Lei Ordinária 8431 2005

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23/04/2021 Lei Ordinária 8431 2005 de Ponta Grossa PR

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Versão consolidada, com alterações até o dia 17/11/2020

LEI Nº 8431, DE 29/12/2005


(Vide Decretos nº 3439/2009 e nº 17301/2020)

DISPÕE SOBRE OS INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO AO


PATRIMÔNIO CULTURAL DO MUNICÍPIO DE PONTA
GROSSA.

A CÂMARA MUNICIPAL DE PONTA GROSSA, Estado do Paraná, decretou na Sessão Extraordinária realizada
no dia 27/12/2005, a par r do Projeto de Lei n. 382/05 de autoria do Poder Execu vo e eu, PREFEITO
MUNICIPAL, sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º A proteção ao Patrimônio Cultural do Município de Ponta Grossa é direito e dever de todos os
seus cidadãos.

O Patrimônio Cultural do Município de Ponta Grossa é cons tuído por bens móveis e imóveis, de
Art. 2º
natureza material ou imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, existentes em seu território e
cuja proteção seja de interesse cultural, dado o seu valor histórico, ar s co, ecológico, bibliográfico,
documental, religioso, folclórico, etnográfico, arqueológico, paleontológico, paisagís co, turís co,
cien fico e social.

Parágrafo Único. O interesse cultural que fundamenta o tombamento é cons tuído pela relevância e
expressividade do bem para a garan a da memória cultural da população princesina, sendo expresso pela
importância social que desperta para toda a cole vidade.

Art. 3º O Município procederá o tombamento dos bens que cons tuem o seu patrimônio cultural
segundo os procedimentos e regulamentos desta Lei, através do Conselho Municipal do Patrimônio
Cultural - COMPAC, com o apoio da Diretoria de Patrimônio Cultural.

Capítulo II
CONSELHO MUNICIPAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL

SEÇÃO I
COMPOSIÇÃO

Art. 4º Fica criado o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, de caráter delibera vo e consul vo,

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integrante da Fundação Cultural Ponta Grossa.

Fica criado o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural - COMPAC, de caráter delibera vo e


Art. 4º
consul vo, integrante da Fundação Municipal de Cultura. (Redação dada pela Lei nº 13875/2020)

Art. 5º O COMPAC é composto por 21 (vinte e um) membros efe vos e respec vos suplentes, nomeados
pelo Prefeito Municipal, sendo:
I - 1/3 (um terço) de organismos representa vos governamentais;
a) um representante da Fundação Cultural de Ponta Grossa;
b) um representante da Secretaria Municipal de Planejamento;
c) um representante da Secretaria Municipal de Turismo e Meio Ambiente;
d) um representante da Divisão de Patrimônio da SMANJ;
e) um representante da Diretoria de Patrimônio Cultural;
f) um representante do IPLAN;
g) um representante da Secretaria Municipal de Finanças.
II - 1/3 (um terço) de organismos representa vos da sociedade civil;
a) um representante da Universidade Estadual de Ponta Grossa;
b) um representante da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa;
c) um representante da União das Associações de Moradores de Ponta Grossa - UAMPG;
d) um representante da Ordem dos Advogados do Brasil, Subseção de Ponta Grossa;
e) um representante eleito pelas en dades de representação folclórica das etnias localizadas no
Município de Ponta Grossa;
f) um representante do Ins tuto Histórico, Geográfico e Etnográfico de Ponta Grossa;
g) um representante do Grupo Ecológico dos Campos Gerais.
III - 1/3 (um terço) de organismos representa vos de organizações empresariais e desenvolvimento
econômico:
a) um representante da Associação Comercial, Cultural, Industrial e Agropecuária de Ponta Grossa -
ACIPG;
b) um representante do CREA-PG;
c) um representante do CRECI-PG;
d) um representante do SECOVI-PG;
e) dois representantes das empresas ligadas ao Turismo, sendo eleitos pelas en dades de representação,
um do ramo hoteleiro e o outro das agências de turismo;
f) um representante do CDESPONTA.
§ 1º - Os membros suplentes serão oriundos do mesmo órgão ou en dades representado pelo membro
efe vo.
§ 2º - Os representantes do Poder Público são de livre escolha do Prefeito Municipal.
§ 3º - Os representantes das en dades não governamentais, serão indicados pelas en dades, após
escolha em foro próprio.
§ 4º - O exercício das funções de membro é considerado de relevante interesse público e, por isso, sem
remuneração.

Art. 5º O COMPAC é composto por 21 (vinte e um) membros efe vos e respec vos suplentes, sendo:
(NR)

I - 1/3 (um terço) do Poder Execu vo Municipal;

a) um representante da Fundação Municipal de Cultura;


b) um representante da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Planejamento;
c) um representante da Fundação Municipal de Turismo;
d) um representante da Secretaria Municipal de Educação;
e) um representante do Departamento de Patrimônio Cultural, da Fundação Municipal de Cultura;
f) um representante do Ins tuto de Pesquisa e Planejamento Urbano (IPLAN);
g) um representante da Secretaria Municipal da Fazenda.

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II - 1/3 (um terço) da sociedade civil:

a) um representante da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG);


b) um representante da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Ponta Grossa;
c) um representante da Associação de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural (APPAC);
d) um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Subseção de Ponta Grossa;
e) um representante da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Campus de Ponta Grossa,
f) um representante do Ins tuto Histórico, Geográfico e Etnográfico de Ponta Grossa;
g) um representante do Grupo Ecológico dos Campos Gerais.

III - 1/3 (um terço) da inicia va privada:

a) um representante da Associação Comercial, Cultural, Industrial e Agropecuária de Ponta Grossa


(ACIPG);
b) um representante da Câmara de Dirigentes Lojistas de Ponta Grossa (CDL);
c) um representante do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná em Ponta Grossa
(CREA-PG);
d) um representante do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Paraná em Ponta Grossa (CRECI-
PG);
e) um representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo em Ponta Grossa (CAUPG);
f) um representante do Conselho de Desenvolvimento Econômico;
g) um representante do Conven ons and Visitors Bureau Campos Gerais.

§ 1º Os representantes do Poder Público são de livre escolha do Prefeito Municipal.

§ 2º Os representantes das en dades da sociedade civil e da inicia va privada serão indicados pelas
en dades.

§ 3º O COMPAC será nomeado por decreto do Prefeito Municipal.

§ 4º O exercício das funções de membro é considerado de relevante interesse público e, por isso, não será
remunerado. (Redação dada pela Lei nº 13875/2020)

SEÇÃO II
COMPETÊNCIA

Art. 6º Compete ao COMPAC:

I - elaborar o seu regimento interno;

II - expedir resoluções;

III - decidir sobre o tombamento dos bens localizados no Município, com envio em 5 (cinco) dias à Câmara
Municipal;

IV - determinar a realização de diligências e levantamentos que julgar necessários para a apreciação dos
processos de tombamento;

V - decidir sobre o desconto de tributos municipais previstos no ar go 45 desta Lei;

VI - julgar os recursos das multas impostas pela Seção de Fiscalização de Tombamento;

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VII - norma zar, em suas variadas espécies, o procedimento do tombamento;

VIII - gerir e fiscalizar o Fundo Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural;

IX - autorizar a celebração de contratos e convênios para a realização dos obje vos desta lei com pessoas
jurídicas públicas e privadas em geral;

X - ins tuir permanente campanha de Educação Patrimonial no seio da comunidade ponta-grossense,


sendo apoiada pela estrutura publicitária do Poder Execu vo, em tudo que for necessário para esse fim.

Parágrafo Único. A decisão de que trata o inciso III, deste ar go, dependerá do voto favorável de 70%
(setenta por cento) dos membros do COMPAC.

Parágrafo único. A decisão de que trata o Inciso III, deste ar go, dependerá do voto favorável de 70%
(setenta por cento) dos membros do COMPAC presentes na reunião. (Redação dada pela Lei nº
13.744/2020)

SEÇÃO III
ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO

Art. 7º O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural terá a seguinte estrutura:

I - Plenário;

II - Presidência;

III - Vice-Presidência;

IV - Secretaria Geral;

V - Comissões Temá cas.

§ 1º - O Plenário, cons tuído da totalidade dos membros do COMPAC, é o órgão delibera vo sobre as
matérias de competência do Conselho.

§ 2º - A Presidência do COMPAC, é exercida pelo Presidente da Fundação Cultural, a quem compete:

I - convocar e presidir as reuniões do Plenário;

II - representar o Conselho, judicial e extra-judicialmente;

III - firmar com o Secretário Geral, as resoluções do COMPAC;

IV - receber e dar encaminhamento às sugestões, reivindicações e denúncias formuladas perante o


Conselho;

V - desempenhar outras atribuições que lhe forem come das pelo Regimento Interno.

§ 3º - O Vice-Presidente do COMPAC será o representante indicado pela Secretaria Municipal de


Administração e Negócios Jurídicos, devendo subs tuir o Presidente nos casos de impedimento ou falta e
em outras atribuições a serem definidas no Regimento Interno.

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§ 4º - Ao Secretário-Geral cabe:

I - preparar as convocações do Plenário;

II - elaborar as atas das reuniões do Plenário;

III - organizar e guardar os documentos do Conselho;

IV - organizar e manter sob sua guarda o Livro Tombo;

V - coordenar o trabalho dos servidores municipais lotados no COMPAC;

VI - desempenhar outras atribuições, que lhe forem come das pelo Regimento Interno.

§ 5º - A critério do Plenário poderão ser cons tuídas Comissões Temá cas, incumbidas de atribuições
específicas.

Art. 8ºO COMPAC reunir-se-á ordinariamente a cada mês e, extraordinariamente, sempre que
convocado pelo presidente ou pela maioria de seus membros, em qualquer dos casos, os membros
efe vos deverão ser no ficados pelo correio, através de aviso de recebimento (AR) com antecedência
mínima de 5 (cinco) dias úteis para a reunião.

Parágrafo Único. O COMPAC cien ficará expressamente a Câmara Municipal, os dias das reuniões, com 5
(cinco) dias de antecedência.

Art. 9ºAs reuniões do COMPAC somente poderão ser realizadas com a presença da maioria de seus
membros, em primeira convocação, ou com o número a ser definido no Regimento Interno, em segunda e
terceira convocações.

As reuniões do COMPAC somente poderão acontecer com a presença da maioria de seus


Art. 9º
membros, sendo nulos os atos pra cados sem a observância deste quorum. (Redação dada pela Lei nº
13.856/2020)

Art. 10 - As decisões do COMPAC constarão de resoluções aprovadas pela maioria de seus membros.

Art. 11 - Cada membro do COMPAC terá direito a um único voto na reunião plenária

Art. 12 - A Sessão Plenária para tombamento será pública e precedidas de ampla divulgação.

Art. 13 - Para melhor desempenho de suas funções, o COMPAC poderá recorrer a pessoas e ins tuições.

Parágrafo Único. Poderão ser convidadas pessoas ou ins tuições de notória especialização para
assessorar o COMPAC em assuntos específicos.

Art. 14 - A Fundação Cultural, através da Diretoria de Patrimônio Cultural, prestará ao COMPAC o apoio
administra vo necessário para a execução de suas finalidades.

SEÇÃO IV
MANDATO

Art. 15 - O mandato dos membros do COMPAC representantes da sociedade civil é de 2 (dois) anos,

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permi da uma recondução por período consecu vo.

Os membros do COMPAC, poderão ser subs tuídos a qualquer tempo, mediante solicitação das
Art. 16 -
en dades ou decisão do Prefeito Municipal.

Art. 17 - Será subs tuído necessariamente o conselheiro que:

I - desvincular-se do órgão ou en dade de origem;

II - faltar 3 (três) reuniões consecu vas ou a 5 (cinco) intercaladas, sem jus fica va, que deverá ser
apresentada na forma do Regimento Interno;

III - renunciar.

Parágrafo Único. A subs tuição de que trata este ar go será efetuada nos termos do que dispuser o
Regimento Interno.

Capítulo III
INVENTÁRIO CULTURAL E TOMBAMENTO

A proteção ao Patrimônio Cultural do Município de Ponta Grossa será aperfeiçoada por meio do
Art. 18 -
Inventário Cultural e do Tombamento dos bens que apresentem interesse cultural de proteção.

§ 1º - Não será objeto de proteção defini va o bem que não apresente, clara e fundamentadamente,
interesse cultural, nos termos do respec vo processo de tombamento.

§ 2º - O Inventário Cultural e o Tombamento são atos administra vos plenamente vinculados à legislação
e dessa forma serão tratados por todos os órgãos envolvidos em sua apreciação e execução.

Art. 19 - O inventário cultural consiste em rol de bens elaborado pela Diretoria de Patrimônio Cultural,
devidamente aprovado pelo COMPAC, no qual são iden ficados os bens móveis e imóveis que serão
progressivamente analisados por esse Conselho, para especificação do interesse cultural de proteção.

§ 1º - O proprietário do bem inventariado, poderá requerer, por via escrita, a re rada deste do inventário,
sendo que para tanto o COMPAC terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para deliberar acerca do pedido,
prorrogável por igual período uma única vez.

§ 2º - Decorrido o prazo do parágrafo anterior, se o COMPAC não ver interesse em prosseguir com os
estudos para a possível proteção defini va, o bem será re rado do inventário ou, caso contrário, a
Diretoria de Patrimônio Cultural iniciará o processo de tombamento.

Art. 20 - Fica ins tuído o Livro do Tombo Municipal des nado à inscrição dos bens, pela Diretoria de
Patrimônio Cultural, quando considerados de interesse para a cultura pelo Conselho Municipal de
Patrimônio Cultural.

Art. 21 - Para inscrição no Livro do Tombo será promovido processo que se instaura por inicia va:

I - da Diretoria de Patrimônio Cultural, da Fundação Cultural;

II - de qualquer dos Conselheiros do COMPAC;

III - do proprietário;

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IV - de qualquer cidadão.

Parágrafo Único. Nos casos das alíneas "b", "c" e "d" deste ar go, o requerimento será dirigido ao
COMPAC, instruído com os documentos elementares que fundamentam o pedido, nos termos do disposto
no regulamento desta lei, com encaminhamento através da Divisão de Patrimônio Histórico Cultural da
Secretaria Municipal de Administração e Negócios Jurídicos.

O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural - COMPAC, poderá propor o tombamento ex o cio


Art. 22 -
de bens móveis e imóveis já tombados pelo Estado e/ou União.

Art. 23 - Os requerimentos de tombamento, do proprietário ou de qualquer do povo, mesmo que


indeferido pela Diretoria do Patrimônio Cultural, com fundamento em parecer técnico, será encaminhado
ao COMPAC para decisão.

Art. 24 - Quando for deferido o Tombamento Preliminar pelo COMPAC, o proprietário será no ficado
pelo correio, através de aviso de recebimento (AR) para, no prazo de 40 (quarenta) dias, oferecer
impugnação ou as considerações que julgar per nentes.

Parágrafo Único. Quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontra o proprietário, a
no ficação far-se-á por edital, publicado uma vez no Diário Oficial e pelo menos duas vezes em jornal de
circulação diária no Município, a par r da úl ma publicação contar-se-á o prazo desde ar go.

Art. 25 - A par r do Tombamento Preliminar passam a incidir sobre os bens as limitações ou restrições
administra vas próprias do regime de proteção do bem tombado, até decisão final, as quais serão
devidamente discriminadas pelo COMPAC.

Art. 26 - As restrições impostas aos imóveis adjacentes ao imóvel objeto do processo de tombamento
serão integralmente descritas pelo COMPAC quando do Tombamento Preliminar e seus proprietários
serão no ficados, nos termos do ar go 24 desta Lei.

Art. 27 - O prazo final para julgamento, a par r do Tombamento Preliminar, será de 60 (sessenta) dias,
prorrogáveis uma única vez e por igual período, se necessárias medidas externas.

Parágrafo Único. Decorrido o prazo deste ar go, havendo ou não impugnação, o COMPAC fará o
julgamento.

Art. 28 - O COMPAC poderá solicitar à Diretoria de Patrimônio Cultural, dentro do prazo previsto no ar go
anterior, estudos, pareceres, vistorias ou qualquer outra medida que oriente o julgamento.

A sessão de julgamento será pública, concedida a palavra para que seus membros, o proprietário
Art. 29 -
e os par culares que verem proposto ou impugnado o tombamento exponham suas razões.

Art. 30 - Na decisão do COMPAC que determinar o tombamento deverá constar:

I - descrição e documentação do bem;

II - fundamentação das caracterís cas pelas quais o bem será incluído no Livro do Tombo Municipal;

III - definição e delimitação da proteção e os parâmetros de futuras instalações e u lizações;

IV - as limitações administra vas impostas ao entorno e ambiência do bem tombado, indicando-as com
clareza e precisão;

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V - no caso de bens móveis, o procedimento para sua saída do Município;

VI - no caso de tombamento de coleção de bens, relação das peças componentes da coleção e definição
de medidas que garantam sua integridade.

Parágrafo Único. A decisão do COMPAC deverá expressar inequivocamente o disposto no parágrafo único
do ar go 2º desta Lei.

Após proferida a decisão do COMPAC nos termos do ar go anterior, será o proprietário in mado
Art. 31 -
da decisão pessoalmente, se presente na sessão, ou, se ausente, através de correspondência com Aviso
de Recebimento, ou, se não localizado, mediante edital publicado no Diário Oficial, para que apresente
recurso ao Prefeito Municipal, no prazo de 10 (dez) dias a contar da in mação.

§ 1º - No recurso o proprietário ar culará os mo vos de fato e de direito que entenda razoáveis.

§ 2º - A vista do recurso o Prefeito Municipal decidirá, no prazo de 20 (vinte) dias, com subseqüente
comunicação ao COMPAC.

Independentemente do recurso previsto no ar go anterior, encerrada a Sessão Pública de


Art. 32 -
Tombamento, os autos serão, incon nen , encaminhados ao Prefeito Municipal para, em despacho
fundamentado, homologar os atos do processo ou anulá-los, quando ausentes os requisitos desta Lei, o
que fará em 30 (dias) contados do recebimento dos autos.

Art. 33 - A decisão do COMPAC que determinar a inscrição defini va do bem no Livro do Tombo
Municipal, desde que man da pelo Prefeito Municipal, será publicada no Diário Oficial do Município,
comunicando-se ao Registro de Imóveis, quando bens imóveis e ao Registro de Títulos e Documentos,
quando bens móveis.

Parágrafo Único. Havendo restrições impostas aos bens do entorno, será oficiado ao Registro de Imóveis
para as averbações das matérias respec vas.

Art. 34 - Se a decisão do Conselho for contrária ao tombamento, imediatamente serão suspensas as


limitações impostas na forma dos ar gos 25 e 26 desta Lei.

Parágrafo Único. Em cada processo o Conselho poderá ouvir a opinião de especialistas que poderão ser
técnicos da área de conhecimento específico ou representantes da comunidade de interesse do bem em
análise.

Capítulo IV
PROTEÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS BENS TOMBADOS

Art. 35 - Cabe ao proprietário do bem tombado a sua proteção e conservação, segundo os preceitos e
determinações desta Lei e do COMPAC.

Art. 36 - O bem tombado não poderá ser descaracterizado.

Parágrafo Único. A restauração, reparação ou alteração do bem tombado, somente poderá ser feita em
cumprimento aos parâmetros estabelecidos na decisão do COMPAC, cabendo à Diretoria de Patrimônio
Cultural da Fundação Cultural a conveniente orientação e acompanhamento de sua execução.

As construções, demolições e paisagismos no entorno ou ambiência do bem tombado deverão


Art. 37 -
seguir as restrições impostas pela ocasião do tombamento. Em caso de dúvidas ou omissão será ouvido o

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COMPAC.

O COMPAC poderá determinar ao proprietário a execução de obras imprescindíveis à


Art. 38 -
conservação do bem tombado, fixando prazo para o seu início e término.

Parágrafo Único. Este ato do COMPAC, será de o cio ou por solicitação de qualquer pessoa.

Art. 39 - Se o proprietário do bem tombado não cumprir o prazo fixado para início da obra, a Prefeitura
Municipal a executará, lançando-se em Divida A va o montante expedido, para a cobrança judicial.

Art. 40 -As obras de que tratam o ar go anterior poderão ser dispensadas de pagamento se o
proprietário não puder fazê-lo sem comprometer o próprio sustento e não ver outro imóvel além do
tombado.

O Poder Público municipal pode limitar o uso do bem tombado, de sua vizinhança e ambiência
Art. 41 -
quando houver risco de dano, ainda que importe em cassação de alvarás.

Art. 42 - Os bens tombados de propriedade do Município podem ser entregues com permissão de Uso à
par culares, sendo estabelecidas normas previstas para a proteção pelo COMPAC.

No caso de extravio ou furto do bem tombado, o proprietário deverá dar conhecimento do fato
Art. 43 -
ao COMPAC, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.

Art. 44 - O deslocamento ou transferência de propriedade do bem móvel tombado deverá ser


comunicado ao COMPAC, pelo proprietário, possuidor, adquirente ou interessado, mediante
requerimento encaminhado através da Divisão do Patrimônio Cultural.

Parágrafo Único. Na alienação dos bens tombados o proprietário fará no ficação prévia ao COMPAC para,
ouvido o Poder Execu vo, exercer o direito de preferência sobre o bem, no prazo de 10 (dez) dias úteis.

O Poder Público Municipal, ouvido o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural, reduzirá o IPTU
Art. 45 -
em 70 % (setenta por cento) e poderá reduzir outros tributos municipais dos bens tombados, sempre que
seja indispensável à manutenção do bem, de acordo com o regulamento que para isso expedirá.

§ 1º - Em nenhum caso a redução poderá ultrapassar 70 % (setenta por cento) do tributo.

§ 2º - A redução de tributos será condicionada à proteção do bem tombado, dentro dos critérios traçados
por esta Lei e pelo COMPAC.

Art. 46 - As Secretarias Municipais e demais órgãos da Administração Pública Direta ou Indireta, com
competência para a concessão de licenças, alvarás e outras autorizações para construção, demolição,
reforma, revitalização ou u lização de bens públicos ou bens par culares tombados, em processo de
tombamento ou inscritos no inventário cultural, deverão consultar previamente o COMPAC, através da
Diretoria do Patrimônio Cultural, para qualquer deliberação.

§ 1º - Em se tratando de bens tombados defini va ou preliminarmente, os órgãos referidos neste ar go


observarão o mesmo procedimento em relação aos bens situados na área envoltória do objeto do
tombamento, conforme for especificado pelo COMPAC.

§ 2º - Em decorrência do disposto neste ar go, são nulas de pleno direito todas as decisões tomadas
pelos órgãos municipais sem a prévia manifestação do COMPAC.

Respeitado o disposto no ar go 36 desta lei, os bens imóveis públicos ou par culares que
Art. 46 A -
forem tombados defini vamente e que se des narem ao uso público, deverão observar, tanto quanto

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possível, as normas de acessibilidade às pessoas com deficiência sica ou mobilidade reduzida previstas
na legislação vigente. (Redação acrescida pela Lei nº 13.609/2019)

Capítulo V
PENALIDADES

Art. 47 - A infração a qualquer disposi vo da presente lei implicará em multa de até R$ 1.760,00 (um mil
setecentos e sessenta reais) e se houver como conseqüência demolição, destruição ou mu lação do bem
tombado de até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis mil reais).

§ 1º - As penalidades de que trata este ar go serão ampliadas, no caso de reincidências, até o dobro,
segundo os graus que fixar o regulamento.

§ 2º - A aplicação da multa não desobriga a conservação, restauração ou reconstrução do bem tombado.

Art. 48 - As multas terão seus valores fixados através de Resolução do COMPAC e serão aplicadas e
fiscalizadas pela Seção de Fiscalização de Tombamentos, da Divisão do patrimônio Cultural, da Fundação
Cultural, conforme a gravidade da infração, devendo o montante ser recolhido ao Fundo Municipal de
Proteção ao Patrimônio Cultural de Ponta Grossa, no prazo de 05 (cinco) dias da no ficação do auto de
multa, ou no mesmo prazo, ser interposto recurso ao COMPAC, que deliberará dentro de 15 (quinze) dias.

§ 1º - No decorrer do prazo de recolhimento, poderá ser interposto recurso da multa imposta, ao


COMPAC, que fará o julgamento na Sessão Ordinária imediatamente posterior à data do protocolo do
recurso.

§ 2º - Do recurso a que se refere o parágrafo único anterior será baixada Resolução do COMPAC, na qual
poderá, à vista dos argumentos apresentados pelo recorrente e pela Seção de Fiscalização de
tombamentos, anular a multa ou reformá-la.

§ 3º - Se a multa for man da ou reformada pelo COMPAC, a respec va Resolução fixará o prazo de 5
(cinco) dias para o recolhimento, a par r da no ficação do julgamento.

§ 4º - As multas não pagas nos prazos deste ar go serão inscritas em Dívida A va Municipal, para
cobrança judicial nos termos da legislação vigente.

Art. 49 - Todas as obras e coisas construídas ou colocadas em desacordo com os parâmetros


estabelecidos no tombamento ou sem observância da ambiência ou visualização do bem tombado
deverão ser demolidas ou re radas.

Parágrafo Único. Se o responsável não o fizer no prazo determinado pelo COMPAC, o Poder Público o fará
e será ressarcido pelo responsável.

Todo aquele que, por ação ou omissão, causar dano a bem tombado responderá pelos custos de
Art. 50 -
restauração ou reconstrução e por perdas e danos, sem prejuízo da responsabilidade criminal.

Capítulo VI
FUNDO MUNICIPAL DE PROTEÇÃO AO PATRIMÔNIO CULTURAL DE PONTA GROSSA

Fica ins tuído o Fundo Municipal de Proteção ao patrimônio Cultural de Ponta Grossa - PROTEC,
Art. 51 -
gerido e representado a va e passivamente pelo COMPAC, cujos recursos serão des nados à execução de
serviços e obras de manutenção e reparos dos bens tombados, assim como a sua aquisição na forma a ser

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23/04/2021 Lei Ordinária 8431 2005 de Ponta Grossa PR

es pulada em regulamento.

Art. 52 - Cons tuirão receita do PROTEC:

I - dotações orçamentárias do Município e recursos adicionais legalmente previstos em cada exercício;

II - recursos dos Governos Federal e Estadual;

III - receitas oriundas de acordo e convênios;

IV - o produto das multas aplicadas com base nesta lei;

V - os rendimentos provenientes da aplicação dos seus recursos;

VI - quaisquer outros recursos ou rendas que lhe sejam des nados.

Os recursos que compõem o Fundo serão depositados em ins tuições financeiras oficiais, em
Art. 53 -
conta especial, sob a denominação do fundo Municipal de Proteção ao Patrimônio Cultural de Ponta
Grossa - PROTEC.

Parágrafo Único. A aplicação dos recursos de natureza financeira dependerá:

I - da disponibilidade, em função do cumprimento da programação;

II - da prévia e expressa autorização do COMPAC.

No exercício das a vidades do PROTEC poderá o COMPAC propor a realização de contrato de


Art. 54 -
financiamento a vo ou passivo, bem como propor a celebração de convênios e acordos, com pessoas
sicas ou jurídicas tendo por obje vo a execução das finalidades do Fundo e do Conselho.

Art. 55 - O PROTEC será instalado com apoio técnico da Secretaria Municipal de Finanças.

Aplicar-se-ão ao PROTEC as normas legais de controle, prestação e tomadas de contas em geral,


Art. 56 -
sem prejuízos de competência específica do Tribunal de Contas.

Art. 57 - Os relatórios de a vidade, receitas e despesas do PROTEC serão apresentados semestralmente


ao Plenário do COMPAC, por seu Tesoureiro.

Art. 58 - O PROTEC terá vigência ilimitada.

Capítulo VII
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 59 - A presente lei será regulamentada pelo Regimento Interno do Conselho Municipal de Patrimônio
cultural, a ser subme do à apreciação do Prefeito Municipal, que o baixará por decreto, bem como pelas
Resoluções do COMPAC nos termos desta lei.

Parágrafo Único. Para o tombamento dos bens ponta-grossenses aplicam-se, subsidiariamente, os


preceitos do Decreto-Lei nº 25/37 - Lei Geral de Tombamentos do Brasil.

Ficam man dos os atos regulamentares expedidos pelo COMPAC até esta data, desde que não
Art. 60 -
conflitem com os termos desta Lei.

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Parágrafo Único. Todos os atos de tombamento ocorridos nos 5 (cinco) anos que precedem a publicação
desta lei serão objeto de revisão do Poder Execu vo, para os efeitos do previsto no ar go 32, parágrafo
único supra, no prazo de 180 dias a contar de sua publicação, o qual poderá ser suspenso em cada
processo, à vista da complexidade da matéria, mediante despacho do Prefeito Municipal.

Os direitos atribuídos nesta lei ao proprietário do bem aplicam-se igualmente ao seu possuidor
Art. 61 -
com justo tulo.

Art. 62 - Os prazos desta lei contam-se em dias corridos, salvo expressa disposição em contrário, excluído
o dia do começo e incluído o dia do final.

Ficam revogadas as Leis ns. 6.183, de 23 de julho de 1999, 7.669, de 06 de julho de 2004 e o
Art. 63 -
ar go 10, da Lei n. 6.680, de 26 de janeiro de 2001.

Art. 64 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS JURÍDICOS, em 29 de dezembro de 2005.

PEDRO WOSGRAU FILHO


Prefeito Municipal

Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 21/01/2021

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