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UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná

Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha

Lílian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

“CALM LIKE A BOMB!”


A revolução Cubana em fragmentos

Jacarezinho – PR

2007.
UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná
Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha

Lílian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

CALM LIKE A BOMB!


A Revolução Cubana em fragmentos

“Projeto apresentado para atender as exigências da


disciplina de „Metodologia e Didática do Ensino de
História‟. Projeto vinculado ao LEPHIS – Laboratório
de Ensino e Pesquisa de História da Universidade
Estadual do Norte do Paraná”.
Professor orientador: Me. Alfredo Moreira

Jacarezinho – PR

2007.
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO..................................................................................................... 04

CONTEXTO DA REVOLUÇÃO CUBANA............................................................................. 06

CONTEXTO MUNDIAL: GUERRA FRIA.............................................................................. 08

ABORDAGEM HISTORIOGRÁFICA.................................................................................... 11

CONTEXTO ICONOGRÁFICO........................................................................................... 13

JUSTIFICATIVA........................................................................................................ 17

RÉPLICA DO PAINEL 1 (em tamanho A 4)............................................................ 20

RÉPLICA DO PAINEL 2 (em tamanho A 4)............................................................ 21

RÉPLICA DO PAINEL 3 (em tamanho A 4)............................................................. 22

RÉPLICA DO PAINEL 4 (em tamanho A 4)............................................................ 23

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA, FILMOGRAFIA E ORIGEM DAS ARTES NOS

PAINÉIS..................................................................................................................... 24
“Calm like a bomb!”
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A Revolução Cubana em fragmentos

APRESENTAÇÃO

No atual cenário mundial, Cuba tem se tornado um vórtice de exceções ao


pensamento contemporâneo, desde seu sistema de governo até sua produção cultural.
Esse patamar não se demonstra apenas atual, devido às suas realidades históricas,
desde a colonização a visualização de Cuba já era a de uma exceção. As perspectivas
de estudo, desde a formação dos estados latino-americanos até a retomada da
democracia dos mesmos, ocorrida somente nos últimos vinte anos, foram levadas sob
uma ótica generalizante, que não “dava conta” das “exceções” ao modelo estabelecido,
ou até mesmo “abrasileirando” a História da América Latina, o que passa a ser
inconcebível, visto que as colônias da América Espanhola tinham configurações sociais
totalmente diferentes da sociedade brasileira.1
Visto os acontecimentos recentes, a doença de Fidel Castro e a possível
especulação sobre a sucessão em Cuba, faz-se necessário uma visão histórica do que
originou toda essa imagem de exceção dada a Cuba. Nas palavras de Abelardo Blanco
e Carlos A. Dória: “A história de Cuba é a História de um povo em luta incessante pela
autodeterminação (...) Por determinação histórica e geográfica, sofreu dramaticamente
os efeitos da incontida expansão norte-americana”.2 O imperialismo mostrado como
força poderosa, totalmente dominadora e subordinadora tem sofrido críticas pela
produção historiográfica atual, e as críticas basicamente baseiam-se em casos como o
de Cuba3.
A Revolução Cubana foi não só um dos grandes acontecimentos políticos
da América Latina no século XX, mas também, principalmente a partir do momento em
que Cuba aderiu ao regime socialista, mantido a duras penas até os dias de hoje, num
dos grandes acontecimentos da História Contemporânea. Já no intuito de se esclarecer
os fatos ocorridos, volta-se à vista a figura de vários heróis e ícones do século XX, tais

1
PRADO, Maria Lígia. “A formação das nações latino-americanas”. São Paulo; Atual. Campinas - SP;
UNICAMP: 1985, (Coleção discutindo a História). Pp. 4-5.
2
BLANCO, Abelardo e DÓRIA, Carlos A. “Revolução Cubana: de José Marti a Fidel Castro (1868-
1959)”. São Paulo, Brasiliense: 1983, 2ª ed. (Coleção Tudo é História - 37). Pp. 7.
3
PRADO, Maria Lígia. Op. Cit. Pp. 51-52.
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como Ernesto “Che” Guevara4, Camilo Cienfuegos, José Marti e até mesmo de Simon
Bolívar.
O material é composto por quatro painéis, retratando, através de
referencias culturais oriundas do cinema e da música, os fatos ocorridos na Revolução
Cubana na seguinte ordem:
Um primeiro painel, simulando um jornal com notícias
referentes a Cuba. O intuito desse painel é mostrar por onde
começam as indagações que podem chegar à revolução
cubana. Usamos neste painel fragmentos originais de notícias
do jornal oficial cubano, o Granma.
O segundo painel, com ilustrações do trabalho Yong Hwe Kim,
“Che: uma biografia” e imagens do filme “O poderoso chefão:
Parte dois” visa ilustrar a situação de cuba e seus contrastes
sociais, com o auxílio de legendas.
O terceiro painel usa outra ilustração de Young Hwe Kim, agora
pra mostrar a característica principal da Revolução Cubana,
que foi a participação do povo. Esse painel conta como
elemento gráfico a letra traduzida da Música “Take the power
back” da banda Rage Against the Machine.
O quarto painel tenta expor a situação atual de Cuba, tanto
econômica como socialmente, através das opiniões e relatos
extraídos da matéria “Cuba sem Fidel”, de Celso Miranda.
Esses painéis são instrumentos de auxílio na transposição didática, sendo
ferramentas auxiliares de ensino para a compreensão do contexto histórico retro citado.
A importância da composição, visualizando os fatos de forma esquemática dinamiza a
aquisição do conhecimento por parte dos alunos e flexibiliza as relações entre os
saberes em sala de aula.
Trazendo junto a sua temática referências da cultura pop, os painéis a
acabam tendo a função de aglutinação, não só exemplificando o passado em Cuba,

4
Como se pode evidenciar em, por exemplo, KIM, Yong Hwe. “Che: Uma biografia”. Tradução de Ho Lim
Song. São Paulo: Conrad, 2006.
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mas também dando justificativas de várias atitudes na sociedade atual, não só no


âmbito da sociedade cubana, mas também nos dias atuais representando um papel
desafiador na atividade ensino-aprendizado.

CONTEXTO DA REVOLUÇÃO CUBANA

As lutas pela emancipação de Cuba fazem parte da identidade sócio-


cultural dos próprios cubanos, já que Cuba fora a última nação a se libertar do
colonialismo espanhol, mas ficara (como, de certa maneira, fica até hoje) sob o domínio
dos Estados Unidos. Usaremos aqui, a obra de Abelardo Blanco e Carlos A. Dória,
“Revolução Cubana: de José Marti a Fidel Castro (1868-1959)”, como base para uma
descrição temporal linear dos fatos históricos, à partir do período conhecido como
“Governo dos cem dias”, em 1934.
Com a renúncia de Franca e Irassari, San Martin tornou-se o presidente
provisório de Cuba, dando inicio ao período denominado de “Governo dos cem dias”.
Nesta época, o movimento revolucionário atingiu o ápice, várias centrais açucareiras
foram ocupadas pelos trabalhadores, gerando a instalação de sovietes, e, com isso
várias medidas populares são adotadas, entre elas: criação da Secretária do Trabalho,
dissolução dos antigos partidos políticos, concessão de autonomia universitária,
instalação da jornada de trabalho de oito horas, organização de um novo corpo militar,
reconhecimento do direito de voto das mulheres e intervenção na Cia. De Eletricidade,
que era um órgão de administração estatal.
É neste órgão que surge novas figuras para o contexto político cubano, a
de Guiteras, que defendia os interesses dos grevistas e a de Batista, que intervinha
com seu exército e reprimia o movimento, tentando voltar à situação para a ordem pré-
estabelecida anteriormente. Batista tinha apoio norte-americano conspirava contra San
Martin. Guiteras fora preso e assassinado friamente, encerrando essa fase da revolução
cubana, dando entrada à ditadura de Fulgêncio Batista.
Frente a ditadura de Batista estavam os partidários do Presidente interino
Grau San Martin, que haviam fundado o Partido Revolucionário de Cuba, e que

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contavam com o apoio de militantes do Diretório Estudantil e do Partido Comunista.


Porém, em quatro anos, Batista cai e dá lugar a Grau San Martin.
San Martin afasta todos os partidários de Batista. O governo de San
Martin se tornou uma grande decepção, a corrupção e a violência haviam se tornado
normas de sua política a tal ponto que o próprio San Martin foi acusado de desvio de
verbas públicas. Com isso, Batista novamente dá o golpe sobre o estádio cubano,
praticamente sepultando as esperanças do povo cubano de promover um governo
democrático através do voto direto.
Esse patamar permanece até o momento em que Fidel Castro entra no
movimento revolucionário, sendo uma exceção, dada a estagnação ideológica da
burguesia cubana. Cuba, nessa época tornara-se um ponto de encontro para negócios
da máfia norte-americana, a tal ponto que crupiers de cassinos ganhavam dez vezes
mais que médicos, nos exercícios de suas respectivas profissões em Havana, a capital
de Cuba. Fidel organiza a tomada da Moncada, porém seu ato é falho, e acaba sendo
exilado para o México.
No México, Fidel conhece vários exilados dos regimes ditatoriais latinos e,
dentre eles, Ernesto Guevara, o “Che”. Como esses refugiados vieram de lutas da
Nicarágua, Chile e outros países, logo se formou um exército para libertação de Cuba.
Seus planos não foram bem de início, mas graças a grande adesão do campesinato
aos idéiais guerrilheiros, e visualização de apoio no cotidiano dos guerrilheiros aos
campesinos, logo o interior seria tomado das mãos de Batista.
Com a unificação da Guerrilha aos movimentos revolucionários urbanos,
adicionando ai a organização de tática de guerrilha do exército de Fidel Castro, a
tomada de Cuba tornou-se questão de tempo. As manobras dos guerrilheiros, além de
desmoralizarem totalmente o exército de Batista, desmoronaram com as classes
burguesas de Cuba. Aqui surge outra característica fundamental da Revolução
presente na Revolução Cubana, uma revolução feita de baixo para cima, que, mesmo
sendo encabeçada por um representante da sociedade burguesa de então, teve a mão
e a força de um povo em busca de sua liberdade, sem deixar o seu papel a mão de
uma classe aristocrática falida, como a burguesia cubana da década de cinqüenta.

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Apenas instalado no poder, o governo revolucionário iniciou o


desmantelamento do sistema político neocolonial. Dissolveram os corpos repressivos e
garantiram aos cidadãos, pela primeira vez em muitos anos, o exercício pleno de seus
direitos. A administração pública foi saneada e se confiscaram os bens malversados.
Desta maneira se erradicou essa tão funesta prática da vida republicana.
Os criminosos de guerra batistianos foram julgados e sancionados, se
varreu a corrompida direção do movimento operário e se dissolveram os partidos
políticos que haviam servido à tirania. A designação do Comandante em Chefe Fidel
Castro como primeiro-ministro no mês de fevereiro, imprimiria um ritmo acelerado às
medidas de benefício popular.
Aprovou-se uma diminuição geral de aluguéis; As praias, antes privadas
puseram-se a disposição do povo para seu desfrute e intervieram as companhias que
monopolizavam os serviços públicos.Um marco transcendental neste processo seria a
Lei de Reforma Agrária, aprovada em 17 de maio, a qual eliminava o latifúndio ao
nacionalizar todas as propriedades de mais de 420 hectares de extensão, e entregava a
propriedade da terra a dezenas de milhares de camponeses, arrendatários e
precaristas.

CONTEXTO MUNDIAL: GUERRA FRIA

O mundo acabava de sair da segunda grande guerra mundial, e já tinha a


seus olhos a vista de uma nova guerra, não entre países, como na guerra anterior, mas
uma guerra entre sistemas políticos: o socialismo e o capitalismo. Esse período foi
designado como Guerra Fria, ante a distância dos dois maiores representantes dos dois
sistemas, Os Estados Unidos e A União Soviética, porém com o medo constante de
destruição total do planeta, devido ao poderio bélico dos dois países.
Após a morte de Stalin, em 1953, Nikita Khrushchov subiu ao posto de
Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética e, portanto, governante dos
soviéticos. Condenou os crimes de seu antecessor e pregou a política da coexistência

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pacífica entre os soviéticos e estadunidenses, o que significaria os esforços de ambos


os lados em evitar o conflito militar, havendo apenas confronto ideológico e tecnológico
(corrida espacial). Houve apenas tentativas de espionagem. Esta política também
possibilitou uma aproximação entre os líderes. Khrushchov reuniu-se diversas vezes
com os presidentes estadunidenses: com Dwight D. Eisenhower, em 1956, no Reino
Unido; em 1959 nos Estados Unidos; e em 1960 na França; e com Kennedy se
encontrou uma vez, em 1961, em Viena, Áustria.5
A instauração de um regime socialista preocupou a Casa Branca e, em
1961, os Estados Unidos chegaram a ordenar uma invasão à ilha. Entre 17 e 21 de
Abril de 1961, cerca de 1500 exilados cubanos recrutados, patrocinados e treinados
pela CIA dos Estados Unidos tentaram uma invasão frustrada na Baía dos Porcos.
Em 1962, a União Soviética foi flagrada construindo 40 silos nucleares em
Cuba. Segundo Khrushchev, a medida era puramente defensiva, para evitar que os
Estados Unidos tentassem nova investida contra os cubanos. Por outro lado, era sabido
que os soviéticos queriam realmente responder à instalação de mísseis Júpiter II pelos
estadunidenses na cidade de Esmirna, Turquia, que poderiam ser usadas para
bombardear o sudoeste soviético6.
Rapidamente, o presidente Kennedy tomou medidas contrárias, como a
ordenação de quarentena à ilha de Cuba, posicionando navios militares no mar do
Caribe e fechando os contatos marítimos entre a União Soviética e Cuba. Vários pontos
foram levantados a respeito deste bloqueio naval: os soviéticos disseram que não
entendiam porque Kennedy havia tomado essa medida, já que vários mísseis
estadunidenses estavam instalados em territórios dos países da OTAN contra os
soviéticos, em distâncias equivalentes àquela entre Cuba e os EUA; Fidel Castro
revelou que não havia nada de ilegal em instalar mísseis soviéticos em seu território; e
o primeiro-ministro britânico Harold Macmillan disse não ter entendido por que não foi
sequer ventilada a hipótese de acordo diplomático7.

5
WIKIPÉDIA. Enciclopédia desenvolvida pela Wikimedia Foundation. Disponível em:
<http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Guerra_Fria&oldid=6504668>. Acesso em: 27 Jul 2007
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Em 23 e 24 de Outubro, Khrushchov teria enviado uma carta a Kennedy,


informando suas intenções pacíficas. Em 26 de Outubro disse que retiraria seus mísseis
de Cuba se Washington se comprometesse a não invadir Cuba. No dia seguinte, pediu
também a retirada dos balísticos Júpiter da Turquia. Mesmo assim, dois aviões espiões
estadunidenses U-2 foram abatidos em Cuba e na Sibéria em 27 de Outubro, o ápice
da crise. Neste mesmo dia, os navios mercantes soviéticos haviam chegado ao Caribe
e tentariam passar pelo bloqueio. Em 28 de Outubro, Kennedy foi obrigado a ceder os
pedidos, e concordou em retirar os mísseis da Turquia e não atacar Cuba. Assim, Nikita
Khrushchov retirou os mísseis nucleares soviéticos da ilha.
Apesar de o acordo ter sido negativo para os dois lados, o grande derrotado foi o líder
soviético, que foi visto como um fraco que não soube manter sua posição frente aos
estadunidenses. Sobre isso, disse o Secretário de Estado Dean Rusk: "Nós estivemos
cara a cara, mas eles piscaram". Dois anos depois, Khrushchov não aguentou a
pressão e saiu do governo. Kennedy também foi mal-visto pelos comandantes militares
dos Estados Unidos. O general LeMay disse a Kennedy que este episódio foi "a maior
derrota da história estadunidense", e pediu para que os Estados Unidos invadissem
imediatamente Cuba8.
O período da distensão (Détente) seguiu-se à Crise dos Mísseis, por ela
quase ter levado as duas superpotências a um embate nuclear. Os EUA e a URSS
decidiram, então, realizar acordos para evitar uma catástrofe mundial. Nesta época,
vários tratados foram assinados entre os dois lados9.
Tratado de Moscou (1963) - Os dois países regularam a
pesquisa de novas tecnologias nucleares e concordaram em
não ocupar a Antártica.
TPN (Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares) (1968)
- Os países signatários (EUA, URSS, China, França e Reino
Unido) comprometiam-se a não transmitir tecnologia nuclear a
outros e a se desarmarem de arsenais nucleares.

8
HOBSBAWM, Eric J. “A Era dos extremos”. Tradução de Marcos Santarrita. São Paulo; Companhia das
Letras,1994. Pp. 223 – 253.
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SALT I (Strategic Arms Limitation Talks - Acordo de Limitação


de Armamentos Estratégicos) (1972) - Previa o congelamento
de arsenais nucleares dos Estados Unidos e da União
Soviética.
SALT II (1979) - Prorrogação das negociações do SALT I.
Os dois países tinham seus motivos particulares para buscar acordos
militares e políticos. A URSS estava com problemas nos relacionamentos com a China,
e viu este país se desalinhar do socialismo monopolista de Moscou. Isso criou a prática
da diplomacia triangular, entre Washington, Moscou e Pequim. Também estavam com
dificuldades agrícolas e econômicas. E os Estados Unidos haviam entrado numa guerra
contra o Vietnã, e na década de 1970 entrariam em uma grave crise econômica10.
A Distensão, apesar de garantir o não-confronto militar, acirrou a rivalidade política e
ideológica, culminando em algumas revoltas sociais e apoios a revoltas e revoluções na
Europa e no Terceiro Mundo11.

ABORDAGEM HISTORIOGRÁFICA

Pensar o passado e o futuro numa simbiose solidária, envolvendo causas


e conseqüências de âmbito generalizante e, ao mesmo tempo representando uma
realidade que combina a objetividade e a subjetividade teórico-metodológica da
disciplina de história12. Esse tem sido o desafio desempenhado por uma corrente
denominada “História do tempo presente”.
Nos nossos tempos, não é mais papel do historiador fazer o
conhecimento. Na verdade o conhecimento é feito pela inflação de informações
decorrentes de nosso cotidiano, a multiplicação de questionamentos e indagações
oriundas das origens e causas dos fatos que nos bombardeiam diariamente através das
mass-medias. Embora às vezes se tenha uma impressão de que se fabrica uma série

10
HOBSBAWM, Eric J. “A Era dos extremos”. Op. Cit. Pp. 223 - 253.
11
Idem.
12
BEDARIDA, François. “Tempo presente e presença da história”. In: FERREIRA, Marieta de Moraes e
AMADO, Janaina (Org.).“Usos e Abusos da História Oral” Rio de Janeiro, FGV, 8a ed.2006.
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de pseudo-acontecimentos, o que o corre, na verdade, é que o próprio fato mudou sua


concepção, frente à concepção de fato na historiografia tradicional. Em suma, vale dizer
que, hoje, é o acontecimento que faz o historiador, e não o inverso. Talvez seja essa
afirmação que explique a ascensão de tantos trabalhos historiográficos por parte de
jornalistas13.
Não que não haja rigor nem método, nem tampouco higiene intelectual
para se realizar um trabalho dessa magnitude14. Essa impressão é deixada pelo fato de
que, por se estudar o próprio tempo, o historiador pode manipular de forma anacrônica
suas fontes. Fontes, essas que por se tratarem de um tempo de grande divulgação de
informação, de possibilidades de entrevistas e acervos, torna-se um rico maná a
disposição do historiador15.
Ao usarmos essa abordagem, lidamos com três problemas:
O cisma entre gerações: ideologicamente, é simples de se ver
como esse cisma funciona. O que é interessante citar é que
esse cisma, que parece ser apenas restrito ao campo das
ideologias individuais é passado também para o campo da
ciência. Historiadores que não viveram um determinado tempo
histórico podem ter outra visão, diferente de quem viveu esse
mesmo período. Claro que as relações ideológicas são muito
mais representativas pra quem viveu essas épocas16.
A questão da memória, tão fortalecida na segunda metade da
década de setenta17. Mas, em se tratando de história oral, deve
se considerar que, primeiro, nem vale a pena valer-se de
entrevista se você não tiver um amplo conhecimento do tema a

13
NORA, Pierre. “O acontecimento e o historiador do presente”. In: LE GOFF, Jacques, LADURIE, Le
Roy, DUBY, Georges. “A nova História”. Lisboa, Edições 70: 1977. Pp. 45- 55.
14
RÉMOND, René. “Algumas questões de alcance geral à guisa da introdução”. In: FERREIRA, Marieta
de Moraes e AMADO, Janaina (Org.).“Usos e Abusos da História Oral” Rio de Janeiro, FGV, 8a
ed.2006.
15
CHARTIER, Roger. “A visão do historiador modernista”. In: FERREIRA, Marieta de Moraes e AMADO,
Janaina (Org.).“Usos e Abusos da História Oral” Rio de Janeiro, FGV, 8a ed.2006.
16
HOBSBAWM, Eric J. “O presente como história: escrever a história de seu próprio tempo”. Tradução
de Heloísa Buarque de Almeida. In: “Revista novos estudos”. São Paulo; CEBRAP, Novembro/95 nº 43.
Pp.103-112
17
BEDARIDA, François, Op. Cit. Pp. 219.
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ser abordado, ou seja, tentar saber mais do que o próprio


entrevistado pode falar, em segundo lembrar-se sempre que a
memória pode se enganar ou apagar detalhes que podem ser
vitais a compreensão dos fatos estudados, e por último, e
relacionado com o cisma das gerações, o fato de que não
adianta tentar mudar as idéias de quem viveu um período
histórico distante, pois suas idéias já estão fundamentadas a
bem mais tempo do que a do pesquisador18.
“O padrão geral de nossos tempos”: Sobre o padrão de idéias
que surgem a cada geração, é importante citar que, além de
eles mudarem a cada geração, que eles são influenciados por
fatores de tempo, espaço e filosofia política dentro de uma
consciência individual e aceitos através de um consenso, tanto
individual quanto coletivo19.
Sobre a história do tempo presente, também, pairam-se as reflexões
filosóficas sob sua metodologia. Os conceitos de verdade, objetividade e subjetividade,
de se reconhecer cada uma dessas características na história, de distinguir os graus de
verdade em cada fato; a totalidade dos fatos, entre causas e conseqüências, a idéia de
novo sobre essa globalização dos esquemas explicativos em prol do cidadão
contemporâneo; e principalmente sobre a ética: afastar-se em prol de sua consciência
de ser humano, que é a mesma consciência que a do historiador, pois como dizia
Rebelais, “ciência sem consciência é somente a ruína da alma.”20 Por fim, “O inicio da
compreensão histórica é uma validação da alteridade (grifo original) do passado, e o
maior dos pecados do historiador é o anacronismo. Portanto, temos uma vantagem
natural que compensa nossas inúmeras desvantagens”21.

18
HOBSBAWN, Eric J. “O presente como história: escrever a história de seu próprio tempo”. Op. Cit. Pp.
105.
19
Idem.
20
BEDARIDA, François, Op. Cit. Pp. 219
21
HOBSBAWN, Eric J. “O presente como história: escrever a história de seu próprio tempo”. Op. Cit. Pp.
105.
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CONTEXTO ICONOGRÁFICO

Como comentado anteriormente, existem algumas dificuldades em lidar


com o tempo presente em história. Principalmente no caso de nosso projeto, que
engloba, na verdade, um leque de recortes temporais e espaciais, que, em primeira
mão, parecem não ter nenhum tipo de relação, direta ou indireta. Tentaremos, aqui, ser
o mais direto possível, embora o emaranhado de teias de conceitos que embasam este
trabalho seja de complexidade para ser apresentada a quem não viveu, ou melhor, não
prestou atenção ou deu valor a essa teia de fatos.
Primeiramente, os dois primeiros ícones que vem a mente de uma pessoa
quando falamos da revolução cubana, ou pelo menos de Cuba, são duas pessoas. O
Presidente de Cuba, o Comandante Fidel Castro, dada a sua repercussão política e
suas atitudes, no tocante ao fato de manter-se no poder há quarenta e sete anos, e de
manter, mesmo após a queda do socialismo real, um regime socialista em Cuba. O
segundo, o de Ernesto “Che” Guevara, que, à partir da revolução tornou-se um ícone de
liberdade e resistência, vivo até os dias de hoje, ou nas palavras do filosofo Jean Paul
Sartre “o homem do século”22.
Mas, quem ou o que criou esse cânone à imagem de Guevara. Quanto ao
autor, vale dizer ser uma empreita deveras difícil e um tanto quanto desprovida de
objetivo dentro de nosso trabalho. Mas a imagem de Guevara “ganhou” este cânone
devido à atitude do próprio, ao envolver se em guerrilhas anti os regimes ditatoriais da
América latina e, conseqüentemente, contra o imperialismo estadunidense, sendo
espalhada pelo ocidente, ou seja, Europa e América latina, na década de sessenta e
setenta.
Dentro desta ótica, as biografias de Guevara demonstram e justificam
esse cânone que lhe fora atribuído. Sua imagem de antiimperialista, revolucionário e,
mais ainda, de último herói do século XX ofuscam a principal idéia que a Revolução
Cubana passou para o mundo: a de uma revolução que foi construída não por uma

22
KIM, Yong Hwe. Op. Cit. Pp. 11.
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pessoa, mas por uma população, que nada mais queria do que a liberdade de se auto-
afirmar23.
Atualmente, há uma “nova onda” desse cânone de Guevara, e também de
Cuba, na produção cultural da década de noventa até os dias atuais. Essa nova onda
fora encabeçada por uma banda de Rock de Los Angeles, chamada Rage against the
Machine, que faz sucesso até os dias de hoje. Composta de dois negros, um deles filho
de mexicanos, suas letras combatiam não só o racismo e o militarismo do governo
estadunidense, mas também as questões sociais da América latina, principalmente o
imperialismo americano, a revolta zapatista e o apoio declarado ao Subcomandante
Marcos24. E também não faz parte de apenas um movimento de contracultura musical,
em seus trabalhos há também a citação de vários livros de sociologia, história, filosofia
e política, de autores como Noam Chomsky, Múmia Abu-Jamal, Marx e Lênin25.
Se há uma ressalva nos aspecto de rebeldia do rock, aqui cabe um
parêntese. No final da década de oitenta, o sucesso das rádios era um rock com
musicas mais românticas em suas letras (chamado de “hairy rock” ou “alegre hard rock”
ou “metal farofa” aqui no Brasil). O panorama das letras de rock, para o cenário mundial
só veio à tona com a vinda do Grunge (um subgênero da cultura punk, originário
principalmente do noroeste dos Estados Unidos, tendo sua base principal em Seattle).
As músicas “grunge” tinham por características um tom melancólico, criticando
principalmente o “American way of life”, dito por feliz e romântico nas letras de “hairy
rock”. Esse movimento teve seu auge junto com a carreira de duas bandas: o Nirvana,
que acabou sua carreira com a morte do vocalista Kurt Cobain, em 1994 e terminou em
1997, com o fim da banda Sound garden. Mas essa subida das músicas de protesto
deu fôlego a outros subgêneros da cultura punk26.
As relações entre produção contra cultural do “grunge” e do cenário
político são diretas. Durante o final da década de oitenta, os Estados Unidos, presididos
por George Bush, o pai, passavam por uma crise econômica grave. Essa crise não se
refletia no “hairy rock”, mas refletia-se no “grunge”, no “hardcore” e em outras culturas

23
BLANCO, Abelardo e DÓRIA, Carlos A. Op. Cit. Pp. 7.
24
Vide nota número vinte e sete.
25
Essa bibliografia pode ser analisada no site oficial da banda (www.ratm.com)
26
Vide nota número vinte e sete.
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A Revolução Cubana em fragmentos

pós-punk. Essa crise fora de tal dimensão que o partido de Bush não conseguira a
reeleição do Presidente, vindo a tona a figura de Bill Clinton. O interessante é notar que
a ascensão e queda do “grunge” coincidem com esse período político: A instabilidade
do Governo Bush - Pai e a reestabilização econômica no governo Clinton27.
Mas a maior contribuição que pode ser dada a essa abordagem,
utilizando-se desses ícones da cultura pop é uma reflexão sobre as idéias arquetípicas
do conceito de revolução, através de sues usos e comparações. Também interessante
é ver que a crítica parte, de certa ótica, de quem teria mais condições de oprimir do que
ser oprimido, de um questionamento interno surgido às caras da onipotência
estadunidense. Ou seja, a relação entre as músicas e a Revolução cubana é indireta. O
que teria relação direta com as músicas do quarteto californiano seriam a Guerrilha
agrária do México (os Zapatistas de 1994 até os dias de hoje), o arquétipo atual de
revolução, a política imperialista estadunidense, o racismo e o preconceito. Acreditamos
que esses temas por si só carregam os ideais da revolução cubana.
E o que é Cuba hoje, senão um símbolo também canônico da resistência
contra o imperialismo, e as conseqüências da situação econômica delicada que Cuba
enfrenta hoje, nada mais é do que a resposta estadunidense para seu quintal, a
América latina, do que acontece com quem se opõe a seu poderio. Outra questão é: até
onde o movimento político de Cuba, de 1868 até os dias de hoje pode ser considerado
“Revolução”? Há liberdade para os cubanos, se eles têm problemas com um embargo
imposto pelos Estados Unidos e tiveram de ceder Guantánamo para os americanos?

27
Conforme encontrado na Wikipédia. Na bibliografia do projeto, constarão todos os sites consultados,
pois o texto produzido aqui, na verdade, baseiam-se em recortes de memórias de um dos autores mais o
próprio conteúdo enciclopédico do site e suas referências externas, que também seguiram citadas na
bibliografia. Para uma contextualização da contracultura punk, uma boa leitura é o livro da coleção
primeiros passos, “O que é punk?”, de Antonio Bivar, que embora escrito antes do recorte temporal
descrito aqui, ilustra bastante o que há de idealismo nesse nicho contra cultural.
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JUSTIFICATIVA

Abordar a Revolução Cubana, em seus mais amplos aspectos, tem


relevância devido às especificações das dinâmicas sócio-econômicas das sociedade
cubana. Essas especificidades tornam a História cubana uma espécie de “laboratório” 28,
aonde a abordagem da História pode ser isolada e aplicada para a explicação de
diversos fatores ocorridos nas táticas de governantes, populares que protestam e
guerrilheiros, favorecendo a aplicação de modelos que beneficiem a comparação para o
aluno.
As questões impostas a esse eixo temático histórico (as lutas das classes
sociais latino americanas) trazem consigo vários pensamentos e questões. Se essa
afirmativa fosse real, como países como Cuba e Nicarágua conseguiram "livrar-se" do
imperialismo norte-americano? Aliás, como conseguiram tal fato, visto que
historicamente foram os países onde os Estados Unidos mais intervieram, e de forma
mais agressiva?29
Os homens que lideraram o processo de emancipação nacional na
América Latina, como um todo, estavam imbuídos pelo ideal burguês liberal, mas sem
embasamento em lutas sociais anteriores e intensas a independências das colônias de
então, fustigado pela levada dos políticos conservadores que lideram a América Latina.
O autoritarismo e o populismo, vistos a partir do final do século XIX para o início do
século XX não é o resultado de uma herança colonial, nem congênito e tão pouco
determinado historicamente; a luta para derrubá-lo está diretamente ligada às lutas das
classes dominadas e seu potencial dominador.30 Ademais, esses movimentos,
principalmente o populismo, caracterizaram um típico movimento de passagem da

28
Num sentido figurativo da palavra, já que como Abelardo Blanco e Carlos A. Dória dizem, “As
experiências históricas não se pode reunir novamente, como num laboratório, a infinidade de
determinações que produziram um fato singular”
29
PRADO, Maria Lígia. Op. Cit. Pp. 51-52.
30
PRADO, Maria Lígia. Op. Cit. Pp. 70-72.
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A Revolução Cubana em fragmentos

sociedade tradicional, arcaica ou rural, para uma sociedade urbana, industrial e


moderna.31
Do ponto de vista didático, esse material sugere o desenvolvimento da
diferenciação étnica, da relação espaço-sociedade (dado que Cuba é uma ilha com
pequeno território), do desenvolvimento de uma postura crítica quanto ao
desenvolvimento de uma identidade sócio-política numa população, e, da mesma
forma, de uma formação de pensamento sócio-político questionadora e formadora de
opinião e principalmente, de um reconhecimento da mobilização social e de sua ação
transformadora32.
As complexidades existentes nas relações de aprendizado, implícitas
também no âmbito de pesquisa e ensino, lavam-nos a crer que esses painéis, enquanto
ferramentas de aprendizado têm por finalidade auxiliar o professor a complementar e
enriquecer o conteúdo programático que o mesmo submete a seus alunos na rede
escolar pública, também flexibilizando seu trabalho e facilitando no processo de
pesquisa, norteando a transmissão de conteúdo e liberando mais tempo para o docente
pesquisar e aprofundar os pontos falhos de seu material didático (livro ou apostila) 33.
Ao aluno, o painel passa a ser mais um mediador do conhecimento, como
uma fonte visual alternativa e, de forma esquematizada, simplificadora de referências
do conteúdo aplicado. O trabalho com os painéis permite também a possibilidade de
construção de material didático pelos próprios alunos, desenvolvendo seus esquemas
próprios para estudo, desenvolvendo ainda mais o raciocínio social, ou seja, cada um
acaba, a sua maneira e percepção, desenvolvendo seus próprios esquemas de relação
do conteúdo com o que aprendeu.
Conforme fora citado nos itens “Abordagem historiográfica” e “Contexto
iconográfico”, a correlação direta entre a revolução cubana e seus produtos de cultura
material e complexa e difusa, como os fios de uma teia de aranha, onde as ligações
entre cada um são visíveis, porém o resultado final e difícil de ser visualizado. Utilizar-

31
IANNI, Otávio. “A formação do estado populista na América Latina”. São Paulo, Ática: 1989. (Série
Fundamentos). Pp. 8.
32
MEC/SEF. “Parâmetros curriculares nacionais: História, Geografia”. Brasília: MEC/SEF, 1997.
Retirado do site <www.mec.gov.br> dia 17/05/2007 às 16:24.
33
MEC/SEF. Op. Cit.
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se desses esquemas exige uma grande explanação sobre vários raciocínios, e um


desenvolvimento cognitivo amplo da realidade histórica. Seu uso em sala de aula
desenvolve a capacidade cognitiva da comparação de realidades sociais e aproxima a
história, na relação de solidariedade mutua entre o passado e o presente, já debatida
anteriormente.
Segundo o psicólogo da educação Alexander S. Neill, o indivíduo só
aprende aquilo que lhe interesse ou que lhe atraia de alguma forma o interesse.
Quando isso ocorre, há um grande desenvolvimento do pensamento do aluno. Onde,
nesse tema, há o interesse do aluno?
Primeiramente, estamos em época dos Jogos Pan-americanos, e próximo
ano serão realizadas as olimpíadas. O desempenho dos atletas de Cuba sempre tem
destaque, que podem gerar a pergunta: Porque os atletas cubanos têm um
desempenho tão notável? A resposta estará na política adotada pelo país, de incentivo
ao esporte. Aqui já vem a primeira comparação: a política e suas diferenças, que nos
levam a Revolução Cubana.
Outra pergunta a ser feita por e para os alunos e sobre Fidel Castro, ou
mesmo sobre Cuba, que quase nunca aparece nos noticiários, a sua importância e
seus problemas. Outra via que depende de um pouco mais do conhecimento dos
alunos, é o porquê do embargo mercantil imposto pelos Estados Unidos a Cuba.
Uma nova comparação pode ser feita com a política brasileira. Qual a
diferença entre as revoluções de 1964 (a Ditadura militar) e a Revolução Cubana? Aqui
caem os conceitos de socialismo, capitalismo, revolução e imperialismo. E é aqui que
entram o uso das músicas de protesto do Rage Against the machine, podendo
intercalar um projeto interdisciplinar de Línguas Portuguesa, Inglesa e História.
Além desses fatores, pode se mostrar a história através da cultura do rock,
do hip-hop (já que as músicas do Rage Against the Machine mesclam elementos
desses dois tipos de música), aproximando não só o passado do presente dos alunos,
mas desmistificando a ausência prática da história no cotidiano dos alunos, dando
margem a novas idéias de trabalhos e a construção da identidade histórica de nossos
alunos.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA, FILMOGRAFIA, SITES E


ORIGEM DAS IMAGENS DOS PAINÉIS

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Moraes e AMADO, Janaina (Org.).“Usos e Abusos da História Oral” Rio de Janeiro,
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faixas.
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min.). Onze faixas.
RAGE AGAINST THE MACHINE. The Battle of Los Angeles. Los Angeles: Epic, 1999.
1 CD. (41 min.). Doze faixas.
RAGE AGAINST THE MACHINE. Renegades. Los Angeles: Epic, 2000. 1 CD. (54
min.). Doze faixas.

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