Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Colica em Recem-Nascido e Lactente Revisao Da Lite
Colica em Recem-Nascido e Lactente Revisao Da Lite
net/publication/277169963
CITATIONS READS
0 71
2 authors:
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Amelia Kimura on 14 August 2015.
The user has requested enhancement of the downloaded file. All in-text references underlined in blue are added to the original document
and are linked to publications on ResearchGate, letting you access and read them immediately.
ARTIGO
Kosminsky FS, Kimura AF. Cólica em recém-nascido e lactente: revisão da
literatura. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004 ago;25(2):147-56.
147
RESUMO
Trata-se de uma revisão de literatura sobre a manifestação clínica da cólica que comumente afeta os bebês na
fase inicial de vida. O texto aborda a definição do quadro clínico, fatores etiológicos e associados, condutas mais
adotadas e estudadas para o alívio e tratamento da cólica do lactente. Analisaram-se publicações de periódicos
nacionais e internacionais cadastradas nas bases de dados informatizadas MEDLINE e LILACS, com acesso
disponível na BIREME, Bibliotecas da USP e pelo Portal da CAPES.
RESUMEN
Se trata de una revisión de literatura sobre la manifestación clínica del cólico que comunmente afecta a los
bebés en la fase inicial de su vida. El texto aborda la definición del cuadro clínico, factores etiológicos y asociados,
conductas frecuentemente adoptadas y estudiadas para el alivio y tratamiento del cólico del lactante. Fueron
analizadas publicaciones de periódicos nacionales e internacionales registradas en las bases de datos informa-
tizadas MEDLINE y LILACS, con acceso disponible en la BIREME, Bibliotecas de la Universidad de São Paulo
y por el Portal de la CAPES.
ABSTRACT
This paper is a literature review on excessive crying and colic that affect babies during their first period of
life. This text presents the clinical definition, etiology, colic associated factors and interventions to relief and
treatment of infant colic. Articles published in medical and nursing journals indexed at MEDLINE and LILACS
computerized database available in the libraries of BIREME, Universidade de São Paulo and CAPES homepage
were analysed.
a
Enfermeira Obstétrica. Mestranda da área de concentração em Enfermagem Obstétrica e Neonatal do Programa de Pós-Graduação da Escola
de Enfermagem da Universidade de São Paulo.
b
Enfermeira Obstétrica. Profa Dra do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica da Escola de Enfermagem da Universidade
de São Paulo.
Kosminsky FS, Kimura AF. Cólicos en recién nacidos y lactentes: Kosminsky FS, Kimura AF. Colic in newborn and infant: a literature
revisión de la literatura [resumen]. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre review [abstract]. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004
(RS) 2004 ago;25(2):147. ago;25(2):147.
Kosminsky FS, Kimura AF. Cólica em recém-nascido e lactente: revisão da
148 literatura. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004 ago;25(2):147-56.
quanto receberam leite de soja, ficaram li- Outro estudo experimental, duplo cego,
vres da sintomatologia da cólica; 32 bebês randomizado, com 66 mães que amamentavam
(53%) tiveram piora da cólica ou permane- exclusivamente e cujos bebês apresentavam
ceram com o quadro inalterado quando ali- cólica, em que fora m suspensos o leite de vaca
mentados com fórmula de leite de vaca e so- das dietas maternas. Os resultados mostraram
ja simultaneamente. Os sintomas desaparece- o desaparecimento da cólica no período de um
ram quando estes bebês foram alimentados com a três dias em 35 lactentes (53%). O reapare-
caseína hidrolisada. Os autores concluíram que cimento dos sintomas após a reintrodução do
o leite de vaca desencadeia o aparecimento de leite de vaca na dieta materna ocorreu em 23
sintomas de cólica no bebê. Achados semelhan- crianças (35%), no período de 1 a 8 horas pós-
tes foram encontrados por outro autor que rea- ingestão. Dessas, 7 foram excluídas do estudo
lizou um estudo duplo cego, randomizado, com por motivos diversos (urticária, falta de lei-
19 bebês que apresentavam sintomas de có- te, e não concordância em continuar partici-
lica, comparando o uso de leite de vaca e de so- pando do estudo). Para as demais 16 mães,
ja. O pesquisador ofereceu leite de soja para foram utilizadas cápsulas gelatinosas de pro-
10 bebês durante uma semana, seguido de teína whey (presente no leite de vaca) ou fécula
fórmula de leite de vaca modificado, e, para os de batata, idênticas em suas aparências, sendo
9 restantes, ofereceu fórmula de leite de vaca oferecidas 3 cápsulas quatro vezes por dia no 1º
seguido de leite de soja. Os leites foram identi- e 3º dias do estudo. Após dois dias, as mães
ficados e codificados, mantendo o sigilo de seus foram orientadas a ingerir meio copo de leite
códigos até o final das três semanas de obser- três vezes por dia. Deste grupo, 6 mães foram
vação. Para os bebês que apresentaram melho- excluídas do estudo. Os resultados demons-
ra dos sintomas da cólica com o uso do leite de tram que 9 bebês reagiram com cólica após a
soja, introduziram novamente a fórmula de ingestão de cápsulas de proteína whey ou leite
leite de vaca e, em caso de reaparecimento da de vaca(26).
sintomatologia, foram classificados como be- Outro estudo duplo cego experimental com
bês que tinham intolerância ao leite de vaca. 27 bebês investigou esta mesma proteína whey
Para aqueles bebês que apresentaram sinto- presente no soro do leite de vaca. Inicialmente,
mas de cólica, inclusive com leite de soja, rea- suspenderam o leite de vaca da dieta dos bebês,
lizaram-se a mudança para a fórmula de leite oferecendo fórmula de caseína hidrolisada, e
de vaca modificado e diante da melhora dos verificaram que em 24 bebês a cólica desapa-
sintomas, introduziram novamente fórmula receu ou diminuiu significativamente. Em se-
de leite de vaca a fim de estabelecer a existên- guida, utilizaram cápsulas gelatinosas A e B
cia de intolerância ao leite de vaca e soja. contendo albumina humana (placebo) e pro-
Ao término do estudo verificaram que 11 (58%) teína whey. Estes conteúdos foram adiciona-
apresentavam intolerância ao leite de vaca, dos, separadamente, por um período de dias
5 (26%) apresentaram uma melhora espon- pré-estabelecidos, às mamadeiras oferecidas
tânea dos sintomas, 1 (5%) apresentou falha do aos 24 bebês. Os dados mostraram que 18 de-
tratamento, 2 (11%) apresentaram intolerân- les reagiram com sintomas de cólica quando
cia ao leite de vaca e soja. Para estes dois be- ingeriram a cápsula contendo a proteína whey.
bês citados no último caso, utilizou-se a pro- Os autores concluíram que a proteína whey,
teína hidrolisada do leite com bons resul- presente no leite de vaca, pode produzir sin-
tados. Confirmaram que a alteração na dieta tomas de cólica em bebês alimentados por
dos bebês resultou em melhora dos sintomas fórmula(5).
da cólica e que nem sempre a substituição Clyne e Kulczycki(27) conduziram um estu-
pelo leite de soja é o melhor caminho(25). do com um grupo de 59 mães com bebês de 2
Kosminsky FS, Kimura AF. Cólica em recém-nascido e lactente: revisão da
literatura. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004 ago;25(2):147-56.
151
a 17 semanas de vida, amamentados exclusi- outros estudos conduzidos por Wessel, Cobb,
vamente, com o objetivo de verificar nas amos- Jackson, Harris e Detwiler(19) e por Saavedra,
tras de leite humano a presença da Imunoglo- Costa, Garcias, Horta, Tomasi e Mendonça(18)
bulina Bovina (IgG) presente no leite de vaca que não encontraram associação entre a có-
ingerido pela mãe e o desenvolvimento da có- lica e o sexo do recém-nascido.
lica no bebê. Identificaram em 29 mães que Clifford, Campbell, Speechley e Gorod-
tinham bebês com cólica altos níveis de IgG zinsky(17) estudaram variáveis relacionadas à
(0,42mg/ml), quando comparados ao grupo persistência e remissão da cólica no terceiro
de 30 mães de bebês sem cólica (0,32mg/ml). mês de vida do lactente. Identificaram que a re-
Os resultados sugerem que a Imunoglobuli- missão da cólica ocorria predominantemente
na Bovina (IgG) pode estar envolvida na nas crianças do sexo feminino, filhos de mães
etiologia da cólica do lactente. que receberam anestesia ou analgesia durante
Estudo realizado com 272 mães verificou o parto e que exerciam atividade profissional
as variações alimentares durante o aleitamento fora do domicílio, durante a gravidez ou que
exclusivo, que foram analisadas categorica- estudavam em período integral e que tinham
mente pela regressão logística com intervalo hábito de consumir álcool e cafeína no perío-
de confiança de 95%. Estudando as relações do pós-parto.
entre a ingestão de alguns alimentos compro- Alguns aspectos psicosociais diretamente
vou-se um risco relativo (RR) de 2,0 para o lei- envolvidos no desenvolvimento da cólica fo-
te de vaca; 1,7 para cebola; 1,5 para chocolate; ram descritos em um estudo randomizado rela-
1,3 para repolho e brócolis; 1,2 para couve-flor cionando a insatisfação no relacionamento se-
e 0,7 para carnes vermelhas, identificando uma xual, vivência de traumas de parto, experiên-
associação significativa destes alimentos com cias estressantes, problemas físicos e isolamen-
os sintomas da cólica do lactente(28). to social na gestação e insegurança materna
O fumo durante a gravidez pode aumentar no cuidado do bebê. Ao mesmo tempo, este
o risco do bebê desenvolver cólica. Foram ava- estudo mostra não haver associação entre as
liados 1820 binômios e constataram uma inci- variáveis sociodemográficas, tais como idade,
dência de 10,8% dos bebês com cólica com ocupação, posição social e educação, com a
risco dobrado para bebês cujas mães fuma- manifestação da cólica no lactente(7) .
ram 15 ou mais cigarros durante a gravidez Clifford, Campbell, Speechley e Gorod-
ou no período do puerpério (com risco relati- zinsky(16) concluíram que mães empregadas ou
vo de 2,1 e 2,0, respectivamente, consideran- que freqüentam escola em período integral du-
do o intervalo de confiança de 95%). Mulhe- rante a gravidez apresentam menor chance de
res que fumaram ininterruptamente desde a que seus bebês venham a apresentar cólica.
gravidez até o período de puerpério apresen- Bebês filhos de mães casadas ou que mantém
taram um risco relativo de 1,5 quando com- relacionamento marital, quando comparados
paradas as que não fumaram durante este aos nascidos de mães solteiras, tiveram 70%
mesmo período(29). menos chance de desenvolver cólica. Os auto-
Não existe um consenso na literatura so- res afirmam que tais fatores estão diretamen-
bre a sintomatologia de cólica relacionando ao te associados ao grau de ansiedade materna.
sexo do recém-nascido. Estudo realizado com
mães que tiveram filhos com cólica verificou 2.3 Práticas para obter alívio da cólica
uma freqüência maior de cólica em bebês do
sexo feminino (57%), embora a amostra es- Estudo prospectivo realizado com 40 be-
tudada tenha sido limitada a 23 binômios(30). bês para verificar as práticas adotadas pelos
Resultado semelhante não foi identificado em pais para o alívio da cólica de seus filhos cons-
Kosminsky FS, Kimura AF. Cólica em recém-nascido e lactente: revisão da
152 literatura. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004 ago;25(2):147-56.
tatou que 43% ofereceram chás de ervas, 36% nitivas destas práticas intervencionistas, po-
utilizaram medicamentos e 21% empregaram dendo ser inferido que a remissão do sintoma
meios físicos, como calor local, pressão ou tenha ocorrido como uma evolução natural
contato físico(31). da cólica do lactente.
Foi realizado também um estudo explo- É importante enfatizar aos pais que a có-
ratório, entrevistando pais e enfermeiras, com o lica é uma condição autolimitante, resolvida
objetivo de conhecer como esta profissional por volta do 3º ou 4º mês de vida, e que não está
lida com a cólica do bebê, qual a percepção relacionada a patologias, a condutas ou cuida-
dos pais em relação às contribuições da enfer- dos inadequados realizado pelos pais. Alguns
meira e ainda se a presença desta profissional autores aconselham os pais a deixarem seus
faz ou não diferença neste contexto. A conclu- bebês com outras pessoas, quando necessá-
são foi que embora não exista tratamento efe- rio, para não se esgotarem emocionalmente(13).
tivo e muito menos a cura, a orientação e apoio Existe uma recomendação de suspensão
de enfermagem aos pais podem diminuir a do leite de vaca ingerido pelas mães que ama-
intensidade do choro, facilitando a vida das mentam como primeira forma de tratamento
famílias(15). Conclusões semelhantes foram en- de cólica do lactente(23,24,26), embora revisões
contradas em outro estudo randomizado e con- sistemáticas recentes realizadas sobre a efi-
trolado, realizado com 45 binômios para ava- cácia de tratamentos para cólica infantil con-
liar o uso de três tipos de intervenções no cluam que a adoção de dieta com restrição de
manejo da cólica. Os três grupos receberam leite de vaca por mães que amamentam é uma
orientações gerais sobre a cólica e apoio. No medida duvidosa e que necessita de maiores
grupo 1, 13 mães foram treinadas a respon- investigações. A substituição do leite de vaca
der com gentileza ao bebê, mais prontamen- por fórmulas hipoalergênicas ou pelo leite de
te, diminuindo estimulações sensoriais, carre- soja na alimentação do lactente pode ser efi-
gando o bebê no colo profilaticamente e ofere- ciente no tratamento da cólica. Os autores ana-
cendo chupeta. No grupo 2, 17 pais recebe- lisaram também terapias naturais, interven-
ram também um pequeno vibrador para ser ções medicamentosas e comportamentais, cons-
colocado embaixo do berço e foram orienta- tatando que o uso de chá medicinal alivia os
dos para acionar o dispositivo por uma hora sintomas da cólica, o uso de drogas antico-
sempre que percebessem que o bebê estives- linérgicas é contra-indicado pelos efeitos co-
sem com cólica. O grupo 3 permaneceu ape- laterais acarretados e apontam algumas evi-
nas com as orientações gerais sobre cólica e dências de que a diminuição da estimulação
apoio. Os autores concluíram que não houve sensorial externa contribui para a redução da
diferença significativa entre os grupos, suge- cólica(13,33).
rindo que o melhor é oferecer apoio e orien- Diversos estudos têm como foco a inter-
tação para estas famílias(6). venção em técnicas comportamentais relacio-
Huhtala, Lehtonen, Heinonem e Kovenra- nadas à estimulação do contato mãe-filho. O
(32)
ta realizaram um estudo randomizado com Método Canguru é citado como um excelente
58 bebês com queixa de cólica, com o objetivo recurso para prevenir, minimizar e até inter-
de comparar dois tipos de intervenção: massa- romper o choro do bebê(34).
gem manual – 28 bebês e vibração no berço – 30 Neste sentido, foi realizado um estudo
bebês. Após 4 semanas de intervenção, a aná- randomizado com 66 mães de bebês com ida-
lise dos dados demonstrou um efeito seme- de inferior a 4 semanas de vida que apresenta-
lhante nos dois grupos na redução dos sinto- vam cólica e receberam orientações sobre se-
mas da cólica. A ausência de um grupo pla- rem mais responsivas em relação a esta mani-
cebo dificultou a análise e conclusões defi- festação. A seguir foram divididas em dois
Kosminsky FS, Kimura AF. Cólica em recém-nascido e lactente: revisão da
literatura. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004 ago;25(2):147-56.
153
grupos. O grupo controle recebeu apenas as em 12 bebês, embora a amostra tenha sido
orientações e outro grupo suplementar rece- uma limitação do estudo(41).
beu também a recomendação de carregar o Algumas condutas, como oferta de chupe-
bebê no colo 50% a mais do que faziam ante- tas, substâncias adocicadas ou chás de ervas,
riormente. O grupo suplementar chorou ape- podem contribuir para o desmame precoce(39).
nas 3 minutos a menos do que o grupo contro- Com base na análise dos resultados dos
le. Sendo assim concluíram que aumentar a estudos apresentados, é possível verificar que
permanência das crianças que apresentavam existe uma necessidade de mais investigações
cólica no colo materno não diminui o padrão para identificar evidências para a implementa-
de choro(35). ção das práticas assistenciais que fundamen-
O tratamento da cólica baseado na modi- tem a indicação de intervenções efetivas e efi-
ficação da interação pais e bebês foram estu- cazes no tratamento da cólica do lactente que,
dados. O autor trabalhou com dois grupos de por sua vez, não tragam efeitos adversos na
30 bebês semelhantes em suas características saúde do recém-nascido/lactente(13).
sócio-demográficas e outras variáveis e cons-
tatou que ensinar os pais a serem mais eficien- 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
tes nas respostas a seus bebês pode diminuir
o choro da cólica em até 70% dos casos(36). Existe uma tendência atual de redução do
Pesquisa semelhante foi realizada neste período de internação do binômio puérpera-
sentido por outro autor que estudou também recém-nascido nas instituições de saúde que
estratégias para o tratamento da cólica em 23 prestam atendimento perinatal para baixar os
bebês randomizados, modificando a intera- custos hospitalares e aumentar a disponibili-
ção pais e bebês (forneceu instruções sobre dade dos leitos, particularmente nas situações
responder rápido e apropriadamente às neces- de baixo risco. As mulheres que tiveram parto
sidades dos bebês), e também constatou uma normal permanecem apenas 24 horas, receben-
diminuição de choro(37). do muitas vezes apenas as orientações essen-
A introdução do tratamento com música e ciais de higiene, cuidados com o coto umbilical,
aumento da atenção dos pais diminuiu o choro aleitamento materno e vacinação. Assim, a con-
das crianças com cólica em 75%, embora a tinuidade da assistência profissional é frag-
amostra tenha sido pouco significativa, resu- mentada e o binômio é encaminhado para as
mida a apenas 8 bebês(38). unidades básicas de saúde ou para as equi-
Apesar de não existir comprovação dos pes responsáveis pelos programas de saúde
resultados, técnicas comportamentais como da família por volta do primeiro mês após o
música, massagem, aumentar o tempo no colo parto. Após a alta hospitalar, alguns serviços
têm efeito de aproximar o binômio mãe-filho oferecem atendimento de puericultura ambu-
proporcionando momentos de maior contato latorial por volta da segunda semana após o
e prazer(39). parto.
Entre outras condutas, destaca-se também As enfermeiras obstétricas que majori-
a oferta de água adocicada. O uso de solução tariamente atuam nas instituições hospitala-
de sacarose oral induz rapidamente a tran- res têm pouco contato com bebês que apre-
qüilidade do bebê durante o choro(40). Um es- sentam cólica no período inicial da vida devi-
tudo duplo cego com 19 bebês comparando o do sua ocorrência ter início por volta da ter-
uso de água destilada e sacarose a 12% no ceira semana de vida, quando ele encontra-se
tratamento da cólica foi realizado. Constatou- no domicílio. Assim, não se deparam com as
se que o uso de sacarose é claramente mais queixas dos pais e não presenciam em seu
eficiente, produzindo uma melhora da cólica cotidiano profissional esta manifestação do re-
Kosminsky FS, Kimura AF. Cólica em recém-nascido e lactente: revisão da
154 literatura. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004 ago;25(2):147-56.
8 Field P. A. A comparison of symptoms used by 18 Saavedra MAL, Costa JSD, Garcias G, Horta BL,
mothers and nurses to identify an infant with colic. Tomasi E, Mendonça R. Incidência de cólica no
International Journal of Nursing Studies, Elmsford lactente e fatores associados: um estudo de coorte.
(NY) 1994 Apr;31(2):201-15. Jornal de Pediatria, Porto Alegre (RS) 2003 mar/
abr;79(2):115-22.
9 Lehtonen L, Korvenranta H. Infantile colic: seasonal
incidence and crying profiles. Archives of Pediatric 19 Wessel MA, Cobb JC, Jackson EB, Harris GS,
and Adolescent Medicine, Chicago (IL) 1995 Detwiler AC. Paroxysmal fussing in infancy,
May;149(5):533-6. sometimes called “colic”. Pediatrics, Evanston
(IL) 1954 Nov;14(5):421-34.
10 Medoff-Cooper B. Infant temperament: impli-
cations for parenting from birth through 1 year. 20 Problemas do lactente. In: Spock B. Meu filho,
Journal of Pediatric Nursing, Philadelphia (PA) meu tesouro. 2a ed. Rio de Janeiro: Atheneu; 1960.
1995 Jun;10(3):141-5. 460 p. p. 138-45.
11 Canivet C, Hagander B, Jakobsson I, Lanke J. 21 Lee K. Crying and behavior pattern in breast-and
Infantile colic-less common than previously formula-fed infants. Early Human Development,
estimated? Acta Paediatrica, Oslo 1996 Apr; Elsevier 2000 May;58(2):133-40.
85(4):454-8.
22 Stahlberg MR, Savilahti E. Infantile colic and
12 Lucas A. St. James-Roberts I. Crying, fussing, feeding. Archives of Disease in Childhood, Lon-
and colic behaviour in breast-and bottle-fed infants. don 1986 Dec;61(12):1232-3.
Early Human Development, Amsterdam 1998
Nov;53(1):9-18. 23 Jakobsson I, Lindberg T. Cow’s milk as a cause of
infantile colic in breast-fed infants. Lancet, Lon-
13 Lucassen PB, Assendelft WJJ, Gubles JW, van don 1978 August;2(8087):437-9.
Eijk JT, van Geldrop WJ, Neven AK. Effectiveness
of treatments for infantile colic: systematic review. 24 Lothe L, Lindberg T, Jakobsson I. Cow’s milk
BMJ, London 1998 May;316(7144):1563-9. formula as a cause of infantile colic: a double-
blind study. Pediatrics, Evanston (IL) 1982
14 Pauli-Pott U, Becker K, Mertesacker T, Beckman Jul;70(1):7-10.
D. Infants with “colic”: mothers’ perspectives on
the crying problem. Journal of Psychosomatic 25 Campbell JPM. Dietary treatment of infant colic:
Research, Oxford 2000 Feb;48(2):125-32. a double-blind study. Journal of the Royal Colle-
ge General Practitioners, Edinburgh 1989 Jan;
15 Helseth S. Help in times of crying: nurses’ approach 39(318):11-4.
to parents with colicky infants. Journal of Advanced
Nursing, Oxford 2002 Nov;40(3):267-74. 26 Jakobsson I, Lindberg T. Cow´s milk proteins
cause infantile colic in breast-fed infants: a double-
16 Clifford TJ, Campbell MK, Speechley KN, Gorod- blind crossover study. Pediatrics, Evanston (IL)
zinsky F. Infant colic: empirical evidence of the 1983 Feb;71(2):268-71.
absence of an association with source of early
infant nutrition. Archives of Pediatrics and 27 Clyne PS, Kulczycki A. Human breast milk contains
Adolescent Medicine, Chicago (IL) 2002 Nov; bovine IgG: relationship to infant colic? Pediatrics,
156(11):1123-8. Evanston (IL)1991 Apr;87(4):439-44.
17 Clifford TJ, Campbell MK, Speechley KN, Gorod- 28 Lust KD, Brown JE, Thomas W. Maternal intake
zinsky F. Sequelae of infant colic: evidence of of cruciferous vegetables and other foods and
transient infant distress and absence of lasting colic symptoms in exclusively breast-fed infants.
Kosminsky FS, Kimura AF. Cólica em recém-nascido lactente: revisão da
156 literatura. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2004 ago;25(2):147-56.
Journal of the American Dietetic Association, 35 Barr RG, McMullan SJ, Spiess H, Leduc DG,
Chicago (IL) 1996 Jan;96(1):46-8. Yaremko J, Barfield R, et al. Carrying as colic
“therapy”: a randomized controlled trial. Pedia-
29 Sondergaard C, Henriksen TB, Obel C, Wisborg trics, Evanston (IL) 1991 May;87(5):623-30.
K. Smoking during pregnancy and infantile colic.
Pediatrics, Evanston (IL) 2001 Aug;108(2):342-6. 36 Taubman B. Clinical trial of the treatment of colic
by modification of parent-infant interaction. Pe-
30 Levittzky S, Cooper R. Infant colic syndrome: diatrics, Evanston (IL) 1984 Dec;74(6):998-1003.
maternal fantasie of aggression and infanticide.
Clinical Pediatrics, Philadelphia (PA) 2000 37 Dihigo SK. New strategies for the treatment of
Jul;39(7):395-400. colic: modifying the parent/infant interaction.
Journal of Pediatric Health Care, St Louis (MO)
31 Sarinho ESC, Monte L, Couto CS, Azevedo EC, 1998 Sept/Oct;12(5):256-62.
Cruz MRLR. Tipo de aleitamento X cólica. Revis-
ta do IMIP, Recife (PE) 1991 dez;5(2):91-4. 38 Larson K, Ayllon T. The effects of contingent
music and differential reinforcement on infantile
32 Huhtala V, Lehtonen I, Heinonem R, Kovenrata H. colic. Behaviour Research and Therapy, Oxford
Infant massage compared with crib vibrator in 1990; 28(2):119-25.
treatment of colicky infants. Pediatrics, Evanston
(IL) 2000 Jun;105(6):84. Available from: URL: 39 Bricks LF. Choro excessivo e cólica em lactentes.
<http: //www.pediatrics.org/cgi/content/full/105/ Pediatria, São Paulo 2001; 23(4):305-19.
6/e84>. Accessed at: 28 Aug 2003.
40 Barr RG, Pantel MS, Young SN, Wright JH,
33 Garrison MM, Christakis DA. A systematic review Hendricks LA, Gravel R. The response of crying
of treatments for infant colic. Pediatrics, Evanston newborns to sucrose: is it a “sweetness” effect?
(IL) 2000 Jul;106(Suppl 1):184-90. Physiology and Behavior, Elmsford (NY) 1999
May;66(3):409-17.
34 Ludington-Hoe SM, Cong X, Hashemi F. Infant
crying: nature, physiologic consequences and se- 41 Markestad T. Use of sucrose as a treatment for
lect interventions. Neonatal Network, San Fran- infant colic. Archives of Disease in Childhood,
cisco (CA) 2002 Mar;21(2):29-36. London 1997 Apr;76(4):356-8.