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Não basta estabelecer objectivos pessoais significativos.

E necessário tam-
bém que o estudante acredite nas suas capacidades para atingir esses
objectivos. A autoconfiança, alicerçada nas experiências de sucesso e nos
incentivos dados pelos educadores, é um sinal de auto-estima e uma das
bases essenciais da motivação. Quem acredita em si mesmo tem mais força para trabalhar
e resistir às frustrações.
A atitude de autoconfiança não se confunde com a arrogância daqueles que se conside-
ram possuidores de talentos especiais ou protegidos da «'estrelinha da sorte», como se para
eles fosse possível o milagre do sucesso sem esforço. Não haja ilusões!

1. Valorização das capacidades


O estudante sem autoconfiança tem uma imagem negativa de si mesmo. Valoriza mais as
suas limitações do que as suas capacidades. Não acredita que valha a pena o esforço para
ultrapassar os obstáculos. Sente os desafios como ameaças. O seu receio de fracasso é
superior à motivação para o sucesso. Pensa muito nos seus insucessos anteriores. Vê-se
como um perdedor. Com a sua atitude pessimista, atrai o insucesso.
Em contrapartida, o estudante com elevada autoconfiança tem uma imagem positiva de si
mesmo. Apesar de reconhecer as suas limitações, valoriza as suas capacidades. Acredita
que, com esforço e método, pode vencer os obstáculos. Sente os desafios como oportu-
nidades. A sua motivação para o sucesso é superior ao medo do fracasso. Gosta de lembrar
os sucessos já obtidos. Vê-se como um ganhador. Com a sua atitude optimista, atrai o suces-
so.

Esquematizando:

Atitude do estudante sem autoconfiança Atitude do estudante com autoconfiança


• Valoriza as suas limitações. • Valoriza as suas capacidades
• Sente os desafios como ameaças. • Sente os desafios como oportunidades.
• Receia o fracasso. • Acredita no sucesso.
• Vê-se como um perdedor. • Vê-se como um ganhador.
2. Optimismo face aos resultados
No seu percurso escolar, todos os alunos experimentam sucessos e insucessos. Dois tipos de
factores explicam os resultados escolares: factores pessoais (capacidades, esforço e méto-
do) e factores externos (natureza da tarefa, critérios do professor, condições ambientais e
sorte). Em cada situação, entram factores diferentes, em doses diferentes. A forma como os
alunos encaram as suas classificações condiciona a sua motivação. Os alunos mais motiva-
dos são pessoas optimistas que cultivam uma atitude positiva face aos resultados escolares.
Perante o sucesso, o aluno optimista felicita-se a si mesmo, valorizando as suas capacidades,
o seu esforço e o seu método, ainda que admita a eventual facilidade da tarefa, alguma
benevolência do professor ou uma boa dose de sorte. Se o aluno atribuir o sucesso às suas
capacidades e ao seu esforço metódico, sentirá mais orgulho nos seus resultados, reforçan-
do a sua autoconfiança e a sua motivação. Quem não dá crédito aos seus sucessos, não
ganha nada com eles.
Quando experimenta o insucesso, o aluno optimista assume as suas responsabilidades pela
falta de esforço ou ineficácia do método utilizado, embora saiba que há factores externos
que não pode controlar: a dificuldade da tarefa, a exigência do professor ou as condições
exteriores. Se o aluno atribuir o insucesso apenas a factores externos, que estão fora do seu
controlo, tenderá a desculpar-se, a desmotivar-se e a desistir. Pior ainda, se encarar o insu-
cesso como prova da sua incapacidade pessoal. O sentimento de incapacidade é parali-
sante!
O aluno optimista confia nas suas capacidades, mesmo quando obtém classificações fracas
ou abaixo das suas expectativas. Persiste no trabalho, apesar das frustrações. Não se
menospreza nem se resigna. Empenha-se em estratégias realistas de combate ao insucesso.
Gosta de provar aos outros (amigos, pais e professores) que é uma pessoa competente. Ali-
menta sentimentos positivos sobre si próprio. Acredita que, se trabalhar mais, com melhor
método, será capaz de conquistar o sucesso.
Quanto mais sucesso, mais motivação. Quanto mais motivação, mais sucesso.
Síntese
Se desejas reforçar a tua motivação

Pensa no interesse do estudo para a tua vida. Não trabalhes apenas para obter
prémios ou evitar castigos.
Estabelece objectivos pessoais realistas e desafiantes.
Escolhe um curso adequado às tuas aptidões. Pede conselho a um orientador voca-
cional.
Sê auto-confiante. Valoriza mais as tuas capacidades do que as tuas limitações.
Acredita que os bons resultados dependem essencialmente de ti, do teu esforço e
do teu método.
Confia nas tuas capacidades, mesmo quando experimentas o insucesso.

Propostas de actividades:

Classifica como Verdadeira (V) ou Falsa (F) cada uma das seguintes afirmações:

1. A motivação é um acelerador da aprendizagem.


2. Os prémios e os castigos são inúteis para a motivação.
3. Os estímulos positivos fortalecem a autoconfiança do estudante.
4. Os alunos mais motivados definem objectivos para o seu estudo.
5. A autoconfiança é uma atitude que prejudica a motivação.
6. Os resultados escolares dependem de factores externos e de facto-
res pessoais.
7. Um aluno motivado atribui o insucesso sobretudo a factores exter-
nos.
8. O insucesso é uma prova evidente da incapacidade do aluno.
9. O sentimento de incapacidade paralisa o esforço.
10. Um aluno optimista acredita que, com esforço, pode conquistar o
sucesso.
Pensa nas disciplinas que consideras menos motivadoras.
a) Identifica as principais causas da tua desmotivação.
b) Explica o que poderás fazer para encontrar motivos de interesse nessas disciplinas.
c) Escreve, para ti próprio, uma mensagem breve e positiva, que reforce a tua motivação
para o estudo. Afixa-a junto ao seu local de estudo.

Regista, no seguinte quadro, os objectivos mais importantes para a tua vida, a curto,
médio e longo prazo.

Objectivos a curto prazo Objectivos a médio prazo Objectivos a longo prazo


Esta semana, quero: Este período, quero: Nos próximos anos, quero:

Este mês, quero: Este ano, quero: No meu futuro, quero:

Analisa os teus objectivos.


São realistas?
Qual o papel da escola (e de cada disciplina) na concretização desses objectivos?
Que aconteceria, no seu futuro, se agora deixasses de estudar?
Assinala os três factores a que atribuis mais vezes os teus resultados escolares.

• Em caso de sucesso:
Sorte
Facilidade da tarefa
Benevolência do professor
Esforço
Método eficaz
Capacidade pessoal
Outros factores

• Em caso de insucesso:
Incapacidade pessoal
Método ineficaz
Falta de esforço
Exigência do professor
Dificuldade da tarefa
Pouca sorte
Outros factores

Reflecte criticamente sobre os factores assinalados. Em geral, os alunos mais motivados atri-
buem o sucesso às suas capacidades, ao seu esforço e ao seu método e atribuem o insu-
cesso essencialmente à falta de esforço ou à ineficácia do método, mas nunca à sua inca-
pacidade pessoal.

Solução:
1.
V = 1, 3, 4, 6, 9, 10
F = 2, 5, 7, 8

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