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Cólica em recém-nascido e lactente: revisão da


literatura

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Fanny Sarfati Kosminsky Amelia Kimura


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ARTIGO
Kosminsky FS, Kimura AF. Cólica em recém-nascido e lactente: revisão da
literatura. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004 ago;25(2):147-56.
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CÓLICA EM RECÉM-NASCIDO E LACTENTE:


revisão da literatura

Fanny Sarfati KOSMINSKYa


Amélia Fumiko KIMURAb

RESUMO

Trata-se de uma revisão de literatura sobre a manifestação clínica da cólica que comumente afeta os bebês na
fase inicial de vida. O texto aborda a definição do quadro clínico, fatores etiológicos e associados, condutas mais
adotadas e estudadas para o alívio e tratamento da cólica do lactente. Analisaram-se publicações de periódicos
nacionais e internacionais cadastradas nas bases de dados informatizadas MEDLINE e LILACS, com acesso
disponível na BIREME, Bibliotecas da USP e pelo Portal da CAPES.

Descritores: cólica; recém-nascido; enfermagem pediátrica.

RESUMEN

Se trata de una revisión de literatura sobre la manifestación clínica del cólico que comunmente afecta a los
bebés en la fase inicial de su vida. El texto aborda la definición del cuadro clínico, factores etiológicos y asociados,
conductas frecuentemente adoptadas y estudiadas para el alivio y tratamiento del cólico del lactante. Fueron
analizadas publicaciones de periódicos nacionales e internacionales registradas en las bases de datos informa-
tizadas MEDLINE y LILACS, con acceso disponible en la BIREME, Bibliotecas de la Universidad de São Paulo
y por el Portal de la CAPES.

Descriptores: cólico; recién nacido; enfermería pediátrica.


Título: Cólicos en recién nacidos y lactentes: revisión de la literatura.

ABSTRACT

This paper is a literature review on excessive crying and colic that affect babies during their first period of
life. This text presents the clinical definition, etiology, colic associated factors and interventions to relief and
treatment of infant colic. Articles published in medical and nursing journals indexed at MEDLINE and LILACS
computerized database available in the libraries of BIREME, Universidade de São Paulo and CAPES homepage
were analysed.

Descriptors: colic; infant, newborn; pediatric nursing.


Title: Colic in newborn and infant: a literature review.

a
Enfermeira Obstétrica. Mestranda da área de concentração em Enfermagem Obstétrica e Neonatal do Programa de Pós-Graduação da Escola
de Enfermagem da Universidade de São Paulo.
b
Enfermeira Obstétrica. Profa Dra do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica da Escola de Enfermagem da Universidade
de São Paulo.

Kosminsky FS, Kimura AF. Cólicos en recién nacidos y lactentes: Kosminsky FS, Kimura AF. Colic in newborn and infant: a literature
revisión de la literatura [resumen]. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre review [abstract]. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004
(RS) 2004 ago;25(2):147. ago;25(2):147.
Kosminsky FS, Kimura AF. Cólica em recém-nascido e lactente: revisão da
148 literatura. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004 ago;25(2):147-56.

1 INTRODUÇÃO tadas costumam estar baseadas em crenças


populares e tradições e o choro ininterrupto,
Os profissionais de saúde que prestam acompanhado de sinais de irritabilidade, des-
atendimento ao binômio puérpera-recém- conforto e dor do bebê, acabam desaparecen-
nascido deparam-se, com certa freqüência, com do espontaneamente com o decorrer do tempo.
queixas maternas de dificuldade em lidar com Assim, algumas questões da nossa prática
o choro excessivo e ininterrupto do filho com assistencial foram identificadas, as quais bus-
algumas semanas de vida. Esta queixa tem cávamos respostas: quais são os agentes etio-
início por volta da segunda semana de vida, lógicos que causam a cólica do recém-nasci-
estendendo-se até o sexto mês, e são identifi- do? Quais grupos de recém-nascidos são mais
cadas como cólica do lactente. Frente a esta vulneráveis a apresentar cólica? Existem prá-
ocorrência, surpreendem-se com a dificuldade ticas de intervenção que sejam efetivas para o
vivenciada pelos pais para lidarem com a có- alívio do desconforto/dor do recém-nascido?
lica do filho, acreditando que tais dificuldades que evidências científicas existem sobre a có-
são decorrentes da inexperiência e inseguran- lica do recém-nascido?
ça de assumir o novo papel materno/paterno, Esta constatação levou-nos a questionar e
assumindo uma conduta profissional de valo- a buscar compreender a cólica do bebê como
rizar esta queixa como uma ocorrência transi- uma manifestação clínica e da necessidade
tória e indicando algumas práticas como mas- de intervenção, já que demanda mobilização
sagens, calor local, entre outras, para ser rea- materna na tentativa de resolver um proble-
lizado quando a mãe identificar o sintoma. ma identificado com o filho, saindo em busca
O que se observa na prática assistencial de ajuda profissional.
é que as mães, particularmente aquelas que Com base nestas considerações, reali-
estão tendo a sua primeira experiência de zamos uma revisão literária da produção de
maternidade, acabam recorrendo aos aconse- conhecimento sobre o tema com objetivo de
lhamentos de familiares, especialmente mães, verificar o estado de arte sobre a cólica neo-
tias, avós e amigas, que já tiveram filhos. En- natal.
tretanto, as condutas adotadas para mini-
mizar este desconforto manifestado pelo bebê 2 REVISÃO LITERÁRIA
nem sempre surtem resultados satisfatórios,
deixando-as angustiadas por não conseguirem 2.1 Definição, sinonímia e características da
aliviar o mal estar do filho. As intervenções cólica
recomendadas tanto por profissionais de saúde
como pelos familiares e amigos limitam-se a O choro é a primeira forma de comunica-
fornecer algumas informações de cuidados de ção social do bebê, sendo considerado uma
alívio da cólica como segurar o recém-nascido manifestação normal e fisiológica durante os
em posição ventral com o abdome apoiado na primeiros meses de vida(1,2). Pode sinalizar se-
palma da mão da mãe, aplicação de calor local, de, fome, sono, fraldas sujas, desconfortos re-
manutenção do contato corporal, manutenção lacionados à temperatura ambiente, posição
do aleitamento exclusivo e restrição da dieta desconfortável, roupas apertadas, aerofagia,
materna para alimentos que possam produzir cólicas, vontade de ser aconchegado, entre
flatulência. outros(3).
Estas práticas, na observação empírica pro- Um certo grau de choro em recém-nascido
fissional, muitas vezes não se mostram efetivas é esperado nos bebês normais, que vivem em
para acalmar ou reduzir os sintomas de descon- ambiente tranqüilo e equilibrado emocional-
forto do bebê. As medidas de intervenção ado- mente(4).
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literatura. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004 ago;25(2):147-56.
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A cólica neonatal é um fenômeno mui- tivo imaturo do bebê ao ambiente extra-


to freqüente no primeiro trimestre de vida, uterino(20).
caracterizado por comportamento de irrita- Estudo comparativo entre um grupo de
ção, podendo persistir, às vezes, por perío- bebês que recebeu leite materno exclusivo
dos mais longos. com um grupo cujos bebês receberam fórmu-
A cólica do bebê também é consagrada la láctea verificou que o pico da cólica variou
pela expressão inglesa three months colic(3). de acordo com a alimentação recebida pela
A análise da literatura identificada pos- criança. Nos bebês que receberam fórmula
sibilitou verificar que há tanto uma definição láctea, o pico da intensidade do choro ocorria
consensual entre os autores, bem como em re- mais precocemente, por volta da 2ª semana
lação aos sinais e sintomas da cólica infan- de vida quando comparado ao grupo de be-
til, caracterizada pela presença de paroxismos bês que recebeu leite materno, que apresen-
de irritabilidade em um bebê alimentado e tou pico de choro na 6ª semana de vida(12).
saudável, choro excessivo e inconsolável por Contradizendo dados destes autores, em ou-
mais de 3 horas por dia, com ocorrência de, tro estudo em que foi oferecida fórmula aos
no mínimo, 3 vezes por semana, e que desa- bebês, o pico do choro do bebê foi na 7ª sema-
parecem por volta do 3º mês de idade(5-18). To- na de vida(21).
dos estes autores definem a cólica e as suas Bebês amamentados exclusivamente no
características baseando-se nos critérios es- peito não estão protegidos de desenvolver có-
tabelecidos por Wessel, Cobb, Jackson, Harris lica. Estudo de corte realizado com 856 mães
e Detwiler(19), em 1954, conhecido também por afirma não existir relação entre a fonte ali-
regra dos três. mentar do bebê e o aparecimento de cólica(16).
Outra característica identificada diz res- Entretanto, os achados de estudos desenvol-
peito ao horário da manifestação da cólica do vidos por outros autores mostraram uma fre-
bebê. Existe uma tendência do bebê apresen- qüência maior de cólica em bebês que rece-
tar comportamentos de inquietude, irritação biam leite de vaca, quando comparados às
e choro no período compreendido das 18h que mantinham aleitamento exclusivo(18,22).
às 24h(4,8,9,12,19). Embora não exista um consenso na li-
teratura pesquisada observam-se vários estu-
2.2 Fatores associados dos que procuram identificar a ingestão ma-
terna de leite de vaca como fator etiológico
Embora os estudos sobre cólica remon- da cólica do bebê.
tem há quase cinco décadas, sua etiologia con- Jakobsson e Lindberg(23) realizaram estu-
tinua pouco esclarecida(13). Os pioneiros no do com 18 mães cujos bebês foram amamen-
estudo sobre a cólica do lactente apontaram tados exclusivamente, sendo que uma delas
alguns fatores que determinam ou contribuem teve filho gemelar, totalizando 19 bebês estu-
para a manifestação da cólica. Dentre elas dados. Orientaram as mães a suspenderem o
destacam-se imaturidade do trato intestinal, leite de vaca e constataram que em 13 bebês
hipertonicidade congênita, alergias, tensão a manifestação da cólica não foi mais obser-
dos pais e meio-ambiente(19). vada.
A cólica pode ser causada pelo próprio Lothe, Lindberg e Jakobsson(24) conduzi-
amadurecimento do aparelho digestivo do be- ram um estudo clínico, duplo cego, com 60
bê e também pela ingestão de ar durante a bebês que apresentavam cólica no qual ava-
mamada. O período de idade que vai do nas- liaram o tipo de leite administrado – fórmula
cimento ao 3º mês de vida é a fase de adapta- de leite de soja e fórmula de leite de vaca e
ção do sistema nervoso e do aparelho diges- de soja. Verificaram que 11 bebês (18%), en-
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quanto receberam leite de soja, ficaram li- Outro estudo experimental, duplo cego,
vres da sintomatologia da cólica; 32 bebês randomizado, com 66 mães que amamentavam
(53%) tiveram piora da cólica ou permane- exclusivamente e cujos bebês apresentavam
ceram com o quadro inalterado quando ali- cólica, em que fora m suspensos o leite de vaca
mentados com fórmula de leite de vaca e so- das dietas maternas. Os resultados mostraram
ja simultaneamente. Os sintomas desaparece- o desaparecimento da cólica no período de um
ram quando estes bebês foram alimentados com a três dias em 35 lactentes (53%). O reapare-
caseína hidrolisada. Os autores concluíram que cimento dos sintomas após a reintrodução do
o leite de vaca desencadeia o aparecimento de leite de vaca na dieta materna ocorreu em 23
sintomas de cólica no bebê. Achados semelhan- crianças (35%), no período de 1 a 8 horas pós-
tes foram encontrados por outro autor que rea- ingestão. Dessas, 7 foram excluídas do estudo
lizou um estudo duplo cego, randomizado, com por motivos diversos (urticária, falta de lei-
19 bebês que apresentavam sintomas de có- te, e não concordância em continuar partici-
lica, comparando o uso de leite de vaca e de so- pando do estudo). Para as demais 16 mães,
ja. O pesquisador ofereceu leite de soja para foram utilizadas cápsulas gelatinosas de pro-
10 bebês durante uma semana, seguido de teína whey (presente no leite de vaca) ou fécula
fórmula de leite de vaca modificado, e, para os de batata, idênticas em suas aparências, sendo
9 restantes, ofereceu fórmula de leite de vaca oferecidas 3 cápsulas quatro vezes por dia no 1º
seguido de leite de soja. Os leites foram identi- e 3º dias do estudo. Após dois dias, as mães
ficados e codificados, mantendo o sigilo de seus foram orientadas a ingerir meio copo de leite
códigos até o final das três semanas de obser- três vezes por dia. Deste grupo, 6 mães foram
vação. Para os bebês que apresentaram melho- excluídas do estudo. Os resultados demons-
ra dos sintomas da cólica com o uso do leite de tram que 9 bebês reagiram com cólica após a
soja, introduziram novamente a fórmula de ingestão de cápsulas de proteína whey ou leite
leite de vaca e, em caso de reaparecimento da de vaca(26).
sintomatologia, foram classificados como be- Outro estudo duplo cego experimental com
bês que tinham intolerância ao leite de vaca. 27 bebês investigou esta mesma proteína whey
Para aqueles bebês que apresentaram sinto- presente no soro do leite de vaca. Inicialmente,
mas de cólica, inclusive com leite de soja, rea- suspenderam o leite de vaca da dieta dos bebês,
lizaram-se a mudança para a fórmula de leite oferecendo fórmula de caseína hidrolisada, e
de vaca modificado e diante da melhora dos verificaram que em 24 bebês a cólica desapa-
sintomas, introduziram novamente fórmula receu ou diminuiu significativamente. Em se-
de leite de vaca a fim de estabelecer a existên- guida, utilizaram cápsulas gelatinosas A e B
cia de intolerância ao leite de vaca e soja. contendo albumina humana (placebo) e pro-
Ao término do estudo verificaram que 11 (58%) teína whey. Estes conteúdos foram adiciona-
apresentavam intolerância ao leite de vaca, dos, separadamente, por um período de dias
5 (26%) apresentaram uma melhora espon- pré-estabelecidos, às mamadeiras oferecidas
tânea dos sintomas, 1 (5%) apresentou falha do aos 24 bebês. Os dados mostraram que 18 de-
tratamento, 2 (11%) apresentaram intolerân- les reagiram com sintomas de cólica quando
cia ao leite de vaca e soja. Para estes dois be- ingeriram a cápsula contendo a proteína whey.
bês citados no último caso, utilizou-se a pro- Os autores concluíram que a proteína whey,
teína hidrolisada do leite com bons resul- presente no leite de vaca, pode produzir sin-
tados. Confirmaram que a alteração na dieta tomas de cólica em bebês alimentados por
dos bebês resultou em melhora dos sintomas fórmula(5).
da cólica e que nem sempre a substituição Clyne e Kulczycki(27) conduziram um estu-
pelo leite de soja é o melhor caminho(25). do com um grupo de 59 mães com bebês de 2
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a 17 semanas de vida, amamentados exclusi- outros estudos conduzidos por Wessel, Cobb,
vamente, com o objetivo de verificar nas amos- Jackson, Harris e Detwiler(19) e por Saavedra,
tras de leite humano a presença da Imunoglo- Costa, Garcias, Horta, Tomasi e Mendonça(18)
bulina Bovina (IgG) presente no leite de vaca que não encontraram associação entre a có-
ingerido pela mãe e o desenvolvimento da có- lica e o sexo do recém-nascido.
lica no bebê. Identificaram em 29 mães que Clifford, Campbell, Speechley e Gorod-
tinham bebês com cólica altos níveis de IgG zinsky(17) estudaram variáveis relacionadas à
(0,42mg/ml), quando comparados ao grupo persistência e remissão da cólica no terceiro
de 30 mães de bebês sem cólica (0,32mg/ml). mês de vida do lactente. Identificaram que a re-
Os resultados sugerem que a Imunoglobuli- missão da cólica ocorria predominantemente
na Bovina (IgG) pode estar envolvida na nas crianças do sexo feminino, filhos de mães
etiologia da cólica do lactente. que receberam anestesia ou analgesia durante
Estudo realizado com 272 mães verificou o parto e que exerciam atividade profissional
as variações alimentares durante o aleitamento fora do domicílio, durante a gravidez ou que
exclusivo, que foram analisadas categorica- estudavam em período integral e que tinham
mente pela regressão logística com intervalo hábito de consumir álcool e cafeína no perío-
de confiança de 95%. Estudando as relações do pós-parto.
entre a ingestão de alguns alimentos compro- Alguns aspectos psicosociais diretamente
vou-se um risco relativo (RR) de 2,0 para o lei- envolvidos no desenvolvimento da cólica fo-
te de vaca; 1,7 para cebola; 1,5 para chocolate; ram descritos em um estudo randomizado rela-
1,3 para repolho e brócolis; 1,2 para couve-flor cionando a insatisfação no relacionamento se-
e 0,7 para carnes vermelhas, identificando uma xual, vivência de traumas de parto, experiên-
associação significativa destes alimentos com cias estressantes, problemas físicos e isolamen-
os sintomas da cólica do lactente(28). to social na gestação e insegurança materna
O fumo durante a gravidez pode aumentar no cuidado do bebê. Ao mesmo tempo, este
o risco do bebê desenvolver cólica. Foram ava- estudo mostra não haver associação entre as
liados 1820 binômios e constataram uma inci- variáveis sociodemográficas, tais como idade,
dência de 10,8% dos bebês com cólica com ocupação, posição social e educação, com a
risco dobrado para bebês cujas mães fuma- manifestação da cólica no lactente(7) .
ram 15 ou mais cigarros durante a gravidez Clifford, Campbell, Speechley e Gorod-
ou no período do puerpério (com risco relati- zinsky(16) concluíram que mães empregadas ou
vo de 2,1 e 2,0, respectivamente, consideran- que freqüentam escola em período integral du-
do o intervalo de confiança de 95%). Mulhe- rante a gravidez apresentam menor chance de
res que fumaram ininterruptamente desde a que seus bebês venham a apresentar cólica.
gravidez até o período de puerpério apresen- Bebês filhos de mães casadas ou que mantém
taram um risco relativo de 1,5 quando com- relacionamento marital, quando comparados
paradas as que não fumaram durante este aos nascidos de mães solteiras, tiveram 70%
mesmo período(29). menos chance de desenvolver cólica. Os auto-
Não existe um consenso na literatura so- res afirmam que tais fatores estão diretamen-
bre a sintomatologia de cólica relacionando ao te associados ao grau de ansiedade materna.
sexo do recém-nascido. Estudo realizado com
mães que tiveram filhos com cólica verificou 2.3 Práticas para obter alívio da cólica
uma freqüência maior de cólica em bebês do
sexo feminino (57%), embora a amostra es- Estudo prospectivo realizado com 40 be-
tudada tenha sido limitada a 23 binômios(30). bês para verificar as práticas adotadas pelos
Resultado semelhante não foi identificado em pais para o alívio da cólica de seus filhos cons-
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tatou que 43% ofereceram chás de ervas, 36% nitivas destas práticas intervencionistas, po-
utilizaram medicamentos e 21% empregaram dendo ser inferido que a remissão do sintoma
meios físicos, como calor local, pressão ou tenha ocorrido como uma evolução natural
contato físico(31). da cólica do lactente.
Foi realizado também um estudo explo- É importante enfatizar aos pais que a có-
ratório, entrevistando pais e enfermeiras, com o lica é uma condição autolimitante, resolvida
objetivo de conhecer como esta profissional por volta do 3º ou 4º mês de vida, e que não está
lida com a cólica do bebê, qual a percepção relacionada a patologias, a condutas ou cuida-
dos pais em relação às contribuições da enfer- dos inadequados realizado pelos pais. Alguns
meira e ainda se a presença desta profissional autores aconselham os pais a deixarem seus
faz ou não diferença neste contexto. A conclu- bebês com outras pessoas, quando necessá-
são foi que embora não exista tratamento efe- rio, para não se esgotarem emocionalmente(13).
tivo e muito menos a cura, a orientação e apoio Existe uma recomendação de suspensão
de enfermagem aos pais podem diminuir a do leite de vaca ingerido pelas mães que ama-
intensidade do choro, facilitando a vida das mentam como primeira forma de tratamento
famílias(15). Conclusões semelhantes foram en- de cólica do lactente(23,24,26), embora revisões
contradas em outro estudo randomizado e con- sistemáticas recentes realizadas sobre a efi-
trolado, realizado com 45 binômios para ava- cácia de tratamentos para cólica infantil con-
liar o uso de três tipos de intervenções no cluam que a adoção de dieta com restrição de
manejo da cólica. Os três grupos receberam leite de vaca por mães que amamentam é uma
orientações gerais sobre a cólica e apoio. No medida duvidosa e que necessita de maiores
grupo 1, 13 mães foram treinadas a respon- investigações. A substituição do leite de vaca
der com gentileza ao bebê, mais prontamen- por fórmulas hipoalergênicas ou pelo leite de
te, diminuindo estimulações sensoriais, carre- soja na alimentação do lactente pode ser efi-
gando o bebê no colo profilaticamente e ofere- ciente no tratamento da cólica. Os autores ana-
cendo chupeta. No grupo 2, 17 pais recebe- lisaram também terapias naturais, interven-
ram também um pequeno vibrador para ser ções medicamentosas e comportamentais, cons-
colocado embaixo do berço e foram orienta- tatando que o uso de chá medicinal alivia os
dos para acionar o dispositivo por uma hora sintomas da cólica, o uso de drogas antico-
sempre que percebessem que o bebê estives- linérgicas é contra-indicado pelos efeitos co-
sem com cólica. O grupo 3 permaneceu ape- laterais acarretados e apontam algumas evi-
nas com as orientações gerais sobre cólica e dências de que a diminuição da estimulação
apoio. Os autores concluíram que não houve sensorial externa contribui para a redução da
diferença significativa entre os grupos, suge- cólica(13,33).
rindo que o melhor é oferecer apoio e orien- Diversos estudos têm como foco a inter-
tação para estas famílias(6). venção em técnicas comportamentais relacio-
Huhtala, Lehtonen, Heinonem e Kovenra- nadas à estimulação do contato mãe-filho. O
(32)
ta realizaram um estudo randomizado com Método Canguru é citado como um excelente
58 bebês com queixa de cólica, com o objetivo recurso para prevenir, minimizar e até inter-
de comparar dois tipos de intervenção: massa- romper o choro do bebê(34).
gem manual – 28 bebês e vibração no berço – 30 Neste sentido, foi realizado um estudo
bebês. Após 4 semanas de intervenção, a aná- randomizado com 66 mães de bebês com ida-
lise dos dados demonstrou um efeito seme- de inferior a 4 semanas de vida que apresenta-
lhante nos dois grupos na redução dos sinto- vam cólica e receberam orientações sobre se-
mas da cólica. A ausência de um grupo pla- rem mais responsivas em relação a esta mani-
cebo dificultou a análise e conclusões defi- festação. A seguir foram divididas em dois
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grupos. O grupo controle recebeu apenas as em 12 bebês, embora a amostra tenha sido
orientações e outro grupo suplementar rece- uma limitação do estudo(41).
beu também a recomendação de carregar o Algumas condutas, como oferta de chupe-
bebê no colo 50% a mais do que faziam ante- tas, substâncias adocicadas ou chás de ervas,
riormente. O grupo suplementar chorou ape- podem contribuir para o desmame precoce(39).
nas 3 minutos a menos do que o grupo contro- Com base na análise dos resultados dos
le. Sendo assim concluíram que aumentar a estudos apresentados, é possível verificar que
permanência das crianças que apresentavam existe uma necessidade de mais investigações
cólica no colo materno não diminui o padrão para identificar evidências para a implementa-
de choro(35). ção das práticas assistenciais que fundamen-
O tratamento da cólica baseado na modi- tem a indicação de intervenções efetivas e efi-
ficação da interação pais e bebês foram estu- cazes no tratamento da cólica do lactente que,
dados. O autor trabalhou com dois grupos de por sua vez, não tragam efeitos adversos na
30 bebês semelhantes em suas características saúde do recém-nascido/lactente(13).
sócio-demográficas e outras variáveis e cons-
tatou que ensinar os pais a serem mais eficien- 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
tes nas respostas a seus bebês pode diminuir
o choro da cólica em até 70% dos casos(36). Existe uma tendência atual de redução do
Pesquisa semelhante foi realizada neste período de internação do binômio puérpera-
sentido por outro autor que estudou também recém-nascido nas instituições de saúde que
estratégias para o tratamento da cólica em 23 prestam atendimento perinatal para baixar os
bebês randomizados, modificando a intera- custos hospitalares e aumentar a disponibili-
ção pais e bebês (forneceu instruções sobre dade dos leitos, particularmente nas situações
responder rápido e apropriadamente às neces- de baixo risco. As mulheres que tiveram parto
sidades dos bebês), e também constatou uma normal permanecem apenas 24 horas, receben-
diminuição de choro(37). do muitas vezes apenas as orientações essen-
A introdução do tratamento com música e ciais de higiene, cuidados com o coto umbilical,
aumento da atenção dos pais diminuiu o choro aleitamento materno e vacinação. Assim, a con-
das crianças com cólica em 75%, embora a tinuidade da assistência profissional é frag-
amostra tenha sido pouco significativa, resu- mentada e o binômio é encaminhado para as
mida a apenas 8 bebês(38). unidades básicas de saúde ou para as equi-
Apesar de não existir comprovação dos pes responsáveis pelos programas de saúde
resultados, técnicas comportamentais como da família por volta do primeiro mês após o
música, massagem, aumentar o tempo no colo parto. Após a alta hospitalar, alguns serviços
têm efeito de aproximar o binômio mãe-filho oferecem atendimento de puericultura ambu-
proporcionando momentos de maior contato latorial por volta da segunda semana após o
e prazer(39). parto.
Entre outras condutas, destaca-se também As enfermeiras obstétricas que majori-
a oferta de água adocicada. O uso de solução tariamente atuam nas instituições hospitala-
de sacarose oral induz rapidamente a tran- res têm pouco contato com bebês que apre-
qüilidade do bebê durante o choro(40). Um es- sentam cólica no período inicial da vida devi-
tudo duplo cego com 19 bebês comparando o do sua ocorrência ter início por volta da ter-
uso de água destilada e sacarose a 12% no ceira semana de vida, quando ele encontra-se
tratamento da cólica foi realizado. Constatou- no domicílio. Assim, não se deparam com as
se que o uso de sacarose é claramente mais queixas dos pais e não presenciam em seu
eficiente, produzindo uma melhora da cólica cotidiano profissional esta manifestação do re-
Kosminsky FS, Kimura AF. Cólica em recém-nascido e lactente: revisão da
154 literatura. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004 ago;25(2):147-56.

cém-nascido/lactente, tendo dificuldades pa- quisas em áreas patológicas, e torna-se neces-


ra identificar e compreender a dimensão des- sário ampliar os conhecimentos em relação a
ta ocorrência vivenciada pela família. Mesmo este tema, desenvolvendo estudos sobre fa-
entre as profissionais que lidam com recém- tores associados à cólica e resultados de inter-
nascidos, é pouco valorizada a manifestação venções clínicas para compreender e conhecer
da cólica. Quando estas profissionais atendem o fenômeno cólica do lactente, que contribui
estas crianças em ambulatórios, consultórios, para estabelecer evidências científicas que pos-
unidades básicas de saúde ou domicílio, a con- sam orientar a prática assistencial para que
duta é de orientar os pais que esta é uma ocor- possamos manejar melhor e com mais segu-
rência comum, de evolução natural, com re- rança esta manifestação, aliviando o sofri-
gressão do quadro por volta do 3º ou 4º mês mento da família.
e que não necessita de intervenção medica- A finalidade desta revisão de literatura
mentosa. Quando presenciam a manifestação é contribuir para o estabelecimento de condu-
da cólica, recorrem a identificar as causas do tas profissionais que levem à prevenção e ma-
choro excessivo e inconsolável. Enquanto pro- nejo da manifestação da cólica do lactente e
fissionais, observamos que a cólica do lacten- motive os profissionais que lidam com mães,
te é um verdadeiro desafio para a família, al- bebês e suas famílias a implementar práti-
terando o cotidiano e que precisa ser enfrenta- cas baseadas em evidências científicas, bem
da. Acreditamos que, nesses momentos, as mães como apontar as lacunas no conhecimento rela-
necessitam ter tranqüilidade e confiança pa- cionado às intervenções de enfermagem fren-
ra transmitir calma ao seu bebê. Cabe ao profis- te a esta ocorrência.
sional de enfermagem diante disto prestar uma
assistência humanizada e qualificada, baseada REFERÊNCIAS
em evidências científicas, com acolhimento a
esta família, compreendendo a fragilidade des- 1 Edwards LD. Adaptation to parenthood. In:
te período vivido, e que leva em consideração Lowdermilk DL, Perry SE, Bobak IM. Maternity
as crenças e valores culturais, para fortalecer nursing. 5th ed. St. Louis (MO): Mosby; 1999. 932 p.
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Tais manifestações da criança geram, no 2 Murahovschi J. Colic in infants. Jornal de Pediatria,
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petência, impotência, frustração e a sensação
de não estarem sendo capazes de cuidar cor- 3 Horário livre: auto solicitação. In: Ornellas A,
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alcançar o controle da situação ou pelo menos aplicada. São Paulo: Atheneu; 1970. 505 p.
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o alívio do desconforto.
Quando os pais procuram os profissio- 4 Brazelton TB. Crying in infancy. Pediatrics, Evanston
nais, muitos ainda estão inseguros e percebem- (IL) 1962 Apr;29:579-88.
se inábeis para cuidar do filho recém-nascido,
acrescido da insuficiente informação e litera- 5 Lothe L, Lindberg T. Cow´s milk whey protein
tura sobre o tema cólica do lactente nos veí- elicits symptoms of infantile colic in colicky For-
culos de informação ao público leigo. mula-fed infants: a double-blind crossover study.
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É notório que a abordagem do profissional
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da indeterminação da etiologia da mesma. Ve- of persistent crying of infancy. Pediatrics, Evanston
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Endereço da autora/Author´s address: Recebido em: 02/10/2003


Fanny Sarfati Kosminsky Aprovado em: 09/01/2004
Rua Caraíbas, 1336, Ap. 81, Perdizes
05020-000, São Paulo, SP
E-mail: fannysarfati@yahoo.com.br

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