Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ciências Biomédicas
Cálculo II Ano Letivo 2023/2024
Semana 3
y 0 + p(x) y = q(x) y n
com p(x) e q(x) funções contı́nuas num intervalo aberto de números reais I.
Em geral não se trata de uma equação linear por causa da presença do um fator y n .
Claro que há as exceções dos casos n = 0 e n = 1 . Que tipo de equações se obtêm nesses dois casos?
Para n > 2 , designamos este tipo de equações diferenciais por Equações de Bernoulli.
y0 y
n
+ p(x) n = q(x)
y y
EXERCÍCIOS:
a) xy 0 + y = −xy 2 2 y3
b) y 0 + y= 2
x x
Equações diferenciais lineares homogéneas de 2a ordem com coeficientes constantes
Definição
Diz-se que uma equação diferencial de 2a ordem é linear homogénea se existirem funções contı́nuas
p1 (x) e q1 (x) tais que a equação se possa escrever na forma
y 00 + p1 (x) y 0 + p2 (x) y = 0
Se as funções p1 (x) e q1 (x) forem constantes b e c respetivamente, então a equação diferencial fica
y 00 + b y 0 + c y = 0
e designa-se por:
EQUAÇÃO DIFERENCIAL LINEAR HOMOGÉNEA COM COEFICIENTES CONSTANTES
Exemplo:
Movimento de uma mola:
y(t) é a função que descreve o movimento de um objeto com massa m na extremidade de uma mola
vertical. Se a mola for esticada ou comprimida y(t) unidades, a Lei de Hooke diz que:
Por outro lado, pela 2a Lei de Newton, a força é igual à massa vezes a aceleração, logo a equação
diferencial que modela este movimento é dada por:
k k
my 00 = −ky ⇐⇒ y 00 = − y ⇐⇒ y 00 + y = 0 , k>0
m m
Como resolver Equações diferenciais lineares homogéneas de 2a ordem com coeficientes constantes?
y 00 + b y 0 + c y = 0
Comecemos por averiguar em que condições uma função y = er x , com r número fixo (real ou com-
plexo), é solução da equação diferencial linear homogénea de 2a ordem com coeficientes constantes?
C.A.
y 0 = r er x
y 00 = r2 er x
y 00 + b y 0 + c y = 0 ⇐⇒ r2 er x + b r er x + c er x = 0 ⇐⇒ er x r2 + b r + c = 0
Como uma exponencial nunca se anula, o problema resolve-se se encontrarmos as soluções de uma
equação algébrica de 2a ordem na variável r.
y 00 + b y 0 + c y = 0
r2 + b r + c = 0
e denotamos o Binómio Discriminante por
4 = b2 − 4c
Sabemos que os zeros da equação polinomial são iguais se 4 = 0 e são diferentes se 4 > 0 ou 4 < 0
√ √
−b ± b2 − 4c b 4
r= =− ±
2 2 2
Esta distinção de casos vai dar origem a diferentes famı́lias de soluções para a equação diferencial.
Teorema
Seja 4 = b2 − 4c o binómio discriminante da equação diferencial linear homogénea y 00 + b y 0 + c y = 0.
Então qualquer famı́lia de soluções se escreve na forma
b
y = e− 2 x [C1 u1 (x) + C2 u2 (x)]
onde C1 , C2 são constantes e u1 (x), u2 (x) são soluções determinadas pelo sinal de 4 da seguinte forma:
b
1. Se 4 = 0 então existe um único zero do polinómio caracterı́stico r = − e nesse caso
2
u1 (x) = 1 , u2 (x) = x
b
Ou seja, a famı́lia de soluções é dada por y = e− 2 x [C1 + C2 x]
√
b 4
2. Se 4 > 0 então o polinómio caracterı́stico tem dois zeros reais distintos r = − ±
2 2
√
4
u1 (x) = ekx , u2 (x) = e−kx com k =
2
b
Ou seja, a famı́lia de soluções é dada por y = e− 2 x C1 ekx + C2 e−kx
√
b −4
3. Se 4 < 0 então o polinómio caracterı́stico tem dois zeros complexos conjugados r = − ±i
2 2
√
−4
u1 (x) = cos(kx) , u2 (x) = sen(kx) com k =
2
b
Ou seja, a famı́lia de soluções é dada por y = e− 2 x [C1 cos(kx) + C2 sen(kx)]
Exemplos:
Para cada valor atribuı́do a cada uma das constantes C1 , C2 na famı́lia de soluções de equações
diferenciais lineares homogéneas, obtém-se uma solução particular. Uma forma de garantir a unicidade
de uma solução é pedir que a equação diferencial satisfaça um par de condições iniciais da forma
y(x0 ) = y0 ; y 0 (x0 ) = w0
para algum x0 ∈ R.
Nos exemplos dados, queremos obter a solução que satisfaz
y(0) = 0; y 0 (0) = 1
y 00 + 2 y 0 + y = 0; y(0) = 0; y 0 (0) = 1
−x −x 0 = C1 0 = C1
y = C1 e + C2 x e =⇒ =⇒
1 = −C1 + C2 1 = C2
Solução única: y = x e−x
y 00 + 2 y 0 − 3 y = 0; y(0) = 0; y 0 (0) = 1
C1 = 1
0 = C1 + C2 C1 = −C2
y = C1 ex + C2 e−3x =⇒ =⇒ =⇒ 4
1
1 = C1 − 3C2 1 = −4C2 C2 = −
4
1 x 1 −3x
Solução única: y = e − e
4 4
3. Resolver o Problema de Valor Inicial
y 00 − 2 y 0 + 3 y = 0; y(0) = 0; y 0 (0) = 1
√ √
C1 = 0√
0=C√1
y = C1 ex cos( 2x) + C2 ex sen( 2x) =⇒ =⇒ 2
1 = 2C2 C2 =
2
√
2 x √
Solução única: y = e sen( 2x)
2
Exercı́cios:
14) Determine de entre as funções da coluna da direita as que são soluções das equações diferenciais na
coluna da esquerda
a) y 00 − y = 0; 1) y = x + 3;
b) y 00 + y = 0; 2) y = 4xex ;
c) y 00 = 0 3) y = ex (sen x + cos x)
d) y 00 − 2y 0 + y = 0; 4) y = 3 sen(2x) − 5 cos(2x);
e) y 00 − 2y 0 + 2y = 0 5) y = 2ex − 3e−x ;
f ) y 00 + 4y = 0; 6) y = sen x + 2 cos x
a) y 00 − 4y = 0;
b) y 00 − 4y 0 = 0;
c) y 00 + 4y 0 = 0;
d) y 00 − 2y 0 + 5y = 0;
e) y 00 + 2y 0 + y = 0
a) 2y 00 + 3y 0 = 0; y(0) = 1; y 0 (0) = 1;
17) Uma partı́cula desloca-se num movimento harmónico simples modelado pela equação diferencial
y 00 + k 2 y = 0; k>0