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WiMAX Introdutorio
WiMAX Introdutorio
i
ÍNDICE GERAL
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
1.1. Apresentação do Escopo e Objetivos.................................................................. 1
1.2. Resumo de Motivações para Novos Padrões de Redes Sem Fio ........................ 2
3. PROPAGAÇÃO ....................................................................................................... 20
3.1. Considerações de propagação na faixa de 2 a 11 GHz ..................................... 20
3.2. Modelos de propagação .................................................................................... 21
3.2.1. IEEE 802.16 (SUI) models ....................................................................... 23
3.2.2. Modelo empírico MMDS.......................................................................... 26
3.2.3. Recomendação ITU-R P.1546-2............................................................... 27
3.2.4. Modelos Físicos ........................................................................................ 31
4. ASPECTOS DE PLANEJAMENTO........................................................................ 32
4.1. Minimização de interferências intra-sistêmicas e inter-sistêmicas ................... 32
4.2. Planejamento de freqüências............................................................................. 34
4.3. Considerações sobre planejamento de capacidade ........................................... 36
4.3.1. OFDM e Eficiência Espectral ................................................................... 37
4.4. Comparativo de cobertura................................................................................. 37
5. CONCLUSÃO .......................................................................................................... 39
ii
ÍNDICE DE TABELAS
ÍNDICE DE FIGURAS
iii
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo o estudo de tecnologias de redes sem fio para
implementação de tais sistemas em áreas metropolitanas (WMANs – Wireless
Metropolitan Area Networks). As tecnologias envolvidas tornar-se-ão de grande
utilização nos próximos anos e o estudo ora realizado tem como foco uma das vertentes
mais promissoras para a padronização e desenvolvimento de WMANs, que é o padrão
802.16, do IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers).
É previsto que a implementação de redes deste tipo passe por uma fase de crescimento
acelerado a curto prazo. A expectativa de crescimento é confirmada pelos volumosos
investimentos que vêm sendo realizados por mais de 100 empresas que atuam na área de
comunicações, quer como fabricantes de equipamentos, quer como provedores de
serviços. Entre as empresas, pode-se citar Intel, Motorola, Siemens, AT&T, entre outras,
que se uniram na formação de um grupo – WiMax Forum – visando garantir
padronização para equipamentos e software, de forma a garantir interoperabilidade. De
fato, a perfeita interoperabilidade é uma das características mais aguardadas para essas
novas tecnologias.
1
Estuda-se os aspectos de propagação na faixa de 2 a 11 GHz e fundamentos importantes
para o planejamento dos sistemas, como minimização de interferência intra-sistêmica e
inter-sistêmica, planejamento de freqüências e capacidade de tráfego.
Para consumidores
▪ Recebe serviço em regiões até então fora do atendimento de banda larga –
nações em desenvolvimento, com pequena infra-estrutura ou mesmo áreas
rurais e de difícil acesso;
▪ Maiores participantes no mercado significa maiores opções de escolha de
serviços banda larga;
▪ Relacionado ao segundo item, a existência de muitos fornecedores de serviço
padronizado tende a reduzir bruscamente preços, resultando em relativamente
baixas mensalidades para acesso à banda larga;
2
▪ Propicia investimento inicial relativamente baixo de CAPEX (Capital
Expenditure), e gastos adicionais conforme o crescimento do negócio;
▪ Fim do comprometimento com um único fornecedor, comum em modelos de
tecnologia proprietária;
▪ Sistemas sem fio, natural e tradicionalmente, reduzem o risco de investimento
do operador;
3
2. ASPECTOS SISTÊMICOS
4
excede a banda de coerência do canal, definida por Bc ≅ 1/(50στ), para função de
correlação entre freqüências acima de 0,9 (στ é o espalhamento temporal rms do sinal) [8].
Modelos que descrevem o canal banda larga em variados níveis de detalhe, mas
idealmente incluindo o perfil de retardos – conhecido como assinatura temporal do canal
– e a correspondente assinatura em freqüência (tomando a transformada de Fourier do
perfil de retardos), são conhecidos por modelos de canal (channel models). Uma
descrição detalhada sobre o tema é encontrada em [7].
2.1.2. OFDM
OFDM não é uma técnica nova; o Bell Labs o patenteou originalmente em 1970, sendo a
tecnologia então incorporada a vários sistemas DSL (Digital Subscriber Line), assim
como no padrão de WLAN IEEE 802.11a.
5
OFDM
Portadora simples
Nível
Freqüência Freqüência
Tempo
6
▪ Troca de feixes (Switched Beam): Várias antenas estão disponíveis para
transmissão e recepção, em cada setor do hub servidor. Os apontamentos das
antenas e diagrama de cada uma são fixos (o que é um limitante da técnica),
de forma que é um esquema semelhante à diversidade já conhecida (de duas
antenas). A cada momento, é escolhido o melhor feixe de comunicação com o
terminal;
A chave na modulação adaptativa é que ela aumenta a faixa na qual uma modulação de
mais alta ordem pode atuar, uma vez que é feita adaptação conforme distância e
7
condições de desvanecimento (particularmente crítico em ambientes NLOS), ao invés de
– como nos sistemas tradicionais – manter um esquema de modulação fixo, eficiente para
as piores condições (porém, lento). A Figura 2 apresenta o conceito, por diagrama
simplificado. Os valores de SNR (relação sinal-ruído) são de referência [10].
WiMAX é uma tecnologia de transmissão de sinais, sem fio, banda larga, suportando
acesso fixo (ponto-a-ponto), nomádico (ponto-multiponto), portátil e móvel.
8
▪ 802.16-2004 WiMAX
Essa designação abrange dois padrões de sistemas WiMAX: IEEE1 802.16 rev
2004, que se subdivide nas várias designações WirelessMAN; e ETSI2
HiperMAN.
▪ 802.16e WiMAX
Versão otimizada para operação no canal de comunicação rádio móvel.
Baseado no padrão IEEE 802.16e, provê suporte para handoff e roaming3.
Adota SOFDMA (Scalable Orthogonal Frequency Division Multiple Access),
uma técnica de múltiplo acesso que usa sub-canalização segundo os princípios
do OFDM. As faixas de freqüências candidatas às implementações iniciais são
2,3 GHz e 2,5 GHz.
No presente trabalho, será dado enfoque aos padrões WiMAX propostos pelo IEEE. Tais
padrões, abrangem as camadas física (PHY) e MAC (Medium Access Control) dos
sistemas. A Tabela 1 apresenta um sumário dos tipos de acesso de sistemas WiMAX,
relacionando ao padrão que possibilita cada acesso [2].
1
IEEE – Institute of Electric and Electronic Engineers
2
ETSI – European Telecommunications Standards Institute
3
Handoff e Roaming são nomenclaturas usadas em sistemas móveis celulares para designar a troca de
freqüências do usuário ao mover-se entre células. O Roaming envolve, adicionalmente, troca de gerência de
comutação.
9
Definição Dispositivos Localidade/Velocidade Handoff 802.16 rev 2004 802.16e
Acesso Fixo CPEs indoor e outdoor Simples/Estacionário Não Sim Sim
Acesso
CPEs indoor, cartões PCMCIA Múltipla/Estacionário Não Sim Sim
Nomádico
Portabilidade Cartões PCMCIA ou mini- Múltipla/Velocidade de
Hard handoff Não Sim
cartões caminhada
Mobilidade Cartões PCMCIA ou mini- Múltipla/Baixa velocidade de
Hard handoff Não Sim
simples cartões, PDAs ou smartphones automóvel
10
802.16 rev 2004 802.16e
Primeiros produtos certificados;
2006 CPE outdoor;
CPE indoor auto-instalável;
Cartões PCMCIA para laptops
2007
Primeiros produtos certificados;
Cartões PCMCIA para laptops,
CPE indoor auto-instalável;
PDA, smartphone
2009
11
As Seções seguintes apresentam detalhamento a respeito dos padrões IEEE 802.16 rev
2004 e IEEE 802.16e.
O Grupo de Trabalho IEEE 802.16 desenvolveu um padrão de acesso sem fio ponto-
multiponto, banda larga, para operação nas faixas de freqüências de 10-66 GHz e abaixo
de 11 GHz (basicamente, 2-11 GHz). O padrão cobre camada MAC (Media Access
Control) e PHY (Physical). [3], [4]
Uma série de considerações de camada PHY foram feitas, devido aos ambientes objetivo
de operação dos novos sistemas empregando a tecnologia. Para freqüências elevadas,
linha de visada (LOS – Line of Sight) é mandatório. Este requisito enfraquece o efeito do
multipercurso, permitindo canais de banda larga, tipicamente maiores que 10 MHz. Isso
provê ao IEEE 802.16 rev 2004 a habilidade de prover enlaces de alta capacidade, tanto
em uplink como em downlink. Para as faixas abaixo de 11 GHz, a capacidade de
operação sem linha de visada (NLOS – Non Line of Sight) é um requisito. A camada
MAC original, sofreu melhorias para acomodar diferentes camada PHY e serviços, que
endereçam as necessidades dos diferentes ambientes. O padrão é projetado para
acomodar tanto duplexação TDD (Time Division Duplex) como FDD (Frequency
Division Duplex), permitindo ainda, no caso FDD, terminais half e full-duplex.
12
Foi desenhada uma camada MAC especificamente para o ambiente de acesso sem fio.
Suporta protocolos de transporte como ATM, Ethernet e IP, sendo projetada para
facilmente acomodar futuros protocolos ainda não desenvolvidos. A camada é projetada
para as elevadas taxas de transmissão (até 268 Mbps em cada sentido) de uma autêntica
camada física banda larga, permitindo ainda QoS (Quality of Service) compatível com
ATM; UGS, rtPS, nrtPS e Best Effort.
A camada MAC usa PDUs (Protocol Data Unit) de tamanho variável que, em conjunto
com outros conceitos desenvolvidos, aumenta significativamente a eficiência do padrão.
Múltiplos PDUs de camada MAC podem ser concatenados em uma rajada única,
13
economizando em overhead da camada PHY. Adicionalmente, múltiplos SDUs (Service
Data Units) para o mesmo serviço podem ser concatenados em um único PDU MAC,
economizando em overhead da camada MAC.
O padrão IEEE 802.16 rev 2004 possui cinco variantes, que podem ser definidas pela
camada PHY. As variantes são divididas segundo dois tipos de categorias: portadora
simples (SC – Single Carrier) ou OFDM; e faixa de freqüências, entre 2-11 GHz ou entre
10-66 GHz. Apenas como nomenclatura, as variantes são denominadas pelo IEEE como
“designações” do padrão IEEE 802.16 rev 2004. [5] A Tabela 4 fornece um resumo das
designações.
14
Designações WirelessHUMAN são versões TDD e com DFS (Dynamic Frequency
Selection) – entre outras adaptações presentes na especificação do padrão – das
designações WirelessMAN SCa, OFDM e OFDMA, para faixas não licenciadas.
O padrão IEEE 802.16e, ou WiMAX Móvel (Mobile WiMAX), é uma solução de banda
larga sem fio que permite a convergência de redes banda larga, móveis e fixas, por uma
tecnologia MAN (Metropolitan Area Network) de rádio acesso de arquitetura de rede
flexível. A interface aérea (camada física) adota OFDMA (Orthogonal Frequency
Division Multiple Access), para desempenho superior quanto a multipercursos em
ambientes sem linha de visada (NLOS).O OFDMA escalável (SOFDMA) é introduzido
no padrão para suportar larguras de banda escaláveis, de 1,25 a 20 MHz. O Release-1 de
perfis de certificação do WiMAX Forum cobre as larguras de faixa de 5, 7, 8,75 e 10
MHz, nas faixas de 2,3, 2,5 e 3,5 GHz.
15
▪ Segurança: sistemas flexíveis e poderosos de segurança são nativos do
padrão. Autenticação EAP, criptografia AES-CCM. Suporte a diferentes
grupos de credenciais de usuário, incluindo: SIM/USIM cards (GSM/UMTS),
Smart Cards, Digital Certificates e esquemas Usuário/Senha;
O padrão de camada PHY do 802.16e prevê TDD, FDD e FDD half-duplex. Entretanto,
as versões iniciais de perfis de certificação do WiMAX Forum incluirão apenas TDD.
Certificações FDD surgirão na medida em que possibilidade de mercado forem
levantadas onde regulação local proibir o uso de TDD ou aspectos locais forem mais
favoráveis ao uso de FDD. TDD é a duplexação preferida pelos seguintes motivos:
▪ Por requerer apenas uma faixa de canais, tende a ser muito mais flexível em
sua adaptação aos diferentes espectros alocados pelas agências reguladoras
locais;
16
A combinação de várias modulação e códigos convolucionais de taxa provê resolução
refinada de taxas de dados, como apresentado na Tabela 5 [12].
Modulação Code Rate Taxa de DL, Taxa de UL, Taxa de DL, Taxa de UL,
Mbps Mbps Mbps Mbps
Quanto a perfis, tal qual descrito na Tabela 4, há perfis equivalentes para o 802.16e. Na
versão draft da descrição do padrão, emitida pelo IEEE, constam perfis com a mesma
denominação dos adotados para 802.16 rev 2004, porém com algumas funcionalidades e
parâmetros – tanto em camada física quanto em camada MAC – adequados à mobilidade.
17
2.2.2.3.Gerência de Mobilidade
O 802.16e provê dois estados de espera para o terminal móvel, para uso consumo
eficiente de bateria: Sleep Mode e Idle Mode. Também está no padrão o “seamless”
handoff, permitindo permanência de comunicação durante troca de área de cobertura, a
velocidades veiculares.
São definidos três tipos de handoff: Hard Handoff (HHO), Fast Base Station Switching
(FBSS) e Macro Diversity Handover (MDHO). HHO é o único mandatório.
No FBSS, há uma lista de BS (Base Station), chamada Active Set, envolvidas no FBSS
com a MS (Mobile Station). É definida uma Anchor BS, com quem a MS faz toda a
comunicação. A transição de anchor BS, ou seja, o handoff, é feito sem troca explícita de
mensagens de handoff, mediante medição de nível de sinais das BS pertencentes ao
active set. No MDHO a MS comunica-se com todas as BSs do active set.
2.2.2.5.Aplicações 802.16e
18
Requisito estimado de Requisito estimado Requisito estimado
Classe Aplicação
banda de latência de jitter
Jogos interativos
1 Baixo 50 kbps Baixo < 25 ms N/D
multiplayer
32 a 64
2 VoIP&videoconferência Baixo Baixo < 160 ms Baixo < 50 ms
kbps
Baixo a 5 kbps a 2
3 Streaming N/D Baixo < 100 ms
alto Mbps
Web&IM (Instant 10 kbps a
4 Moderado N/D N/D
Messaging) 2 Mbps
5 Downloads de mídia Alto > 2 Mbps N/D N/D
19
3. PROPAGAÇÃO
20
reflexões -, podem ser projetados para suportar altas capacidades de transmissão.
Comunicação ponto-multiponto também é possível em toda a faixa, sendo que, no
extremo superior, a comunicação deve ocorrer primordialmente em linha de visada (LOS)
entre o cliente e a estação rádio-base. Na porção mais baixa da faixa, é possível o uso de
CPEs indoor, em situações específicas onde a cobertura em ambientes interiores for
favorável.
Absorção atmosférica, por oxigênio ou vapor d’água, não são relevantes no intervalo de
freqüências considerado e nas distâncias tipicamente envolvidas.
21
obtidos da teoria. Como exemplo, há modelos semi-empíricos baseados na
atenuação de espaço livre, em que a dependência com a freqüência e distância
é da mesma forma, porém a constante aditiva é diferente, obtida por campanha
de medições em determinada faixa de parâmetros;
Conforme apresentado acima, neste trabalho são enfocados modelos empíricos. Embora,
quando comparados a um bom modelo teórico - e considerando um ambiente muito bem
descrito -, os modelos empíricos tendam a prover resultados de menor precisão que os de
traçado de raios, modelos empíricos são muito populares por permitirem estimativa
relativamente rápida da propagação no ambiente, o que, na maioria das vezes, é suficiente
para o projeto nominal do sistema.
22
permitir, modelos físicos de traçado de raios também podem ser empregados, dando
ainda mais sofisticação ao resultado do dimensionamento.
Grupo de modelos de predição de propagação para sistemas fixos, proposto como padrão
pelo próprio IEEE, para freqüências abaixo de 11 GHz. Tais modelos ficaram conhecidos
informalmente como “modelos SUI” (SUI – Stanford University Interim), pela
participação da universidade de Stanford no seu desenvolvimento.
d
L = A + 10 γ log + X f + X h + s [dB] para d > d0 Equação 1
d0
4πd 0
A = 20 log Equação 2
λ
e
a − bh b + c
γ= Equação 3
hb
23
Constante Terreno Tipo A Terreno Tipo B Terreno Tipo C
c 12,6 17,1 20
f
X f = 6,0 log Equação 4
2000
e
h
X h = −10,8 log m para Terrenos Tipo A e B Equação 5
2,0
h
X h = −20,0 − log m para Terrenos Tipo C Equação 6
2,0
24
Também em [9] (Seção 4), encontra-se referência a uma proposição para tratamento do
espalhamento no tempo (delay spread), com base em medidas feitas em faixas de
freqüências de sistemas celulares.
onde:
T1 é o valor médio de τRMS a 1 km. 400 ns para microcélulas urbanas, 400 a
1000 ns para macrocélulas urbanas, 300 ns para áreas suburbanas, 100 ns
para áreas rurais e > 500 ns para áreas montanhosas;
α vale 0,5 para áreas urbanas, suburbanas e rurais, e 1,0 para áreas
montanhosas;
u é uma variável log-normal com média nula e desvio padrão entre 2 e 6 dB.
Ao todo, são definidos dois modelos para cada um dos três tipos de terreno dos modelos
SUI, gerando os seis modelos apresentados na Tabela 9. Em adição à equação de
atenuação mediana, os modelos SUI incluem informação de dispersão temporal, em
forma de amplitude, atraso de tempo (time delay) e fator k da distribuição Riciana. Para
detalhamento, consultar Seções 3.4.1 e 3.3.1.2 de [9].
25
Os modelos SUI foram especificamente desenvolvidos para uso nas freqüências de
MMDS dos Estados Unidos, 2,5 a 2,7 GHz. A referência [9] (Seção 4) relata que o
modelo deve desempenhar bem na faixa de 2 a 4 GHz. A Equação 1 foi obtida
basicamente a partir de medidas em regiões suburbanas. Não há nenhum fator de
correção para áreas urbanas ou densamente construídas, ou mesmo para áreas rurais. Da
mesma forma, não há uma maneira de relacionar os três tipos de terreno (A, B e C) a
morfologias (clutter) comumente encontrados em bases digitais de terreno, de forma que
o método de seleção do tipo de terreno a ser considerado em determinada região do
projeto não é sistemático.
Pelas suas limitações, os modelos SUI são mais adequados para dimensionamento do
sistema e estimativa de equipamentos, ao invés de planejamento detalhado, “location-
specific”. Para tanto, modelos físicos, que exploram os dados de topografia e morfologia
do terreno, bem como edificações, são mais apropriados.
26
A Tabela 10 apresenta valores e parâmetros para várias situações.
LOS NLOS
Antena receptora n σ [dB] n σ [dB]
5,2 m, direcional 1,7 3,1 4,1 12,6
5,2 m, omni 2,1 3,5 4,2 10,5
10,4 m, direcional 2,9 4,7 2,9 11,4
10,4 m, omni 2,6 4,6 3,3 10,1
16,5 m, direcional 2,4 3,8 2,1 10,5
16,5 m, omni 2,4 3,4 2,7 9,4
São plotadas curvas para distâncias entre 1 e 1000 km. A menos que o valor desejado
esteja explícito nos gráficos, a
27
Equação 9
onde:
Einf – campo em dinf
Esup – campo em dsup
d – distância de interesse para o cálculo de campo
dinf – distância tabulada, imediatamente inferior a d
dsup – distância tabulada, imediatamente superior a d
A expressão de interpolação, Equação 10, calcula campo para valores de altura efetiva h1
entre 10 m e 3000 m, e deve ser usada caso o valor de interesse não seja um dos
tabulados discretamente: 10; 20; 37,5; 75; 150; 300; 600 e 1200 m.
Equação 10
onde:
Einf – campo para a altura hinf, na distância d de interesse
Esup – campo para a altura hsup, na distância d de interesse
h1 – altura de interesse
hinf – 600 m, para h1 > 1200 m; para h1 ≤ 1200 m, é a altura efetiva nominal
imediatamente inferior a h1
hsup – 1200 m, para h1 > 1200 m; para h1 ≤ 1200 m, é a altura efetiva
nominal imediatamente superior a h1
28
Se h1 está na faixa entre 0 m e 10 m, deve-se seguir procedimento de extrapolação,
baseado em distâncias do horizonte para Terra plana. Para tanto, a metodologia completa
é apresentada em [15].
Equação 11
onde:
Einf – campo para a freqüência finf
Esup – campo para a freqüência fsup
f – freqüência de interesse
finf – 100 MHz, para f < 600 MHz; 600 MHz, para f ≥ 600 MHz
fsup – 600 MHz, para f < 600 MHz; 2000 MHz, para f ≥ 600 MHz
Campo para percentagens de tempo entre 1 e 50 % é obtido por interpolação entre valores
de 1 a 10 % ou valores entre 10 e 50 %. É usada a Equação 12.
Equação 12
onde:
Esup – campo para percentual de tempo imediatamente superior ao
desejado
Einf – campo para percentual de tempo imediatamente inferior ao desejado
Equação 13
29
Equação 14 (a e b)
se x ≤ 0,5 Equação 15
onde:
Equação 17
Equação 18
Com base no valor final de campo elétrico determinado pelas expressões apresentadas, o
cálculo da atenuação básica é, como também recomendado por [15], dado pela
Equação 19.
onde:
E – campo elétrico calculado pelo método, em dBµV/m
30
f – freqüência, em MHz
São os modelos mais usados no cálculo de enlaces fixos. De forma geral, enlaces ponto-
a-ponto e cada enlace de sistemas ponto-multiponto, são calculados pela composição da
atenuação de espaço livre com alguma forma de se considerar o terreno, quer por
difração, reflexão ou fator dependente de morfologia, ou, em geral, combinação de mais
de um fator. Nesses modelos, também são incluídos os efeitos do rádio-clima da região,
como chuvas e multipercursos troposféricos.
São os modelos adequados a uma predição específica de determinado enlace, inclusive
com cálculos os mais precisos possíveis de sinais interferentes nos receptores. Também
estão incluídos entre os modelos físicos os modelos de traçado de raios.
Entre os tópicos que mais permitem variações de cálculo e discussões estão difração por
obstáculos simples e múltiplos, chuva e rádio-clima. Descrição aprofundada de modelos
físicos é encontrada em [9] (Seção 3.5).
31
4. ASPECTOS DE PLANEJAMENTO
E ainda, para cada um dos dois tipos de interferência, a análise do projetista deve ser
realizada visando mitigar interferências dentro dos canais em uso pelo seu sistema,
chamada interferência cocanal, bem como interferência oriunda de faixa adjacente aos
canais em uso, denominada interferência de canal adjacente. Cabe ressaltar que no
projeto, ampliação ou otimização de rede, fixa ou móvel, a atenção deve estar
concentrada não apenas em reduzir interferências na própria rede, como também não
causar interferência em redes vizinhas.
32
Em linhas gerais, a minimização de interferência é obtida por um dos elementos descritos
a seguir ou, usualmente, por uma composição de mais de um destes elementos.
33
O descrito acima para sistemas móveis é também válido em grande parte para
sistemas ponto-multiponto, já que para estes o conceito celular é aplicado.
Porém, em sistemas ponto-a-ponto/multiponto operando em faixas de
freqüências não-licenciadas, torna-se fundamental adequado controle de
emissão. Sistemas ponto-a-ponto operando com altas margens podem estar
contribuindo de forma exagerada, desnecessária, para os níveis de
interferência em receptores cocanal ou de canal adjacente. A redução de
potência a níveis baixos, mas que ainda permitam operação com o
desempenho necessário, é boa prática na mitigação de interferência.
34
freqüência não proprietária; são sistemas fixos, onde não há o conceito de reuso de
freqüência em áreas não contíguas para maximizar capacidade de tráfego.
35
Pol-H Pol-V Pol-H Pol-V Pol-H Pol-V Pol-H Pol-V
#5 #1 #1 #8 #6 #2 #2 #7
Pol-V Pol-H Pol-V Pol-H Pol-V Pol-H Pol-V Pol-H
#1 #5 #8 #1 #2 #6 #7 #2
É esperado que, nas fases iniciais de implementação de sistemas 802.16 rev 4, a atenção
dispensada ao planejamento de freqüências seja reduzida, pois poucos sistemas estarão
em operação compartilhando freqüências. O esforço de planejamento e otimização é
intensificado à medida em que as redes crescem em volume.
Para sistemas 802.16 rev 2004 ponto-a-ponto, a capacidade dos enlaces seguirá
basicamente as definições de largura de faixa descritas pelas designações do IEEE, com
taxas de transmissão correspondentes às faixas, conforme eficiência espectral de cada
esquema de modulação.
Sistemas 802.16 rev 2004 ponto-multiponto e sistemas 802.16e, possuem demanda que
pode ser bastante variável entre os vários CPEs. Usualmente, cálculos de link budget são
realizados para se obter o raio para provimento de determinada taxa de transmissão
(capacidade) máxima, considerando que o público alvo a ser coberto demandará taxa
agregada inferior à capacidade máxima projetada.
36
4.3.1. OFDM e Eficiência Espectral
A referência [10] apresenta um estudo comparativo de cobertura 802.16 rev 2004, em 3,5
GHz e setorização de 60o, entre BS padrão (standard) e BS denominada full featured. A
caracterização de ambos os tipos é dada abaixo.
▪ BS standard
─ Implementação básica de WiMAX (apenas características mandatórias);
─ Potência padrão de saída, para minimizar custo da estação.
▪ BS full featured
─ Maior potência de saída em relação à saída padrão;
─ Diversidade de Tx/Rx, combinada com codificação espaço-tempo e
recepção MRC (Maximum Ratio Combining);
─ Sub-canalização;
37
─ ARQ (Automatic Repeat Request).
Full featured
Standard
38
5. CONCLUSÃO
Foram apresentadas características gerais dos novos sistemas de comunicações sem fio
em banda larga, denominados WiMAX, com foco na faixa de 2 GHz a 11 GHz.
Com o intuito de complementar o trabalho, deve ser realizada análise aprofundada das
características específicas de planejamento, elaborando um estudo de caso com
especificações de equipamentos que começam a surgir no mercado.
39
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[4] IEEE
IEEE 802.16 Technical Backgrounder (IEEE 802.16-02_12r3.pdf)
[6] Kevin F. R. Suitor, “The Road to Broadband Wireless”, white paper da Redline
Communications, Julho/2004, www.redlinecommunications.com
Referência é citada em [5].
[7] Harry R. Anderson, “Fixed Broadband Wireless System Design”, Seção 3, Wiley
40
[10] WiMAX Forum
“WiMAX’s technology for LOS and NLOS environments”
[11] SR Telecom
“WiMAX’s technology - LOS and NLOS environments”
[13] IEEE Std. 802.16-2004 “Part 16: Air Interface for Fixed Broadband Wireless
Access Systems”, Outubro/2004
[14] IEEE Std. 802.16e-2005 and IEEE Std. 802.16-2004 “Part 16: Air Interface for
Fixed and Mobile Broadband Wireless Access Systems”, Fevereiro/2006
[15] Rec. ITU-R P.1546-2 “Method for point-to-area predictions for terrestrial services
in the frequency range 30 MHz to 3000 MHz”, Rascunho da revisão da Rec. ITU-R
P.1546-1, Abril/2005
41