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Dissertação de Mestrado - Enio Luiz Rossetti
Dissertação de Mestrado - Enio Luiz Rossetti
1996
Dedico este trabalho à
II
ÍNDICE
AGRADECIMENTOS.............................................................................................................................. V
LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................................VI
RESUMO ..................................................................................................................................................XI
ABSTRACT ............................................................................................................................................ XII
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1
3. ÁREA DE ESTUDO............................................................................................................................ 14
III
7.1.4. Seqüência Amarela ................................................................................................. 96
7.2. Seqüências de 4ª ordem ........................................................................................................ 98
7.2.1. Limites de seqüências de 4ª ordem ...................................................................... 108
7.2.2. Seqüências de 4ª ordem dentro da Seqüência Azul............................................ 108
7.2.3. Seqüências de 4ª ordem dentro da Seqüência Verde ......................................... 119
7.2.4. Seqüências de 4ª ordem dentro da Seqüência Laranja...................................... 128
7.2.5. Seqüências de 4ª ordem dentro da Seqüência Amarela..................................... 136
IV
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos orientadores Dr. Jorge Carlos Della Fávera e o Dr. Cesar Cainelli
pela orientação, sugestões e revisão dos manuscritos.
V
RELAÇÃO DE FIGURAS
VI
Fig. 35 - Histograma uni e bi-modal com indicação dos valores de moda e média ........43
Fig. 36 - Histograma unidimensional e histograma cumulativo......................................43
Fig. 37 - Histograma em três dimensões da distribuição de freqüência de duas
imagens e o scattergrama correspondente .........................................................44
Fig. 38 - Histogramas mostrando diferenças de contraste de uma imagem ....................44
Fig. 39 - Disposição de amostras em um traço sísmico ..................................................45
Fig. 40 - Traço sísmico com plot em wiggle + área variável e em densidade variável...46
Fig. 41 - Pequena porção da linha sísmica nº1 com diferentes tons de cinza .................47
Fig. 42 - Histograma da fig. 41 com distribuição dos Dns..............................................47
Fig. 43 - Pedaço de um refletor com seus respectivos histogramas ................................48
Fig. 44 - Pedaço de um refletor sobreposta por três linhas de contorno .........................49
Fig. 45 - Linha sísmica de alta resolução do Delta de Dwangwa....................................51
Fig. 46 - Linha sísmica 2D com padrão geométrico dos refletores essencialmente
plano-paralelos ..................................................................................................52
Fig. 47 - Linha sísmica nº1, plot em densidade variável, com refletores essencialmente
plano-paralelos com poucas evidencias de clinoformas...................................53
Fig. 48 - Tela de controle para aumento de contraste......................................................56
Fig. 49 - Tela do filtro de contorno .................................................................................56
Fig. 50A- Teste com a ferramenta de contorno (valor de contorno = 50).......................58
Fig. 50B- Teste com a ferramenta de contorno (valor de contorno = 100) .....................59
Fig. 50C- Teste com a ferramenta de contorno (valor de contorno = 150) .....................60
Fig. 50D- Teste com a ferramenta de contorno (valor de contorno = 200).....................61
Fig. 50E- Teste com a ferramenta de contorno (valor de contorno = 250) .....................62
Fig. 51 - Pequena porção da linha sísmica nº1 mostrando que o plot tracejado envolve
os refletores do plot de densidade variável ......................................................63
Fig. 52 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot normal...............................................64
Fig. 53 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido ...........................................65
Fig. 54 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot tracejado ...........................................66
Fig. 55 - Carta geocronológica e bioestratigráfica das seqüências de 3ª e 4ª ordens
propostas neste trabalho ...................................................................................68
Fig. 56 - Modelo generalizado de meio graben, com os principais componentes de
highstand e lowstand em rifts lacustrinos ........................................................69
Fig. 57 - Carta estratigráfica comparativa das seqüências propostas por Della Fávera
et al., (1994) e neste trabalho ...........................................................................70
Fig. 58 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido mostrando 3 pacotes com
geometrias sísmicas diferentes .........................................................................73
Fig. 59 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot normal mostrando as discordâncias
limites das seqüências de 3ª ordem ...................................................................74
Fig. 60 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido mostrando as divisões
limites das seqüências de 3ª ordem ...................................................................75
Fig. 61 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot tracejado mostrando as divisões
limites das seqüências de 3ª ordem ...................................................................76
Fig. 62 - Sistemas de níveis de base das seqüências de 3ª ordem ...................................77
Fig. 63 - Seção geológica mostrando a discordância superior da Seqüência Azul .........79
Fig. 64 - Sistemas de níveis de base da Seqüência Azul .................................................80
Fig. 65 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido mostrando os sistemas de
de níveis de base da Seqüência Azul................................................................81
VII
Fig. 66 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot tracejado mostrando os sistemas de
de níveis de base da Seqüência Azul...............................................................................82
Fig. 67 - Linhas sísmicas nº 1 e 2, mostrando o relevo irregular da discordância limite
entre as Seqüências Verde e Laranja ................................................................83
Fig. 68 - Relação entre os sistemas de níveis de base da Seqüência Verde, com perfil
de raios gama do poço Y ..................................................................................84
Fig. 69 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido mostrando os sistemas de
de níveis de base da Seqüência Verde..............................................................85
Fig. 70 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot tracejado mostrando os sistemas de
de níveis de base da Seqüência Verde..............................................................86
Fig. 71 - Descrição de testemunho do poço Z. ................................................................87
Fig. 72 - Fotografia do testemunho nº1 do poço Z..........................................................88
Fig. 72A- Fotografia do testemunho nº1 do poço Z ........................................................89
Fig. 73 - Fotografia do testemunho nº2 do poço Z..........................................................90
Fig. 74 - Linha sísmica nº1, plot normal mostrando discordância angular limite
superior da Seqüência Laranja com a Seqüência Amarela...............................92
Fig. 75 - Linha sísmica nº1, plot invertido mostrando as superfícies erosivas na
Seqüência Laranja ............................................................................................93
Fig. 76 - Relação entre os sistemas de níveis de base da Seqüência Laranja com perfil
de raios gama do poço Y ..................................................................................93
Fig. 77 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido mostrando os sistemas de
de níveis de base da Seqüência Laranja ...........................................................94
Fig. 78 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot tracejado mostrando os sistemas de
de níveis de base da Seqüência Laranja ...........................................................95
Fig. 79 - Perfis de raios gama mostrando quebra acentuada separando a Seqüência
Amarela da Seqüência 4 de Della Fávera et al., (1994) ...................................96
Fig. 80 - Relação entre os sistemas de níveis de base da Seqüência Amarela com
perfis de raios gama do poço Y ........................................................................97
Fig. 81 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido mostrando os sistemas de
de níveis de base da Seqüência Amarela..........................................................99
Fig. 82 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot tracejado mostrando os sistemas de
de níveis de base da Seqüência Amarela........................................................100
Fig. 83 - Perfil de meio graben com suas principais províncias fisiográficas ..............101
Fig. 84 - Seção através de delta tipo Gilbert .................................................................102
Fig. 85 - Diagrama dos principais tipos de fluxos dentro de uma bacia .......................104
Fig. 86 - Mapa de fácies da Seqüência Verde ...............................................................106
Fig. 87 - Lago Malawi com sua drenagem e os cinco deltas estudados........................107
Fig. 88 - Perfil esquemático com a posição paleogeográfica da área estudada.............109
Fig. 89 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido com as seqüências de
4ª ordem dentro da Seqüência Azul.................................................................111
Fig. 90 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot tracejado com as seqüências de
4ª ordem dentro da Seqüência Azul.................................................................112
Fig. 91 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido mostrando detalhes do
processo de regressão forçada ........................................................................113
Fig. 92 - Arquitetura esquemática da regressão normal e forçada ................................114
Fig. 93 - Perfis hipotéticos de poços através de uma sucessão de linhas de praia no
sistema de nível baixo ....................................................................................115
VIII
Fig. 94 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido mostrando a Seqüência
2 az com seus sistemas de níveis de base .......................................................115
Fig. 95 - Detalhe da Seqüência 4 az mostrando a relação agradação versus
progradação ....................................................................................................116
Fig. 96 - Modelo esquemático da relação agradação versus progradação ....................117
Fig. 97 - Detalhe da linha nº1 com Seqüência 4az mostrando regressão forçada .........117
Fig. 98 - Detalhe da linha nº1 com Seqüência 4az mostrando modelo de drenagem
para explicar os diferentes padrões sísmicos..................................................118
Fig. 99 - Bloco diagrama mostrando deposição de lobos deltaicos e como podem
serem vistos em linhas sísmicas .....................................................................120
Fig. 100 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido com as seqüências de
de 4ª ordem dentro da Seqüência Verde.........................................................121
Fig. 101 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot tracejado com as seqüências de
de 4ª ordem dentro da Seqüência Verde.........................................................122
Fig. 102 - Detalhe da linha sísmica nº1 mostrando onlap sobre cunha progradante
do sistema de nível baixo da Seqüência 1ve.................................................123
Fig. 103 - Detalhe da linha sísmica nº1 mostrando cunha de regressão forçada e
refletor truncado no topo do pacote progradante da Seqüência 2ve.............124
Fig. 104 - Perfil de raios gama do poçop Y, mostrando Seqüência Verde com as
seqüências de 4ª ordem e seus respectivos sistemas de níveis de base ........124
Fig. 105 - Expressão estratigráfica de um limite de seqüência .....................................125
Fig. 106 - Perfil esquemático da formação da superfície de ravinamento ....................126
Fig. 107 - Perfil esquemático da distribuição de sedimentos derivados da erosão do
substrato durante a transgressão da linha de praia ........................................126
Fig. 108 - Detalhe da linha sísmica nº1 com a Seqüência 3ve mostrando a boa
correspondência entre a linha sísmica e o perfil de raios gama do poço Y...127
Fig. 109 - Detalhe da linha sísmica nº1 com Seqüência 3ve mostrando refletor como
uma provável feição de turbidito de frente deltaica ......................................129
Fig. 110 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido com as seqüências de
de 4ª ordem dentro da Seqüência Laranja ......................................................130
Fig. 111 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot tracejado com as seqüências de
de 4ª ordem dentro da Seqüência Verde........................................................131
Fig. 112 - Perfil de raios gama do poço Y mostrando a Seqüência Laranja com as
Seqüências de 4ª ordem e seus respectivos sistemas de níveis de base.........132
Fig. 113 - Detalhe da linha sísmica nº1 com as Seqüências 1la e 2la...........................134
Fig. 114 - Detalhe da linha sísmica nº1 mostrando um modelo de preenchimento
de vale inciso na Seqüência 2la.....................................................................135
Fig. 115 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot invertido com as seqüências de
de 4ª ordem dentro da Seqüência Amarela.....................................................137
Fig. 116 - Linha sísmica nº1, horizontalizada, plot tracejado com as seqüências de
de 4ª ordem dentro da Seqüência Amarela.....................................................138
Fig. 117 - Perfil de raios gama com as seqüências de 4ª ordem dentro da Seqüência
Amarela com seus respectivos sistemas de níveis de base...........................139
Fig. 118 - Detalhe da linha sísmica nº1 mostrando as clinoformas maiores na seqüência
5 am...............................................................................................................140
Fig. 119 - Palinologia quantitativa do poço X...............................................................140
Fig. 120 - Detalhe da linha sísmica nº3 mostrando o processo de sucessivas
regressões forçadas........................................................................................142
IX
TABELA 1 - Associação de fácies e ambientes deposicionais (Silva, 1993) ...................19
TABELA 2 - Associação de fácies e ambientes deposic. (Della Fávera et al. 1992) ...... .20
TABELA 3 - Associação de fácies e ambientes deposic. (Della Fávera et al. 1992) .......20
TABELA 4 - Tipos de seqüências com os respectivos tratos de sistemas ........................31
TABELA 5 - Duração de tempo dos ciclos de variação relativa do nível do mar ............67
TABELA 6 - Relação das Seqüências de 3ªordem e 4ª ordem..........................................98
X
RESUMO
XI
ABSTRACT
The studied section includes about 1800 meters of a rift sequence (mainly of
Neocomian age) known as Pendencia Formation, located within the Cachoeirinha
region, in the Umbuzeiro Graben. This is the depocenter of an elongated graben, which
architecture was controlled by a major basin bonding fault, known as the
Carnaubais/Baixa Grande Fault System.
XII
1. INTRODUÇÃO
Nesta dissertação, será dada ênfase à arquitetura estratal, baseada quase que
exclusivamente em dados de reflexão sísmica, com suporte em dados de poços,
procurando-se seguir os preceitos básicos da estratigrafia de seqüências. Os princípios
básicos da estratigrafia de seqüências, começaram a evoluir a partir de Vail et al. (opus
cit) quando publicaram os conceitos de sismoestratigrafia, tendo como fator fundamental
a eustasia e sua influência no onlap costeiro. O conceito de seqüência deposicional foi
definido por Mitchum (1977) como uma unidade estratigráfica composta por uma
sucessão de estratos geneticamente relacionados, limitados no topo e na base por
discordâncias ou suas concordâncias relativas. Uma publicação importante a respeito da
estratigrafia de seqüências foi publicada pelo SEPM, em sua publicação especial nº 42 de
1988, reunindo uma série de artigos onde Van Wagner et al., Jervey, Posamentier & Vail,
e Posamentier et al., apresentam modelos conceituais descrevendo a relação entre
padrões estratais e taxas de mudanças eustáticas e de subsidência.
2
A quantificação dos efeitos tectônicos e da subsidência térmica é crítico para o
entendimento do desenvolvimento de uma bacia. Existem, porém, grandes dificuldades nas
análises quantitativas, normalmente pela falta de dados litológicos e bioestratigráficos.
Entretanto, o fator climático parece ser o fator controlador mais importante das flutuações
do nível do lago do que a tectônica (Scholz & Rosendahl, 1990).
A área fonte para bacias marginais é praticamente uma só, isto é, do continente para
o oceano, enquanto em bacias lacustres as fontes podem vir de todos os quadrantes,
dependendo da paleofisiografia na época de deposição, mas, de modo geral, as principais
proveniências são as axiais, as da rampa homoclinal e a borda falhada. Em bacias
compartimentadas, as zonas de acomodação são fontes importantes de clásticos para a
bacia.
1.2. Metodologia
3
A fase seguinte consistiu na identificação de superfícies chaves como as superfícies
discordantes e superfícies de downlap e ainda unidades genéticas deposicionais. Estas
feições sismoestratigráficas foram correlacionadas com dados de poços e separadas em
seqüências de 3ª e 4ª ordens.
4
2. BACIA POTIGUAR
2.1. Localização
A Bacia Potiguar está localizada no extremo nordeste brasileiro, nos estados do Rio
Grande do Norte e Ceará, entre as cidades de Natal (E-SE), e Fortaleza (W-NW). A bacia é
limitada aproximadamente pelos meridianos 35º00” e 38º30” e paralelos 3o10” e 5º45”.
A Bacia Potiguar compreende cerca de 22.500 km² na sua parte emersa e 26.500
km² na porção submersa, até a cota batimétrica de 2000 metros. A parte emersa está
delimitada ao norte e oeste pela Plataforma de Aracati e a leste e sul pelo Oceano Atlântico
e Plataforma Leste. (Figura 01).
5
microplaca do nordeste brasileiro, promovendo o desenvolvimento de pequenas bacias
controladas por falhas transcorrentes, entre elas o Graben Pendência.
6
A arquitetura da Bacia Potiguar é composta de três unidades básicas: grabens,
horsts internos (altos internos) e plataformas do embasamento (figura 01), que comportam
seqüências sedimentares neocomianas a terciárias, distintas para cada compartimento
morfoestrutural (Figura 04).
7
A calha central é uma feição assimétrica com maiores profundidades junto às falhas
a leste-sudeste (Falha de Carnaúbais, NE-SW) e sul-sudoeste (Falha de Apodi, NW-SE). O
rejeito destas falhas ultrapassa os 5.000 metros. Nas direções opostas, o rejeito é menos
pronunciado (Charneira de Areia Branca, Figuras 01 e 05).
Na porção emersa, a calha central está subdividida em quatro meio grabens: Apodi,
Umbuzeiro, Guamaré e Boa Vista. Todas estas feições são lineares, com eixos orientados
na direção geral nordeste/sudoeste.
8
9
Os horsts internos são feições alongadas e estreitas, de direção geral
nordeste/sudoeste, que separam os principais meio grabens (Figuras 01 e 05). São blocos
do embasamento soerguidos por falhas normais. Para Bertani et al. (1990), o
desenvolvimento destes horsts é uma conseqüência da formação dos grabens através de
grandes falhas lístricas, com rotação de blocos até que as tensões concentradas na placa
flexurada sejam aliviadas através de falhas normais antitéticas. Este mecanismo, segundo
estes autores, explica a forma destes horsts, limitados por escarpas abruptas de um lado e
mergulhando como uma rampa com falhas antitéticas secundárias no lado oposto.
10
Os principais horsts internos na porção emersa, são denominados de Alto de
Quixaba, Alto da Serra do Carmo e Alto de Macau (Figura 01).
Souza (1982) definiu pelo menos três grandes ciclos deposicionais que podem ser
distinguidos no registro estratigráfico e que correspondem diretamente às fases evolutivas
da Bacia Potiguar: fase rift, fase transicional e fase drift.
Tem início no Neocomiano até o Eo-aptiano (figura 04). Durante esta fase,
desenvolveram-se as grandes falhas normais e de transferência, formando uma fossa
tectônica romboédrica, onde se depositaram os sedimentos fluvio-lacustres da Formação
Pendência. A deposição destes sedimentos ocorreu em um lago de nível variado e são
caracterizados por progradações de arenitos deltaicos de planície fluviais ao longo do eixo
dos grabens ou a partir da linha de charneira a noroeste. Matos et al., (1987) (Figura 06).
Junto as
grandes falhas limites
da bacia,
depositaram-se
espessos pacotes
conglomeráticos de
escarpa de falha.
A seção
lacustre é
caracterizada por
folhelhos ricos em
matéria orgânica intercalados por areias turbidíticas. Mais para o final da fase rift,
predominam sedimentos fluviais, que correspondem ao seu assoreamento (Figura 06).
11
basculamento de blocos, resultando nos altos internos e uma discordância regional de
caráter erosional e angular, conhecida na bacia como discordância pré-Aptiana (Figura 04
e 05).
12
2.3.3. Fase drift
13
3. ÁREA DE ESTUDO
3.1. Localização
A área sobre a qual foi realizada esta dissertação, está localizada na porção emersa
da Bacia Potiguar, no extremo sudoeste do Graben de Umbuzeiro, área de Cachoeirinha,
abrangendo uma área aproximada de 27,5 km², limitada pelas coordenadas UTM
(MC=39º):
X=9.378.700 km, Y=663.900 km;
X=9.384.000 km, Y=662.400 km;
X=9.385.400 km, Y=667.200 km;
X=9.380.000 km, Y=668.700 km (Figura 09).
14
compartimento estrutural que, juntamente com o Graben de Boa Vista, ocupa a posição
noroeste deste alto” (Figura 10).
A definição formal da Formação Pendência foi proposta por Souza (1982) para
designar uma seqüência de idade Neocomiana a Barremiana (Neo-rio da Serra e Jiquiá),
caracterizada por conglomerados, arenitos, siltitos e folhelhos, depositados em ambiente
predominantemente fluvio-deltaico progradando sobre pelitos lacustres, os quais são
entremeados por freqüentes turbiditos e leques aluviais associados aos falhamentos de
borda do Rift Potiguar.
17
Sobreposta discordantemente à Formação Alagamar, ocorre a Formação Açu,
definida por Kreidler & Andery (1949) in Araripe & Feijó (1994). Caracteriza-se na área,
por arenito cinza, fino a muito grosso com intercalações de argilito e siltito castanho
avermelhado. Os principais ambientes deposicionais são os leques aluviais, sistemas
fluviais entrelaçados e meandrantes (Vasconcelos et al., 1990 in Araripe & Feijó, 1994). A
espessura média da Formação Açu na área é em torno de 300 metros.
A Formação Jandaíra, proposta por Sampaio & Schaller (1968) in Araripe & Feijó
(opus cit), designa uma seção carbonática de alta energia sobreposta agradacionalmente à
Formação Açu. Na área é caracterizada por calcarenitos cremes, bioclásticos, micríticos,
de planície de maré. A espessura média desta unidade na área é de aproximadamente 100
metros.
18
ASSOCIAÇÃO DE FÁCIES AMBIENTES DEPOSICIONAIS
1- Folhelho com laminações várvicas Depósitos de LEQUES
(Flv) TURBIDÍTICOS associados a
2- Ritmitos sílticos-argilosos (Rsag)
SUCESSÃO DE 3- Ritmitos sílticos-arenosos (Rsar)
sistemas de CANAIS
FÁCIES 4- Arenito médio/fino maciço ou SUBLACUSTRINOS e
LACUSTRES com estratificação plano-paralela depósitos de DIQUES
PERENES (Amfp) MARGINAIS, e sedimentos
5- Arenito grosso/conglomerático dominantemente pelíticos de
com estratificação cruzada acanalada
ambiente LACUSTRE
e gradação normal e inversa (Agni)
PROFUNDO.
6- Folhelhos sílticos com níveis de
arenito muito fino (Fsna)
7- Arenito fino/médio com
laminação plano paralela (Afp)
DELTAS
SUCESSÃO DE 8- Arenito grosso/conglomerático
FÁCIES com estratificação cruzada acanalada
LACUSTRES (Agca)
MARGINAIS 9- Conglomerados e arenitos
conglomeráticos com estratificação
cruzada acanalada (Cca)
10- Arenito grosso/conglomerático
com estratificação cruzada acanalada BRAID DELTAS
(Agca)
11- Arenito médio/fino com
laminação plano paralela (Amp)
12- Folhelho síltico e níveis de siltito
com laminação plano paralela (Fns)
19
A Seqüência 2 é caracterizada por um intervalo transgressivo na base e outro
regressivo no topo, separados por uma seção argilosa interpretada como uma superfície de
inundação máxima, SIM. Foram identificadas cinco associações de fácies (Tabela 3).
20
3.5. Linhas sísmicas e poços
As linhas sísmicas 3D
foram obtidas através da
captura de suas imagens na
tela de estações gráficas e
posteriormente trabalhadas e
plotadas através de
microcomputadores PC (vide
maiores detalhes nos capítulos
5 e 6).
Todas as linhas
sísmicas foram analisadas e
interpretadas, compondo um
quadro sismoestratigráfico
regional para a área. Do total
das linhas sísmicas 3D, cinco
delas foram selecionadas
como representantes das
feições geológicas da área, de
acordo com os propósitos desta dissertação. As cinco linhas foram numeradas conforme o
mapa base da figura 05. A linha sísmica nº 1, foi utilizada como principal referência neste
trabalho.
Foram ainda escolhidos cinco (5) poços para obtenção dos dados de testemunhos e
perfis geofísicos, principalmente o de raios gama. Infelizmente os poços encontram-se
21
concentrados numa pequena porção à Sul da área, e alcançaram apenas a metade superior
(+/- 900 metros) da seção estratigráfica estudada.
22
4. SISMOESTRATIGRAFIA E ESTRATIGRAFIA DE
SEQÜÊNCIAS
4.1. Sismoestratigrafia
23
A partir do grande salto na qualidade dos dados sísmicos, eles deixaram de ser
usados somente para interpretações meramente estruturais e passaram a ser uma disciplina
própria, que é a sismoestratigrafia.
b) análise das fácies sísmicas, que é o reconhecimento dos padrões de reflexões sísmicas e
suas associações dentro das seqüências sísmicas definidas.
24
limites. Se os limites são discordantes, a idade dos estratos pode variar de lugar para lugar
dentro da seqüência.
25
As terminações das reflexões são o principal critério para reconhecimento dos
limites da seqüência sísmica e estão ilustradas esquematicamente na figura 15.
TRUNCAMENTO DISCORDÂNCIA
SUPERIOR TOPLAP
DISCORDÂNCIA
INFERIOR ONLAP
LAP
ON
DOWNLAP
As linhas sísmicas da área estudada mostram uma riqueza muito grande nos
padrões de reflexões, principalmente nas configurações progradantes. A análise destes
padrões possibilitou a divisão em seqüências de até 4ª ordem, com relativa segurança e
detalhamento (vide capítulo 7).
26
Para Vail et al., (1977) as seqüências deposicionais são controladas
fundamentalmente pelas variações eustáticas de mais alta freqüência superimpostas às
variações tectônicas de mais baixa freqüência.
A publicação de Vail et al., (opus cit), dá início a uma intensa e acalorada polêmica
no meio geocientífico, com posições à favor e questionamentos sobre a validade das
correlações estratigráficas inter-bacinais baseadas nos ciclos globais de variações do nível
do mar.
27
memorização do modelo, a chave para a aplicação bem sucedida da Estratigrafia de
Seqüências (Posamentier & James 1993).
Desta maneira, será feita uma breve abordagem de alguns princípios básicos da
Estratigrafia de Seqüências, que apesar de terem sido desenvolvidos em bacias marginais,
podem ser adaptados também para bacias lacustres.
O onlap costeiro (figura 17), segundo Vail et al., (opus cit), é o onlap progressivo
em direção ao continente dos depósitos costeiros (litorâneos ou não-marinhos) em uma
dada seção estratigráfica. A espessura destes depósitos, denominada de agradação costeira,
é a medida do levantamento relativo do nível do mar num determinado intervalo de tempo.
O componente
horizontal associado é
denominado de invasão
costeira (coastal
encroachment) e
depende da inclinação
da superfície
deposicional inicial.
28
O onlap costeiro pode resultar de:
1) o nível do mar e a
bacia permanecem
estacionários;
2) ambos subsidem
ou se elevam à
mesma taxa.
Como não há
criação de espaço, os
sedimentos
ultrapassam a
plataforma (sem
agradação) e irão se
distribuir por
progradação,
produzindo toplap
costeiro (Figura 19).
29
O rebaixamento
relativo do nível do mar
ocasiona um
deslocamento brusco do
onlap costeiro em direção
à bacia (Figura 20). Este
rebaixamento forma uma
superfície erosiva que é o
limite entre duas
seqüências.
1) abaixamento do nível do mar enquanto a bacia subside à uma taxa mais lenta,
permanece estacionária ou se eleva;
3) o nível do mar se eleva com levantamento associado da bacia a uma taxa mais rápida.
30
Segundo Vail et al., (1977), ciclos regionais podem ser comparados com os ciclos
globais de variação do nível do mar e estabelecer correlações cronoestratigráficas em
termos mundiais, sugerindo a contemporaneidade dos processos em toda parte.
Trato de sistemas de mar alto (TSMA) Trato de sistemas de mar alto (TSMA)
31
Sobre os
depósitos do trato
de sistema de mar
alto (highstand),
figura 22, inicia-
se uma queda
rápida do nível do
mar, sendo a
queda mais rápida
do que a
subsidência. A
taxa de variação é
a derivada
primeira da curva
eustática. A taxa
de variação é mais
alta no ponto de
inflexão (ø1)
(Figura 21a).
Esta queda relativa do nível do mar, resulta em um rápido deslocamento em direção à
bacia, do sistema deposicional, agora denominado de trato de sistema de nível de mar
baixo (lowstand)
(TSMB). Durante o
tempo do TSMB,
ocorre erosão
subaérea na
plataforma
proximal, erosão
submarina na
plataforma mais
distal e a formação
de canyons
32
submarinos, se o talude da bacia possuir inclinação suficiente. Este tipo de discordância
caracteriza uma discordância tipo 1 (Figura 23). Se o mergulho do talude é suave, forma-
se uma superfície regional com exposição subaérea e deslocamento do onlap costeiro para
uma posição que não chega a atingir o limite deposicional da linha de costa. Ocorre uma
ampla e lenta erosão subaérea, provocando a gradual degradação da fisiografia sem estar
associada ao rejuvenescimento da drenagem. Esta superfície caracterizada como
discordância tipo 2, se forma quando a taxa de rebaixamento eustático é menor que a taxa
de subsidência da bacia, junto a quebra da linha de praia deposicional.
33
21a). Ainda durante
a subida lenta ou
estabilização do
nível do mar até ø2,
começa deposição
dentro dos vales
incisos, pela
agradação dos
sedimentos fluviais.
. Os sistemas
deposicionais estão
sendo deslocados
rapidamente em direção à margem da bacia, e o espaço disponível para sedimentação
aumenta dramaticamente (bacia faminta). Desta maneira, é formado o trato de sistemas
transgressivo (TST) (Figura 26). No topo do TST está a superfície de inundação marinha
que corresponde à máxima transgressão na seqüência e por isso é conhecida como
superfície de inundação máxima (SIM). Também é conhecida como superfície de downlap
porque é a superfície sobre a qual as clinoformas progradantes do trato subseqüente
“downlapam”. As SIM são encontradas no meio de um pacote de finas camadas de
sedimentos
pelágicos ou
hemipelágicos
depositados com
taxas de
deposição muito
baixa. Estas
fácies são
conhecidas como
seção condensada
(Figura 27).
34
Quando o
nível do mar
alcança a parte
superior da curva,
onde a taxa de
variação é baixa,
deposita-se o trato
de sistema de mar
alto (TSMA II).
Este trato “onlapa”
o limite de
seqüência em
direção ao
continente e “downlapam” o topo do trato transgressivo ou de mar baixo, em direção à
bacia (Figura 28).
A subseqüente queda do nível do mar é modelada como sendo mais gradual (mais
lenta do que a taxa de subsidência na quebra deposicional do TSMA II). O trato
deposicional é deslocado em direção a margem da plataforma (ø3 na figura 21a), mas não
tão rápido como antes, depositando então o trato de sistemas de margem de plataforma
(TSMP). Este é o trato de sistema mais inferior associado a um limite de seqüência tipo 2
(Figuras 29 e 23).
35
qualquer arranjo
geológico ajuste-
se perfeitamente
aos blocos
diagramas
apresentados em
Posamentier et
al., (1988).
Posamentier &
Vail (1988) in
Posamentier &
James (1993),
especificamente
estabelecem que antes da aplicação dos conceitos de estratigrafia de seqüências, as
condições locais referentes à tectônica, fluxo sedimentar e fisiografia, devem ser levados
em conta.
NÍVEL DO MAR
PLANÍCIE DELTAICA
40
0m 200m 0
PLATAFORMA
TRATO DE SISTEMA DE
MARGEM DE PLATAFORMA
EUSTASIA
ALTO
LITOLOGIA
36
37
5. CONCEITOS SOBRE IMAGENS DIGITAIS
A diferença entre uma imagem digital qualquer, como no caso de imagens de linhas
sísmicas, e imagens geradas por sensores remotos, é que estas últimas, quase sempre
possuem a característica de serem multiespectrais, ou seja, são adquiridas em diferentes
porções do espectro eletromagnético, geralmente variando da porção visível (VIS),
passando pelo infravermelho próximo (NIR), médio (MWIR) e de comprimento curto
(SWIR), e chegando até o infravermelho termal (TIR) e micro-ondas. Os conceitos gerais
descritos, são os que podem ser aplicados a imagens digitais simples.
38
O sistema visual humano possui uma notável capacidade de reconhecer padrões,
mas dificilmente é capaz de processar todas as informações contidas numa imagem. As
degradações e distorções geradas pelos processos de aquisição, transmissão e visualização
de imagens, contribuem para limitar ainda mais a capacidade do olho humano. Portanto, o
objetivo principal do processamento de imagens é o de remover essas barreiras, inerentes
ao sistema visual humano, facilitando a extração das informações contidas nas imagens.
A natureza discreta de uma imagem permite que cada pequena porção (cela) desta
imagem seja contida em uma malha ou grid, com endereço “x” e “y” definidos. Por
convenção, a origem do grid é sempre no seu canto superior esquerdo. O nome dado a esta
cela é pixel (picture element).
Cada cela possui um atributo numérico “z”, indicando o nível de cinza dessa cela,
que varia do preto ao branco. Esse nível de cinza é conhecido por “DN” (digital number).
Em imagens de sensoriamento remoto o DN de um pixel corresponde sempre à média da
intensidade de energia refletida ou emitida pelos diferentes materiais enquadrados nesse
pixel, que por sua vez, representa uma área na superfície da Terra. No caso da imagem de
uma linha sísmica, o DN do pixel é a média dos DN de cada amostra contida dentro deste
pixel.
Uma imagem digital é em resumo, uma matriz de dimensões “x” linhas e por “y”
colunas, com cada elemento possuindo um atributo “z”.
A figura 31 exemplifica uma imagem simples, composta apenas por áreas quase
brancas e quase pretas, e sua respectiva matriz numérica, representando a forma pela qual
essa imagem seria utilizada no processamento digital.
39
A resolução
espacial em
sensoriamento remoto
é definida pela
capacidade do sensor
em “enxergar” objetos
na superfície terrestre;
quanto menor o
objeto, maior a
resolução. De forma
simplificada, a área
vista no terreno é o
tamanho do pixel.
Para linhas sísmicas o conceito é semelhante; quanto mais detalhes, vistos em
subsuperfície, maior a resolução e portanto, quanto menor a quantidade de amostras
dentro de um pixel, maior a resolução. Como o DN do pixel é a média dos DNs das
amostras contidas no pixel, é importante que um pixel contenha apenas uma amostra
horizontal (distância entre traços) e uma vertical (amostra em tempo = razão de
amostragem).
40
muito maior que a primeira. Os níveis são representados pelo número de dígitos binários
(bits) necessários para armazenar, na forma digital, o valor do nível máximo. O valor do
bits é sempre uma potência do número 2, ou seja, 6 bits quer dizer 26=64 níveis.
A imagem de uma linha sísmica representada nas estações gráficas é de 8 bits, igual
a 256 níveis de cinza.
41
5.3.1 Histograma unidimensional
É o histograma aplicado a imagens com apenas uma banda e pode ser representado
por uma tabela ou um gráfico contendo o número de pixels atribuído a cada um dos
possíveis DNs.
42
Moda - é o valor
mais comum de um
conjunto de valores. Num
histograma, é o ponto
mais alto do gráfico
(Figura 35).
43
5.3.3 Histograma multi-dimensionais
Os
scattergrama
são úteis na
avaliação do
grau de
correlação entre
pares de
imagens e na
decisão sobre
tipos de
técnicas de
aumento de
contraste a
serem aplicadas as imagens multiespectrais, para produzir imagens coloridas realçadas.
44
o preto e o branco para uma resolução radiométrica de 8 bits). O principal motivo deste
baixo contraste é que os objetos cinza escuros se parecem com o preto e o branco pode
desaparecer devido à saturação do sensor. Além disso, dificilmente um local da superfície
da Terra apresenta esses dois extremos ao mesmo tempo. Outras causas incluem ainda a
presença de bruma atmosférica, má iluminação solar da cena, atuação deficiente do sensor
e as próprias características da cena.
45
A figura 41 é uma pequena porção retirada da linha nº 1, aleatoriamente escolhida,
amostrando o equivalente a 100 ms. Esta imagem esta em plot normal, em grayscale de 8
bits e possui escala vertical de tal maneira que, a altura de 1 pixel corresponde ao intervalo
de amostragem. Portanto, em 100 ms há 50 amostras (razão de amostragem de 2 ms) e 50
pixels. Em uma análise cuidadosa desta figura, pode-se distinguir em torno de 10 a 12 tons
de cinza. A mesma análise feita por computador (softwares PHOTO-PAINT e Photo
Styler) revela 15 tonalidades de cinza. Isto demonstra que a linha possui um bom contraste,
como mostra o seu histograma onde os valores de DNs estão razoavelmente distribuídos ao
longo do eixo dos DNs (Figura 42).
Deve-se levar em conta que o sistema visual humano só consegue distinguir cerca
de 30 tons de cinza desde que estejam bastante espalhados no intervalo 0-255. Portanto,
quanto mais expandido um histograma, mais informações podem ser extraídas. Em
compensação, quando se trata de cores, o sistema visual humano é capaz de distinguir até
aproximadamente 7 milhões de cores diferentes.
46
distribuído ao longo do eixo dos DNs, demonstrando maior contraste, enquanto os
histogramas B e C estão concentrados em uma faixa estreita sobre o mesmo eixo.
47
Este tipo de mapeamento é de grande importância pelo número de informações que
pode fornecer dentro de grandes resoluções, como no caso de estudos de continuidade de
reservatórios para hidrocarbonetos, contato hidrocarbonetos-água, etc.
Um ponto importante, que deve ser levado em conta, são os valores de amplitudes
das amostras do traço sísmico, que devem ser o mais próximo possível da amplitude
verdadeira. Deve-se ter cuidado com os parâmetros de processamento sísmico, que podem
causar distorções nos valores de amplitude, como, por exemplo, a equalização nas
amplitudes, filtros e ganhos. Outro ponto importante é a equivalência da razão de
amostragem e a distância entre traços com o tamanho dos pixels. Se um pixel contiver duas
amostras, o valor DN deste pixel será a média do valor DN de cada amostra.
O aumento de contraste sobre uma imagem deve ser feito de acordo com o objetivo,
uma vez que esse processamento pode afetar o resultado de operações subseqüentes.
Apesar do aumento de contraste não revelar informações novas, que não estejam já
48
contidas na imagem original,
ela pode ser responsável pela
perda de informações,
dependendo da forma como é
feito o aumento de contraste.
49
6. LINHAS SÍSMICAS PROCESSADAS COMO IMAGENS
50
Estes programas tem a característica de realçar detalhes sutis entre as tonalidades
de cinzas imperceptíveis ao olho humano como já discutido anteriormente. Baseado nos
experimentos pode-se afirmar que estas diferenças de tons, refletem detalhes
geológicos/estratigráficos não facilmente detectáveis em linhas sísmicas normais de
trabalho, ressaltadas com o processamento das imagens.
Aigner et al., (1990) observaram que na grande parte das bacias que apresentam
superfícies deposicionais do tipo rampa, as seqüências são sismoestratigraficamente
monótonas, com padrões essencialmente plano-paralelo, sem offlaps.
W 2 km
E
0.10 LOBOS DELTAICOS DO TRATO DE
SISTEMAS DE NÍVEL BAIXO (LOWSTAND)
Tempo duplo (s)
0.20
0.30
0.40
Fig. 45 - Linha sísmica dip de alta resolução, da margem flexural do Delta de Dwangwa
no Lago Malawi mostrando sigmóides de progradação deltaica do trato de
sistemas de nível baixo. Scholz (1995).
51
52
53
paralelo. As linhas sísmicas 3D apresentam indicações de clinoformas progradantes devido
a sua mais alta resolução e imageamento tridimensional.
Como boa parte da estruturação foi devido a deformação sin- e principalmente pós
deposicional, a interpretação dos ambientes deposicionais através dos padrões geométricos
dos refletores fica muitas vezes comprometida. Para minimizar a deformação, as linhas
dips foram horizontalizadas, utilizando-se software e hardware da Landmark®. O refletor
horizontalizado representa uma superfície deposicional média do pacote estudado,
optando-se por um refletor de maior continuidade (próximo a discordância representativa
do limite superior da Seqüência Laranja).
54
aproximadamente 1.8 Mbytes. A metodologia de trabalho gera arquivos com tamanhos
crescentes, atingindo 8 Mbytes após processamento de “contorno” (que será discutida mais
adiante) e 12 Mbytes quando transformado em arquivo CDR (formato CorelDRAW!)
O procedimento seguinte é transformar uma figura com 256 tons de cores em uma
figura com 256 tonalidades de cinza. Isto é conseguido com a ferramenta de transformação
para escalas de cinza em 8 bits, disponíveis nos softwares gráficos.
55
O emprego de histogramas uni-modais, nesta fase, é
importante para estabelecer a melhor distribuição dos valores
de DNs, para se ter uma imagem adequada com o objetivo
proposto.
Sobre o plot de contorno é aplicado o filtro inverso (invert filter) obtendo-se uma
imagem negativa da anterior. O plot negativo se mostrou mais eficaz para a visualização de
detalhes na imagem.
56
O exemplo ilustrado na figura 51 indica que os métodos aplicados sobre imagens
de linhas sísmicas não acrescentam informações inexistentes na linha original. O método
consistentemente melhora a visualização, fornecendo uma riqueza de detalhes. Em a, está
ilustrado um plot invertido, sobre o qual foi traçado manualmente uma linha no meio dos
refletores brancos. Em b, plot tracejado resultante do procedimento realizado em a. Em c,
sobreposição do plot tracejado sobre o plot normal (figura 50B). Note-se que os traços
limitam perfeitamente os refletores de maneira detalhada, evidenciando detalhes difíceis de
serem distinguidos pelo intérprete em estações convencionais de interpretação. A figura
51 mostra em destaque um refletor que, no plot normal (c), apresenta um padrão
descontínuo, aparentemente sem significado estratigráfico. Este refletor submetido ao filtro
de contorno (a) e o plot tracejado (b), fornece detalhes interessantes que podem levar à
interpretação de que as descontinuidades são resultantes de um processo deposicional
progradante.
57
LINHA Nº 1 Valor de contorno= 50
58
LINHA Nº 1 Valor de contorno= 100
59
LINHA Nº 1 Valor de contorno= 150
60
LINHA Nº 1 Valor de contorno= 200
61
LINHA Nº 1 Valor de contorno= 250
62
a
63
64
Fig. 53 - Linha nº 1 horizontalizada, plot invertido. (ver mapa base para localização - Fig. 13)
65
Fig. 54 - Linha nº 1 horizontalizada, plot tracejado. (ver mapa base para localizaç ão - Fig.13)
66
7. DIVISÃO EM SEQÜÊNCIAS DO INTERVALO
MESOVALANGIANO/EOBARREMIANO NA ÁREA DE
CACHOEIRINHA
67
Registros, na literatura mundial, de trabalhos que apliquem os conceitos de
estratigrafia de seqüências, sobre linhas sísmicas, a bacias do tipo rift são escassos e
geralmente pobres em comentários sobre a funcionalidade dos tratos de sistemas
deposicionais nas mesmas. O pacote estudado, incluso na seção rift da Bacia Potiguar,
evidenciou, através da sísmica 3D, exemplos bastantes didáticos em termos de arquitetura
deposicional. O reconhecimento de padrões geométricos de empilhamento estratal distintos
permite a identificação dos tratos de sistemas deposicionais e, com certas restrições, a
68
aplicação do método da estratigrafia de seqüências, definida em bacias marginais, nesta
bacia lacustre.
69
Recentemente, Della Fávera et al., (1992), baseados no modelo proposto por Scholz
et al., (1990), associado aos modernos conceitos da estratigrafia de seqüências, dividiram a
Formação Pendência em 4 seqüências de 3ª ordem, da mais velha para a mais nova:
Seqüência 1, 2, 3, e 4 (Figura 57). Estes autores visualizaram os seguintes tratos de
sistemas:
70
intervalo transgressivo, onde há uma passagem mais ou menos gradual de uma seção
arenosa na base para argilosa no topo (caracterizado nas Seqüências 1 e 2);
Todos estes modelos foram constatados nas seqüências definidas neste trabalho,
tanto a nível de 3ª ordem como a nível de 4ª ordem.
71
7.1. Seqüências de 3ª ordem
Estes quatro pacotes serão aqui identificados como quatro seqüências de 3ª ordem:
Seqüência Azul (mais antiga); Seqüência Verde ; Seqüência Laranja e; Seqüência
Amarela (figuras 59, 60, 61 e 62)
A notável distinção nas feições sísmicas e a passagem, até certo ponto brusca, entre
as quatro seqüências são fortes argumentos a favor de que elas provavelmente foram
precedidas por forte tectonismo, desenvolvendo-se em ambientes tectônicos distintos. A
maioria das grandes discordâncias limitantes das seqüências, não são prontamente
perceptíveis nas linhas sísmicas, devido a posição bacinal que a área se encontrava durante
todo o preenchimento do rift.
72
73
74
de
an
Gr
ixa
Ba
de
lha
Fa
75
de
an
Gr
ixa
Ba
de
lha
Fa
76
7.1.1. Seqüência Azul
Por correlação com áreas vizinhas, admite-se para a porção basal desta seqüência
uma idade Valangiano médio (Rio da Serra médio), caracterizada pela ocorrência de
formas paleontológicas como os conchostráceos e os ostracodes Theriosynoecum spp.
(Figura 55).
77
Os conchostráceos são formas paleontológicas diagnosticas de paleoclimas mais
secos e portanto, as condições paleoclimáticas durante este período, foram mais
estressantes.
Segundo Della Fávera et al., (opus cit), esta SIM assinala o início do sistema de
fase de lago raso na bacia, que se estende até o topo da Seqüência 3, limite superior do
pacote estudado neste trabalho.
78
?
?
?
Seqüênc ia azul
Seç ão não atingida
pelo estudo
Discordânc ia superior
da seqüênc ia azul
Fig.63 - Seção geológic a esquem ática A - A', mostrando a discordânc ia superior da seqüênc ia azul colocando sedimentos m ais novos sobre
79
Esses padrões geométricos dos refletores, serão tratados com maior detalhe, mais
adiante, no capítulo referente às seqüências de 4ª ordem que compõem esta seqüência.
80
TSNA
SIM
TST
81
Fig. 65 - linha nº 1 horizontalizada, plot invertido, mostrando os tratos de sistemas de níveis de base da Seqüência Azul.
Notar a presença de duas feições em c unha, provavelmente relacionadas aos fan deltas provenientes
da falha de borda. (ver mapa base para localização - Fig. 13)
82
7.1.2. Seqüência Verde
83
O fator tectônico parece ter sido predominante neste momento pois este limite é
melhor representado em outras áreas da bacia, onde o tectonismo de blocos foi mais
intenso.
A análise da seqüência em função dos sistemas de níveis de base, conjugando as
informações de perfis elétricos e linhas sísmicas, evidencia que: a) o trato de sistemas de
nível baixo é caracterizado nas linhas sísmicas por um sistema regressivo progradacional
(os poços não atingiram este sistema); b) o trato de sistemas de nível transgressivo é
marcado na sísmica por onlap sobre os sedimentos progradantes do trato de sistemas de
nível baixo e nos perfis de raios gama pela tendência de fining-up e c) o trato de sistemas
de nível alto esta representado sismicamente por uma seção progradante regressiva e nos
perfis de raios gama por uma feição de coarsenning up (Figuras 68, 69 e 70).
Alves e
Carlúcio (1988)
descreveram 5
litofácies no
testemunho nº 1:
litofácies A, B e C,
compostas por
arenitos grossos,
médios e finos,
coesos, localmente
micáceos, com raros
fragmentos de carvão
e de folhelhos
maciços, com
gradação normal;
litofácies D,
caracterizada por
siltitos com grãos
dispersos e
intercalados com
84
TSNA
SIM SNT
TSNB
85
Fig. 69 - linha nº 1 horizontalizada, plot invertido, mostrando os trato de sistemas de níveis de base da Seqüências Verde.
(ver mapa base para localização - Fig. 13)
86
arenitos finos e litofácies E composta por folhelhos cinza escuros com intercalações
delgadas de siltito cinza, calcíferos, apresentando laminação plano-paralela, feições de
escorregamento, fragmentos de carvão e algumas microfalhas. O ambiente deposicional
para essas rochas foi interpretado como uma “seqüência de ciclos turbidíticos (arenitos
com gradação normal) intercalados com folhelhos lacustres” (Figuras 71, 72 e 73a).
ESTRUTURAS
GR (POÇO - Z) SEDIMENTARES
O testemunho nº 2 é descrito como
E
DEMAIS
(G API)
MG S
FEIÇÕES pertencendo à litofácies de folhelhos com
CG L
100 200
MF
M
G
A
F
M
laminações várvicas, composta de
M folhelhos com microlaminações plano-
paralelas (predominantemente menores
M
87
POÇO - Z - RN
1386,00m 1387,00m
T B B
O A
B
P
O
B
D
B
B
A
B
A
E B
D
D
B
B
A
E
E
88
POÇO - Z - RN
1396,00m 1397,00m
T D
O B
E
P
O
B D
E
B
D
D
D
D E E
A
E
89
1 cm
90
Os sistemas de canais sublacustres e leques turbidíticos característicos no Grabem
de Umbuzeiro são melhor desenvolvidos em áreas com maiores gradientes topográficos,
normalmente adjacentes às linhas de charneira, formando espessos depósitos canalizados
de arenitos grossos e/ou conglomeráticos imersos em folhelhos. Na posição mais bacinal
da área estudada, onde o gradiente topográfico é mais suave, o número de canais deve
diminuir, formando depósitos de granulometria mais fina e com menores espessuras. Estes
canais também são alimentadores de lobos, formando extensos depósitos não canalizados.
91
Esta seqüência, de idade Hauteriviano médio (Aratu inicial), é a seqüência de 3ª
ordem com menor duração em tempo, entre as estudadas 0,5 a 0,8 Ma, caracterizada pela
biozona de ostracodes Reconcavona Sp1 (Figura 55).
92
Os refletores de boa qualidade, internos à esta seqüência, são abruptamente
interrompidos perdendo suas características sísmicas. Este fato foi interpretado como
sendo provocado por discordâncias menores do tipo 1 (4ª ordem), formando complexas
superfícies de ravinamento.
93
TSNA SIM
TST
TSNB
Fig. 77 - linha nº 1 horizontalizada, plot invertido, mostrando os trato de sistemas de níveis de base da Seqüência Laranja.
94
96
O trato de sistemas de
nível alto apresenta-se bem
caracterizado, tanto nas linhas
sísmicas quanto nos perfis de
poços, com suas fácies
associadas. Nas linhas
sísmicas, a seqüência se
apresenta com muito boa
qualidade, com os seus
refletores bem contínuos, boa
amplitude e relativamente alta
freqüência.
97
tracejadas, mostram um padrão progradante com pequenas clinoformas, que estabelecem
um lago com lâmina d’água em torno de 30 metros (Figuras 81 e 82).
As seqüências classificadas de 4ª
ordem abrangem um período de tempo entre
0,08 a 0,5 Ma, segundo a tabela de duração
de ciclos proposta por Vail et al., (1991)
(Tabela 5). A bacia rift Potiguar, como um
todo, não possui um refinamento
bioestratigráfico tão acurado, mas, pela
divisão simples dos intervalos
bioestratigráficos da bacia é perfeitamente
razoável supor que as seqüências de 4ª
ordem estudadas neste trabalho estejam
dentro deste intervalo de tempo.
98
Fig. 81 - linha nº 1 horizontalizada, plot invertido, mostrando os tratos de sistemas de níveis de base da Seqüênc ia Amarela. Notar na porç ão
superior da seqüência, grandes c linoformas relacionadas a maior profundidade do lago neste período.
99
O aumento do
interesse pelo estudo
do sistema deltaico,
principalmente por
parte da indústria do
petróleo, fez surgir
diversas tentativas de
classificá-los. Estudos
de deltas recentes restringem-se basicamente às camadas superficiais, subaéreas, enquanto
que para as observações sedimentológicas diretas das camadas subaquosas, com grandes
inclinações e profundidades, o acesso é difícil, além de perigoso e muito caro. Daí, a
grande maioria dos esquemas de classificação empregarem critérios mais genéticos que
101
descritivos e, portanto, com pouca aplicabilidade no registro litológico. No caso de deltas
lacustres, as dificuldades aumentam, pois, os modelos de sedimentação deltaica são
fortemente influenciados pelas observações em ambiente marinho, não levando em conta: a
própria restrição do ambiente lacustre imposta pelas dimensões do lago; o pequeno
contraste de densidade entre as águas do rio e do lago; a força das ondas e a circulação de
correntes subaquosas; o processo de marés que é quase nulo; o ambiente tectonicamente
mais ativo e a própria oscilação do nível do lago, que pode sofrer variações de 100 a 200
metros em poucos milhares de anos em resposta às mudanças climáticas, como verificado
nos lagos recentes africanos.
O alto ângulo das clinoformas, nas Seqüências Azul e Verde, que chegam a
alcançar até 18º, é sugestivo de deltas tipo Gilbert.
Postma (1990)
advoga que para um rio
ser capaz de formar um
delta tipo Gilbert com
processos de
escorregamento, as
condições mais
importantes são: (1)
transporte de carga
102
sedimentar suficiente até a desembocadura do rio (alta razão carga de fundo/carga total);
(2) profundidade
a) Influxo hiperpicnal (influxo mais denso), onde o fluido carregado de sedimento flui para
dentro da bacia e no seu fundo se movimenta como uma corrente turbidítica. Como o
fluido é mais denso que o corpo da água, este fluido procura permanecer no seu nível mais
baixo, impedindo uma mistura vertical, resultando em um modelo de fluxo com jato plano.
O local apropriado para ocorrência de tais fluxos é na desembocadura de canyons
submarinos.
c) Influxo hipopicnal (influxo menos denso), onde o fluido carregado de sedimento entra
em um corpo com água mais densa, como no caso de um rio descarregando no mar. A
mistura vertical é inibida devido a estabilidade entre as camadas, e o padrão de fluxo
formado é de jato plano. Se a magnitude da descarga é pequena, na saída do canal
aparecem as barras em forma de lua; e se a descarga é moderada a grande, formam-se os
deltas em forma de pés de pássaro (bird-food).
103
No rift
Potiguar não há
registro da
ocorrência de
depósitos
evaporíticos,
demonstrando
que o influxo de
água para
dentro do lago
sempre foi
maior do que a
taxa de
evaporação não
permitindo uma
completa
dessecação. O
lago
permaneceu
com
profundidade
suficiente para a
formação de
feições
sedimentares de
alto relevo.
Estas feições poderiam incluir grandes deltas progradantes, fan deltas, canais subaquosos e
leques turbidíticos. (Olsen, 1990). O clima também não teria colaborado. A palinologia
mostra uma alternância relativamente grande entre clima seco e úmido. (Picarelli et al.,
1993). Estas condições são mais propícias para influxos do tipo homopicnal.
A geometria tipo Gilbert é mais comum de ser encontrada junto a falha de borda,
Gawthorpe & Colella (1990), com suprimentos vindos destas ombreiras. Na área, é nítida a
104
proveniência dos sedimentos em direção contrária à falha de borda, isto é, os deltas estão
vindo da grande fonte deltaica do extremo noroeste do Graben de Apodi (Figura 86).
Os fan deltas vindos da borda falhada não avançaram muito para dentro da bacia,
com exceção de dois possíveis leques da Seqüência Azul, que tiveram um avanço maior,
como mostrado na figura 66. No restante das seqüências, os leques ficaram restritos entre a
falha de borda (Falha de Carnaubais) e a Falha de Baixa Grande, que estão distantes uma
da outra de aproximadamente 650 metros. O pequeno desenvolvimento desses fans deltas
adjacentes à falha de borda, nesta porção da bacia, mostra que as ombreiras agiram como
uma barreira para a drenagem, desviando-a para fora ou para outro ponto de entrada da
bacia.
105
106
mais similaridades na geometria, estrutura e processos com os deltas marinhos com
mistura de energia que com os leques deltaicos de rios entrelaçados (braid deltas).
107
7.2.1. Limites de seqüências de 4ª ordem.
Na Seqüência Amarela, por ser mais regressiva, isto é, estar em posição mais
proximal, as poucas evidencias de progradações correspondem aos depósitos regressivos
do trato de sistemas de nível alto. A divisão das seqüências de 4ª ordem dentro desta
seqüência, é melhor definida em perfis de raios gama.
Os tratos de sistemas de nível baixo são muito bem desenvolvidos nesta seqüência,
enquanto que os tratos de sistemas transgressivo e alto são pouco expressivos e
representados por refletores plano-paralelos, com alta amplitude e boa continuidade.
Portanto, as geometrias clinoformes que estão em downlap sobre uma superfície, são do
trato de sistemas de nível baixo. Vale lembrar que a posição bacinal que a área se
108
M
A
R
G
E
M
F L
E X
U
R
A
L Fan delta
RF1
RF2 RF3
Trato de sistemas de lago alto
RF4 RF5
1 az Seqüência de 4ª ordem
RF Regressões forçadas (5ª ordem)
Fig. 88 - Perfil esquemático com a posição paleogeográfica da área estudada. Os depósitos do trato de sistemas de nível baixo,
da Seqüência Azul, são bem mais desenvolvidos que os tratos de sistemas transgressivo e alto. Notar as cunhas de
regressões forçadas de mais alta ordem. Modificado de Cainelli (1996), inédito.
109
encontrava, não permitiu o desenvolvimento de superfícies erosivas expressivas, estando
estes limites em concordância relativa (Figura 88).
110
SEQ. 4 AZ
SEQ. 2 AZ
SEQ. 1 AZ
111
Fig. 89 - linha nº 1 horizontalizada, plot invertido, com as 4 seqüências de 4ª ordem dentro da Seqüência Azul (de 3ª ordem).
(ver mapa base para loc alização - Fig. 13)
SEQ. 4 AZ
SEQ. 2 AZ
SEQ. 1 AZ
Fig. 90 - linha nº 1 horizontalizada e plot trac ejado, com as 4 seqüências de 4ª ordem dentro da Seqüência Azul (de 3ª ordem).
(ver mapa base para localização - Fig. 13)
112
113
FAL
HA
DE
BA
IXA
GR
AN
DE
do lago com deposição da unidade RF-4, aparentemente deixou pouco registro sedimentar,
pelo menos a nível de resolução dos dados sísmicos, podendo inclusive ter provocado
pequena erosão no topo das unidades RF-2 e RF-3.
114
A
a d e Aa
Sub unid
a d e Ab
Sub unid a d e Ac
Sub unid
B a de
Ba
u nid e
Bb
Seç ão erodida Su
b ad
nid Bc
bu de
Su a
u nid
b
Su
Seç ão preservada
Fig. 93 - Perfís hipotéticos de poços através de uma sucessão de linhas de praia no sistema de nível baixo.
115
A Seqüência 2 az parece ter se depositado diretamente sobre o trato de sistemas de
nível baixo da Seqüência 1 az. As linhas sísmicas, dentro de sua resolução, não mostram
refletores que pudessem ser interpretados como do trato de sistemas de nível transgressivo
ou de nível alto no topo da Seqüência 1 az.
116
A interpretação sísmica da Seqüência 4 az leva a crer que antes de começar o ciclo
transgressivo ocorreu um novo rebaixamento do nível relativo do lago, levando a
conseqüente deposição de sedimentos sob processo de regressão forçada (Figura 97).
117
118
Leeder & Allen (19XX), in Posamentier & Allen (1994), sugerem que o
estaqueamento dos canais distributários com a variação da acomodação se dá pelo
processo de avulsão. Heller & Paola (1994), in Posamentier & Allen (opus cit),
argumentam que a avulsão sozinha deve ser independente da taxa de nova acomodação
adicionada. Posamentier et al., (1988) sugere que com a lenta taxa de agradação, a avulsão
deve ser menos freqüente, levando a um aumento da expansão lateral dos meandros.
Na segunda hipótese, talvez a mais plausível para explicar este padrão sísmico,
seriam os diversos deslocamentos do fluxo fluvial que causariam mudanças no sítio de
deposição, fazendo com que a carga sedimentar suprisse outros sítios da construção
deltaica. A linha sísmica nº 3, perpendicular a linha nº 1, também mostra um padrão
sísmico “caótico” que, dentro do contexto da arquitetura deposicional, pode ser
interpretado como sigmóides vistas de frente (“olho da sigmóide”) (Figura 99).
119
Fig. 99 - Bloco diagrama mostrando deposiç ão de lobos
deltaic os e como podem ser vistos em linhas
sísmicas. Na linha sísm ica nº 1, vista lateral
mostrando clinoform as progradantes e na linha
sísmica nº 3, vista frontal mostrando formas sigmoidais
dos refletores, representando os "olhos das sigmóides"
CRUZAMENTO - LINHA Nº 3
NW SE
100ms
Linha sísmica nº 1
plot invertido
SW CRUZAMENTO - LINHA Nº 1 NE
100ms
120
Fig. 101 - linha nº 1 horizontalizada, plot tracejado, com as 3 seqüênc ias de 4ª ordem dentro da Seqüência Verde (de 3ª ordem).
(ver mapa base para loc alizaç ão - Fig. 13)
122
Fig. 102 - Detalhe da linha nº 1 horizontalizada, plot invertido, com a Seqüênc ia 1 ve .
O onlap sobre a cunha progradante do trato de sistem as de nível baixo,
evidência que o trato de sistem as transgressivo teve bom desenvolvim ento
e preservação nesta seqüênc ia. A distinção entre os tratos de sistem as de
nível transgressivo e alto bem como a SIM, é bastante difícil sísmic am ente.
123
A Seqüência 2 ve não apresenta depósitos dos tratos de sistemas de nível
transgressivo e alto, dentro da resolução sísmica. No perfil de raios gama estes depósitos
são representados por sedimentos finos, onde o trato de sistemas de nível baixo da
Seqüência 3 ve está
em downlap
(Figuras 103 e
104).
Em frente a
cunha deltaica
progradante da
Seqüência 2 ve, em
direção à bacia,
aparece um extenso
depósito
progradante de
regressão forçada,
demonstrando que o
lago ainda sofreu
um rebaixamento no
seu nível relativo,
124
antes de ocorrer o evento transgressivo.
A figura 103 mostra detalhe da Seqüência 2 ve, onde há vestígios de ter ocorrido
erosão no topo da unidade progradante do trato de sistemas de nível baixo, evidenciada
pelo corte abrupto do último refletor junto a quebra da plataforma deltaica desta unidade.
Esta situação pode definir duas condições possíveis.
Na segunda situação, a
erosão pode ter sido causada quando
da subida relativa do nível de base,
originando a superfície de
ravinamento.
125
A superfície de ravinamento se forma pela ação erosiva das ondas, quando da
transgressão da linha de praia (Figura 106). A quantidade de sedimentos erodidos é função
da energia das ondas, do grau
de dureza do substrato e do
tamanho dos grãos do
substrato. Os sedimentos
erodidos neste processo são
distribuídos de acordo com o
tamanho dos grãos, sendo que
a fração mais grosseira
permanece como um fino depósito sobre a superfície de ravinamento; a fração areia mais
fina forma complexos de barreiras (efêmeras) de praia, que migram em direção ao
continente e que podem ou não serem preservadas. Finalmente, a fração síltica e argilosa
tende a ser transportada em direção ao centro da bacia pelas correntes de tempestades e
litorâneas, depositadas abaixo do nível de base das ondas, em forma de cunha, após a
última linha de praia regressiva, originando os depósitos de healing phase (Figura 107).
O trato de sistemas de
nível baixo da Seqüência 3 ve
é bem notado, tanto em linhas
sísmicas, através de uma
arquitetura progradante do
complexo deltaico, como
também pela tendência
regressiva evidenciada nos
perfis de raios gama (Figura
108).
126
TSNA = SISTEMA DE NÍVEL ALTO
Os cortes abruptos e as mudanças nos padrões sísmicos dos refletores, que passam
de contínuos e subparalelos para descontínuos e caóticos, foram interpretados como
resultantes de processos erosivos mais intensos nesta seqüência do que nas seqüências
sotopostas e sobrepostas.
128
NW SE
Fig. 110 - Linha nº 1 horizontalizada, plot invertido, com as 2 seqüênc ias de 4ª ordem dentro da Seqüênc ia Laranja (de 3ª ordem).
(ver m apa base para loc alização - Fig. 13)
Fig. 111 - Linha nº 1 horizontalizada, plot tracejado, com as 2 seqüências de 4ª ordem dentro da Seqüênc ia Laranja (de 3ª ordem).
(ver mapa base para localização - Fig. 13)
131
As discordâncias tipo 1 são caracterizadas pelo rejuvenescimento da drenagem e
incisão fluvial, com o transpasse dos sedimentos através da plataforma e por abrupto
deslocamento das fácies e do onlap costeiro em direção à bacia (Posamentier & Vail
1988). Este tipo de discordância define as seqüências tipo 1, que são seqüências limitadas
na base por discordâncias tipo 1 e limitadas no topo por discordâncias tipo 1 ou 2.
O termo
“quebra da linha
de praia
deposicional” é
usado por
Posamentier &
Vail (opus cit)
como a quebra
fisiográfica a
partir da qual, na
direção do
continente, o fundo do mar está próximo ou no nível de base, e na direção da bacia, está
abaixo do nível de base. Esta quebra pode ocorrer na linha de costa ou na direção da bacia.
Conseqüentemente, refere-se a uma quebra fisiográfica deposicional ativa, em oposição à
feição fisiográfica pré existente na borda da plataforma continental.
132
depositados durante o trato de sistemas de nível transgressivo e o trato de sistemas de nível
alto (Figura 113).
Um pacote arenoso com espessura entre 25/30 metros, de relativa extensão lateral,
bem marcado em perfis de raios gama, parece estar associado a sigmóides regressivas
depositadas durante o trato de sistemas de nível alto. As sigmóides progradam sobre os
vales incisos assoreados por sedimentos mais finos, dos tratos de sistemas de nível
transgressivo e baixo tardio (Figura 114).
133
SEQÜÊNCIA 1 la SEQÜÊNCIA 2 la
135
7.2.5. Seqüências de 4ª ordem dentro da Seqüência Amarela
As fácies dominantes dos depósitos de braid deltas nesta Seqüência Amarela são
representadas em perfis de raios gama com o formato de “sino invertido”, caracterizando
arenitos grossos de planície deltaica seguidos de arenitos finos a médios de frente deltaica.
No topo destes pacotes progradantes aparecem folhelhos radioativos de prodelta.
136
137
Fig. 115 - Linha nº 1 horizontalizada, plot invertido, com as 6 seqüências de 4ª ordem dentro da Seqüência Amarela, (de 3ª ordem ).
(ver mapa base para localização - Fig. 13)
Fig. 116 - Linha nº 1 horizontalizada, plot tracejado, com as 6 seqüências de 4ª ordem dentro da Seqüência Amarela (de 3ª ordem).
(ver mapa base para localização - Fig. 13)
138
profundidade do
Lago Pendência
durante este
tempo. As
clinoformas
sísmicas indicam
um lago com
profundidade
mínima, para esta
área, em torno de
100 metros.
Interessan
te comparar esta
análise com os
dados da análise
quantitativa
palinológica.,
onde foram
analisadas as
formas
diagnosticas de
paleoclima dos
pólens
Classopollis non-
striate e dos
esporos
Cicatricosisporite
s spp.. (Picarelli
et al., 1993). Esta
análise mostra a
tendência geral
do clima tornar-se progressivamente mais seco, mas apresenta uma retomada da umidade
coincidente com a deposição da Seqüência 6 am (Figura 119). A retomada da umidade na
139
bacia, é indicadora de uma maior quantidade de chuvas e conseqüentemente de um lago
mais profundo.
A maior espessura da
Seqüência 5 am, também permitiu a
identificação dos depósitos de trato de
sistemas de nível baixo, representado pelos
depósitos de regressões forçadas de mais
alta ordem, na direção SW para NE. A
figura 120 mostra este belo exemplo, com
cinco pequenas e sucessivas descidas do
nível do lago até o início, novamente, da
subida do nível do lago.
140
O trato de sistemas transgressivo da seqüência 6 am também está muito bem
caracterizado sismicamente, como mostra a figura 118, com os sucessivos onlaps sobre os
depósitos progradantes do trato de sistemas de nível alto da Seqüência 5 am sotoposta. A
discordância limite superior da Seqüência Amarela, foi responsável pela erosão, nesta área,
dos sedimentos depositados durante o trato de sistemas de nível alto da Seqüência 6 am.
141
SW NE
ALTO
TEMPO
142
8. CONCLUSÕES
♦ Apesar das discordâncias não serem bem visíveis, a diferença nos padrões de
configurações sísmicas, permitiu a divisão da seção estudada, em três pacotes distintos.
Um pacote inferior com clinoformas de alto ângulo de mergulho e indicativas de um
lago com lâmina d’água mínima dentre 100 a 200 metros; um pacote intermediário com
a presença de erosões internas escavando vales incisos e clinoformas mais suaves,
indicando um lago com lâmina d’água máxima entre 20 e 50 metros; e um pacote
superior com refletores essencialmente plano-paralelos com algumas indicações de
clinoformas indicando uma lâmina d’água de 10 a 25 metros.
143
♦ O pacote inferior foi ainda subdividido em dois pacotes, por apresentar quebras em
perfis de poços e principalmente por correlação com áreas vizinhas.
♦ O alto ângulo das clinoformas, em torno de 18º, sugere uma deposição deltaica com
grande aporte de sedimentos, em superfície deposicional de baixo ângulo (< 1º) e com
sistema de influxo homopicnal, características de deltas do tipo Gilbert
♦ Junto a falha de borda (Falha de Baixa Grande) praticamente não se percebe depósitos
sedimentares provenientes desta falha, demonstrando que os depósitos de fan deltas
estão restritos a uma faixa muito estreita (~600 metros) junto a falha, na seção estudada.
♦ Os excelentes resultados obtidos com o tratamento das imagens das linhas sísmicas 3D
da área, possibilitou a divisão em seqüências estratigráficas de 3ª e 4ª ordens e
identificar detalhes sismoestratigráficos interessantes e que estão associados a
seqüências de 5ª ordem.
♦ O tratamento digital de imagens de linhas sísmicas 3D convencionais em
microcomputadores, através de softwares comerciais gráficos, é uma ferramenta
poderosa na observação detalhada de feições sísmicas, que, refletem detalhes
geológicos/estratigráficas não facilmente detectáveis em linhas sísmicas normais. Este
procedimento, além de abrir um campo para pesquisa, alcança um nível de
detalhamento que torna este processo uma importante ferramenta exploratória e
explotatória, sob a perspectiva de exploração de hidrocarbonetos.
144
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