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O clima de uma determinada região condiciona de forma significativa a tipologia de ocupação

do solo e as atividades humanas que aí se desenvolvem, constituindo um fator de maior ou


menor conforto para as populações.

A caracterização do clima de uma determinada região envolve o conhecimento do registo


histórico alargado dos valores associados aos principais meteoros e, se possível, a sua
distribuição espacial, de modo a permitir estabelecer as variações típicas desses parâmetros
bem como as relações entre os mesmos. Neste sentido, o conhecimento dos valores de
temperatura, precipitação, regime de ventos, humidade, evaporação, etc., quer em termos
temporais, quer em termos espaciais, é determinante para avaliar o tipo de clima e conhecer
as potencialidades que cada região oferece para a instalação e desenvolvimento das atividades
humanas.

Em termos de temperatura média do ar em Portugal, os registos históricos mostram que esta


varia em média entre os 7,5 ºC no mês de Janeiro e os 22,0 ºC no mês de Agosto. No que
respeita à evolução da temperatura média verifica-se que este parâmetro tem vindo a
apresentar uma evolução positiva, tendo-se cifrado em 13,1 ºC em 1971 e 14,1 ºC em 2000, o
que de certa forma vem verificar a tendência de um aumento global da temperatura do ar.

Em termos regionais é visível que a temperatura média do ar é menor na região Norte Interior
do país (da ordem dos 8 ºC) aumentando à medida que se progride para Sul, sendo de 17 º C
na zona do Algarve.

Figura 1 – Mapa de temperatura média anual em Portugal

Quanto ao regime de precipitação, a análise das Normais Climatológicas mostra que o mês
mais chuvoso é o de dezembro com cerca de 144 mm, enquanto que o mais seco é o de agosto
com apenas 13 mm.

A região com maior pluviosidade é a região de Peneda-Gerês, enquanto que a mais seca
corresponde à faixa interior englobando a Norte a zona da Guarda e a sul a zona de Beja. A
variação temporal da precipitação tem apresentado um comportamento mais variável com a
presença de anos de seca intercalados com períodos mais chuvosos.

Figura 2 – Mapa de precipitação anual em Portugal

Estas características apresentadas pelas variáveis meteorológicas permitem classificar o clima


das regiões. A este respeito a classificação climática de Köppen é uma classificação
quantitativa que se adapta à paisagem geográfica e aos aspetos do revestimento vegetal da
superfície do globo.

Esta classificação baseia-se nos valores médios da temperatura do ar e da quantidade de


precipitação e na correlação destes dois elementos pelos meses do ano. Nesta classificação
considera-se que estes dois fatores são dos mais importantes pois têm efeitos imediatos sobre
a vida (animal e vegetal) e a sua distribuição pela superfície terrestre. São, também, elementos
bem definidos, facilmente mensuráveis, existindo séries extensas de valores de confiança.

Assim, de acordo com esta classificação, o clima de Portugal segundo a classificação de


Koppen, divide-se em duas regiões: uma de clima temperado mediterrânico com Inverno
chuvoso e Verão seco e quente (Csa) e outra de clima temperado mediterrânico com Inverno
chuvoso e Verão seco e pouco quente (Csb).
Figura 3 – Classificação climática de Portugal

As características de clima temperado mediterrânico que Portugal apresenta e que resultam


no essencial da posição geográfica que o país ocupa – latitude média e proximidade do oceano
– permitem uma ocupação quase generalizada do território sem a necessidade de grandes
cuidados para se conseguir atingir o conforto térmico.

Aliado ao clima temperado, destaca-se ainda uma elevada radiação e um elevado número de
horas de sol.

O clima desempenha um papel importante no turismo em diversos aspetos: pode agir como
um fator de localização para novas áreas turísticas; influenciar a sua sazonalidade; condicionar
também o funcionamento das infraestruturas e, ainda, afetar o conforto e o bem-estar dos
turistas.

O clima que Portugal apresenta, sendo temperado e com bastante sol, é um factor de grande
atratividade o que, aliado a outros elementos, tem contribuído para o desenvolvimento deste
sector de atividade.

Este “apelo turístico” desempenhado pelo clima que Portugal oferece é motor de grande
atratividade em especial para a população do Norte da Europa e Ásia, países que apresentam
climas mais rigorosos e com menor número de horas de sol.

O conforto térmico e a luminosidade que caracterizam Portugal são elementos fundamentais


para a atração turística do país e para o desenvolvimento deste importante sector económico
de actividade.

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