uma prova de uma sentença ( ou declaração), é uma sequência lógica de afirmações ou de hipóteses, tais afirma-
ções podem ser consequências de outras afirmações anteriormente provadas (Teoremas) ou aceitas sem provas
(Axiomas). Axiomas ou postulados são afirmações aceitas como verdadeiras por si só ( toda prova deve começar
de alguma coisa). Já um Teorema é uma declaração que deve ser provada com base em conhecimento prévio.

[1] Teorema 1: Os ângulos opostos pelo vértice tem a mesma medida angular.
Demonstração: Considere os ângulos PO A e POB suplementares, os ângulos QO A e QOB suplemen-
tares, tais que os ângulos PO A e QOB sejam opostos. Então, devido ao fato de que

∠(PO A ) + ∠(POB ) = 180○ , ∠(POB ) + ∠(QOB ) = 180○ ,

temos, devido à algebra elementar,


∠(PO A ) = ∠(QOB ).
v

[2] Na figura abaixo, a semirreta OB é o raio bissetor do ângulo AOC e a semirreta OC é o raio bissetor do
ângulo BOD. Prove que ∠( AOB ) = ∠(COD ).

[3] Considere dois triângulos isósceles com um lado em comum, ABC e ABD. Suponha que ∠(C AB ) = ∠(C B A )
e ∠(D AB ) = ∠(DB A ). Prove que ∠(C AD ) = ∠(C B D ). Veja a figura abaixo.

[4] Considere um triângulo ABC, seja D o ponto médio do lado AB. Mostre que os triângulos ADC e BDC têm
a mesma área.

[5] Teorema 2: O Teorema de Pitágoras. Seja ABC um triângulo retângulo em B. Sejam a, b e c, as medidas
dos lados BC, AB e AC, respectivamente. Prove que c 2 = a 2 + b 2 .
Demonstração: Acompanhe a demonstração com a ilustração abaixo. Construa o quadrado BDFH de
lado a + b. Construa o quadrilátero ACEG, inscrito no quadrado BDFH de modo que os lados BD, DF, FH e
HB fiquem divididos em dois segmentos de tamanho a e b.
Os quatro triângulos retângulos formados são congruentes pelo caso LadoÂnguloLado, então o quadrilá-
tero ACEG têm lados iguais a c.
Vejamos que este quadrilátero é um quadrado. Considere o ângulo ACE, temos

∠(BC A ) + ∠( AC E ) + ∠(DC E ) = 180○ .

Por outro lado, temos no triângulo ABC

∠(BC A ) + ∠(B AC ) = 90○ .

Então, ∠(BC A ) + ∠(DC E ) = 90○ . Daí, ∠( AC E ) = 90○ . De forma análoga, prova-se que os quatro ângulos
de ACEG medem 90○ . Logo, ACEG é um quadrado.
Assim, a área dos quadrados BDFH e ACEG medem (a + b )2 e c 2 , respectivamente. Como a área do qua-
drado BDFH é igual a soma da área do quadrado ACEG mais a área dos quatro triângulos ABC, CDE, EFG e
GHA, então temos a igualdade
ab
a 2 + 2ab + b 2 = c 2 + 4 × .
2
Portanto, a 2 + b 2 = c 2 . v

[6] Teorema 3: Seja ABC um triângulo retângulo em C. Prove que ∠(B AC ) + ∠( ABC ) = 90○ .
Demonstração: Construa um retângulo PQRS de lados ∣P S ∣ = ∣ AC ∣ e ∣RS ∣ = ∣BC ∣. Pelo Postulado de Triân-
gulo Retângulo congruentes temos

∠(RP S ) = ∠(B AC ), ∠(QP R ) = ∠( ABC ).

Por outro lado, temos no retângulo PQRS

∠(RP S ) + ∠(QP R ) = 90○ .

Portanto, ∠(B AC ) + ∠( ABC ) = 90○ . v


[7] Dados duas retas paralelas e uma terceira reta intersectando as paralelas. Existem oito ângulos, congruen-
tes aos pares. Na figura abaixo, os pares (1, 5), (2, 6), (3, 7), (4, 8) são ângulos paralelos, enquanto os pares
(3, 6), (4, 5) são ângulos alternos internos e os pares (1, 8), (2, 7) são ângulos alternos externos.

[8] Teorema 4: Dados uma reta k intersectando duas retas paralelas distintas l 1 e l 2 . Então os ângulos parale-
los têm a mesma medida, assim como, os ângulos alternos. Prove este Teorema.

[9] Teorema 5: Seja ABC um triângulo qualquer. Então a soma das medidas de seus três ângulos e igual a 180○ .
Demonstração: Construa a reta l paralela ao lado AC passando por B . Veja a figura abaixo. Então a reta
AB intersecta as retas paralelas l e reta AC , determinando um ângulo alterno interno congruente ao ân-
gulo interno em A. Analogamente, a reta BC intersecta as retas paralelas l e reta AC , determinando um
ângulo alterno interno congruente ao ângulo interno em C . Assim, a soma das medidas dos três ângulos
com vértices em B é a medida de um ângulo raso. Por outro lado, a soma dessas medidas é igual a soma
das medidas dos três ângulos internos do triângulo. v

1.3 Quadriláteros
[1] Dados quatro pontos distintos no plano, formando uma figura de quatro segmentos (lados), tais figuras
são chamadas de quadriláteros. O quadrilátero que possui dois lados paralelos é chamado de Trapézio.
O trapézio que possui dois pares de lados paralelos é chamado de Paralelogramo. O paralelogramo que
possui quatro ângulos retos é chamado de Retângulo. O paralelogramo que possui quatro lados de mesmo
comprimento é chamado de Losango. O Losango que possui quatro ângulos retos é chamado de Quadrado.

[2] Um trapézio é um quadrilátero que possui dois lados paralelos, chamados de bases. A altura do trapézio
é a distância entre as bases. Se um trapézio tem uma base de medida 8 cm, altura de 7 cm, e área igual a
77cm 2 , qual é a medida da outra base?
[3] Considere o quadrilátero PBQC. Suponha que as medidas dos ângulos ∠(P BQ ) e ∠(PCQ ) são iguais 90○ ,
e que os ângulos ∠(P BC ) e ∠(PC B ) são iguais. Prove que os ângulos ∠( ABQ ) e ∠(DCQ ) são iguais. Veja
a figura abaixo.

[4] Prove que os ângulos opostos de um paralelogramo têm a mesma medida.

2 Conceitos práticos
2.1 Construção de triângulos com régua e compasso
[1] [Roteiro de construção] Construa um triângulo dados os comprimentos de seus lados iguais aos dos
segmentos AB , C D e E F , veja a figura abaixo.

(a) Desenhe um segmento de reta sobre o papel;


(b) Com o compasso tome o comprimento de AB , o maior dos lados, escolha um ponto P sobre o seg-
mento e com ponta seca em P marque o ponto Q sobre o segmento fazendo um pequeno arco de
círculo cruzando o segmento;
(c) Com o compasso tome o comprimento de C D, e com ponta seca em P faça um pequeno arco de
círculo acima do segmento PQ;
(d) Agora, com o compasso tome o comprimento de E F , e com ponta seca em Q faça um pequeno arco
de círculo acima do segmento PQ cruzando o primeiro arco; Estes arcos intersectam no ponto R;
(e) O triângulo PQR é o triângulo desejado.

[2] Construa um triângulo de lados iguais a 5, 7 e 10 cm.

[3] Tente construir um triângulo de lados iguais a 5, 7 e 15 cm. Explique o que ocorreu.
[4] Considere três pontos P, Q e M com

d (P,Q ) + d (Q, M ) = d (P, M ).

O que você pode concluir a respeito de P, Q e M ? Faça um desenho.

[5] [Roteiro de construção] Construa uma reta perpendicular a uma reta dada por um ponto dado.

(a) Dada a reta l e o ponto P na reta l . Com o compasso, escolha um raio e trace um arco interceptando
a reta l em dois pontos distintos M e Q;
(b) Com o compasso, escolha um raio maior do que P M , e coloque a ponta seca em M e trace um arco
acima de P , depois coloque a ponta seca em Q e trace um arco interceptando o primeiro.
(c) a reta passando por esta interseção e por P é a reta perpendicular desejada.

[6] [Roteiro de construção] Construa um triângulo retângulo dados os comprimentos dos seus dois catetos.

(a) Digamos que os catetos sejam AC e BC medindo 8 e 6 cm. Trace uma reta l marque o ponto C . Com
o compasso, escolha o raio 6 cm, trace um arco interceptando a reta l no ponto B ;
(b) Construa a reta perpendicular a reta l por C . Marque o ponto A sobre a perpendicular tal que d ( A,C ) =
8.
(c) O triângulo ABC é retângulo em C .

[7] Construa um triângulo ABC retângulo em C de catetos, digamos 8 e 11 cm. Meça os ângulos ∠( ABC ) e
∠(C AB ). Qual é o valor da soma ∠( ABC ) + ∠(C AB )?

[8] Construa um triângulo ABC retângulo em B de catetos quaisquer. Recorte o triângulo e depois divida ele
em três partes, veja a figura abaixo. Justaponha as partes com o ângulo reto em B , como mostrado na
figura. Repita esse experimento com outros triângulos retângulos. O que você pode concluir a respeito da
soma ∠(B AC ) + ∠(BC A ) ?

2.2 Construção de ângulos


[1] [Roteiro de construção:] Construa os ângulos bissetores de um ângulo de vértice A dado.

(a) Com o compasso escolha um raio conveniente e trace um arco de círculo de centro A intersectando
os raios do ângulo;
(b) Sejam P e Q tais pontos de interseção. Com centro primeiro em P faça um pequeno arco de círculo
fora do arco PQ, depois com centro em Q e mesmo raio faça um arco de círculo intersectando o
primeiro arco em um ponto M ;
(c) Os ângulos P AM e M AQ são os ângulos bissetores de um ângulo dado.

[2] [Roteiro de construção] Construa a duplicação de um ângulo dado.

(a) Com o compasso escolha um raio conveniente e trace um arco de círculo de centro A intersectando
os raios do ângulo;
(b) Sejam P e Q tais pontos de interseção;
(c) Trace a semirreta OK ; trace o círculo de centro O e raio d ( A, P ), cruzando OK no ponto P ′ ;
(d) Com raio d (P,Q ) e centro em P ′ trace um arco P ′Q ′ intersectando o círculo anterior no ponto Q ′ ;
(e) O ângulo P ′OQ ′ é congruente ao P AQ.

[3] Desenhe dois pares de ângulos opostos pelo vértice medindo ∠( AOB ) e ∠( AOC ) dados.

[4] Desenhe a reta A, O e B . Seja P um ponto fora da reta. Desenhe a semirreta OP . Construa os ângulos
bissetores dos ângulos PO A e POB . Qual é a medida do ângulo entre os bissetores? Descreva o teu roteiro.

[5] Desenhe três ângulos PO A, AOB e AOQ tais que P, O e Q sejam colineares, ∠(PO A ) = ∠(QOB ). O que
você pode afirmar a respeito da sentença

∠(POB ) = ∠(QO A ).

Prove tua resposta.

[6] Desenhe três retas M P , NQ e RS concorrentes em O, tais que ∠(QOR ) = 55○ e ∠(POS ) = 90○ .

(a) Quanto mede ∠(NOM )?


(b) Quais ângulos são congruentes ao ângulo SOQ e quanto medem?

[7] Considere as seguintes medidas angulares em graus, desenhe um setor circular representando os respec-
tivos ângulos, use um transferidor:
(a) 45○ ; (b) 90○ ; (c) 142○ ; (d) 192○ ; (e) 253○ ; (f ) 28○ .

[8] Sem usar um transferidor forme a correspondência entre os ângulos representados e suas medidas angu-
lares:

(a) 20○ ; (b) 60○ ; (c) 225○ ; (d) 45○ ; (e) 135○ ; (f ) 90○ .

[9] Existem 360○ graus de longitude sobre a Terra. O quão ’longe’ está 1○ grau de longitude do Equador se a
circunferência da Terra for de 40000 Km?

[10] Procure em um mapa (atlas) a latitude de sua casa ou cidade. Agora desenhe uma figura representando a
distância que você teria de viajar se fosse para
(a) o Equador,
(b) o Polo Norte?

2.3 Construção de Quadriláteros com régua e compasso

3 Uma pitada de Postulados é salutar


P1 Dados dois pontos distintos P e Q, existe uma e só uma reta passando por estes pontos.

Par1 Duas retas que não são paralelas se encontram em exatamente um ponto.

Par2 Dados uma reta l e um ponto P , existe uma e só uma reta passando por P , paralela a reta l .

Par3 Dados três retas l 1 , l 2 , l 3 . Se as retas l 1 e l 2 são paralelas e as retas l 2 e l 3 são paralelas, as retas l 1 e l 3 são
paralelas.

Dis1 Dados dois pontos P e Q, a distância entre é não negativa, d (P,Q ) ≥ 0. Além disso, d (P,Q ) = 0 se, e só se,
P = Q.

Dis2 Dados dois pontos P e Q, temos d (P,Q ) = d (Q, P ).

Dis3 Dados três pontos A, B e C , temos d ( A,C ) ≤ d ( A, B ) + d (B,C ).

Seg1 Dados três pontos A, B e C , temos


d ( A,C ) = d ( A, B ) + d (B,C ),
se, e só se, B é um ponto pertencente ao segmento AC .

Perp1 Dados uma reta l e um ponto P , existe uma e só uma reta passando por P , perpenicular a reta l .

Perp2 Dados duas retas paralelas l 1 e l 2 . Se existir uma reta m perpendicular a uma delas, então a reta m é
perpendicular a ambas retas paralelas.
DisPar Dados duas retas paralelas l 1 e l 2 , dados dois pontos distintos P e Q na reta l 1 . A distância de P até a reta
l 2 é igual a distância de Q até a reta l 2 .

TriRet Dados dois triângulos ABC e X Y Z retângulos em C e Z , respectivamente. Se os catetos correspondentes


tem os mesmos comprimentos, isto é, ∣BC ∣ = ∣Y Z ∣ e ∣ AC ∣ = ∣ X Z ∣. Então, as hipotenusas tem o mesmo com-
primento, os ângulos correspondentes são congruentes, e os triângulos têm a mesma área. Em particular,

∣ AB ∣ = ∣ X Y ∣, ∠( ABC ) = ∠( X Y Z ), ∠(B AC ) = ∠(Y X Z ).

Referências Bibliográficas:
[1] Barbosa, J. L. M., Geometria Euclidiana Plana, Sociedade Brasileira de Matemática, 2004.

[2] Boulos, P., Camargo, I., Geometria Analítica: um tratamento vetorial, 2ª Edição, Makron Books, 2004.

[3] Dolce, O., Pompeo, J. N., Fundamentos de Matemática Elementar: Geometria Plana, 7ª Edição, Atual Edi-
tora LTDA, 1997.

[4] Dolce, O., Pompeo, J. N., Fundamentos de Matemática Elementar: Geometria Espacial, Posição e Métrica,
Atual Editora LTDA, 1993.

[5] Lima, E. L., Medida e forma em geometria, Sociedade Brasileira de Matemática, 1997.

[6] Lang, S., Murrow, G., Geometry A high school course, Springer Science, New York, 1983.

To be continued...

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