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BREVE TRATADO
DE TEOLOGIA MARIANA
Traduzido da 4* edição francesa,
ampliada, revista e atualizada,
por
JO SÊ M O REIRA DA SILVA
Título do original francês:
Court Traité de Thcotogie Mariale
P. Lethielleux, Editeur, Paris.
I M P R I M A T U R
P O R COMISSÃO E S P E C IA L DO EXMO. E REVM O. SR.
DOM M A N U EL P E D R O DA CU N H A C IN T R A ,
B IS P O D E P E T R Ó P O L IS . /
F R E I W A L T E R W A R N K E , O .F .M .
P E T R Ó P O L IS , 25-9-1964.
A Virgem e o tempo
Se a palavra Tratado significasse dedução abstrata, arran
jo em fórmulas rígidas, tal nome conviría muito mal ao pro
pósito do presente estudo. Ficaria em dissonância com a pala-
12 Breve Tratado de Teologia Mariana
Nosso itinerário
Duração, progresso: foi segundo essa lei que Afaria, pouco
a pouco, se foi tornando conhecida na Igreja. Quase ausente
da mensagem primitiva, ausente da catequese, enquanto esteve
sôbre a terra, no meio da Igreja, foi, no sentido mais óbvio
da palavra, “descoberta” a partir dessa presença inicial.
Duração, progresso: é também segundo esta lei, ou me
lhor, foi primeiramente por essa lei que Afaria viveu. Sua vida
é progressão: da obscuridade da fé à luz da visão beatífica;
da gratuidade do dom original ao cúmulo de méritos com que
deixou esta terra; da receptividade inicial às derradeiras con-
seqiiências de sua missão maternal; da plenitude de graça pes
soal e secreta do primeiro instante à plenitude social e mani
festa que Ela irradia hoje do alto do céu.
E’ esta dupla progressão que iremos seguir: veremos pri
meiro como a Igreja, pouco a pouco, foi tomando consciência
do mistério de Afaria, depois, entrando no âmago dêsse mis
tério, contemplaremos o desenvolvimento do seu destino, da
Imaculada Conceição à Assunção e à Parusia.
PARTE I
Antigo Testamento
Entretanto, antes dêsse “silêncio inicial” que preludia os
primeiros escritos do Nôvo Testamento, Deus já havia falado.
Não conviria, neste caso, elaborar um capítulo relativo aos tex
tos marianos do Antigo Testamento? Renunciamos a isto por
causa da extrema discrição desses textos. Que o Espírito Santo
haja esboçado o papel da Mãe de Deus no plano da Salvação,
parece-nos, hoje, claro. Mas, se olharmos êsses textos segundo
o método histórico — colocando-nos do ponto de vista do au
tor inspirado e de seus contemporâneos — permaneceremos em
uma espessa neblina. As profecias marianas do Antigo Testa
mento apresentam-se como indícios fugitivos, que só revelam
seu pleno significado muito mais tarde: elas não constituem
uma descrição do futuro, mas uma porta entreaberta para um
porvir ainda enigmático. Antes da vinda de Cristo, não se sa
bería responder à pergunta: Quae est ista? Quem é esta? (Cânt
3,6; 6,9), nem mesmo dar a êsse singular uma consistência
firme. A mulher, cujo lugar foi esboçado no Reino messiânico,
— perguntava-se — em que medida era ela a coletividade (a
Igreja) ou uma mulher extraordinária, a mãe do Messias, ou
mesmo, se não seriam várias? Como teria sido difícil respon
der a essas questões, ou até mesmo propô-las, antes do apa
recimento da Virgem! Mas, assim que Ela veio, podia-se dizer:
tratava-se dela. E’, pois, com os Evangelistas que descobrire
mos retrospectivamente o alcance mariano efetivo dos textos do
Antigo Testamento, principalmente Gn 3,15; Is 7,14; Miq 5,12.
Tomar êsse partido não é negar que Deus tenha previsto
de longe a Virgem Maria, que a tenha preparado, que Êle te
nha, mesmo, esboçado, alguns traços de sua fisionomia; mas
sim, é querer considerá-los sob a luz, sem a qual êles não nos
revelariam seu sentido. E’ libertar a exposição de muitas com
plicações, reconhecer quanto estava latente no Antigo Testamen
to o que se tornou patente no Nôvo. *
Marcos
Os dois únicos textos de Marcos sôbre “a Mãe” de Jesus
(3,31-35; 6,1-6) têm o mesmo caráter ocasional. Têm, ainda
mais, uma feição negativa. Num dêles, Jesus recusa a intro
missão de Sua família em Seu ministério e afirma que Sua
verdadeira família são Seus discípulos:
Havia uma multidão sentada em redor de Jesus e alguém
Lhe disse: “Olha, aí fora estão tua mãe e teus irmãos que te
procuram”. Êle lhes respondeu: “Quem é minha mãe e quem
são meus irmãos?” E deixando cair Seu olhar sôbre os que
O rodeavam: "Vêde", disse Êle, “minha mãe e meus irmãos; pois
aquête que faz a vontade de Deus é para mim irmão, irmã e
mãe” (Mc 3,31-35; Mt 12,46-50; Lc 8,19-21).
I. Maria nas Escrituras 21
lar-se aos pobres, aos humildes, aos oprimidos, mais que aos ricos
e aos poderosos). E' na classe dos “pobres” que se procura a ascen
são religiosa de Israel; sua piedade e sua oração, sua espera e sua
esperança.
No Evangelho de Lucas, Maria está situada nesta linha. Nela se
realiza o triunfo espiritual dos humildes, e a satisfação de suas espe
ranças. Jesus se dá como o modelo da humildade do coração (Alt 11,29)
e proclama bem-aventurados os que a compreendem (Lc 6,20). Sabe
mos com que profundeza experimental êste segredo evangélico foi re-
descoberto por Santa Teresa do Menino Jesus, cuja palavra bem co
nhecemos: “Sim, eu compreendí a humildade do coração” (Novíssima
Verba, 30, setembro, ed. Lisieux, 1926, p. 193).
Na primeira edição dêste Breve Tratado, assinalamos o interesse
que haveria em estudar “os progressos desta noção de pobreza atra
vés do Antigo Testamento, seu coroamento na Virgem do Magnificat
e no Cristo, e seu valor para nossa vida". Êste programa estava sendo
realizado na hora em que o propusemos: o leitor lerá com proveito
A. Gelin, Les Pauvres de Yawch, Paris, Cerf, 15 dezembro 1953. O
capitulo VI, pp. 121-133, é consagrado a Maria.
01 Por que não traduzir simplesmente: cheia de graça? E’ por preo
cupação de exatidão filológica. Sem dúvida, o texto inspirado sugere
a idéia de plenitude, mas de maneira discreta e não explícita. Por
outro lado, êle toma a graça, não pelo lado de seu efeito (o que tende
a significar a expressão cheia de graça), mas pelo lado da causa: a
benevolência de Deus. No versículo 30, o anjo Gabriel comenta: “Achas
te graça (chárin) diante de Deus". Dizendo “gratia plena”, a Vulgata
representa, pois, uma interpretação dogmaticamente válida, mas é mais
uma transposição que uma tradução.
28 Parte I: Desenvolvimento da Doutrina Mariana
ficou perturbada por esta longa procura; depois Jesus usa aqui,
pela primeira vez, de um dos procedimentos mais ricos a longo
prazo, mas, à primeira vista, dos mais desconcertantes do seu
ensino (Jo 2,19-21; 4,32-34; Mc 8,14; etc.): Èle retoma em sua
resposta os termos empregados na pergunta, mas em sentido
completomente diferente, um sentido totalmente espiritual. “Teu
pai”, dizia Maria, falando de José, o pai adotivo. Jesus res
ponde falando de seu Pai Celeste: Que enigma! A exegese re
flete ainda sôbre êsse texto, após dezenove séculos... Não
nos espantemos, pois, que Maria não tenha compreendido na
h o ra ... Em suma, não menosprezemos as luzes que ela havia
recebido. Mas não esqueçamos, também, as sombras. Seu co
nhecimento era menos explicito do que o nosso (mais real do
que nocional). Mas, iluminada pelo Espírito Santo, ela deve ter
atingido em conjunto, mais intensamente do que nós, o essen
cial, e adorado melhor a Cristo do que nunca o conseguire
mos adorar.
Antes de deixar o Evangelho de Lucas, examinemos um
último texto: a profecia de Simeão: “Uma espada traspassa-
rá tua alma” (2,35). Essa espada é, segundo o contexto, a re
percussão em Afaria das contradições que seu Filho suportará
e o anúncio velado de sua “co-paixão” dolorosa. Desta “co-
paixão” Lucas não tornará a falar. Não mencionará mais que
os outros sinóticos, senão a presença de Afaria no Calvário.
Mas não nos admiremos. E' de seu hábito agrupar em um só
texto o que concerne a um personagem, e conduzir com êle
suas palavras, salvo quando antecipa os acontecimentos. Assim
faz êle, por exemplo, com João Batista (3,19-20). E do mes
mo modo com Afaria. A profecia de Simeão lhe dá a oportuni
dade de sugerir que Maria participou na Paixão dolorosa do
Salvador. O episódio do reencontro (2,46-48), com seus três
dias, em que Afaria, ansiosa, procura Jesus, nessa Jerusalém
onde mais tarde Êle passará três dias no túmulo, prolonga esta
sugestão.
João
Esta associação de Afaria à Paixão do Salvador é mais
manifesta no Evangelho de João. O interesse que demonstra
pela Mãe de Jesus é, entre outros, um dos traços que o apro-
17,18; 2 Reis 3,13; 9,18; 25,21; Os 14,1; Jer 2,18; Miq 1,24 e 5,7;
Lc 4,34 e 8,28), como é que Jesus depois de ter mostrado sua inten
ção de não-atender, executa, todavia, o pedido de Maria? Por que
afirma Êle que Sua hora não é chegada, uma vez que nesta hora
Êle vai mostrar Sua glória? (Jo 2,11). Estas dificuldades e algumas
outras se ajustam estreitamente, e não existe solução que satisfaça
plenamente em todos os pontos, a despeito dos trabalhos notáveis
de F. M. Braun, La Mire des fidèles, 1953, e de M. E. Boismard, Du
baptême à Cana, Paris, 1956. O primeiro parece duro demais na se
paração significada por Jesus: é mister levar cm conta Jo 2,12 (não
citado por Braun). Hesitqmos diante da solução (por demais?) enge
nhosa do segundo que prjopõe a tradução interrogativa: "Então minha
hora ainda não é chegada?” Tenho-me esforçado em permanecer aquém
das questões controversas, e em me ater a cinco dados sólidos: 1’ Je
sus realiza o milagre a pedido de Maria. 2o Maria compreendeu que
Êle iria atendê-lo, donde Sua palavra aos servidores. 3o Êste milagre
é de grande importância: êle é a primeira manifestação da glória de
Jesus (Jo 2,11; cf. 1,14) e fundamenta a fé de Seus discípulos. (E’
sempre em ligação com os discípulos que João apresenta Maria. Ver
também Jo 19,25-27 e Apoc 12,17: “Os que possuem o testemunho de
Jesus”). 4* Há um relato de inclusão entre Jo 2,1-13 e 19,25-27. 59 As
bodas têm segundo João uma significação escatológica.
Bibliografia. Encontrar-se-á no fim dêste volume: Bibliografia,
n9 9, rubrica geral Nôvo Testamento (Gãchter e Galot), e rubrica João.
” Pp. 33-46. Cf. M. E. Boismard, Prologne de Saint Jean, Paris,
Cerf, 1953, p. 14. Esta leitura permanece discutida.
“ eskénõsen. Esta palavra que traduzimos ordinariamente por_ ha
bitou (ou morou) diz mais alguma coisa. A raiz implica uma alusão à
skcné, isto é, à tenda, ao tabernãculo, onde Deus residia desde a Alian
ça ( ê x 40,34-35; cf. 25,8; 26, etc.). João expõe claramente êste matiz
no Apoc 21,3: “Eis o tabernãculo (skénê) de Deus com os homens,
e Êle habitará ( skenõsei) com êles”. Notaremos que neste texto (e,
parece, em Apoc 11,19; 12,1: dois versículos estreitamente ligados)
o tabernãculo é também uma mulher:
Vi descer do céu, de perto de Deus, a Cidade Santa, a nova Jeru
salém, vestida como "recém-casada ornada p ara seu esposo”, e ouvi
I. Maria nas Escrituras 37
Conclusão
1. Maturação Silenciosa.
Explicitação da antítese Eva-Maria
Após o período escriturístico, assistimos a uma espécie de
regressão. Na literatura cristã do século II (na medida em que
é conhecida), a Virgem ocupa um lugar ínfimo. Os textos são
raros; mais não fazem que repetir, de maneira obscura, o que
Mateus e Lucas tinham dito de modo nítido: Maria é mãe de
Jesus; Ela concebeu virginalmente. Os dados escriturísticos são
como que reduzidos à sua expressão mais simples, e uma parte
de sua riqueza permanece encoberta. A fisionomia da Virgem
parece sem contorno, meio apagada.
Um ponto, entretanto, começa a se desenvolver pelo fim
dêste século tão reservado. O paralelo de Maria com Eva, su
gerido por João e Lucas, torna-se explicito em dois autores:
São Justino (f 163) o inaugura ocasionalmente” , e Ireneu
( t cêrca de 202) lhe dá uma estrutura teológica. ” 10
10 Dialogue avec Tryphon, 100, 4, 6, ed. G. Archambault (coleção
Hemmer e Lejay), t. 2, Paris, 1909, pp. 122-124 (PG 6, 709C-7I2A):
“Se Cristo se fêz homem por interferência da Virgem, foi para que, do
mesmo modo como a desobediência instigada pela serpente teve seu
comêço, da mesma forma também tivesse um fim. Com efeito, virgem
era Eva e não deflorada, quando acolheu em seu seio a palavra que
lhe vinha da serpente e gerou a desobediência e a morte. Ao inverso,
a Virgem concebeu fé e alegria, quando o anjo Gabriel lhe anunciou
a boa-nova (evaggctizomcnou) que o Espírito do Senhor viria sôbre ela,
e que o poder do Altíssimo a cobriría com sua sombra, de modo que o
Ser santo nascido dela seria Filho de Deus (Lc 1,35); ela respondeu:
“Seja feito em mim segundo tua palavra" (Lc 1,38).
3‘ Dentre as numerosas monografias escritas sôbre a teologia ma
riana de S. Ireneu, assinalaremos sobretudo: G. Jouassard, Le “premier-
II. De S. João ao Concilio de Éfeso 49
4 Eva _
/
Maria V' / / Igreja
Na sua origem, os dois ramos divergentes do paralelo são
bem diferenciados: Maria acolhendo a saudação, retoma o pa
pel de Eva por ocasião do pecado; a Igreja tirada do lado do
nôvo Adão (Gn 2,21, paralelo a Jo 19,34) retoma seu papel
de antes e depois do pecado: auxiliar (Gn 2,18) e esposa de
Adão, e por êle “mãe dos vivos" (Gn 3,20).
E’ lenta e progressivamente que reencontramos em Maria
todos os aspectos do papel de Eva, a começar por esta quali
dade de “mãe dos vivos”, que Epifânio descobrirá por volta
de 377, para finalizar pela qualidade de associada a Cristo:
“auxiliar semelhante a Êle” (Gn 2,18), que não aparecerá an
tes do século XIII (abaixo nota 116a). No término dêste pro
cesso, a Igreja ficará sistemàticamente subordinada a Maria.
Mas deixemos estas antecipações, e voltemos ao nosso sé
culo II para concluir: graças a Justino e Ireneu, êste período,
aliás estagnado, traz sua contribuição ao desenvolvimento do
dogma mariano: uma linha mestra se distingue e ao redor dela
se fará uma parte importante do progresso doutrinário. A signi
ficação de Maria no plano da salvação já está definida: a Vir
gem tem um papel feminino e inaugural, análogo ao de Eva.
Em Ireneu, esta linha se afirma com um vigor que não será
jamais excedido. Estender-se-ão as bases da analogia. E’ difí
cil crer que alguém o tenha jamais expressado de modo mais
denso ou profundo.
3. Solução progressiva
Estas observações aclaram o sentido dos conflitos que sus
citaram na Igreja, do fim século 111 a 431, as quatro grandes
questões marianas enumeradas acima. Examinemo-las em par
ticular:
1. A virgindade perpétua de Maria (virginitas post par-
tum) encontrou sua justa expressão entre dois desvios. Era um
êrro grave propô-la como um corolário das teses maniquéias
sôbre a perversidade intrínseca do matrimônio. Adversário dos
maniqueus (e sentindo o ranço de suas idéias nos promotores
do ascetismo), Helvidio, impelido por seu zêlo, desejou tirar de
seus adversários até êste pretêxto. ’s Fazendo fogo com tôda
“ Sôbre esta inclusão do maniqueismo na questão da virginda
de, cf. G. Jouassard, Marie dans Ia Patristique, p. 106, nota 24, p. 108, etc.
II. De S. João ao Concilio de Êfeso 55
" Fim do século VII - inicio do século VIII. Sua data foi fixada
nove meses antes da festa (mais remotamente estabelecida) da Nati
vidade de Maria. M. Jugie, L’lmmaeulèe Conceplion, Roma 1952, pp. 135-
145. Ver também o estudo de C. A. Bouman, em E. D. 0 ’Connor, The
Dogma of lhe Immaculate Conception, Notre-Dame, University Press,
pp. 116-161.
11 Esta festa existia “em meados do século VI", pois Romanos Me-
lódio consagra um cântico a esta solenidade. M. Jugie, Ulmmaculèc
Conception, Roma 1952, p. 135. Cf. DACL, 10, 2038.
" Esta festa é confirmada a partir do século VII. H. Leclercq, Pré-
sentation em DACL, 14, 1729-1731. Passou ao Ocidente em 1372, data
em que Gregório XI a adota por sugestão de um enviado do rei de
Chipre à Côrte Papal de Avinhão.
** Estudado abaixo. E’ difícil datar exatamente as origens, pois
que ela parece provir da evolução de uma festa mariana de objetivo
mais geral: “O dia (dies natalis) da Theotókos", celebrado a 15 de
agosto desde o século V em Jerusalém, como vemos pela observação
(acima, nota 48). Encontramo-la de maneira explicita a partir do fim
do século VI.
Uma outra festa mariana existe em Constantinopla antes dos mea
dos do século VI: a deposição das vestes da Virgem nas Blachernas.
A celebração desta relíquia está em relação com o objeto da festa da
Assunção: reverenciam-se as vestes na falta do corpo que a terra não
fôra digna de guardar, como o atesta a história eutimíaca que poderia
remontar aos meados do século VI. A. Wenger, 1’Assomplion, Paris
1954, pp. 11-139 e 293-312, renovou inteiramente o estudo desta questão.
" Robin Fletcher sustentou em Oxford, em 1954, uma tese sôbre
as origens da festa da Anunciação; êle calcula que remonta à metade
do século VI. A tese (200 páginas datilografadas) ainda está inédita.
Um capitulo foi divulgado em Byzant. Zcitschr., 51 (1958), pp. 53-64.
Não nomeio aqui a festa de Hypapante (2 de fevereiro), muito mais
antiga, pois no Oriente não tem caráter mariano: seu objeto é o “en
contro” do Cristo com “Simeão e Ana". Em Constantinopla em 602, ela
erã celebrada á 14 de fevereiro. H. Higgins, Note on lhe Purificalion,
em Archiv. /. Liturgienwiss., 2 (1952), 81-83.
II!. Do Concilio de Êfeso à Reforma Gregoriana 63
Assunção
2. No Ocidente
Entre os latinos, o progresso se faz mais lentamente, na
trilha do Oriente.
As festas
Entre o fim do V e meados do século VII, se inicia ou se
esboça uma festa mariana. A forma e a data variam segundo
os lugares: último domingo do Advento, quarta e sexta-feira
que se chamarão logo das “quatro têmporas”, 18 de dezembro
(oitava antes do Natal), 1“ de janeiro (oitava depois do Na
tal), e até, talvez, 18 de janeiro. Estas datas são significati
vas: qualquer que seja a forma, as primeiras celebrações ma-
rianas estão estritamente ligadas à festa do nascimento de
Cristo. Elas põem em relevo o papel da Virgem-mãe neste mis
tério (ver abaixo anexo 4, pp. 190-192).
Pouco depois, quatro festas marianas importadas do Orien
te são introduzidas em Roma. Primeiro “a Hypapante” (2 de
nhecidos, não foram até êste ponto. O teknopcnthó. S. I in Dormit..
PG 98, 348 C, parece dever ser traduzido por “aflita por teu Filho"
referindo-se á Paixão, de preferência á aflita por teus filhos. Quanto
ao texto de Ep. 2, PG 98, 162 A, onde Maria intercede como mãe
(métrikós) o contexto (Mêtéra autoú kyriõs hypárchousa) c textos pa
ralelos (por exemplo, hom. 9, ihid., 381 A) provam que é mister com
preender como Mac DO SENHOR como em Monstra te esse matrcm.
cujo sentido é: Mostra que és a mãe DE JESUS, poderosa sòbre o
coração dêle. Na llomilia sobre o parto em Constantinopla, editado por
V. Grumel, em Rev. et byz., 16 (1958), pp. 198 e 205, Germano dá um
passo ao dizer: “Sua Mãe está cheia de solicitude maternal por nós
e nos concede Sua benevolência, Sua proteção nos perigos”.
O pensamento de João, o üeômetra, (2' metade do século X) é
mais firme. Para êle, Maria é: “Não somente a Mãe de Deus, mas
nossa mãe comum... pois ela tem por todos os homens uma ajeição
e um p e n d o r... Mãe de todos... tomando êstes em seus braços..."
(S. in S. Mariam Ass., nv 59, ed. A. Wenger, L'Assomption, Paris
1954, p. 406); “mãe de todos e de cada um, amando-nos mais do que
poderiamos dizer” ( 0’ 67, p. 411). E faz êste apêlo à Sua intercessão:
“Tu és nossa ntãe, obtém-nos o perdão” (nv 70, p. 414). Os dois temas,
intercessão e maternidade espiritual, até aqui independentes, encon
tram-se afinal.
Vimos na nota precedente as dúvidas oriundas do texto de Jorge
de Nicomedia. Quanto ao pseudo-Efrém, Precatio S, em Opera, Graece,
ed. Assemani, III, 543 C: “Como mãe (hóspêr meter) tu não cessas
de nos ser favorável”, nada prova que êle seja anterior a João, o
Geòmetra.
72 Parte I: Desenvolvimento da Doutrina Mariana
Kirche and das Dogma vom der Leiblichc aufnahme Mariens, em Geist
and Leben, 24, 1951, 366-367, empregava argumentos de crítica inter
na. A. Wenger havia superado as dificuldades da crítica externa: a
confrontação do ms. Lyon 628, que parecia datar dos primeiros anos
do século IX, com Paris 14302, fazia pensar que a peça fôsse anterior
ao inicio da carreira de Radberto. Dom C. Charlier, que explorava a
mesma pista desde longos anos, desenvolvia conclusões análogas ( Alcuin,
Florus et 1’apocryphe hiéronymicn “Cogitis m c ..." , em Sladia patristica,
t. I. TUU, 63, 1957, pp. 70-81). H. Barre, La lettre du pseudo-Jérôme
est-elle antêrieurc à Paschase Radbcrt?, em Rev. Bénéd., 68 (1958),
pp. 203-226, reproduziu tôda a questão com novas informações. Con
cluiu (p. 224): “Longe de dever ser novamente posta em dúvida e de
ficar comprometida, a atribuição a Pascásio Radberto nada perde com
isso. Ela continua baseada em argumentos sólidos, contra os quais não
se levantaram ainda objeções válidas”. Aqui me pronuncio pela última
vez sôbre a questão.
*’ De Ass., PL 40, 1141-114S. Autor desconhecido aparecido em
meados da época anselmiana, fim do século XI - inicio do XII. Cf.
Court Traité, 1* ed., p. 130.
*3 P. 60, nota 46.
“ Em meados do século IX, o titulo de mediadora passa do Orien
te ao Ocidente graças a Paulo Diácono que traduziu do grego para
o latim uma Vida de Teólilo, onde se encontra tal título (edição J.
, Bollandus, Acta Sanctorum, Veneza, S. Colet, 1725, 4 de fevereiro, t. I.
Februarii, p. 486; edição R. Petsch, em Theophilus, Heidelberg, Winter,
1908, II Abteil, 2 Band, pp. 7, 29-35). Pelo que me consta, êste empre
go é único no século IX; um caso apenas igualmente no século X,
três no XI, e bruscamente, mais de cinquenta no XII. Enquanto se
aguarda a publicação de minha Histoire du titre de médiatriee, que
as sobrecargas do ano mariano, em seguida ao do centenário de Lour-
des me obrigaram a adiar, ver Marie, 1’Êglise et Ic Sacerdoce, 1953,
t. I, pp. 52-55 (sôbre as origens do titulo no Oriente), e t. II, pp. 76-
77, nota 54 (sôbre as origens no Ocidente).
“ Detenhamo-nos nesta questão. A maternidade de Maria relativa
aos homens tem sido esporadicamente expressa a partir do século V,
mas num sentido mediato. Para Santo Agostinho, t 430, Maria é mãe
dos membros ( mater membrornm) desde que é mãe do chefe (capi tis
m ater). Para São Crisólogo, t 450, Ela é mater viventium, pois que
gerou o Cristo, que é a Vida (s. 140, de Ann., PL 52, 576 B; cf. s. 64,
74 Parte I: Desenvolvimento da Doutrina Mariana
3. Século X
380 A; s. 74, 409 AB; s. 99, 479 A). Para Ambrósio Autperto, Maria
é “Mãe dos eleitos", porque Ela “gerou o Irmão dêles", o Cristo (matcr
elcctorum quac fratrem genuit eorum, s. in Purij., 7, PL 89, 1297 BC);
mas, uma nova idéia aqui surge, fugidia, de que o autor parece apro
veitar o caráter inusitado: a maternidade é considerada como a adoção
de uma atitude e de cuidados maternos de Maria com relação aos Seus
filhos: “Ela considera como Seus filhos”, os que estão incorporados ao
Cristo (filios depulat quos gratia consociat, ib.), Ela os engloba na
afeição maternal que tem pelo Cristo, e intercede por êles junto a êle
(cum suis intercessionibus... et materno affectu... id facit). E' num
sentido mais indeterminado que Autperto denomina Maria matcr gentium
(s. de Ass., 5 = Ps.-Agostinho, s. 208, PL 39, 2131) em referência im
plícita a Gn 17,4, onde Abraão é chamado patcr gcntium. Usa esta
expressão, de um autor anterior (Pseudo-Ildefonso, sermo “Scientes
frates", fim do século VII-inicio do século VIII, PL 96, 271 A = 30,
144: Pseudo-Jerônimo = PL 57; 866 C: Pseudo-Máximo); no século
XIII, ela passou para as Ladainhas marianas venezianas, G. Meersseman,
em Freiburg, Zeitschr. fiir phil: and theol., I (1954), p. 153. Anotamos
também um belo texto de São Leandro de Sevilha ( t 600 ou 601) De
Institui. Virginum, onde Maria é chamada "Mãe das virgens” (“mater
et dux virginum", PL 72, 878 C) porque Ela as “gerou pelo seu exem
plo”, (exemplo suo genuit, 877 D).
“ Sem audácias de fórmulas, Milon de Saint-Amand, t 871, abre
um caminho mais fecundo. Êle começa a entrever o alcance do papel
de Maria no Calvário (De Sobrietate, 11, V, 12-18, em Monumento Ger-
maniae, Poctac medii aevi, III, p. 645):
Tu portas paradisi aperis quas clauserat Eva
Letiferum vetita dum carpii ab arbore maluni
Scd crucis in ramis pomo pendente salubri
Progenito de carne tua, tu planctibus instans,
Gaudia quis ( — quibus) mundo veniunt iam clave recepta
Ducis adoptivos ad cacli culmina natos.
Traduzamos o essencial:
Tu abres as portas do paraíso; Eva os havia fechado ao colher da
árvore proibida o mal da morte. Mas tu, enquanto dos braços da cruz
pendia o fruto de Salvação, o filho de tua carne, o assistente de tuas
lágrimas pelas quais a alegria veio ao mundo, tu conduzias os filhos
adotivos ao mais alto do céu (do qual tu) reencontraste a chave.
III. Do Concilio de Éfeso à Reforma Gregoriana 75
Breve Tríitndo - - 7
SEXTO PERÍODO
SÉCULOS XIX E XX
Escolha de posição
Neste conjunto de razões bem pesadas, renunciaremos a
adotar um plano dedutivo, não por princípio, mas por receio
de prejudicar conscientemente, de deformar o mistério de Maria
por uma opção prematura, ou de empobrecê-lo por redução a
um princípio demasiadamente estreito. Aproximar-nos-emos dês-
te mistério pela via mais objetiva, e menos discutível. Seguire
mos a ordem da vida de Maria, o desenvolvimento progressivo
de seu destino, não somente da Conceição à Assunção —
perspectiva tão estreita que não levaria suficientemente em con
sideração a integração de Maria na história da Salvação —
mas das preparações do Antigo Testamento à Parusia, onde a
Igreja irá reunir-se a ela em sua glorificação integral. *
Ao adotar esta decisão, não renunciaremos, entretanto, a
descobrir os dois elementos de valor com os quais se relacio
na o método dedutivo: o centro do destino de Maria e as con
veniências que nêle manifestam a unidade orgânica. Todavia,
faremos da determinação dêste centro, ao redor do qual tudo
se organiza, um ponto de chegada e não de partida. Quanto
a essas conveniências, que vão até nos darem a impressão de
necessidade, tentaremos apreciar seu valor exato: trata-se, em
qualquer hipótese, não de uma necessidade geométrica que per
mitiría uma dedução linear, mas dêste gênero de necessidade
que percebemos na ordem da arte ou do amor. Numa obra-
prima, no encontro profundo de dois destinos, tudo parece ne
cessário e, entretanto, tudo é soberanamente livre e gratuito.
A necessidade que esta obra-prima, que êste amor impõem não
é redutível a uma fórmula; apresenta-se como um conjunto
harmonioso de notas, cujo inventário nunca terminamos. Não
se deixam elas deduzir a partir de um princípio simples, mas
são distinguíveis indefinidamente num conjunto, do qual nada
poderiamos mudar. Assim acontece com alguns versos de Racine,
com a Pietà d’Avignon, com êsse olhar que um casal unido
' In Ep. ad Hebr., 10,28, ed. Vivès, 21, 67 b. Esta idéia é um dos
principais motivos das obras espirituais do P. R. Garrigou-Lagrange.
Sôbre a aplicação mariana, ver sua Mariotogie, Paris, Cerf, 2' ed. 1948,
pp. 84-88.
Introdução 117
v
PRIMEIRA ETAPA
ANTES DA ANUNCIAÇÃO.
MARIA, COROAMENTO DE ISRAEL
Importa, de inicio, situar o lugar de AAaria na história da
salvação. Esta história anterior a Cristo é o cenário fechado de
dois movimentos opostos. De um lado, a humanidade é arras
tada pela dialética do pecado; de outro, as intervenções gra
tuitas de Deus a conduzem ã Vitória, que será Cristo. A de-
pravação venceu até Abraão; depois, as intervenções de Deus
se tornam cada vez mais eficazes, mas em linhas cada vez
mais restritas, e numa ordem cada vez mais espiritual. Deus
escolheu a família de Abraão, cm seguida, Jacob, de preferên
cia a Esaú; depois, enquanto os sonhos de grandeza política e
de prosperidade de Israel fracassam, a Graça se concentra pro
gressivamente numa elite, obscura segundo a carne: “os po
bres”, os “humildes”, que são o “resto” espiritual do povo
eleito, e finalmente sôbre a flor de Israel, a Virgem Maria.
Reparação, preparação: assim poderiamos resumir os dois
aspectos desta escalada da humanidade em direção ao seu Sal
vador, dois aspectos estreitamente ligados, um negativo e ou
tro positivo. Deus purifica pouco a pouco uma linhagem esco
lhida, a fim de que Cristo nasça sem compromisso com o pe
cado; nela suscita uma fé cada vez mais perfeita, mais explícita,
a fim de que Sua vinda divina seja a resposta a um desejo,
a uma espera, a uma esperança do homem, que ela seja não
uma espécie de intrusão por surpresa ou violência, mas uma
obra de liberdade e de amor.
Assim, portanto, de Abraão a Maria, um duplo progresso
se realiza: na ordem da pureza moral e na ordem da fé. 1) No
primeiro ponto de vista, é grande a distância do primeiro an
cestral à Flor de Israel. O comportamento do pai dos crentes
revela-se rude e às vêzes chocante. A Virgem começa pela pu
reza mais perfeita. Com Abraão, que a Escritura compara a um
“rochedo”, no qual Deus “talhou” a figura de Seu povo (Is
51,1-2), inicia-se, de algum modo, a idade de pedra da salva
I. Antes da Anunciação 1li»
MARIA NA ENCARNAÇÃO.
A MATERNIDADE DIVINA
O momento crucial c!o destino de Maria, o clímax de tudo
o que precede e o fundamento de tudo o que se segue, é a
Anunciação: a Virgem adquire ai uma grandeza de uma nova
ordem. Torna-se Mãe de Deus. O mistério desafia qualquer ex
posição linear. Sua riqueza não se deixa encerrar numa simples
visão. Sua lógica é a de uma obra-prima e não a de uma de
dução. Para descrevê-la, é necessário recorrer a sucessivas
perspectivas cuja recomposição deixa entrever, além do que po
demos conceber, esta lógica e esta riqueza. Estudaremos, então,
sucessivamente, a razão fundamental dêste privilégio, a santida
de com que Deus a envolve, sua essência e suas harmonias
principais.
A maternidade de Maria, meio da Encarnação
Para compreender a significação da maternidade divina, é
preciso ultrapassar a pessoa de Maria. Com efeito, se Deus Se
encarna, não é antes de tudo para glorificar a mais amada de
Suas criaturas, é “propter nos homines et propter nostram sa
ltitem”. A maternidade divina é, de inicio, o meio pelo qual
realiza o mistério da Salvação. 13
Por que Deus quis tal meio? Por que o Verbo preferiu
nascer de uma mulher (Gál 4,4), ao invés de descer do céu
com um corpo formado pela mão de Deus, como o primeiro
Adão (Gn 2,7)? E’ que èle queria ser o autêntico rebento (Is
11,1) da raça que iria salvar; queria salvá-la do interior, não
pelo socorro vindo de cima, mas por uma salvação tirada de
Si mesmo; Ele desejava socorrê-la, não como um estrangeiro,
mas como um irmão, também perfeitamente homem, da raça
dos homens a resgatar, e perfeitamente Deus, da raça do Deus
11 A salvação é ao mesmo tempo o bem dos homens salvos (fim
próximo) e a glória de Deus (fim último). Esta glória é subentendida
no propter nos homines que não deve ser tomada como uma negação
do teocentrismo.
126 II Parte: Desenvolvimento do Destino de Maria
Maternidade Soteriológica 11
Esta sociedade para a qual Maria entra com Cristo é uma
sociedade de Salvação. E Maria nela se engaja com conheci
mento de causa. Consente em se tornar mãe do Menino desti
nado “a salvar seu povo do pecado”, como significa o nome
de Jesus, anunciado pelo anjo (Lc 1,31; cf. Mt 1,21). E o con
sentimento, total e incondicional, da “serva do Senhor” (Lc
1,38) não é apenas consentimento, na encarnação do Salvador,
mas em tôda a obra da salvação: a mensagem da Anunciação
o testemunha (1,28-38), assim como o Magnificat (1,54-55).
Desde êste momento, a Mãe de Deus pôde pensar na profecia
pela qual o capítulo 53 de Isaías prevê o doloroso “sacrifício”
do Messias (53,1-5; 7,10) e seu alcance redentor (53,5.6.10.12).
Em todo caso, Simeão Lhe mostra as contradições que Seu
Filho sofrerá “pelo resgate ie um grande número" (Lc 2,34)
e, misteriosamente, Sua parte neste sofrimento: a “espada” que
“traspassará Sua vida” (2,35). Dêste sofrimento, Ela terá logo
uma amostra durante os três dias em que O procurará em Je
rusalém: os três dias de angústia (2,48), em que o evangelista
viu uma prefiguração do triduum moríis. Assim se apresenta a
etapa seguinte.
ASSUNÇÃO DE MARIA.
A VIRGEM, ÍCONE ESCATOLÓGICO DA IGREJA
O “Transitus ftlariae”
E’ mister voltai ao problema da “morte” de Maria. Esta
morte tão singular da qual parece igualmente verdadeiro dizer,
com um primeiro grupo de autores, que “Abaria morreu” ” , e
com outro (muito mais restrito), que “Maria não morreu”. ”
” Não detalharemos êste grupo importante ao qual se filia a quase
totalidade dos autores: seus adversários constituem exceção. Entre os
estudos consagrados à refutação da hipótese imortalista, assinalamos so
bretudo: Estúdios marianos, 9 (1950). E. Sauras, La Asunción, Valência,
F . E .D .A ., 1950; J. Galot, Le problcme de la mort de Marie, em Nouv.
Rev. Teot., 76 (1954), pp. 1028-1043.
Importante bibliografia concernente à questão da morte foi com
pilada por G. Besutti, Bibliografia Mariana, Roma, 1950, ns. 286-493
(produção dos anos 1948-1949); 1952, ns. 1172-1454 (1950-1951); 1959,
ns. 2308-2380. Cf. I. Dam, Rassegna bibliográfica suWAssunzione (1950-
1952), em Echi e commcnti delia prodamazione dei domma dalfÀssun-
zione, Roma, Academia Mariana, 1954, pp. 262-268, ns. 1248-1328.
N. B. — C. de Coninck, La pictè du Fils, Québec, Presses Uni-
versitaires Lavai, 1954, tentou conciliar as teses mortalistas e imorta-
listas por uma engenhosa especulação: Maria teria sido glorificada instan
tâneamente, mas esta glorificação teria implicado a morte: morte sem
corrupção, pois ela coincidiría estritamente com o instante da glorifi
cação. A ciência e o engenho que o autor põe a serviço desta
sedutora hipótese nada mais fazem do que tornar mais sensível o ca
ráter desesperador da empresa. Cf. R. Laurentin, Du nouveau sur l’Ãs-
somption, em La Vie Spirituelle, 93 (1955), pp. 185-189.
“ Os principais representantes desta opinião são M. Jugie (so
bretudo, La mort de la Sairite Vierge et la spèculation théologique, em
Marianum, 4, 1942, pp. 242 ss., e 5, 1943, pp. 115-130. La mort et l’As-
somption, Roma 1946; cf. Maria, 1, 623-626) e de maneira muito mais
decidida T. Gallus (La Madonna immortale, Torino, Marietti, 1952) e
G. Roscliini (cuja exposição mais recente está contida em La Madonna.
Roma, Ferrari, 1954, t. 3, pp. 255-295). A neutralidade da Bula Muni-
ficentissimus na matéria favoreceu a difusão desta opinião (cf. G. Roschi-
ni, em Marianum, 13, 1951, 148-163). Mas as pesquisas iniciadas para en
contrar testemunhas na tradição têm sido infrutíferas. Ar.tcriormente
à definição do dogma da Imaculada Conceição (1854), não podemos
descobrir senão um adepto firme e bem seguro da imortalidade, autor
anônimo (talvez I. De Camargo, SJ) cujo Tractatus de immortalitate
B.V./ií., escrito pouco após 1707, foi editado por C. Balic, Roma, Aca■■
158 II Parte: Desenvolvimento do Destino de Maria
“Mediação”
Talvez os leitores se surpreendam de não terem ouvido fa
lar em tudo isto até aqui da “mediação” mariana. De fato, não
seria necessário falar explicitamente, se esta questão não hou
vesse tomado tanta importância. Com efeito, esta palavra poli-
valente na tradição, inclui, de modo freqiientemente equivoco,
diversos aspectos da missão de Maria, sôbre a qual já falamos
em outros termos.
Sua mediação foi, a principio, a pura intercessão de Sua
prece antes da Anunciação; intercessão já materna, pois Maria
melhor do que Débora, merecia ser chamada “mãe em Israel”
(Jz 5,7). N’Ela, a mediação que Israel havia exercido desde
Abraão em favor do mundo pecador (Gn 18,17-23) atingiu
a mais alta eficácia.
Em seguida, foi o papel de elo que Ela exerceu na Encar
nação: sua santidade foi uma ponte entre o Deus santo e a hu-
acción de Maria en las almas, em Études Mariales, 11 (1951), pp. 255-278.
Encontramos as primeiras expressões da presença marial entre os
pregadores bizantinos: “Assim como permanecestes corporalmente cojn
os do passado, assim viveis conosco em espirito; a poderosa proteção
com a qual nos cobris é um sinal de vossa presença entre nós". São
Germano de Constantinopla (Scrmo I, in Dorm., III, PG 98, 344 D. Cf.
345 A e 345 C). “Que haverá de mais doce do que a Mãe de Deus?
Ela cativa meu espirito, seduz minha língua, penso n’Ela dia e noite".
São João Damasceno, S. 3 in Dormil., 19, PG 97, 752 BC.
“Doce é Sua memória, porém, mais doce Sua presença” (cuius fejix
memória, sed felicior est praesentia), escreve um autor anterior ao fim
do século XII, talvez, Pedro Damião, Liber salntatorius, ms. da Bib.
Nat. 186, ed. J. Leclercq, em Efem. liturg., 72 (1958), p. 303.
Este fenômeno espiritual é freqüente a partir de São Bernardo.
No século XVII encontramo-lo mesmo em Port-Royal, com Marie-Claire
Arnauld, que denomina Maria: “a única via pela qual posso esperar
a misericórdia de Deus” e acrescenta ainda: “Ocupo-me d’Ela a maior
parte do tempo e não vivo senão sob Sua sombra” (Lettre à áf. Singlin,
em Mémoircs potir servir à l'hisloire de Port-Royal, Utrecht 1742, t. III,
p. 471). As maneiras de expressar esta presença são muito diferen
tes: “Maria não me abandona. Embora não seja visível, sinto Sua
presença e Sua proteção” (Maria-Colette do Sagrado Coração, 1857-
1907, citada por J. J. Navatel, Socar Marie Colette du Sacré Coeur, re-
ligieuse clarisse du monastère de Besançon, Paris, Gigord, p. 208). “Não
A vejo, mas sinto-A como o cavalo sente a mão do cavaleiro que o di
rige" (Venerável Cestac, citado por P. Bordarrampe, Le Vénérable L. E.
Cestac, Paris, Gigord, 1925, p. 458. Trata-se, essencialmente, não de uma
presença sensível, mas de uma presença da ordem da fé e da caridade:
um reconhecimento da parte universal e ativa que Afaria toma em de
pendência do Cristo, em nossa salvação. Devemos distinguir cuidadosa
mente esta presença da Presença criadora de Deus: Deus nos faz
existir na ordem da natureza e na da graça. Sem Sua ação, deixaría
mos de existir. A presença de Maria nada opera de tão radical; eja
é da ordem do pensamento, da intercessão e duma ação que nos dispõe
a sermos melhores.
V. Assunção de Maria 167
A PARUSIA
Poderiamos parar aqui, mas é da essência da mensagem
cristã voltar nossa atenção para o futuro. Em direção à perfei
ção e à consumação de todas as coisas que trará o retorno
do Senhor.
Nesta hora (já presente na Eternidade de Deus), as fron
teiras do mundo terrestre e do mundo celeste serão abolidas.
O mundo corpóreo se transfigura, Deus é tudo em todos. O tem
po também está abolido para a Igreja. Esta duração fragmen
tária, ligada ao caminhar dos homens em direção à sua salva
ção, dá lugar ao ritmo infinitamente simples da eternidade: ritmo
de Deus que reúne tôda a duração e realiza tôda a esperança.
Aqui, a tarefa materna de Maria cessa, mas Seu amor permanece.
Para Ela, no fundo, nada muda. E’ a Igreja que muda,
e apenas por êste fato, sua situação fica também modificada.
Desde a origem, Ela precedeu a Igreja em tôdas as eta
pas de sua vida e eis que agora a Igreja A encontra. Entre
elas não há mais diferenças na ordem do espaço e do tempo.
A tensão da terra ao céu, e do tempo para a eternidade, está
abolida. No fim da viagem, ei-las perfeitamente reunidas no
espaço e na duração, cuja medida é Deus.
Maria era, dizíamos, o ícone escatológico da Igreja. Ela
agora já não tem tal função, pois o fim está atingido, e isto
não é mais necessário, pois todos participam intrinsecamente da
Ressurreição de Cristo.
Maria era, dizíamos ainda, a realização pessoal da Igreja
dos resgatados; Ela o é ainda, mas as diferenças provisoria
mente ligadas a esta função desvaneceram-se. A Igreja continua
a ver Maria em Cristo, mas de modo diferente: não mais como
seu futuro, e sim apenas como o ponto mais alto de sua co
munhão com Cristo. Ela via Maria como uma frota na tempes
tade vê o primeiro navio que, passando a barra, alcançou o
pôrto. Agora, ela A encontra no fim da viagem. Não há mais
VI. A Parusia 160
1. Moria e a Igreja
Vimos como a lei do tempo e do progresso afeta o destino
de Maria e o conhecimento que a Igreja tem tido d’Ela no de
curso dos séculos. Resta compreender o laço desses dois desen
volvimentos. Por um lado, Maria precede a Igreja e por outro,
a Igreja começa a se distinguir de Maria. Precisemos êstes
dois pontos.
1. No percurso de sua missão, a Virgem realiza de ante
mão tudo o que a Igreja realizará mais tarde. Antes que a
Igreja apareça, Ela é santa e imaculada. Antes da Igreja, Ela
Se une a Cristo, forma com Ele um só corpo, uma só vida,
um só amor; antes da Igreja, Ela comunga com seus sofrimen
tos e coopera com a Redenção. Antes da Igreja, enfim, Ela c
elevada ao céu, em corpo e alma, junto ao Ressuscitado.
Portanto, tôdas estas antecipações não são estranhas à Igre
ja, pois Maria já é a Igreja. Poderiamos, então, também, dizer
que em Maria a Igreja começa a ser santa e imaculada, a ser
incorporada a Cristo, a comungar com seus mistérios e a res
suscitar com Ele. Nesta perspectiva, a Virgem aparece como o
primeiro membro da Igreja, aquele no qual a Igreja realiza da
maneira mais perfeita, e por antecipação, sua essência mais
profunda, a mais inalienável, que é a comunhão com Cristo.
2. Assim confundida com Maria no ponto de partida, a
Igreja deverá aprender pouco a pouco a distinguir-se de Ma
ria, de certo modo como uma criança aprende a distinguir seu
corpo do corpo de sua mãe, seu sorriso do sorriso de sua mãe.
Na origem, c durante muitos séculos, a figura de Maria e a da
Igreja permanecem de algum modo indistintas. Diante de mui
tos textos, e de muitas idéias, hesitamos em decidir se se trata
desta ou daquela, ou de uma e outra simultâneamente. E' pou
co a pouco que a Igreja aprende, no mesmo movimento, a se
conhecer mais distintamente e a conhecer mais distintamente
Maria. Esta Lhe aparece como o ponto em que ela realiza sua
suprema perfeição, como sua idade de ouro, inicial e final: a
172 II Parte: Desenvolvimento do Destino de Ataria
em Maria e na Igreja
Vimos em que sentido textos como Cânt 4,7, e Jer 31,22 (conve
nientemente depurados do contra-senso clássico) deviam ser recupera
dos (acima p. 122, nota 12).
E’ em Maria que se realiza esta perfeita "conversão” para Deus,
anunciada em Jer 31,22.
E’ n’Ela, também, a Filha de Sião imaculada, que se realiza a pa
lavra de Javé-Rei a Seu povo: “Tu és tôda bela e não há mancha em
ti” (Cânt 4,7).
Há profecia no sentido de que as palavras do oráculo, cujo alcan
ce é intencionalmente escatológico, encontram em Maria sua mais pre
cisa realização. Mas esta visão permanece vinculada à tipologia, pois
que há passagem de Israel (visado pelo sentido óbvio dos oráculos)
a Maria e, finalmente, ã Igreja, onde a profecia se realiza, no prolon
gamento de Maria. Sof 3,14 coloca-se na mesma linha tipológico-pro-
fética. Há ai um campo para explorar.
2. Textos relativos à Mãe do Messias
Há três dêles cuja intenção mariana parece real, embora tênue,
e pode permanecer implicada em uma tipologia, como os precedentes.
Todos os três visam, mais ou menos diretamente, e mais ou menos ex
plicitamente, o Messias filho de David.
A. Gn 3,15: A posteridade da mulher inimiga da serpente
E’ a maldição da serpente após a queda: Porei inimizade entre
ti e a mulher, entre tua posteridade e sua posteridade; esta te atacará
na cabeça e tu a atacarás no calcanhar.
O texto é rico. Significa em seu conjunto, e sem lhe precisar o
têrmo, a luta que se desenrolará até o fim dos tempos entre a humani
dade e o demônio. A Vulgata, que interpreta à luz da Revelação poste
rior, vai duplamente além do texto inspirado ao traduzir: “Ela (a mu
lher) te esmagará a cabeça". Em hebraico, é a posteridade da mulher
que está em luta com a posteridade da serpente. E é o mesmo verbo
hebreu (shuph ) que significa o ataque próprio a cada um dos dois
partidos. O sentido preciso dêste verbo raro (usado somente no SI
139,11, e Job 9,17) continua difícil de precisar. Em todo caso, não se
diz explicitamente que um dos dois partidos esmagará o outro. Não
podemos deduzi-lo estritamente de suas posições respectivas ( cabeça
e calcanhar). Gn 49,17 no-lo proibe. Com efeito, êste versículo deu
glória a Dan de ser “uma serpente que morde os calcanhares do cava
lo" e obteve assim a vitória, porque “o cavaleiro caiu na viravolta”.
O contexto de Gn 3,15 dá, entretanto, vantagem ao homem. Deus o
deixa de pé e joga a serpente à terra (3,14). Deus puniu o homem,
mas não o maldisse; permanece, mesmo, em diálogo com êle e manifesta
12*
180 Anexo I
a seu respeito, uma paternal solicitude (3,21). Ao contrário, maldisse
a serpente, sem ouvi-la (3,14) e é contra o tentador, no próprio qua
dro desta maldição que Gn 3,15 é pronunciado.
Há mais. Na perspectiva do autor inspirado, na própria perspectiva
do documento J (Javista) que êle utilizou, Un 3,15 parece ser dado
como um primeiro esboço das visões messiânicas expressas em Gn
49,10 (“Chilo a quem obedecerão os povos”) e Nm 24,17 (“a estréia
que sairá de Jacob"). A intenção era perceptível antes de Cristo, pois
a tradução dos Setenta compreendeu a posteridade da mulher no sen
tido de um descendente misterioso: "Êle observará tua cabeça”. E',
antes do sentido literal, a interpretação paulina da posteridade no sen
tido de um único, que é o Messias (Gál 3,16). ‘
Concluamos: A probidade exegética obriga a renunciar às interpre
tações teologicamente sedutoras. O texto inspirado não contém a afir
mação explícita de uma vitória completa, de modo que os têrmos não
se verifiquem senão na Imaculada Conceição. Só há apenas uma possi
bilidade de esperança de vitória, e insinuação obscura desta longínqua
vitória. Não temos o direito de deduzir da expressão semen mulieris
que se trata formalmente de maternidade virginal, pois esta expressão
é empregada a respeito de mulheres que não são virgens (Gn 16,10;
24,60).
Em que sentido Gn 3,15 visa a Maria? Antes de tudo, Ela está
incluída objetivamente na descendência de Eva, entre os protagonistas
da luta com a serpente. Em seguida, o fato de ter dado relevo à mu
lher, à sua maternidade, a insinuação messiânica do texto leva a pen
sar que o autor teve em vista especialmente nesta luta universal o
Descendente messiânico, e a mulher que devia ser sua mãe. Enfim, é
em Maria que se realiza no sentido pleno "a inimizade” entre a mulher
e a serpente. Estas diversas acepções recebem algum vigor de sua
implicação na tipologia Eva-Maria.
B. Is 7,14: A jovem, mãe do Emanuel
Eis, rapidamente, as circunstâncias do oráculo. As tropas sírias
marcham sòbre Jerusalém. O rei Acaz é ameaçado de ser substituído
pelo “filho de Tabel” (Is 7,6). A dinastia davidica está em perigo. Nesta
grave circunstância, o povo consulta os magos (8,11-18); o rei Acaz
imola seu filho (o herdeiro de David) aos falsos deuses (2 Reis 15,16)
e põe sua esperança nas maquinações políticas comprometedoras para
a pureza do Javismo (2 Reis 16,5-9). O profeta Isaías lembra que Javé
é a salvação: se não crerdes, não subsistireis (Is 7,9b). E propõe a
Acaz, em nome de Javé, um sinal que o deixe livre para escolher. Acaz
recusa êste sinal (que o obrigava a mudar seus projetos) sob o pre-
têxto hipócrita de não querer “tentar a Deus”. Isaías lhe responde em
têrmos enérgicos e acrescenta: . . . O Senhor mesmo vos dará um sinal.
■
As origens do titulo de Theotókos 189
XV.
com Eustato (t antes de 337) (testemunho provável), Apolinário de
Laodicéia (t cêrca de 390), Deodoro de Tarso (t antes de 394) (que
não ousa recusar o título e tenta explicá-lo num sentido restrito), Se-
veriano de Gábala (f pouco após 408). E-’ professado mesmo pelos
arianos (Astério, o Sofista, + após 341, e Vita Constantini).
4” Entre os latinos, o principal é Ambrósio que emprega Mater
Dei, De Virg., II, 65, PL 16, 282C.
Bibliografia: V. Schweitzer, Alter des Titels Theotókos, em Der
Katholik, III Série, 28 (1903), 97-113. Ver também R. P. Clément
(Dillenschneider), l.e sens chrctien de Ia maicrnitè divine de Marie aux
IVe e Ve siècles, Bruges, Beyaert, 1929 e G. Jouassard, em Maria,
I, pp. 85-86 e 122-136.
ANEXO IV
RESENHAS BIBLIOGRÁFICAS
G. Besutti, Note di Bibliografia mariana, em Marianum, 9 (1947)
pp. 115-137 (apresenta as fontes e o método da bibliografia mariana).
Id. Bibliografia Mariana, Roma, Marianum, 1950. 982 obras e artigos
publicados de 1948 a 1950, ai são agrupados segundo uma ordem sis
temática criteriosa. Um índice onomástico sistemático permite encontrar
tudo o que concerne a cada questão ou autor. Bibliografia mariana,
II, ibid., 1952, agrupa as obras dos anos 1950-51 (1.220 títulos), Biblio
grafia Mariana, III, de 1959, compreende as obras dos anos 1952 a 57
(5.776 títulos selecionados). Graças a êsses instrumentos de trabalho
fundamentais, poder-se-ão completar as indicações sumárias que seguirão.
G. Besutti deu ainda uma bibliografia selecionada e comentada
Panorama bibliográfico mariano na Enciclopédia Mariana. Theotókos,
Milano, Massimo, 1954, pp. 801-834.
OBRAS GERAIS
1. A1ANUAIS. — São numerosos. O mais documentado é G. Roschini,
Mariologia, Roma, Belardetti, 1947, quatro volumes. Esta documentação
insubstituível, muitas vêzes de segunda mão, fornece inúmeras pistas,
mas precisa sempre de controle. G. Roschini deu uma versão italiana
adaptada a um público italiano, um pouco maior, e denominada, La
Madonna secondo Ia fede c Ia teologia, Roma, Ferrari, ed. 1953-1954.
Assinalemos dois outros tratados sistemáticos mais breves: J. Keuppens,
Mariologiae compendium, Louvain, Collège Théologique des missions
africaines, 2e édition 1947: de dimensões muito acessíveis (224 pp.)
e munida de uma coletânea de textos mariológicos. B. Merkelbach,
OP, Mariologia, Paris, Desclée de Brouwer 1939. A obra estava esgo
tada desde 1944. O Pe. Arenillas deu da mesma uma tradução espa
nhola em que as referências foram feitas com rigor e a bibliografia,
atualizada.
2. ESTUDOS DE CONJUNTO. — M. J. Scheeben, La Mire Virginale
du Sauvcur, traduzido do alemão por A. Kerkvoorde OSB para o fran
cês, Desclée de Brouwer, Paris, 8* de 209 pp. e tabela, 19X12,5. J.-B.
Terrien, La mère de Dicu, quatro volumes claros e sólidos, reeditados
muitas vêzes desde 1902, por Lethielleux. A última edição contém um
longo prefácio de H. Rondet. E. Dublanchy, artigo Maria, em DTC,
vol. 9, pp. 2339-2374. R. Bernard, Le mistère de Marie, Paris, Desclée
Breve T ratado — 13
194 Bibliografia
de Brouwer 1933, reeditado em 1954. R. Garrigou Lagrange, Mariologie,
Cerf, 2* ed. 1948. J. Guitton, La Vierge Marie, Aiibier, 2* ed., 1954. J.
Nicolas, Sinthèse Mariale, em H. du Manoir, Maria, editada por Beau-
chesne, I, 1949, pp. 707-744. L. Bouyer, Le trône de la Sagesse,
Essai sur la signijication du culle marial, Paris, Cerf 1957, 296 pp.
S. Exc. Mons. M.-M. Dubois, Petite Somme mariale, Paris, B .P ., 1958,
390 pp.
3. ENCICLOPÉDIAS. — H. du Manoir, Maria, Paris, Beauchesne, 4 to
mos editados em 1949, mais dois a aparecer. (Uma mina de do
cumentação). Em alemão: P. Straetcr, Katholische Marienkunde, Pader-
horn, Schõningh, três volumes, 1947-1951 (I = Revelação; II = Teo
logia; III = Culto). J. B. Carol, Mariology, Milwaukee, Bruce, t. I,
1955; t. II, 1957.
4. PERIÓDICOS. — Boletins das Sociedades nacionais de estudos rna-
rianos: Marialc Dagen, Tongerloo, 14 volumes aparecidos desde 1931.
Bulletins de la Sociélé jrançaise d'éludes mariales. 15 volumes, des
de 1935. Estúdios marianos (Espanha), 18 volumes desde 1942. Estudos
Marianos (Portugal), 1 volume (1944). Marian Studies (U .S .A .), 8
volumes desde 1950. Joumées saccrdotales mariales, 2 volumes (1952-
53). Société canadienne d'étudcs mariales, 4 volumes.
4bis. ACADEMIA MARIANA INTERNACIONAL DE ROMA. — Via Me-
rulana, 124, Roma, fundada e presidida pelo P. C. Balic, OFM, cujas
publicações serão citadas muitas vêzes:
A) Atas dos Congressos Marianos Internacionais: I) Alma Socia Christi
(Atas do Congresso de Roma de 1950), 13 volumes. 2) Virgo Imma-
culata (Atas do Congresso de Roma, 1954), 18 volumes (= 21 tomos).
3) Maria et Ecclesia (Atas do Congresso de Lourdes, 1958), 2 volu
mes editados e cêrca de vinte a sair.
B) Coleções: Bibliotheca mariana mcdii aevi (8 volumes), Bibliotheca As-
sumptiouis (4 volumes editados), Bibliotheca tmmaculatae ConcCptionis
(8 volumes editados), Bibliotheca Mediationis (1 volume), Bibliotheca
mariana moderai aevi (2 volumes editados).
5. REVISTAS. — Duas revistas teológicas: Marianum (6 Viale XXX
Aprile, Roma), fundada em 1938 e Ephemcrides mariologicae (Buen
Suceso, Madrid), fundada em 1951. Uma revista de vulgarização, Marie,
Nicolet, Canadá, fundada em 1946. Enfim, a Nouvclle Revue Mariale,
fundada em 1954 e transformada em 1957 em Cahiers marials, ado
tou uma fórmula intermediária.
6. DICIONÁRIO. — Lexicon der Marienkunde, Regensburg, Pustet, com
preenderá 25 fascículos de 96 páginas. Quatro já foram editados. Ex
celente realização abundantemente ilustrada.
HISTÓRIA DA TEOLOGIA MARIANA
7. Não existe história geral da Teologia Mariana. Para o problema do
desenvolvimento desta história, ver C. Dilienschneider, Le sens de la
foi et le progrès dogmatique du mystère marial, Roma, Academia Ma
riana (Bibliotheca mariana moderni aevi, 2) 1954 e C. Journet, Esquisse
du développemeut du dogme marial, Paris, Alsatia, 1954.
Sagrada Escritura 195
SAGRADA ESCRITURA
Antigo Testamento
Nôvo Testamento
9. CONJUNTO. — J. J. Weber, La Vierge dans le Nouveau Testament,
Paris, Alsatia, 1951. P. Gãchter, Maria im Erdenleben Neutestamentliche
Marienstudien, Innsbruck, Verlangenstalt Tyrolia, 1953, in-12 de 260
pp. La Bible et la Vierge, em Êvangile 35 (1954), nova série n° 13, fasci-
culo de 72 pp.). Bible et vie chrètienne, 1954, n* 7, UÊpouse et la parole.
J. Galot, Marie dans I’Êvangile, Paris, Desclée de Brouwer (Museum
Lessianum, n® 52), 1958, 8’ de 198 pp.
Lucas 1-2 — R. Laurentin, Structure et théologie de Lue 1-2, Paris,
Gabalda 1957. Bibliografia comentada de 500 títulos no fim deste
volume.
João 2 ,1 - 2 e 1 9 ,2 5 - 2 7 — F. M. Braun, ÜP, La Mère des fidèles, Essai
de théologie johanniquc, Paris-Tournai, Castermann, 1953, obra básica
que reúne os trabalhos anteriores. Observe-se que o protestante F.
Quiévreux, La Maternitè spirituclle de la Mère de Jèsus dans TÊvangile
de Saint Jean, em Supplément de la Vie Spirituelle 5 (1952), n’ 20,
pp. 101-134, chega por caminhos diferentes e muito originais (o sim
bolismo dos membros) às mesmas conclusões que F. Braun. A dis
cussão se reanima sobre João 2, principalmente com o livro de M. E .
Boisnard, Du baptême à Cana, Cerf, 1956 (Lectio divina 18), pp. 133-
159. Ver também A. Thyes, Jean XIX, 25-27 et la maternitè spirituelle
de Marie. em Marianum 18 (1956), 80-117.
Apocalipse 12 — Bernard J. le Frois, SVD, The woman clothcd with
the sun, Apoc 12 Individual or collective, Roma, Orbis Catholicus 1954.
L. Cerfaux, La vision de la femme et du dragon de VApocalypse en re-
lation avec le Protévangile, eni Ephem. theol. lov. 31 (1955), pp. 21-34.
i:;»
196 Bibliografia
A.-M. Dubarle, La femme couronnée d’étoilcs, em Mèlanges Bibliques. ..
A. Robert, Paris, Bloud, 1957, pp. 512-518. A. Tabucco, La donna ravvol-
ta di sole (Apoc 12), em Marianum 19, (1957), 289-334: sôbre a exe
gese católica de Apoc 12 em meados do século XIX. Lyonnet, Maria
Santíssima nelFApocalisse, em Tabor, Roma 25 (1959), pp. 213-222.
P. Prigent, Apocalypse 12, Histoire de 1’excgèse, Tübingcn, Mohr, 1959.
A. Feuillet, Le Messie et sa Mère d'après le chapitre XII de l'Apocalypse,
em Revue Biblique 66 (1959), pp. 56-88, sustenta uma nova tese: “O
nascimento messiânico descrito pelo Apocalipse não é o de Belém,
mas o de Páscoa; as dores do Parto correspondem ao Calvário", p. 60.
Èstes três últimos estudos apareceram durante a impressão do pre
sente volume.
TRADIÇAO
DOUTRINA
COMPLEMENTO
Gerais
Mariano Diekhans, O .F.M ., Maria Santíssima, Mãe de Deus e dos
Homens, Editora Mensageiro da Fé, Baia 1954.
E. Vogt, S .J., O nome de Maria à luz de recentes descobertas arqueo
lógicas, REB I (1941), 473-481.
A. Lorscheider, O .F.M ., O mistério de Maria na pregação.
Maternidade de Nossa Senhora
C. Koser, O .F.M ., O constitutivo metafísico da maternidade divina
de Maria Santíssima, REB 14 (1954), 285-304.
Imaculada
M. Diekhans, O .F.M ., O “debitum peccati originalis" em Maria San
tíssima, REB 17 (1957), 331-341.
C. Koser, O .F.M ., A teologia da Imaculada em Duns Scotus, REB
14 (1954), 610-676.
Virgindade
G. Baraúna, O .F.M ., Sôbre a virgindade de Maria no parto, REB 20
(1960), 923-926.
M. Diekhans, O .F.M ., Lc 1,34 e a virgindade de Maria Santíssima,
REB 20 (1960), 29-35.
Assunção
A. Charbel, S .D .B ., A Assunção de Nossa Senhora e o Antigo Tes
tamento, REB 10 (1950), 30-43.
R. de A. Cintra, O .P ., A Assunção de Nossa Senhora segundo os es-
colásticos da Idade Média, REB 10 (1950), 86-98.
204 Bibliografia
Chevalier, C. 66 Fletcher, R. A. 62
Christiani, L. 202 Francisco de Rimini 199
Cintra, R. de A., OP 203 Francisco de Sales, São 196
Cirilo de Alexandria 52, 56, 68, Frangipane, D. 25
189 Friedel, F. J. 99
Clemente VIII 144 Fries, A., CSSR 87
Coathalem, H., SJ 81 Froisdevanx, M. M. L. 50
Congar, Y. J. M., OP 82, 102, 156, Fuiberto de Chartres, S. 75, 78
197
Coninck, C. de 157 üalot, J. 36, 99, 157, 195, 203
Constantino Magno 188 Gachter, P., SJ 36, 195
Coppens, J. 181 Gallus, T., SJ 157
Cosmas Vestitor 66, 75, 78, 198 Garçon, J. 49
Crisoloras, D. 60 Garitte, G. 66, 185
Crivelli, C. 197 üarrigou-Lagrange, R., OP 8s. 116,
Cucchi, F., OFM 90 194
Cullmann, O. 39 Geenen, G., OP 200
üeiselmann, J. R. 72
Dam, I. 157 Gelin, A. 27
Dasqseyos 192 Geofíroy de Vendõme, 82
Davis, F. 99 Germano de Constantinopla, São
Dcmoulin, A. 100 66, 70, 75, 166
Denziger, H., SJ 96, 14-1 Geukcrs, T. L. M. J. 99
Deodoro de Tasso 189 Gianelli, C. 156
Descartes, R. 65, 145, 161 Gordillo, M. 197
Devreesse, R. 188 Gorres, I. F. 112
Dtdirno, o Cego 189 Gottschalk de Limbnrgo 78, 158
Diekhans, M., OFM 203 Goubert, J. 202
Diepen, H. 25 Grandclaudon, M. 202
Di Fonzo, L, OFM Conv. 156 üravois, M. A., Recoleto 97
Dillenschneider, C., CSSR 94, 101 s. Gregório XI 62
174. 189, 194, 200 Gregório XV 95s
Dillersberger, J. 200 Gregório de Nazianzo, S. 52, 68, 189
Dionisio de Alexandria 188 (ver Gregório de Nissa, São 68, 189
Pseudo-Dionísio) Gregório de Tours, São 191
Dreves, G. 78, 158 Gregório de jestis Crucificado,
Driver, G. R. 183 OCD 164, 202
Druwé, E. 164, 201 Grignion de Montfort, S. Luis-M.
Dubarle, A.-M. 38, 41, 44s, 196 94, 202
Üublanchy, E. 193 Gromaire, M. 90
Duelos, G„ MIC 83 ürosjean, P. 79
Du Manoir, H., SJ 194 Grumel, V., A. A. 66, 71
Dtibois, Mons., M. M. 194 Guéranger, P., OSB 98
Dnvergier de Hanranne, J., Abade Guilherme de Malmesbury 84
de S. Cyrant 93 Guilherme de Ware, OFM 88, 160
Guimarães, F.. OFM Cap. 88, I<t9
Eadmer 80, 198 Guitton, J. 194
Eckbert de Schõnau 81 Gutiérrez, C., SJ 96
Efrém, Santo 69, 156
Epifânio de Salamina 43, 51, 58. llamer 197
63, 69, 158, 160 llammershaimb, A. 181
Eusébio de Cesaréia 188s Harnack, A. von 25, 185
Etistato de Antioquia 189 Harvey, \V. W. 50
Hatigg, D. 26
Feckes, C. 99 Hebert, A. G. 44
Féret, H. 26 Heiclich, B., OFM 199
Feuillet, A., PSS 41, 45 Helvidio 54
Flachaire, C. 196 Henry, A. jM „ OP 200
i-t*
212 índices
Hermann de Tournai 84, 87 Leão XIII 148, 151
Ilesbert, G., OSB 66 Lebon, J. 101
Higgins, H. 62 Lebreton, J., SJ 188
Hincmar de Reims 75 Leclercq, H., OSB 62
Hipólito de Roma, Santo 49, 188 Le Frois, B. J SVD 41, 195
Hoeck, J. M. 66 Leclercq, J., OSB 78, 166, 198
Hoffer, P„ SM 93 Leurent, B. 26
Holstein, li., SJ 69 Littré, E. 115
Hoepers, M., OFM 204 Lima, J. A. M. 204
Hoskyns, E. 44s Lochet, L. 202
Huhn, J. 55 Lorscheider, A., OFM 203
Loutrel-Tschirret, M. 202
Ireneu, Santo 48ss, 69, 185 Luis, A. 201
Lyonnet, S., SJ 19, 41, 44
João Crisóstomo, São 52, 90, 156,
188 Maertens, T., OSB 202
João da Cruz, São 106 Male, E. 90
João Damasceno 66, 75, 144, 160s, Malou, J. B. 98s
166 Mansi, G. D. 191
João de Eubéia 198 Manteau-Bonamy, H. M., OP 200
João Elides, São 93 Marechal, H., OP 202
João de Nápolis 199 Maria-Colette do S. Cor. 166
João de Pouilly 199 Mariés, L. 188
João de Salerno 75 Marvulli, L. 200
João de Tessalonica 64, 156 Meersseman, G., OP 74, 76, 81
João, o Geômetra 71, 75 Mercier, Cardeal D. J. 99s
Jorge de Nicomedia 40, 70s, 82, Merkelbach, B., OP 193
156 Mestre Nicolau 198
Jerônimo, São 52, 55, 72, 188 Michel, A. 203
Jouassard, G. 48-52, 54-57, 59s, 64, Michel, C. 185
188 Milon de Saint-Amand 74s, 82
lournet, C. 156, 194 Mitchel, V. A., SM 66
jugie, M., AA 62, 66, 100, 157, Mitterer, A. 145
191 Modesto de Jerusalém 64, 66
Juliano de Eclano 60 Modric, L. OFM 198s
justino, São 48ss Moholy, F., OFM 49
Morin, G„ OSB 171, 1S4, 191
Kerkvoorde, A., OSB 99, 193 Movinckel, S. 181
Kern, C. 156 Miiller 103, 197
Keuppens, J., CSSP 193 Muratori, L. A. 93
Kloppenburg, B., OFM 204
Koehler, T. 200 Navatel, J. J. 166
Korosak, B.. OFM 87, 91, 196, 200 Nestório 52, 57
Koser, C, OFM 203, 204 Neubert, E„ SM 165, 202
Kóster, H. M. 102 Newman, Cardeal J. H. 99
Nicéforas de Constantinopla 144
Labouré, Catarina 98 Nicetas de 1leracléia 68
Lagrange, M. J., OP 25 Nicolas, M. J., OP 101, 112, 137,
Lattey, C. 25 164, 194, 200, 201, 203
Laurentin, R. 7s, 24-25, 26, 30, 33s, Nicolau de Clairvaux 78
66, 69, 73, 79, 82, 92ss, 96, 99s, Nicolau de Santo Albano 198
146, 157, 178, 197, 200, 202 Nieto, B. 20!
Lavergne, C., OP 40 Nilo, S. 69
Lázaro de Aspurz, OFM Cap 202 Nilus a Sancto Brocardo, OCD 57
Le Bachelet, H. 79, 198
Leandro de Sevilha. São 74 0'Connor, E. D. 62
Leão I. São 127, 190 Odilon de Cluny 78
Leão 111 145 Odon de Cluny, Santo 75
índice onomástico 213
Advertência .................................................................................................. 5
Siglas ............................................................................................................ 6
Apresentação ............................................................................................... 7
FARTE I
DESENVOLVIMENTO DA DOUTRINA MARIANA
PARTE II
DESENVOLVIMENTO DO DESTINO DE MARIA
Conclusão 171
1. Maria e a Igreja ............................... 171
2. Lugar e unidade do tratado mariano 173
Bibliografia
Resenhas bibliográficas ............................................................................ 193
Obras gerais ................................................................................................ 193
1. Manuais .................................................................................................. 193
2. Estudos de conjunto .......................................................................... 193
3. Enciclopédias ......................................................................................... 194
222 Índices
4. Periódicos .............................................................................................. 194
4 bis. Academia M. Internacional de Roma ..................................... 194
A. Atas dos C. M. 1........................................................................... 194
B. Coleções ........................................................................................... 194
5. Revistas .................................................................................................. 194
6. Dicionário .............................................................................................. 194
História da Teologia Mariana
7. Em geral ............................................................................................... 194
8. Sagrada Escritura:Antigo Testamento ............................................ 195
9. Nôvo Testamento ................................................................................ 195
Tradição ....................................................................................................... 196
10. Patrística ............................................................................................... 196
11. Idade Média ......................................................................................... 196
12. Séculos XVII e XVIII .......................................................................... 196
13. Séculos XIX e XX ............................................................................ 196
15. Magistério .............................................................................................. 197
Doutrina ....................................................................................................... 197
16. Metodologia ........................................................................................... 197
17. Imaculada Conceição .......................................................................... 197
A. Estudos de conjunto ..................................................................... 198
B. Fontes ............................................................................................... 198
C. Estudos sôbre aH. do dogma da Im. Cone............................... 199
18. Maternidade divina .......................................................... 200
19. Virgindade ................................................................................................200
20. Maternidade Espiritual ....................................................................... 200
21. Co-redenção ............................................................................................. 200
<22/ Assunção ..................................................................................................200
Mediação atual deMaria .................................................................... 201
24. Realeza de Maria ............................................................................ 201
25. Eva-Maria-lgreja .................................................................................... 201
Culto, Devoção, Espiritualidade
26. Culto e liturgia .................................................................................. 202
27. Vidas de Maria .................................................................................. 202
28. Espiritualidade ........................................................................................ 202
29. Questão “Presençade Maria" ........................................................... 202
30. Coleção de Textos ............................................................................ 202
31. Aparições ................................................................................................. 202
32. Pedagogia .......................................................................' ..................... 203
Complemento bibliográfico (Bibliografia mariana no Brasil) .......... 203
Léxico ...................................................... \ .................................................. 205
índices
índice dos textos mariais da Escritura ............................................... 2C9
Índice onomástico dos autores ................................................................. 210
Índice dos principais assuntos ................................................................. 215
índice Geral ................................................................................................... 219