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Manual Téc Red de Gás - Total Inspe
Manual Téc Red de Gás - Total Inspe
CAPÍTULO 1 GENERALIDADES
1.1 INTRODUÇÃO
1.1.1 ÂMBITO DE APLICAÇÃO
1.1.2 RESPONSABILIDADES DO PROJECTISTA E DA ENTIDADE INSTALADORA
1.1.2.1 RESPONSABILIDADE DO PROJECTISTA
1.1.2.2 RESPONSABILIDADE DA ENTIDADE INSTALADORA
1.1.2.3 RESPONSABILIDADE DA ENTIDADE DISTRIBUIDORA
CAPÍTULO 2 CONCEPÇÃO
CAPÍTULO 3 DIMENSIONAMENTO
1.3 DIMENSIONAMENTO
1.3.1 PRESSÕES E PERDAS DE CARGA
1.3.2 DETERMINAÇÃO DOS CAUDAIS
1.3.3 DETERMINAÇÃO DOS DIÂMETROS
1.3.4 ALGORÍTIMO DO DIMENSIONAMENTO
1.4 INTRODUÇÃO
1.4.1 INSTALAÇÃO DE TUBAGEM
1.4.1.1 TUBAGEM EMBEBIDA
1.4.1.1.1 TRAÇADO
1.4.1.1.2 PROTECÇÃO DAS TUBAGENS
1.4.1.1.3 DISTÂNCIAS EM RELAÇÃO A OUTRAS INSTALAÇÕES
1.4.1.1.4 VISITABILIDADE DE UNIÕES MECÂNICAS E DE SOLDADURAS
1.4.1.1.5 CONDIÇÕES PARA ABERTURA DE ROÇOS
1.4.1.2 TUBAGEM EM CANALETE
1.4.1.3 TUBAGEM À VISTA
1.4.1.4 TUBAGEM EM TECTO FALSO
1.4.1.5 ATRAVESSAMENTO DE PAREDES
1.4.1.5.1 ENTRADA DE TUBAGEM EM EDIFÍCIOS
1.4.1.5.2 ATRAVESSAMENTOS SIMPLES
1.4.1.5.3 ATRAVESSAMENTOS DE PAVIMENTOS
1.4.1.6 TUBAGEM ENTERRADA
1.4.2 LIGAÇÕES ENTRE TUBAGENS
1.4.2.1 JUNTAS MECÂNICAS
1.4.2.2 MEIOS AUXILIARES DE ESTANQUICIDADE
1.4.2.3 SOLDADURA
1.4.2.3.1 SOLDADURA DE TUBAGEM EM AÇO CARBONO
1.4.2.3.2 BRASAGEM DO COBRE
1.4.2.3.3 SOLDADURA DE POLIETILENO
1.4.3 LIGAÇÃO EQUIPOTENCIAL DAS INSTALAÇÕES DE GÁS
MANUAL TÉCNICO DE REDES DE GÁS 2
Versão digital 2003
1.5 INTRODUÇÃO
1.5.1 VENTILAÇÃO
1.5.1.1 APARELHOS DE CIRCUITO ESTANQUE
1.5.1.2 APARELHOS DE CIRCUITO NÃO ESTANQUE
1.5.1.2.1 ALIMENTAÇÃO DE AR DIRECTA
1.5.1.2.2 ALIMENTAÇÃO DE AR INDIRECTA
1.5.2 EVACUAÇÃO DOS PRODUTOS DA COMBUSTÃO
1.5.2.1 APARELHOS DE CIRCUITO ESTANQUE
1.5.2.2 APARELHOS DE CIRCUITO NÃO ESTANQUE LIGADOS A CONDUTAS DE FUMOS
1.5.2.3 LIGAÇÃO DE UM ÚNICO APARELHO
1.5.2.4 LIGAÇÃO DE VÁRIOS APARELHOS A UMA MESMA CONDUTA
1.5.2.5 APARELHOS NÃO LIGADOS A CONDUTAS DE FUMOS
1.5.2.6 CONDUTA DE EVACUAÇÃO DE AR VICIADO
1.5.2.7 CONDUTA DE EVACUAÇÃO DE PRODUTOS DE COMBUSTÃO SERVINDO OUTRO(S)
APARELHO(S) NO MESMO LOCAL
1.5.2.8 ABERTURA NA PARTE SUPERIOR DE UMA PAREDE EXTERIOR EXISTENTE NO LOCAL
1.5.3 EXTRACÇÃO MECÂNICA
1.6 INTRODUÇÃO
1.6.1 PEDIDOS DE INSPECÇÃO
1.6.2 REALIZAÇÃO DAS INSPECÇÕES
1.6.3 ENSAIOS A EXECUTAR
1.6.4 ENSAIO DE ESTANQUIDADE
1.6.5 LIGAÇÃO DE RAMAL E COLOCAÇÃO EM SERVIÇO
M Ó D U L O II REDES DE TRANSPORTE
CAPÍTULO 1 GENERALIDADES
2 REDES DE TRANSPORTE
2.1 GENERALIDADES
CAPÍTULO 2 CONCEPÇÃO
2.2 CONCEPÇÃO
2.2.1 INTRODUÇÃO
2.2.2 TRAÇADO DO GASODUTO
2.2.3 REGIMES DE PRESSÕES DE DISTRIBUIÇÃO
2.2.4 MATERIAIS
2.2.4.1 TUBOS DE AÇO
2.2.5 CLASSIFICAÇÃO DOS LOCAIS PARA IMPLANTAÇÃO DAS TUBAGENS
CAPÍTULO 3 DIMENSIONAMENTO
2.3 DIMENSIONAMENTO
2.5 ENSAIOS
2.5.1 DISPOSIÇÕES GERAIS
2.5.2 EXECUÇÃO DOS ENSAIOS
2.5.3 PROVA DE RESISTÊNCIA MECÂNICA
2.5.4 ENSAIOS DE ESTANQUIDADE
2.5.5 RELATÓRIOS DOS ENSAIOS
2.5.2 COLOCAÇÃO EM SERVIÇO
2.5.2.1 DISPOSIÇÕES GERAIS
2.5.2.2 INTRODUÇÃO DO GÁS
2.5.3 INSPECÇÃO
CAPÍTULO 1 GENERALIDADES
3 REDES DE DISTRIBUIÇÃO
3.1 GENERALIDADES
CAPÍTULO 2 CONCEPÇÃO
3.2 CONCEPÇÃO
3.2.1 INTRODUÇÃO
3.2.2 TRAÇADO DA REDE
3.2.3 REGIMES DE PRESSÕES DE DISTRIBUIÇÃO
3.2.4 MATERIAIS
3.2.5 SECCIONAMENTO DAS TUBAGENS
3.2.6 LIGAÇÃO DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO ÀS INSTALAÇÕES
CAPÍTULO 3 DIMENSIONAMENTO
3.3 DIMENSIONAMENTO
3.3.1 INTRODUÇÃO
3.3.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS PARA DIMENSIONAMENTO
3.3.2.1 DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS TOPOLÓGICOS DE UMA REDE
3.3.2.2 ESCOLHA DO GÁS DE REFERÊNCIA PARA O DIMENSIONAMENTO
3.3.2.3 PREVISÕES DE CONSUMOS
3.3.2.4 CÁLCULO DAS EMISSÕES ANUAIS
3.3.2.5 CÁLCULO DAS EMISSÕES DIÁRIAS DE PONTA
3.3.2.6 CÁLCULO DAS EMISSÕES HORÁRIAS DE PONTA
3.3.2.7 CÁLCULO DAS PERDAS DE PRESSÃO DEVIDAS AO ESCOAMENTO DO GÁS
3.3.3. REDES RAMIFICADAS (em antena)
3.3.3.1 PERDAS DE PRESSÃO MÁXIMAS ADMISSÍVEIS
3.3.3.2 CÁLCULO DA VELOCIDADE DO GÁS NAS TUBAGENS
3.3.3.3 DIÂMETROS MÍNIMOS
3.3.3.4 ALGORITMO-BASE PARA O DIMENSIONAMENTO
3.3.4 REDES MALHADAS (Método de Hardy-Cross)
3.3.4.1 EXEMPLO RESOLVIDO
3.3.5 DIMENSIONAMENTO DE RESERVATÓRIOS
3.3.5.1 EXEMPLO RESOLVIDO
3.3.6 CÁLCULO DA VAPORIZAÇÃO NATURAL
3.3.6.1 EXEMPLOS RESOLVIDOS
3.4 INTRODUÇÃO
3.4.1 INSTALAÇÃO DE TUBAGEM
3.4.1.1 ABERTURA DE VALAS
3.4.1.2 IMPLANTAÇÃO DAS TUBAGENS
3.4.1.3 TUBAGENS DE GÁS NA VIZINHANÇA DE OUTRAS TUBAGENS
3.4.1.4 PERFIL-TIPO DAS VALAS
3.4.2 LIGAÇÕES DAS TUBAGEM
3.4.2.1 S0LDURA
3.4.2.2 SOLDADURA DE TUBAGEM EM AÇO CARBONO
3.4.2.3 SOLDADURA DE POLIETILENO
3.4.3 UTILIZAÇÃO TEMPORÁRIA DE OUTROS GASES NAS REDES DE GÁS NATURAL
3.4.4 CONDIÇÕES DE IMPLANTAÇÃO DO DEPÓSITO
GENERALIDADES
1.1 INTRODUÇÃO
Uma Entidade Inspectora presta serviços na área do gás combustível, para o público em
geral, Distribuidores de Gás Combustível (Gás Natural, Propano e Outros), Urbanizadores,
Projectistas, Donos de Obra, Entidades Instaladoras, Câmaras Municipais, e de uma forma
geral para os utilizadores de gás combustível canalizado.
De acordo com o Artigo n.º 3, da Portaria n.º 362/2000, de 20 de Junho, devem realizar-se
inspecções às instalações de gás sempre que ocorra uma das seguintes situações:
• moradias;
Nos restantes casos deverão ser consultadas as empresas distribuidoras da área a que diga
respeito o projecto, para estabelecimento das normas a seguir.
Quanto à tipologia das redes de distribuição, o Manual aplica-se a redes quer em urbanizações
novas quer em redes em desenvolvimento ou na análise de redes existentes.
• Responsabilizar-se, nos termos da lei civil, por danos causados a terceiros que sejam
provocados por erros, acções ou omissões decorrentes da sua intervenção no projecto ou
na obra ou por factos emergentes da qualidade ou forma de actuação ( Dec. Lei nº 250/94,
Art.º 70.º);
NOTA: As contra-ordenações a que o projectista está sujeito estão definidas no Art.º 16.º
do Dec.-Lei n.º 521/99.
• Sempre que sejam executadas novas instalações de gás ou quando as existentes sofram
alteração, a entidade instaladora emite um termo de responsabilidade, em conformidade
com o modelo aprovado por despacho do director-geral da Energia. ( Dec. Lei n.º 521/99,
Art.º 11.º, §1 ).
1.2.1 CONCEPÇÃO
No presente capítulo pretende-se proceder a uma análise da morfologia das instalações de gás
combustível em edifícios mais comuns, referindo os elementos constituintes do projecto
essenciais para a concepção e elaboração do projecto de instalação de gás para cada tipo de
edifício.
I. DOCUMENTOS:
- Local da instalação;
- Tipo de utilização do imóvel, número de pisos e número de fogos;
- Características do gás com que se pretende abastecer o imóvel;
- Categoria dos equipamentos de queima
- Potências e consumos de gás dos equipamentos previstos para cada fogo;
• Peças desenhadas.
1. Instalação tipo em “edifício colectivo” com abastecimento em média pressão (gás natural);
Fig. 1.2.1
2. Caixa de entrada
3. Coluna montante;
5. Caixa de contador;
2. Instalação tipo em “moradia individual” com muro como limite de propriedade, com
abastecimento com rede de média pressão (gás natural);
Fig. 1.2.2
3. Instalação tipo em “moradia individual” sem muro como limite de propriedade, com
abastecimento em baixa pressão (gás natural);
Fig. 1.2.3
1. Caixa de entrada;
2. Caixa de contador;
No caso de edificações cuja fachada não coincida com o limite de propriedade, a caixa de
entrada deverá ser instalada no limite de propriedade, em local permanentemente acessível e
próximo da entrada.
Fig. 1.2.4
A montante desta caixa o Ramal de Alimentação (1) , parte integrante da Rede de Distribuição
e, como tal, executado pela Empresa Distribuidora, conduz o gás até à instalação que, de
acordo com o estipulado no Art.º 3.º da Portaria 361/98, tem início na Válvula de Corte Geral,
situada em local com acessibilidade Grau 1, no interior da caixa de entrada (3). A jusante
desta válvula, inclusivé, todos os materiais e equipamentos são propriedade do imóvel,
com excepção dos contadores de gás.
MANUAL TÉCNICO DE REDES DE GÁS 13
Versão digital 2003
A partir da Válvula de Corte Geral deverá ser instalado um acessório com tomada de pressão,
destinado a monitorizar a pressão à entrada da instalação, sempre que necessário.
Recomenda-se a utilização de tomadas de pressão do tipo "Petterson", com tampão roscado,
permitindo a leitura através da ligação a um manómetro.
A seguir ao redutor será instalada uma válvula de 1/4 de volta para isolamento da rede interna
de distribuição, sempre que necessário, designadamente em caso de substituição do redutor.
Fig. 1.2.5
Caixa de entrada de imóvel. Equipamentos
Além dos equipamentos referidos, a caixa de entrada do edifício deverá, ainda, contemplar a
ligação à terra de acordo com o Art.º 9.º do Dec.-Lei 521/99 e Art.º 51.º da Portaria n.º 361/98.
Recomenda-se que a instalação seja ligada ao eléctrodo de terra através de braçadeira
metálica instalada no interior da caixa de entrada do edifício. A ligação deverá permitir a
verificação regular da resistência, a qual não deverá ultrapassar o valor de 20 Ω.
Poder calorífico:
PODER CALORÍFICO
SUPERIOR (P.C.S) INFERIOR (P.C.I.)
42,0 MJ/m³(n) 37,9 MJ/m³(n)
10032 kcal/m³(n) 9054 kcal/m³(n)
Índice de Wobbe:
ÍNDICE DE WOBBE
SUPERIOR (WPCS) INFERIOR (WPCI)
52,1 MJ/m³(n) 46,9 MJ/m³(n)
12442 kcal/m³(n) 11200 kcal/m³(n)
Outras características:
C 3H 8 86,0 C 2H 6 2,0
C4H10 2,0 - -
C 3H 6 10,0 - -
Poder calorífico:
PODER CALORÍFICO
SUPERIOR (P.C.S) INFERIOR (P.C.I.)
101,1 MJ/m³(n) 93,0 MJ/m³(n)
24179 kcal/m³(n) 22242kcal/m³(n)
Índice de Wobbe:
ÍNDICE DE WOBBE
SUPERIOR (WPCS) INFERIOR (WPCI)
81,1 MJ/m³(n) 74,6 MJ/m³(n)
19396 kcal/m³(n) 17842 kcal/m³(n)
Outras características:
Os aparelhos são qualificados em categorias de acordo com a norma europeia EN 30, tendo
em consideração a natureza e o tipo de gases susceptíveis de os alimentar.
• Pressão de utilização;
Os aparelhos a gás ou a sua chapa sinalética devem apresentar a marca UE, juntamente com
as seguintes inscrições:
• Categoria do aparelho.
1.2.2 MATERIAIS
1. Características de construção
As caixas de embutir na entrada dos edifícios, nas quais se estabelece a ligação da instalação
de gás a uma rede de Média Pressão, poderão ser:
• caixas metálicas;
• metalização;
As portas de acesso aos alojamentos ou caixas deverão ser ventiladas e estar identificadas
com a palavra " Gás " em caracteres indeléveis e legíveis do exterior.
As caixas deverão poder ser abertas manualmente, sem recurso a nenhuma ferramenta ou, em
alternativa, serem dotadas de postigo facilmente quebrável em caso de necessidade de
actuação sobre a válvula de corte geral.
As caixas deverão satisfazer, no mínimo, o grau de protecção IP 439 da norma IEC 529.
A construção das caixas e abrigos deverá prever um sistema de fixação dos equipamentos a
instalar no seu interior ( válvula de corte geral, regulador, eventualmente contador, etc.).
2. Dimensões
As dimensões das caixas e abrigos variam obviamente em função dos equipamentos que
albergam ( redutores de maior ou menor capacidade, ausência ou presença de contador,
contador de maior ou menor capacidade, etc. ) e deverão portanto ser definidas para cada caso
pelo projectista da instalação de gás.
1. Características de construção
De acordo com o Artº 18º da Portaria 361/98, o dispositivo de corte geral deve ser do tipo de
corte rápido com encravamento e, uma vez accionado, só pode ser rearmado pela empresa
distribuidora.
Classe de Pressão: PN 6
Classe de temperatura: -5
Até ao momento da sua instalação, a válvula deverá estar eficazmente protegida contra a
entrada de corpos estranhos.
2. Materiais
O corpo da válvula deverá ser de latão estampado, de composição química segundo DIN
17660 e características mecânicas segundo AFNOR FDA 53-403 ou equivalente.
3. Ligações
Por junta esferocónica conforme NFE 29-536. Rosca macho cilíndrica segundo ISO 228.
4. Marcação
• identificação do fabricante;
• diâmetro nominal da válvula;
• sentido de passagem do gás, sempre que for relevante para a montagem.
5. Certificado de Qualidade
A válvula deverá ser adquirida com Certificado de Qualidade de acordo com a norma EN
10204, tipo 3.1.B
1. Características de construção
Os redutores a instalar nas caixas de entrada em edifício para a redução de pressão desde o
valor reinante na rede de distribuição até o valor pretendido a jusante desta caixa, deverão ser
de construção de acordo com a norma EN 334.
2. Características de regulação
Classe de precisão AC 5 ou AC 10
Classe de pressão de fecho SG 10 ou SG 20
3. Dispositivos de segurança
4. Regimes de Pressão
Estes redutores deverão poder funcionar correctamente com Pressões à entrada situadas entre
4,0 bar e 1,0 bar
Entrada por junta esferocónica conforme NF E 29-536 rosca fêmea cilíndrica segundo ISO 228.
6. Marcação
7. Certificado de Qualidade
Os reguladores deverão ser adquiridos com Certificado de Qualidade de acordo com a norma
EN 10204, tipo 3.1.B.
1. Características de construção
O movimento dos manípulos de actuação das válvulas deve ser limitado por batentes fixos e
não reguláveis, de forma a que os manípulos se encontrem:
No caso de deterioração do manípulo da válvula, o comando desta deve ser possível através
de ferramenta de utilização comum.
Nota - De acordo com a função da válvula na instalação de gás, poderá ser necessário um
sistema para a selagem da mesma na posição de fechado.
2. Materiais
O corpo das válvulas deverá ser de latão estampado, de composição química segundo DIN
17860.
3. Ligações
Ligações por roscas gás cilíndricas conforme ISO 228, sendo a estanquicidade assegurada por
junta plana.
No caso particular de válvulas para ligação directa ao contador, as roscas de saída deverão
possuir porca louca prisioneira com rosca interior. Neste caso, deverá ainda observar-se as
correspondências do Quadro seguinte:
4. Marcação
• identificação do fabricante;
5. Certificado de Qualidade
A válvula deverá ser adquirida com Certificado de Qualidade de acordo com a norma
EN 10204, tipo 3.1.B
1. Normalização
Os tubos de aço a utilizar em instalações de gás podem ser com ou sem costura. Contudo, a
utilização de tubos com costura implica a verificação das duas seguintes condições:
• a qualidade do aço ser adequada à sua utilização em canalizações de gás, de acordo com
as normas técnicas aplicáveis:
• as costuras dos tubos serem examinadas a 100% por um método de ensaio não destrutivo,
RX, ultra-sons ou electromagnético, tipo “Eddy Current Test”, exame este que terá de ser
posterior ao ensaio de pressão interior, não sendo admissíveis defeitos de soldadura.
A Portaria n.º 361/98 estipula que os tubos de aço sejam conforme a Norma Portuguesa
EN 10208-1 ou outra tecnicamente equivalente.
API STD 1104: Standard for welding pipelines and related facilitie
R - Calmado
RR - especial/calmado
2. Dimensões
A marcação dos tubos de aço deverá contemplar, pelo menos, os seguintes dados:
• identificação do fabricante;
• grau de aço;
• código de rastreabilidade.
4. Certificado de qualidade
Os tubos de aço para as instalações de gás deverão ser adquiridos com Certificado de
Qualidade de acordo com a norma EN 10204, tipo 3.I.B.
TUBOS DE COBRE
1. Normalização
De acordo com o Art.º 8.º da Portaria n.º 361/98, os tubos de cobre a utilizar em instalações de
gás devem obedecer aos requisitos da Norma NP EN 1057 ou de outra tecnicamente
equivalente.
2. Dimensões
Diametro Diametro
Espessura
exterior interior
( mm ) ( mm ) ( mm )
6 0.8 4.4
8 0.8 6.4
10 0.8 8.4
12 0.8 10.4
15 1.0 13
18 1.0 16
22 1.0 20
28 1.2 25.6
35 1.5 32
42 1.5 39
54 2.0 50
64 2.0 60
A marcação dos tubos (e acessórios) de cobre deverá contemplar, pelo menos, os seguintes
dados:
• identificação do fabricante;
• diâmetro;
• código de rastreabilidade.
4. Certificado de qualidade
Os tubos de cobre para as instalações de gás deverão ser adquiridos com Certificado de
Qualidade de acordo com a norma EN 10204, tipo 3.I. B
• composição química;
• propriedades mecânicas.
1. Materiais
• massa volúmica superior a 935 kg/m3, determinada em conformidade com a ISO R 1183 e
preparada de acordo com a ISO 1872;
• índice de fluidez compreendido entre 0.4 e 0.8 g/10 min, determinado em conformidade com
a ISO 1133, condição 5 à temperatura de 190º C, com a carga de 5 kg.
O composto de base é de cor preta com riscas de sinalização longitudinais de cor amarela,
sendo utilizado o mesmo tipo de polímero.
Não é permitido:
De acordo com o Art.º 16.º da Portaria n.º 386/94, as características físicas e dimensionais, os
ensaios e os controlos de produção devem satisfazer os requisitos das normas ISO 4437, ISO
1183 e ISO 1133.
De acordo com o Art.º 16.º da Portaria n.º 386/94, devem ser utilizados tubos com espessura
nominal não inferior à definida pela série SDR 11 se a resina for do tipo PE 80 e da série SDR
17.6 se a resina for do tipo 100 ou de outras séries tecnicamente equivalentes. Para os
diâmetros exteriores iguais ou inferiores a 32 mm, a espessura mínima deve ser igual ou
superior a 3 mm.
3. Marcação
A marcação dos tubos de Polietileno deverá contemplar, pelo menos, os seguintes dados:
• identificação do fabricante;
• norma de fabrico;
4. Certificado de qualidade
Os tubos de Polietileno para gás deverão ser adquiridos com Certificado de Qualidade de
acordo com a norma EN 10204, tipo 3.1.B.
O Certificado de Qualidade deverá referir, entre outra, a seguinte informação:
1. Tipo de Suportes
2. Materiais
Tubagem em aço
Os suportes devem ser de aço galvanizado, ( grau St 33 / DIN 17100 com tratamento de
superfície de acordo com o exposto na norma DIN 2444 ). O espaço entre a tubagem e o
suporte é preenchido com material isolante.
Tubagem em cobre
Os suportes devem ser de plástico, cobre, latão ou aço galvanizado, ( grau St 33 / DIN 17100
com tratamento de superfície de acordo com o exposto na norma DIN 2444 ). Nos dois últimos
casos o espaço entre a tubagem e o suporte ou braçadeira é preenchido com material isolante.
• o afastamento máximo entre suportes em tubagem de aço ou cobre é o mesmo que entre
suporte ou braçadeira e qualquer mudança de direcção;
• deve prever-se um suporte no ponto mais próximo possível de equipamentos tais como
válvulas e reguladores.
1. Características de construção
As portas de acesso aos compartimentos ou caixas deverão ser ventiladas e estar identificadas
com a indicação do fogo a que pertencem, em caracteres indeléveis e legíveis do exterior. Será
provida de porta com ventilação diferencial, que deve possuir, na face exterior, a
identificação "Gás" indelével e a expressão ou símbolo equivalente "PROIBIDO FUMAR OU
FAZER CHAMA" e não poderá ser utilizado para qualquer outro fim a não ser aquele a que se
destina.
Deverão poder ser abertas manualmente, sem recurso a nenhuma ferramenta para permitir um
acesso permanente à(s) válvula(s) e contador (acessibilidade do grau 1).
• Pela courete da coluna montante que será interligada à caixa de cada contador.
2. Dimensões
Contador
Dimensões
G 2,5 G4 G6 G 10
Largura 535 535 535 535
Altura 517 517 517 552
Profundidade 215 215 215 350
1. Características de construção
2. Características de regulação
3. Dispositivos de segurança
4. Regimes de Pressão
Estes reguladores deverão poder funcionar correctamente com pressões à entrada situadas
entre 0,1 bar e 0,07 bar.
A pressão de saída ( set-point ou pressão de taragem do regulador ) deverá poder ser ajustada
pelo menos nos seguintes intervalos:
No caso de ligação directa ao contador, estes reguladores deverão ter saída para vedação por
junta plana e rosca fêmea cilíndrica conforme ISO 228, G 1 1/4" para ligação a contadores G
2.5, G 4 ou G 6. Para contadores G 10, a rosca à saída poderá ser G 1 1/4" ou G 2" devendo o
projectista consultar caso a caso a empresa distribuidora.
6. Marcação
7. Certificado de Qualidade
Os reguladores deverão ser adquiridos com Certificado de Qualidade de acordo com a norma
EN 10204, tipo 3.1.B.
1.2.2.11 CONTADORES
a) choques mecânicos;
b) acção de substâncias corrosivas;
c) fontes produtoras de calor ou chama;
d) faíscas ou fontes de ignição eléctrica;
e) outros agentes externos de efeitos danosos previsíveis;
O tipo e a dimensão das ligações aos contadores é dada no Quadro 2.1, tendo como referência
os caudais máximos (Q máx) para cada classe de contador.
de
G Q máx Diâmetro Tipo Funcionamento
(m3/h) (mbar)
G 2,5 4 G 1 1/4" DN 25 Rosca Gás 100
G4 6 G 1 1/4" DN 25 Macho Ou
G6 10 G 1 1/4" DN 25 Cilíndrica 200
G 10 16 G 2" DN 40 ISO 228
• Planta de localização do imóvel com a indicação do local por onde se fará a ligação à
rede de distribuição, a uma escala que permita fácil identificação (1:1 000 ou 1:2 000);
• Planta do imóvel, a uma escala conveniente, com a rede devidamente assinalada, com
a simbologia adequada, com a indicação dos diâmetros das tubagens, válvulas e
acessórios.
1.3 DIMENSIONAMENTO
− Um ramal, troço que irá ligar a canalização do imóvel à rede de distribuição pública de gás e
termina na Caixa de Entrada do Edifício, designado por “ramal de edifício”;
− Um troço que liga a Caixa de Entrada do Edifício ao início da coluna montante, chamado
“ramal da coluna”;
− Uma coluna montante que é a conduta vertical de onde partem as derivações de piso, ficando
geralmente situada na caixa de escada.
− O “ramal de andar” ou “derivação de piso”, troço existente em cada patamar que fornece o
gás desde a coluna montante até à entrada dos fogos (até aos redutores de contador).
Embora o Art.º 5.º da Portaria N.º 361/98 defina as pressões máximas de serviço admissíveis
nos diversos troços das instalações de gás, permitindo no seu § 2, alínea a) a pressão de
serviço de 1,5 bar entre o dispositivo de corte geral e o redutor de segurança, algumas
empresas distribuidoras adoptaram para este troço a pressão máxima de 100 mbar, caso da
Lisboagás, Setgás e Lusitaniagás e 300 mbar para a Portgás.
Nos troços da instalação a funcionarem em média pressão é frequente admitir-se uma perda
de carga próxima dos 30% da pressão de serviço. Nas instalações interiores utilizadas em
baixa pressão, não deve atingir os 8%, para as pressões de serviço permitidas por aquelas
empresas.
As perdas de carga máximas serão de 30 mbar no primeiro caso e de 1,5 mbar no segundo.
Segundo o Art.º 3.º da Portaria N.º 361/98, as instalações de gás são limitadas:
• Potência nominal;
• Potência Calorífica;
• Potência útil.
Potência Nominal é o produto resultante da queima de uma quantidade horária de gás com o
poder calorífico inferior. Não inclui o calor latente contido no vapor de água dos gases de
combustão que se evacuam pela chaminé.
Potência Calorífica é o produto resultante da queima de uma quantidade horária de gás com o
poder calorífico superior. Inclui o calor latente contido no vapor de água dos gases de
combustão.
Pu = Pc × Rendimento em % (Kcal/h)
Apresenta-se, também, a relação entre os valores da potência e o caudal dos aparelhos mais
frequentes.
A solução normal é considerar a soma dos caudais dos dois aparelhos mais potentes
com a semi-soma dos restantes.
Assim, para os caudais de simultaneidade para troços comuns, caso dos ramais principais e
das colunas montantes, recomenda-se que o caudal máximo seja igual ao somatório dos
caudais dos fogos afectados de “um factor de simultaneidade”, o somatório abrangendo todos
os fogos que o troço abastece, isto é:
QS = Σ (Qfogo) × S
em que:
S = Factor de simultaneidade.
Número de Reynolds:
VD ρVD
ℜ = =
υ µ
3 357 Q Q
ℜ =
υ0 D
= Γ
D
Neste quadro apresentam-se também as densidades dos diversos gases combustíveis mais
utilizados.
48,6 × dc × L eq × Q 1,82
P12 - P22 =
D 4,82
em que:
dc - Densidade corrigida;
− 0,20
0,22
dc = dr ×
ν
23200 × dc × L eq × Q1,82
P1 - P2 =
D 4,82
em que:
dc - Densidade corrigida;
Leq = L × 1,2
Assim, tomando os valores referidos para as pressões e perdas de carga máximas admissíveis,
determina-se:
P1 = 100 mbar = 0,1 bar; ∆Pmáx. = 30 mbar; P2 = 100 mbar - 30 mbar =70 mbar = 0,07 bar
δ Pdo
2
troço = j × Leq do troço considerado
em que
1,5
j=
L eq
Como os caudais e os comprimentos dos diversos troços são conhecidos, por substituição na
respectiva fórmula, determina-se o diâmetro da conduta, troço a troço:
a) Para média pressão:
48,6 × dc × Q1,82
Dcal = 4,82
j
23200 × dc × Q1,82
Dcal = 4,82
j
dr - Densidade relativa;
h - Valor do desnível em m.
Adicionando algebricamente este valor à pressão final, determina-se a pressão final corrigida.
15 m/s para tubagens das colunas montantes, dos troços no exterior dos imóveis
e
enterradas
354 × Q
v=
(D 2 × Pm )
em que
A pressão média é igual à soma da pressão absoluta inicial com a pressão absoluta final
corrigida a dividir por dois.
Primeiro que tudo é necessário determinar o gás de referência para se realizar o correcto
dimensionamento duma instalação de gás, de acordo com os critérios já mencionados
anteriormente.
• Densidade (d)
A localização desses aparelhos de queima, poderá ser sugerida pelo projectista de gás, caso
não sejam contemplados na arquitectura, cabendo sempre a responsabilidade de sugerir novas
soluções energéticas aos projectistas de gás.
∑
n
Qi
Q = Q1 + Q2 + i =3
(m3 / h)
2
j=
( 0,100 + 1,01325) 2 − (0,070 + 1,01325) 2
(bar 2 / m)
Leq max
48,6 × d c × Q1,82
Dcalculo = 4 ,82 (mm)
j
2 Q1,82
PB = ( PA + 1,01325) − 48,6 × Leq × d c × 4 ,82 − 1,01325 (bar )
DInt
14.Determinar a Pressão Final de cada Troço Corrigida (PBc), pela perda de carga devido à
altura:
0,1293 × (1 − d r ) × LVertical
PBc = PB + (bar )
1000
354 × Qsimultaneidade
v= 2
(m / s )
DInt × PMedia
onde
P ( PA +1,01325 ) + ( PBc +1,01325 )
Media = 2
(bar)
PA e PBc (bar)
18.Verificar se a velocidade em cada troço é inferior a 15 m/s: Se tal não suceder, subir um
escalão no valor do diâmetro normalizado e regressar ao ponto 13.
∑
n
Qi
i=3
Q = Q1 + Q2 + ( m3 / h )
2
DPAdmissivel
j= (mbar / m), onde DP {1,5 mbar no caso do Gas Natural
Leqmax
23200 × d c × Q1,82
Dcalculo = 4 ,82 (mm)
j
Q1,82
PB = PA − 23200 × Leq × d c × 4 ,82
(mbar )
DInt
14.Determinar a Pressão Final de cada Troço Corrigida (PBc), pela perda de carga devido à
altura
354 × Qsimultaneidade
v= 2
(m / s )
DInt × PMedia
onde
PA PBc
+1,01325 + +1,01325
1000 1000
P = (bar)
Media 2
PA e PBc (mbar)
18.Verificar se a velocidade em cada troço é inferior a 10 m/s: Se tal não suceder, subir um
escalão no valor do diâmetro normalizado e regressar ao ponto 13.
1.4 INTRODUÇÃO
O Dec. Lei nº 521/99 estipula que "Os técnicos de gás e os executantes das instalações,
afectos aos quadros das empresas instaladoras, devem ser devidamente qualificados e
reconhecidos nos termos da legislação aplicável". Esta disposição garante, em princípio, que
os profissionais directamente envolvidos na execução de instalações de gás receberam
instrução especializada que lhes confere capacidade técnica para o efeito.
A experiência mostra que, muitas vezes, algumas regras não são tidas em conta durante a
colocação em obra, porventura um reflexo de não ter ainda decorrido um intervalo de tempo
suficiente para a completa difusão de todo o vasto conjunto de preceitos subjacente a esta
actividade.
Deste modo, o Projectista deverá destacar em cada projecto todas as prescrições que entenda
serem as mais susceptíveis de desatenção durante a colocação em obra, prescrições estas
que deverão estar de acordo com a Portaria n.º 361/98 de 26 de Junho.
1.4.1.1.1 TRAÇADO
Durante a colocação em obra é natural que o traçado definido pelo projectista, mesmo quando
rigorosamente explicitado no projecto, sofra ligeiras alterações devidas às condicionantes que
se revelam na obra (ex: afastamento em relação a instalações já existentes, ou vigas não
previstas). Nestas circunstâncias, deverão ser observados, entre outros, os seguintes
princípios (Ver Portaria n.º 361/98):
• nos troços horizontais embebidos na parede, as tubagens não devem ficar situadas
situados na parte superior da parede a uma distância máxima de 0,2 m do tecto ou dos
elementos da estrutura resistente do edifício, com excepção dos casos de conversão ou
reconversão;
• os troços verticais devem ficar na prumada das válvulas de corte dos aparelhos que
alimentam;
• as tubagens não devem ficar em contacto directo com o metal das estruturas ou armaduras
das paredes, pilares ou pavimentos, o que poderá dar origem ao fenómeno da corrosão;
• as tubagens não devem atravessar juntas de dilatação nem juntas de ruptura da alvenaria
ou betão;
• as tubagens não devem passar no interior de elementos ocos, a menos que fiquem no
interior de uma manga estanque e sem soluções de continuidade, desembocando pelo
menos uma das extremidades dessa manga num local ventilado;
MANUAL TÉCNICO DE REDES DE GÁS 42
Versão digital 2003
Quadro 1.4.1
• as tubagens de gás embebidas não devem incorporar qualquer junta mecânica, excepto se
esta for indispensável, caso em que ficará contida numa caixa de visita, com acessibilidade
de grau 3;
Ainda de acordo com o Artº 20º da Portaria nº 361/98, não podem ser abertos roços nas
seguintes condições:
As tubagem de gás podem ser instaladas em canaletes, desde que estes cumpram os
seguintes requisitos:
• serem ventilados (as aberturas inferiores de ventilação dos canaletes devem ser
protegidas com redes corta-chamas);
• No caso particular dos canaletes para colunas montantes em edifícios de grande altura
deverão ser suplementarmente observadas condições específicas, enumeradas no Artº 41º
da Portaria nº 361/98.
Os troços de tubagem à vista deverão ser identificados através de pintura de cor ocre amarela,
em conformidade com a NP-182. A operação de pintura deverá contemplar limpeza da
superfície, desengorduramento, aplicação de primário anti-corrosão e um mínimo de duas
demãos de tinta.
• através de um elemento robusto soldado à tubagem, o qual por sua vez é aparafusado a
um suporte fixo à parede ou tecto;
Os troços horizontais devem ficar situados até 0,2 m do tecto ou dos elementos da estrutura
resistente do edifício e os troços verticais devem ficar na prumada das válvulas de corte dos
aparelhos que alimentam.
• manga de aço;
• tubos de aço de diâmetro não inferior a 40 mm, dobrados em U à volta da tubagem e fixos
à parede nas suas extremidades, formando aros envolventes de protecção. Deverá
garantir-se uma distância de 5 cm entre os aros e a tubagem e um afastamento menor que
25 cm entre aros adjacentes.
Fig. 1.4.1
Fig. 1.4.2
MANUAL TÉCNICO DE REDES DE GÁS 45
Versão digital 2003
As tubagens de gás podem ser implantadas entre os tectos falsos e os tectos, se forem
simultaneamente cumpridos os seguintes requisitos:
• as distâncias mínimas entre as tubagens de gás e as outras tubagens são as referidas para
as tubagens à vista;
De acordo com o estipulado no Art.º 15.º da Portaria n.º 361/98, no caso de uma tubagem de
gás enterrada penetrar num edifício através das suas paredes ou fundações, deverá
providenciar-se a solução apresentada na figura 1.4.3.
Fig. 1.4.3
De acordo com o estipulado no Art.º 19.º da Portaria n.º 361 /98, deverá providenciar-se a
solução apresentada na Figura 1.4.4.
Fig. 1.4.4
Em eventuais troços enterrados de uma instalação de gás, frequentes quer em moradias quer
em edifícios do sector terciário, deverão ser verificadas todas as disposições da Portaria n.º
386/94, "Regulamento técnico relativo ao projecto, construção, exploração e manutenção de
redes de distribuição de gases combustíveis".
• flanges
• juntas isolantes ou acessórios mistos, produzidos em fábrica, para ligações entre o aço e o
cobre, soldados no lado do aço e brasados forte ou soldobrasados no outro extremo.
Sobre a utilização de juntas isolantes, o Art.º 48.º da Portaria nº 361/98 estipula ainda o
seguinte:
• deve ter-se o cuidado de não deixar aquecer excessivamente o núcleo isolante durante as
operações de soldadura ou brasagem forte;
• as pontas lisas devem ter um comprimento suficiente para permitir as soldaduras sem
aquecimento excessivo do revestimento;
• as juntas isolantes não devem ser instaladas em locais onde possam ficar sujeitas a
agressões.
• Art.º 13.º, n.º 4: "Na interligação entre diversos troços de tubagem devem ser usadas,
sempre que possível, uniões ou juntas soldadas, brasadas ou soldobrasadas";
• Art.º 20.º, n.º 2: "As tubagens de gás embebidas não devem incorporar qualquer junta
mecânica, excepto se esta for indispensável, caso em que ficará contida numa caixa de
visita com acessibilidade de grau 3";
• Art.º 48.º, n.º 2: "Só devem usar-se ligações por juntas mecânicas ou flanges quando haja
necessidade de desmontagem futura das tubagens ou o traçado da tubagem a isso
obrigue";
• Art.º 48.º, n.º 3: "O uso de juntas mecânicas deve ser limitado à instalação de válvulas e
acessórios, às ligações de aparelhos, nos casos em que se usem tubos de cobre e em
situações nas quais as operações de brasagem forte ou soldobrasagem não possam ser
correctamente executadas no local".
As roscas só podem ser executadas por instaladores habilitados, não sendo permitida a sua
execução manual . Deverão ser roscas gás e obedecer à norma pr EN 10226.
Segundo o Art.º 8.º da Portaria n.º 361/98, "a estanquicidade das juntas não soldadas deve ser
obtida por aperto metal-metal, admitindo-se contudo o uso de pequenas quantidades de
produtos acessórios, tais como a fita PTFE e pastas ou líquidos apropriados, de acordo com a
EN 751-3, sendo interdito o uso de filaça ou pastas do tipo polumerizavél".
A selecção destes meios auxiliares de estanquicidade deverá ainda fazer-se de acordo com as
disposições do Art.º 14.º do mesmo Regulamento, designadamente:
• Os empanques e pastas para juntas devem ser resistentes ao tipo de gás utilizado, não
sendo permitidos, nomeadamente, os de borracha natural, couro, amianto, mialhar, mínico
ou zarcão, linho e alvaiade de zinco ou de chumbo e pastas do tipo polimerizável.
• PTFE, tipo “teflon” (indicado apenas para roscas que obedeçam à norma pr EN 10226-1)
1.4.2.3 SOLDADURA
As ligações soldadas são executadas por soldadores que sejam possuidores, além do
Certificado de Qualificação emitido por organismo oficialmente reconhecido, da licença emitida
pela D.G.E., como previsto pelo Dec. Lei n.º 263/89 de 17 de Agosto.
Os materiais de adição deverão evidenciar a sua Qualidade através de Certificado emitido por
organismo oficialmente reconhecido.
Os eléctrodos revestidos podem ser facilmente danificados se não forem tomados cuidados
quanto ao seu manuseamento e armazenagem.
Eléctrodos com o revestimento danificado de forma a expor a sua alma não deverão ser
utilizados já que o arco eléctrico a que dão origem é instável, a protecção do banho de fusão
mal assegurada e consequentemente o cordão de soldadura pode apresentar defeitos graves.
e) caso não seja possível respeitar o cuidado anterior, secar os eléctrodos, após o que
deverão ser de novo armazenados em estufa.
A máquina de soldadura constitui a fonte de energia, podendo ser de vários tipos, devendo
contudo em qualquer dos casos possuir as seguintes características:
Parâmetros de soldadura
Fig. 1.4.5
6 7 +1/0
8 + 0,155 8 +1/0
10 de 9 +1/0
12 + 0,065 10 +1/0
15 13 +1/0
18 15 +1/0
22 + 0,185 17 +1/0
de
28 + 0,075 23 +1/0
35 + 0,25 26 +1/0
42 de 29 +1/0
54 + 0,10 36 +1/0
Fig. 1.4.6
Fig. 1.4.7
As ligações entre tubos e entre tubos e acessórios podem ser dos seguintes tipos:
Para o corte dos tubos pode ser utilizado um corta-tubos ou uma guilhotina, não sendo
aconselhável o uso de serrote ou outro processo de corte.
· Após a fase de arrefecimento, durante a qual o conjunto soldado não pode sofrer qualquer
movimento, proceder ao controlo visual e dimensional do rebordo de soldadura;
· O critério de aceitação será o da Norma DVS 2202. A variação na largura do cordão não
deverá ser superior a 1mm.
Electrossoldadura
Preparar a superfície dos elementos a soldar. É aconselhado retirar como máximo 0,1 mm;
A rede interior do imóvel deve ser dotada de ligação à terra, de acordo com o Dec. Lei nº
521/99, Portaria n.º 361/98 e Dec. Regulamentar nº 90/84, dos quais destacamos as seguintes
prescrições:
Esta ligação deverá ser estabelecida através de um condutor de Cobre (cabo do tipo VV cf.
NP-919), de revestimento verde e amarelo, normalmente ligado à instalação de gás através de
uma braçadeira resistente à corrosão, ao nível da caixa de entrada do edifício.
A ligação deste condutor ao eléctrodo de terra deverá ser robusta e garantir a continuidade e
permanência da ligação.
• o eléctrodo de terra poderá ser de cobre, de aço galvanizado ou de aço revestido de cobre,
sob a forma de chapa, vareta, tubo, perfilado ou fita. No caso de aço revestido, o
revestimento terá uma espessura de 0,07 mm ( se de Zinco ) ou 0,7 mm ( se de Cobre );
Cabo
Cobre 25 mm2 de secção; 1,8 mm de ∅ dos fios componentes
Aço galvanizado 100 mm2 de secção; 1,8 mm de ∅ dos fios
componentes
Fitas Cobre
2
25 mm de secção; 2 mm de espessura
Aço galvanizado 100 mm2 de secção; 3 mm de espessura
• o eléctrodo de terra deverá ficar enterrado em local tão húmido quanto possível, de
preferência em terra vegetal, fora de zonas de passagem e a distância conveniente de
depósitos de substâncias corrosivas que possam infiltrar-se no terreno;
Sempre que a continuidade das estruturas metálicas seja interrompida por elementos
electricamente isolantes (troços enterrados em Polietileno, juntas de ligações flangeadas, etc.),
deverá cada um dos sub-sistemas de natureza metálica ser ligado à terra individualmente.
A montagem de aparelhos a gás deve ser efectuada por Entidades Montadoras de aparelhos a
gás credenciadas pela Direcção Geral de Energia, de acordo com o Dec. Lei n.º 263/89.
Em edifícios novos, deverá existir uma distância mínima de 0.4 m, medida na horizontal, entre
as paredes mais próximas de um esquentador ou caldeira mural e o fogão ou placa de
encastrar, a fim de evitar que os produtos de combustão, os vapores dos cozinhados ou até
eventuais fugas de gás penetrem no interior do esquentador ou caldeira mural, dando origem a
uma combustão não higiénica, à deterioração do rendimento ou até a acidentes. Nos edifícios
existentes, quando não for tecnicamente exequível o referido afastamento de 0.4 m, deverão
ser estudadas soluções alternativas para cada caso concreto, designadamente a interposição
de separadores incombustíveis entre fogão e esquentador ou ainda outras soluções técnicas
que garantam condições de segurança equivalentes.
Fig. 1.4.8
MANUAL TÉCNICO DE REDES DE GÁS 55
Versão digital 2003
Designam-se por aparelhos do tipo estanque aqueles que recebem o ar para a combustão e
reenviam os produtos de combustão para a atmosfera exterior através de tubagens, sem que
haja qualquer comunicação entre a câmara de combustão e a atmosfera do local em que estão
instalados (Figura 1.4.9).
Fig. 1.4.9
Estes tipos de aparelhos não podem ser montados em quartos de dormir nem em instalações
sanitárias. Nos restantes locais a montagem é condicionada pelo volume dos compartimentos,
pela localização e pelas condições de ventilação e de exaustão dos produtos de combustão
existentes ou que possam vir a ser instaladas.
• ter um volume total não inferior a 8 m3. Não se considera neste limite a dedução do volume
ocupado pelo mobiliário sempre que este não exceda os 2 m3;
• o volume total pode ser reduzido a 6 m3 desde que o compartimento tenha uma
comunicação permanente com outro local bem arejado, do qual constitui uma dependência,
e no caso de conter apenas aparelhos destinados à confecção de alimentos ou produção
de água quente por acumulação, com uma potência calorífica total inferior a 4,6 kW;
• dispor de uma ou mais janelas que abram directamente para o exterior ou para um pátio
interior com uma largura mínima de 2 m, a fim de permitir, em caso de necessidade, um
rápido arejamento. A superfície destas janelas não deve ser inferior a 0,4 m2. Estas janelas
podem ser dispensadas quando se trate, quer de um local exclusivamente reservado ao
alojamento de um aparelho de aquecimento ou de produção de água quente, quer de uma
saída (vestíbulo, corredor, etc.) que contenha apenas aparelhos de aquecimento. Em
ambos os casos, os aparelhos devem, não obstante, ser ligados a uma conduta de fumos.
A ligação dos aparelhos à instalação de gás deve obedecer ao estabelecido no Art.º 55.º da
Portaria n.º 361/98, designadamente:
A ligação mediante tubos metálicos (rígidos ou flexíveis) é obrigatória nos seguintes casos:
Poder-se-á recorrer a ligação mediante tubos flexíveis, metálicos ou não metálicos nas
ligações individuais, sempre que a distância entre o ponto de abastecimento de gás e o
aparelho não exceda os 0,80 m, nomeadamente nos seguintes casos:
• fogareiros e fogões;
• aparelhos amovíveis de aquecimento de ambiente;
• a palavra "Gás";
• data limite de utilização, expressa pelo número correspondente ao mês e pelos dois últimos
algarismos do ano, que deve ser o quarto a contar do ano de fabrico;
Na instalação de uma ligação mediante tubo flexível deverá ter-se em conta o seguinte:
• o tubo não deve ficar em contacto com superfícies quentes nem sujeito à acção de
chamas ou produtos de combustão;
• o tubo deve ter um comprimento de preferência até 0,8 m e nunca superior a 1,5 m;
Fig. 1.4.10
• Da caldeira às paredes - 60 cm
• Do queimador à parede - 1,3 m
• Da superfície superior da caldeira ao tecto - 1,0 m
Deve existir um extintor de pó químico de 6 Kg do tipo ABC junto à entrada da sala das
caldeiras e bem visível.
Deve existir uma válvula de 1/4 de volta, de comando manual, bem sinalizada por placa
indelével, colocada junto à entrada da tubagem na sala das caldeiras, no exterior desta e
permanentemente acessível do exterior da sala das caldeiras.
A fechadura da(s) porta(s) da casa das caldeiras deve permitir sempre a sua abertura (para
fora) pelo interior, mesmo que esteja trancada pelo exterior.
O caudal de ar de ventilação deve ser assegurado por meio de pelo menos duas aberturas com
ligação ao exterior. Uma deve situar-se na parte superior da parede e a outra em baixo e se
possível em paredes opostas.
1.5 INTRODUÇÃO
A boa ventilação e exaustão dos produtos de combustão das dependências com aparelhos a
gás é fundamental, por duas ordens de razões:
Apesar disso e dada a importância desta matéria, o Art.º 6º do Dec. Lei nº 521/99 estipula
ainda que " O projectista deve certificar-se de que as condições de ventilação dos locais e a
evacuação dos produtos de combustão satisfazem os requisitos da norma Portuguesa
NP 1037.
Com o objectivo de facilitar esta tarefa do Projectista, compilou-se neste capítulo um conjunto
de princípios fundamentais sobre esta matéria, os quais passamos a citar:
1.5.1 VENTILAÇÃO
A quase totalidade dos fabricantes de caldeiras murais contemplam já na sua linha de produtos
modelos do tipo estanque.
Os locais que contenham aparelhos de gás de circuito não estanque devem possuir uma
alimentação de ar directa ou indirecta. A alimentação directa é obrigatória nos seguintes casos:
• Sempre que a evacuação dos produtos de combustão for apenas assegurada por uma
passagem directa através da parede ou por uma conduta ligada a um pátio;
• Sempre que os aparelhos utilizem gás combustível mais denso que o ar (como por
exemplo o gás Propano).
MANUAL TÉCNICO DE REDES DE GÁS 60
Versão digital 2003
Fig. 1.5.1
Quadro 1.5.1
• nos locais que contêm apenas aparelhos ligados, não se impõe qualquer cota (desde que a
pressão de alimentação dos aparelhos seja inferior a 150 mbar);
MANUAL TÉCNICO DE REDES DE GÁS 61
Versão digital 2003
• A secção das condutas de ventilação individuais deverá ser, no mínimo, 100 cm2 se o
número de mudanças de direcção não for superior a 2 e 150 cm2 no caso contrário;
• os orifícios terminais das condutas estão sujeitos às mesmas disposições que as definidas
para as passagens através de uma parede exterior;
• conduta ascendente: a sua utilização é permitida em todos os casos. Esta conduta pode
comportar um troço vertical ou oblíquo, e a sua altura não é limitada. Pode comportar ainda
elementos horizontais ou oblíquos de entrada ou de saída, que devem ser tão curtos
quanto possível (Figura 1.5.3);
• conduta descendente: o uso de condutas descendentes não é de admitir, a não ser que o
local a servir tenha uma chaminé de evacuação de ar viciado, segundo as condições
estipuladas na norma NP-1037;
• a extremidade das condutas para o exterior deve ser protegida por uma grelha ou por um
deflector, cuja área livre deve ser pelo menos igual à indicada no Quadro 1.5.1 para o
orifício correspondente.
As condutas colectivas (Figura 1.5.4) são obrigatoriamente ascendentes, não devem comportar
troços horizontais de saída e destinam-se apenas à ventilação de edifícios colectivos de vários
andares.
• "derivações" para cada fogo com uma secção mínima de S2 = 150 cm2;
Fig. 1.5.4
• o ar exterior deve penetrar nos locais que fazem parte da mesma habitação mas que não
são os locais em que estão instalados os aparelhos a alimentar;
• estes locais devem ser contíguos ao local a alimentar ou serem separados apenas por um
vestíbulo;
Fig. 1.5.5
• este local é contíguo ao local a alimentar e a passagem de ar do primeiro para o segundo
local se faz através de abertura na parede comum;
• este local forma com o local a alimentar e eventualmente com um corredor comum,
conjunto de habitação (não estão incluídos WC).
A secção livre de cada uma das passagens de ar deve ser igual à indicada no Quadro 1.5.1,
em função dos aparelhos de gás a alimentar.
Estas passagens devem estar dispostas de forma a que nenhum elemento móvel de
construção as possa obstruir.
Tal como referido no ponto 1.4.4, os aparelhos de circuito estanque descarregam os produtos
de combustão directamente no exterior ou numa chaminé colectora.
Fig. 1.5.6
Entre os aparelhos a gás de circuito não estanque, apenas os mencionados no Quadro 1.5.2
são dispensados da obrigatoriedade de ligação a uma conduta de fumos, sob reserva de os
locais em que estão instalados disporem de uma saída de ar eficaz.
Quadro 1.5.2
Figura 1.5.7
Quadro 1.5.3
• as condutas de ligação à evacuação devem ser montadas de forma a permitir a sua livre
dilatação e serem desmontáveis.
• as condutas de ligação à evacuação não devem atravessar qualquer divisão principal, para
além daquela em que o aparelho se encontra montado. Os locais de outra natureza não
podem ser atravessados, salvo se forem fechados, ao abrigo das intempéries e situados no
MANUAL TÉCNICO DE REDES DE GÁS 66
Versão digital 2003
• no caso em que a conduta de ligação conduz os produtos de combustão até uma conduta
de fumos, o tubo deve ter a sua extremidade seccionada paralelamente à parede da
conduta de fumos na qual penetra. A saliência do tubo na conduta de fumos será inferior a
2 cm. O tubo deve ser fixado, ou fazer batente, na conduta de fumos;
Quando diversos aparelhos, situados no mesmo local, são ligados a uma mesma conduta de
evacuação, as suas condutas de ligação podem:
• ser ligadas individualmente à conduta de evacuação (Figura 1.5.8). Neste caso, a distância
vertical entre os eixos de dois orifícios de ligação vizinhos não pode ser inferior a 0.25 m,
sempre que uma das condutas seja praticamente horizontal;
• ser reunidas num troço comum desembocando na conduta de fumos (Figura 1.5.9). Neste
caso, a zona de junção deve ser realizada sem estrangulamento da secção e de tal modo
que o eixo de cada conduta de ligação forme um ângulo agudo com o eixo do troço
comum;
Tal como se referiu em 1.5.3.2, entre os aparelhos a gás de circuito não estanque, apenas os
mencionados no Quadro 1.5.2 são dispensados da obrigatoriedade de ligação a uma conduta
de fumos, sob reserva de os locais em que estão instalados disporem de uma saída de ar
eficaz.
De acordo com a NP-1037, o ar do local contendo produtos de combustão deve ser evacuado
para a atmosfera exterior por um dos três seguintes processos:
Uma conduta em serviço pode ser utilizada como conduta de evacuação de ar viciado pelos
produtos de combustão de aparelhos não ligados situados no mesmo local na condição de
simultaneamente:
• a base de um dos dispositivos anti-retorno de tiragem dos aparelhos ligados estar situada a
pelo menos 1,8 m acima do pavimento do local.
• for munida de um orifício suplementar, com uma secção livre de 50 cm2, situada abaixo da
conduta de ligação. A aresta superior deste orifício deve estar a, pelo menos, 5 cm dessa
conduta de ligação e a sua aresta inferior a, no mínimo, 2.1 m acima do nível do pavimento
local (Figura 1.4.10).
Fig. 1.4.10
• as aberturas deverão perfazer uma secção livre de 150 cm2, excepto em compartimentos
onde os únicos aparelhos não ligados sejam um termoacumulador, um secador ou uma
máquina de lavar, onde este valor é reduzido para 100 cm2;
• os orifícios fixos com secção constante de 150 cm2 podem ser substituídos por orifícios de
secção regulável entre 100 e 200 cm2;
• os orifícios devem ser abertos para o exterior através da parede na parte alta dos
compartimentos. A base dos orifícios devem ficar situadas a pelo menos 2 m do pavimento;
• os orifícios devem ficar dispostos de modo que nenhum elemento móvel da construção os
possa obstruir;
• os orifícios devem ser protegidos por grelhas ou deflectores colocados nas partes exterior e
interior.
Nos edifícios em que tiver sido previsto um sistema de extracção mecânica dos produtos de
combustão em chaminés colectivas, o Projectista deverá ainda ter em conta o seguinte:
• a paragem intempestiva dos meios mecânicos de extracção (por exemplo por corte de
alimentação eléctrica ou avaria) deverá repercutir-se na paragem automática de todos os
aparelhos a gás ligados à(s) chaminé(s) onde a extracção foi interrompida. Para tal,
deverão ser apenas instalados aparelhos a gás que sejam dotados de sistema de
segurança incorporado, accionado por termostato na evacuação dos produtos de
combustão;(esquentadores e caldeiras).
1.6 INTRODUÇÃO
RODUÇÃO
A legislação que regula as Inspecções e Ensaios das instalações de gás são o Dec. Lei n.º
521/99, a Portaria n.º 362/2000 e a Portaria n.º 361/98,.
• A Portaria n.º 361/98, de 26 de Junho, refere, nos seus Art.ºs 63.º, 64.º e 65.º, os
procedimentos para a realização dos ensaios.
De acordo com a Portaria n.º 362/2000, os pedidos de inspecção são feitos a solicitação da
empresa instaladora, do proprietário ou dos utentes e pressupõem a existência de uma
instalação de gás nas seguintes condições:
As inspecções das instalações de gás devem ser realizadas pelas entidades inspectoras
reconhecidas para o efeito pela Direcção-Geral de Energia que deverão, obrigatoriamente,
verificar:
g) O livre escape das descargas de gás, caso exista, o valor das pressões a jusante, com ou
sem consumo de gás, os reguladores de pressão e os limitadores de pressão ou caudal;
Se na inspecção forem detectadas anomalias que colidam com a legislação vigente, será a
entidade inspeccionada notificada das correcções a introduzir, não sendo emitido o respectivo
certificado de inspecção até que as mesmas sejam executadas e verificadas.
Se as anomalias forem caracterizadas como defeitos críticos (ver Art.º 10.º da Portaria
362/2000), a entidade inspectora deve notificar o promotor da inspecção para que a sua
eliminação seja imediata, bem como comunicar à entidade distribuidora para cessar o
fornecimento de gás enquanto as mesmas não forem solucionadas.
Se as anomalias forem caracterizadas como defeitos não críticos, a entidade inspectora deve
notificar o promotor da inspecção para, dentro do prazo máximo de três meses, proceder à sua
correcção, após a qual deve realizar nova inspecção.
As intervenções de correcção das anomalias devem ser realizadas, em todos os casos, por
uma entidade instaladora ou montadora credenciada pela DGE.
Se não forem detectadas " não conformidades " em nenhuma das fases da vistoria, esta
completar-se-á com a execução do ensaio de estanquicidade.
Dado que o Art.º 63.º da Portaria n.º 361/98 estipula que os ensaios de resistência mecânica só
terão lugar no caso de troços cuja pressão de serviço seja superior a 0,4 bar, valor acima do
máximo preconizado para instalações de gás ( a menos que se trate do abastecimento de
equipamentos especiais que requeiram pressões de funcionamento elevadas ), optou-se por
apenas se descrever o procedimento para os ensaios de estanquicidade.
Sempre que necessário, os ensaios de resistência mecânica deverão ser executados nos
moldes previstos no Art.º 64.º da Portaria n.º 361/98.
• Fluido de ensaio: ar comprimido, azoto ou o gás que vai ser abastecido. A utilização de
azoto ou de ar obriga à purga da instalação no final do ensaio;
• Pressão de ensaio: 1,5 vezes a pressão de serviço, com um mínimo de 1 bar, excepto a
jusante do último andar de regulação em que a pressão de ensaio deve ser de 150 mbar;
• Manómetros: deverão ser do tipo Bourdon, ter divisões de 5 mbar e possuir certificado
válido como sendo de incerteza máxima de 0,5 %:
T2 + 273
P2 = [ ( P1 + 1,01325 ) × ] − 1,01325
T1 + 273
com:
Uma vez concluída a inspecção à instalação, de acordo com o Art.º 12.º do Dec. Lei n.º 521/99
e do Art.º 5.º da Portaria n.º 362/2000, a empresa distribuidora só pode iniciar o abastecimento
quando na posse do termo de responsabilidade da entidade instaladora e depois da entidade
inspectora ter procedido a uma inspecção das partes visíveis, aos ensaios de estanquicidade
da instalação, verificação das condições de ventilação e evacuação dos produtos de
combustão, por forma a garantir a regular utilização do gás em condições de segurança.
2 REDES DE TRANSPORTE
2.1 GENERALIDADES
Por detrás deste conceito simplista, existem factores complexos que são determinantes do tipo
de transporte a ser adoptado. O potencial da reserva e a capacidade de produção de energia
são condicionantes primordiais do abastecimento, enquanto que a capacidade de absorção
dessa energia por parte do mercado consumidor é o factor mais relevante do lado da procura.
No entanto, qualquer deles não pode ser calculado de forma determinística, pois estão sujeitos
a variações que podem ser previsíveis ou não. Assim, por dependerem de cálculos
probabilísticos, os projectos de dimensionamento de transporte de energia poderão estar
ocasionalmente super ou sub-dimensionados.
Este problema pode ser solucionado através da escolha de um modelo energético adequado
ou de programas de utilização racional da energia ou, ainda, por meio da aplicação de tarifas
diferenciadas segundo o tipo de energia empregado, os volumes consumidos, os horários e/ou
as estações do ano, etc..
O transporte do Gás Natural apresenta certas peculiaridades por se tratar de uma forma de
energia tanto primária, quando utilizado, por exemplo, como matéria prima para a indústria
petroquímica ou de fertilizantes ou como redutor siderúrgico, como secundária, quando
empregado como combustível.
O transporte do gás por meio de gasodutos é hoje amplamente difundido nos países
industrializados, constituindo verdadeiras artérias que transportam um considerável volume de
energia.
No caso de previsões de consumo a médio e a longo prazos, o risco ainda é maior e cresce
com os períodos mais longos visto basearem-se, geralmente, em premissas subjectivas cuja
ocorrência possui um certo grau de incertezas.
Todo o problema de transporte e de distribuição poderá ter diversas soluções mas a que mais
influencia a decisão a adoptar é sempre a solução económica. É, pois, esta solução que se
deve procurar no plano teórico a fim de se poder aproximar, na medida do possível, à solução
ideal para a adopção definitiva de um projecto.
2.2 CONCEPÇÃO
2.2.1 INTRODUÇÃO
• Peças Desenhadas
Os troços a considerar deverão ser o mais rectilíneos possível, o que do ponto de vista
hidráulico, é o traçado mais económico.
Um reconhecimento prévio dos terrenos permite levantar as características reais dos rios,
estradas, etc., o que possibilita desenhar vários traçados alternativos e o correspondente
estudo em função da natureza das regiões.
A proximidade de construções não oferece nenhum perigo se for respeitada uma distância
suficiente entre os gasodutos e os obstáculos de forma a que se possam executar as tarefas
de manutenção ou reparação.
;
NOTA: As pressões referidas no texto, sem qualquer outra indicação, são pressões
relativas.
2.2.4 MATERIAIS
1. Normalização
Os tubos de aço a utilizar em instalações de gás podem ser com ou sem costura. Contudo, a
utilização de tubos com costura implica a verificação das duas seguintes condições:
• a qualidade do aço ser adequada à sua utilização em canalizações de gás, de acordo com
as normas técnicas aplicáveis:
• as costuras dos tubos serem examinadas a 100% por um método de ensaio não destrutivo,
RX, ultra-sons ou electromagnético, tipo “Eddy Current Test”, exame este que terá de ser
posterior ao ensaio de pressão interior, não sendo admissíveis defeitos de soldadura.
A Portaria n.º 361/98 estipula que os tubos de aço sejam conforme a Norma Portuguesa EN
10208-1 ou outra tecnicamente equivalente.
a) A densidade da população;
Para se obter a densidade de edifícios por quilómetro, apenas são contabilizáveis os imóveis
susceptíveis de serem ocupados por pessoas, situados no interior de uma faixa de terreno com
0,4 km de largura para cada lado do eixo do traçado da tubagem projectada e 1 km de
comprimento.
Pela categoria 1 são abrangidos os locais nos quais a densidade de edifícios por 10 km seja
inferior a 8 e a densidade de edifícios por quilómetro inferior a 13.
b) Tráfego intenso;
DIMENSIONAMENTO
2.3 DIMENSIONAMENTO
− Os cálculos físicos (ou análise) que têm por fim determinar os diâmetros e a perdas de carga
nos nós depois de conhecidos e situados geograficamente os débitos necessários, numa rede
existente numa determinada situação ou comportando diversos projectos de reforço ou num
projecto de rede nova.
Quaisquer que sejam os cálculos que se tenham de efectuar numa rede de transporte ou de
distribuição, é necessário conhecer:
- Cálculo das quantidades de gás a transportar desde a origem até ao terminal - O seu
quantitativo é determinado conforme se descreveu nas previsões de consumo;
Elemento
Composição A B C
Volume (%) a b c
Peso molecular MA MB MC
Temperatura crítica (ºK) TCA TCB TCC
Pressão crítica (kgf/cm2) PCA PCB PCC
Viscosidade dinâmica (µ) µA µB µC
Outras características:
Pm =
2
3
[ P - P2
(P1 + P2) - 1
P1 + P2
]
em que P1 e P2 são pressões absolutas, expressos em bar.
Temperatura de calculo
Temperatura reduzida =
Temperatura critica
Do mesmo modo:
Pressao de calculo
Pressão reduzida =
Pressao critica
P
Z=1-
500
2ε
Z=αP−
3.ª - Uma outra fórmula que dá uma boa aproximação para P < 60 bar:
1
Z=
1 + J(t) P
P sendo pressões absolutas, expressas em bar, J(t) × 103 tomando os valores 2,65, 2,04 e 1,65
para t = 0º C, 15º C e 30º C, respectivamente..
1 P1
γ = γo × × × To
Z1 Po T1
Z1 = 1
Po = P1 = 1 atmosfera = 1,033 kgf/cm2
To = 273 ºK
T1 = Temperatura do gás.
µ = a µA + b µB + c µC
µ
ν=
γ
em que:
354 × Q × Z m
D2 =
Pm × V
em que:
A relação entre o limite elástico e a resistência à rotura do metal dos tubos não deve exceder
0,85 ( Art.º 11.º da Portaria N.º 390/94 de 17 de Junho).
Q
Re = 354 ×
D × νo
em que:
Q - Caudal em m3(n)/h;
D - Diâmetro interior em m;
νo - Viscosidade cinemática nas condições do projecto em cSt.
- Cálculo do coeficiente de atrito (f) - Este coeficiente é calculado pela fórmula empírica de
Colebrook:
1
1
= -2 log [ ε
+
2,51
]
f 3,7 D Re f
- Cálculo das perdas de carga - Existem diversas fórmulas para a determinação das diferenças
de pressão entre dois pontos, quer em baixas quer em médias pressões.
Normalmente, as médias e altas pressões entre dois pontos obtêm-se pela diferença
quadrática das pressões absolutas iniciais e finais, podendo ser encontrada, entre outras, por:
em que:
Ho Ts Z s
Qs = Qo . . .
H1 To Z o
Qo - Valor conhecido;
Ho = H1 = 1 atmosfera;
Ts = 273 + 15 = 288 ºK;
To = 273 ºK;
Zs = Zo = 1.
Para que esta estrutura seja a mais económica, demonstra-se que ela deve satisfazer as
condições necessárias seguintes:
2.ª Todas as estações de recompressão, sem excepção, comprimem o gás, qualquer que seja
o caudal, à pressão máxima de serviço admitida para as canalizações.
3.ª Todas as estações de recompressão são equidistantes, pelo que a pressão de aspiração
e a taxa de recompressão são as mesmas para todas as estações.
Conhecida a perda de carga, determinada como acima se referiu, dois casos podem acontecer:
1.º A perda de carga quadrática de cálculo (encontrada) é menor do que P12 - P22 ;
2.º A perda de carga quadrática de cálculo (encontrada) é maior do que P12 - P22 .
Neste último caso ter-se-á de considerar a colocação de uma ou mais estações de compressão
intermédias. Para isso, dever-se-á proceder da seguinte forma:
P12 - P22
Le = km
j
A estação intermédia situa-se a L - Le.
A perda de carga total será, portanto: ∆P2Total = Perda de carga de cálculo = ( P12 - P22 ).
Se a perda de carga de cálculo > ( P12 - P22 ) é necessário prever mais do que uma estação
intermédia, pois a pressão final é dada por:
Assim, teremos:
L - Le
P12 - P22 = ×j
2
donde
L - Le
P2 = P12 − ( 2
× j)
Q s . Po . Tm . Z m
V m/s =
3600 . S . HM . To . Z o
em que:
Q . γ . Had
P=
75 . 3600 . η ad
em que:
A espessura do tubo calcula-se pela fórmula definida no n.º 1 do Artigo 24.º da Portaria 390/94
de 17 de Junho:
P × D
e=
2 × E × F - P
sendo:
2.4.1 INTRODUÇÃO
Pretende este capítulo compilar um conjunto de preceitos técnicos que constituam um auxiliar
para o Projectista durante a fase de elaboração do projecto assim como para os técnicos
executantes, durante a fase de colocação em obra.
De qualquer modo, na execução dos gasodutos de transporte de gás deverão ser adoptadas
todas as disposições da Portaria n.º 390/94, “Regulamento Técnico Relativo ao Projecto,
Construção, Exploração e Manutenção de Gasodutos de Transporte de Gases Combustíveis”.
De acordo com os Art.º n.ºs 32.º, 33.º, 34.º, 35.º, 36.º e 37.º da Portaria n.º 390/94 a instalação
das tubagens no subsolo devem cumprir os seguintes preceitos:
2. Sempre que a natureza do terreno possa ser considerada agressiva para a tubagem,
deve ser instalada sobre uma camada de areia doce ou material equivalente,
uniformemente distribuído no fundo da vala, com uma espessura mínima de 0,1 m.
5. Os troços da tubagem, ao serem colocados nas valas, devem ser obturados com
tampões provisórios, a retirar quando da sua interligação, ocasião em que se verificará
da inexistência de corpos estranhos no seu interior.
2.4.3 PROFUNDIDADE
Fig. 2.4.1
Distâncias mínimas em percursos paralelos
Fig. 2.4.2
Distâncias mínimas em cruzamentos
Quando não for possível respeitar esta distância mínima, a tubagem de gás deve ser instalada
no interior de uma manga de protecção, prolongada, para ambos os lados do ponto de maior
proximidade, de um mínimo de:
Nas travessias das vias férreas, cursos de água ou estradas, devem as tubagens ser
instaladas com uma manga de protecção de resistência adequada aos esforços a que vai ser
submetida, em toda a extensão de travessia.
Fig. 2.4.3
Perfil-tipo do enchimento
MANUAL TÉCNICO DE REDES DE GÁS 88
Versão digital 2003
2.4.6.1 S0LDURA
API 6D: Specification for steel gate, plug, ball and check valves for pipelines service.
API std 1104: Standard for welding pipelines and related facilities.
As soldaduras devem ser controladas a 100%, por exames radiográficos ou por outros meios
não destrutivos, com interpretação dos resultados feita por um técnico certificado.
O metal de adição a usar nas soldaduras deve corresponder às características do aço dos
tubos a soldar.
A ligação dos diversos elementos constituintes do gasoduto, designadamente tubos,
acessórios de ligação e dispositivos diversos, deve ser realizada, no decorrer da construção,
por meio de soldadura eléctrica topo a topo, quando se trate de tubagem enterrada.
As soldaduras topo a topo devem ser executadas com os topos dos tubos devidamente
chanfrados.
Os tubos de aço com costura longitudinal ou helicoidal devem ser ligados entre si por forma
que as respectivas soldaduras fiquem desfasadas.
2.5 ENSAIOS
Antes de entrarem em serviço, devem as tubagens ser submetidas aos ensaios de resistência
mecânica e de estanquidade em todo o seu comprimento, de uma só vez ou por troços, depois
de adoptadas as adequadas precauções tendentes à garantia da segurança de pessoas e
bens.
Os ensaios dos troços de tubagem a colocar dentro de mangas de protecção devem ser feitos
separadamente, com o tubo fora destas, antes da montagem no local.
Deve proceder-se à medição contínua das pressões e temperaturas durante todo o ensaio,
com o auxílio de aparelhos registadores e de um indicador de pressão calibrado, para as
leituras inicial e final.
Os valores das pressões devem ser corrigidos tendo em conta variações das temperaturas, do
fluido utilizado no ensaio, da parede do tubo, do terreno ou do ambiente.
O ensaio propriamente dito só deve começar após ter sido atingido o equilíbrio de temperaturas
o que exige um período de condicionamento prévio,
A prova de resistência mecânica deve ser efectuada de acordo com as condições referidas no
quadro seguinte:
Nos casos referidos nas alíneas anteriores, a prova de resistência será efectuada com ar a
uma pressão igual ao produto de 1,1 pela pressão de serviço máxima.
Os ensaios de resistência terão a duração mínima de seis horas, à pressão máxima de ensaio.
No caso em que o ensaio tenha sido efectuado com água, o ensaio de estanquidade deve ser
feito com ar ou com gás.
O ensaio de estanquidade pode também ser realizado com água, devendo, neste caso, a
pressão situar-se entre os limites fixados para os ensaios de resistência mecânica efectuados
com água, para a categoria do local de implementação correspondente, de acordo com o
quadro da prova de resistência mecânica.
Se o ensaio de resistência for feito com ar ou com gás, o ensaio de estanquidade deve ser feito
com o mesmo fluido à pressão de serviço máxima.
Os ensaios de estanquidade devem ter a duração mínima de seis horas, depois de estabilizada
a temperatura do fluido.
Deve ser elaborado um relatório de cada ensaio, da rede ou de qualquer dos seus troços, do
qual constem as seguintes indicações:
e) Conclusões;
f) Observações particulares.
As concessionárias devem dispor de meios humanos, técnicos e materiais que lhes permitam
assegurar o cumprimento do disposto no parágrafo anterior e intervir com a necessária rapidez
e eficácia.
A concessionária deve dispor de, pelo menos, um serviço de atendimento permanente para
receber informações, quer do seu pessoal quer de estranhos, relativas a eventuais anomalias
nas tubagens.
Deve ser impedido o acesso de estranhos à concessionária a troços visíveis dos gasodutos.
Quando se usarem vedações para este efeito, devem as mesmas ter, pelo menos, 1,8 m de
altura.
A introdução do gás combustível nas tubagens deve ser feita de modo a evitar-se a formação
de misturas ar-gás.
Para assegurar a separação dos dois fluidos deve ser feita a introdução prévia de um tampão
de azoto ou de equipamento de limpeza e inspecção (pig).
2.5.3 INSPECÇÃO
a) A que tem por objectivo a detecção de danos causados por terceiros − tipo A − a qual pode
ser efectuada por meios aéreos, veículos terrestres ou a pé.
b) A que tem por objectivo a detecção de possíveis anomalias − tipo B − a qual deve ser feita
a pé.
Categoria 1 e 2 3 4
da localização
Tipo A ...................... Meio ano Meio ano Meio ano
Tipo B ...................... Dois anos Um ano Um ano
Fugas ...................... Seis anos Quatro anos Quatro anos
Nos troços submersos e aéreos os intervalos entre inspecções e detecção de fugas ficam ao
critério das concessionárias, não podendo, porém, exceder três anos.
CAPÍTULO 1
GENERALIDADES
3 REDES DE DISTRIBUIÇÃO
3.1 GENERALIDADES
- Categoria B.P. (baixa pressão): redes que funcionam a pressões sensivelmente próximas das
pressões relativas necessárias à entrada dos aparelhos de utilização. O seu valor não
ultrapassa os 50 mbar;
- Categoria M.P.A. ( média pressão A): redes funcionando a pressões compreendidas entre 50
e 400 mbar, fornecendo gás às redes de baixa pressão (aos clientes) por intermédio de
redutores de pressão;
- Categoria M.P.B. (média pressão B): redes funcionando a pressões compreendidas entre 0,4
e 4 bar, fornecendo gás às redes de pressão inferior ou directamente a grandes consumidores
por intermédio de redutores de pressão;
- Categoria M.P.C. (média pressão C): redes funcionando a pressões superiores a 4 bar
(geralmente pressões compreendidas entre 4 e 19 bar), fornecendo gás às redes de pressões
inferiores e a consumidores importantes por intermédio de redutores de pressão.
- em antena;
- em malha fechada com um único ponto de emissão
- em malha ou em antena com vários pontos de emissão.
- Redes secundárias: Estas redes são alimentadas por um ou vários postos redutores de
pressão, assegurando o gás de trânsito nos nós de onde partem as canalizações a jusante.
Estas canalizações podem, também, fornecer gás às instalações de clientes, tendo, portanto, a
dupla função de transporte e de distribuição do gás. São normalmente malhadas e em M.P.B.
São, portanto, limitadas a montante pelas estações ou postos de redução da rede primária e a
jusante pelos postos de redução para as pressões da rede terciária.
- Redes terciárias: As condutas destas redes servem apenas para alimentarem os utilizadores.
Elas têm origem nos nós da rede secundária. São normalmente em B.P. e nunca são
malhadas.
Estas redes são limitadas a montante pelos postos de redução da rede secundária e a jusante
pelas tomadas de ramais dos consumidores.
O quadro seguinte indica a gama de pressões utilizadas para cada tipo de rede.
3.2 CONCEPÇÃO
3.2.1 INTRODUÇÃO
No presente capítulo pretende-se proceder a uma análise detalhada da morfologia das redes
de distribuição de gás mais comuns.
• Local da instalação;
• Regimes de pressão;
• Materiais a utilizar;
Segundo a Portaria n.º 386/94, as redes de distribuição devem ser dimensionadas para
funcionarem com gás natural e todas as tubagens, acessórios e válvulas devem ser previstos
para a pressão de serviço máxima de 4 bar.
NOTA: As pressões referidas no texto, sem qualquer outra indicação, são pressões
relativas.
Todos os componentes de uma rede de distribuição devem ser fabricados com materiais que
garantam condições de funcionamento e segurança adequadas à sua utilização e que
obedeçam aos requisitos das normas aplicáveis
Devem ser tidas em conta as solicitações mecânicas possíveis e os efeitos químicos, internos
e externos, sempre que haja ligação de tubagens de diferentes materiais.
• índice de fluidez compreendido entre 0.4 e 0.8 g/10 min, determinado em conformidade
com a ISO 1133, condição 5 à temperatura de 190º C, com a carga de 5 kg.
Fig. 3.2.1
O Ramal de Alimentação (1) , parte integrante da Rede de Distribuição e, como tal, executado
pela Empresa Distribuidora, conduz o gás até à instalação que, de acordo com o estipulado no
Art.º 3.º da Portaria 361/98, tem início na Válvula de Corte Geral, localizada no interior da caixa
de entrada.
3.3 DIMENSIONAMENTO
3.3.1 INTRODUÇÃO
O dimensionamento das tubagens num projecto de rede de distribuição de gás é uma matéria
que não encerra qualquer complexidade teórica. No entanto, para o cálculo dos caudais de
simultaneidade, recomenda-se a utilização do método proposto pela Association Technique de
L'Industrie du Gaz en France, exposto no "Manuel pour le Transport et la Distribution du Gaz",
evitando-se, assim, resultados muitas vezes díspares e contraditórios pelo facto de serem
métodos empíricos e adaptados às necessidades de cada país.
Optou-se por tratar esta matéria com a seguinte sequência:
1. Princípios fundamentais para o dimensionamento (formulário para o cálculo dos caudais a
imputar aos vários equipamentos de queima, caudais de simultaneidade, perdas de pressão
devido ao escoamento, variações de pressão devido à altitude, velocidades de escoamento,
etc.);
2. Algoritmo-base para o dimensionamento (aplicado na elaboração de uma folha de cálculo,
método normalmente utilizado pelos projectistas para o dimensionamento);
− Consumos domésticos:
• uso e cozinha e águas quentes;
• uso de aquecimento.
− Consumos comerciais:
• usos comerciais;
• aquecimento de locais.
b) das perdas que são devidas às fugas técnicas na rede e nos ramais e aos erros de
contagem e diversos.
Para os consumos:
− Número de dias de utilização por ano: dc
Consumo anual C
dc = = a
Consumo do dia de maior consumo Cd
Consumo anual C
Hc = = a
Consumo da hora de maior consumo no dia de maior consumo Ch
Tipo de Alojamento T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8
N.º de Ocupantes 2 3 4 5 6 7 8 9
Água quente 1 200 1 500 1 800 1 980 2 150 2 280 2 400 2 580
Tipo de alojamento T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8
Vivendas………………… − − 11 12 1 3,50 15 16,5 18
ApaApartamento em
imóvel colectivo:
Aquecimento individual…. 2 3 4 5 6 7 8 9
Aquecimento colectivo….. 2,3 3,5 4,6 5,7 6,9 8 9,2 10,5
Se alguns apartamentos não forem utilizados de maneira contínua, convém aplicar a estes
consumos um coeficiente de ocupação inferior a 1.
temperatura de contagem.
Os erros de contagem são proporcionais às emissões e são da ordem dos 1,5 a 3% destas.
1
Admite-se, sob reserva de confirmação, que o consumo diário é igual a do consumo anual
260
médio afectado dos coeficientes de utilização.
Os consumos diários de ponta sem aquecimento, Cd, determinam-se a partir dos consumos
anuais, Ca, afectado de um número de dias de uso, Dc, segundo a categoria de utilização.
Ca C
Recordemos que: Dc = ou Cd = a
Cd Dc
Consumos C.S.P.F.
MANUAL TÉCNICO DE REDES DE GÁS 103
Versão digital 2003
em que
Cd = Consumo horário máximo por consumidor para cozinha e água quente;
Cc = Consumo horário máximo por consumidor para aquecimento.
N = Número de consumidores.
Cd e Cc obtêm-se dividindo os consumos diários por 10 e 18, respectivamente.
Cmd = Consumo instantâneo máximo provável dos aparelhos de cozinha e água quente do
consumidor melhor equipado;
Cmc = Consumo instantâneo máximo provável dos aparelhos de aquecimento do consumidor
melhor equipado.
Ch = (A + B + 0,75 D)
com:
A = 20 termias/hora se existir um esquentador com 320 ou 380 militermias/minuto;
= 8 termias/hora nos outros casos;
B = 4 C 0,75;
C = n1 + n2 + 0,5 n3 + 1,5 n4 + 2 n5
em que:
n1 = Número de fogões;
n2 = Número de esquentadores de 125 mtermias/minuto;
n3 = Número de máquinas de lavar;
n4 = Número de esquentadores de 200 mtermias/minuto;
n5 = Número de esquentadores de 320 ou 380 mtermias/minuto;
D = Consumo nominal total dos aparelhos de aquecimento.
Nestas condições, para a determinação dos caudais dos diversos troços é normal aplicar a
fórmula já referida para as redes de utilização, tendo em conta os mesmos coeficientes de
simultaneidade.
48,6 × dc × L eq × Q 1,82
P12 - P22 = (3)
D 4,82
com:
P1 - Pressão absoluta inicial (bar);
P2 - Pressão absoluta final (bar);
Leq - Comprimento do troço acrescentado de 20 % para compensação das perdas
de carga localizadas (m);
dc - Densidade corrigida do gás, de acordo com o Quadro 3.3;
dr - Densidade relativa ao ar (adimensional);
Q - Caudal que circula no troço (m3/h);
D - Diâmetro interior da tubagem (mm).
dr 0,65 1,5
dc 0,62 1,16
Γ 22300 72000
− 0,20
0,22
dc = dr ×
ν
ρVD
ℜ=
υ
3 537 Q Q
ℜ= = Γ
υ0 D D
em que:
Pe é a pressão absoluta de emissão;
Pr é a pressão absoluta à entrada dos redutores de edifício.
354 × Q
v =
( D 2 × Pm )
com:
v - velocidade do gás (m/s);
Q - caudal do troço [m3 (st)/h];
D - diâmetro interno da tubagem (mm);
Pm - pressão absoluta média do gás no interior da tubagem (bar).
Os diâmetros mínimos a adoptar nas tubagens de redes de distribuição varia conforme a zona
concessionada.
Assim, na área de concessão da Setgás e da Lusitaniagàs o diâmetro mínimo, em polietileno, é
de DN 63. Na área da Lisboagás, Tagusgás e Beiragás, o diâmetro mínimo é de DN 40, pelo
que se deverá consultar a empresa distribuidora antes de se iniciar a elaboração de qualquer
projecto.
j=
(3 + 1,01325 )2 − (1,5 + 1,01325 )2 (bar 2 /m)
Leq max
48,6 × d c × Q1,82
Dcalculo = 4 ,82 (mm)
j
normas em vigor;
Q1,82
PB = ( PA + 1,01325) 2 − 48,6 × Leq × d c × 4 ,82 − 1,01325 (bar )
DInt
10- Determinar a Pressão Final Corrigida (PBc) de cada troço, considerando a perda de
carga devida à altura:
0,1293 × (1 − d r ) × LVertical
PBc = PB + (bar )
1000
∆P = PA − PBc (bar)
354 × Qsimultaneidade
v= 2
(m / s )
DInt × PMedia
P ( PA +1,01325 ) + ( PBc +1,01325 )
Media = 2
(bar)
PA e PBc (bar)
14- Verificar se a velocidade em cada troço é inferior a 15 m/s: Se tal não suceder, subir
DIMENSIONAMENTO:
Cálculos :
Rede de Distribuiçã o
0,75
Troço N S Q Comprimentos (m) Mat. Diâmetros (mm) Pressões (bar) δP V
Nó Inícial Nó Final (m³/ h) Real Equiv. Vert Calc. Int. Com. Inicial Final Fin.corr. (bar) (m/ s)
1 2 1,00 151,89 500,0 600,0 0 Pead 38,86 51,4 63 2,500 2,3611 2,3611 0,139 5,91
2 3 1,00 83,56 150,0 180,0 0 Pead 31,01 32,6 40 2,3611 2,2299 2,2299 0,270 8,41
3 4 1,00 69,81 100,0 120,0 0 Pead 28,98 32,6 40 2,2299 2,1649 2,1649 0,335 7,24
4 5 1,00 39,93 200,0 240,0 0 Pead 23,47 26,0 32 2,1649 2,0203 2,0203 0,480 6,73
5 Fina l 1,00 14,51 120,0 144,0 0 Pead 16,01 20,4 25 2,0203 1,9747 1,9747 0,525 4,10
2 6 1,00 68,33 200,0 240,0 0 Pead 30,72 32,6 40 2,3611 2,2400 2,2400 0,260 6,87
6 7 1,00 43,93 100,0 120,0 0 Pead 26,00 32,6 40 2,2400 2,2123 2,2123 0,288 4,52
7 8 1,00 41,54 250,0 300,0 0 Pead 25,46 26,0 32 2,2123 2,0195 2,0195 0,481 6,95
8 Fina l 1,00 30,97 100,0 120,0 0 Pead 22,79 26,0 32 2,0195 1,9725 1,9725 0,528 5,39
O método de Hardy-Cross, dito de “igualização de cargas”, consiste em, primeiro que tudo, dar
aos débitos, nos diferentes troços, valores tais que se verifiquem a primeira lei e as condições
do problema relativo aos consumos e ao fornecimento de fluido nos diferentes pontos.
Assim, considere-se a malha ABC da rede da figura anterior. À partida, as equações nos nós
serão:
QA = Q1 + Q2
Q1 + Q3 = QB + Q5
Q2 = QC + Q3 + Q4
em valor absoluto.
Em seguida, toma-se sucessivamente cada malha da rede e junta-se um aumento de débito
constante dQ, positivo ou negativo, em todos os troços desta malha (o que faz com que a
primeira lei continue a verificar-se) de maneira a verificar-se a segunda lei.
O cálculo da correcção dQ é a seguinte:
H = R.f(Q)
dH = H’dQ
ΣH + ΣH' dQ = 0 (1)
donde
Q 22 L 2
dQ = −
D 25
Procede-se, assim , sucessivamente para todas as malhas da rede. Contudo, como estas
malhas têm partes comuns que se influenciam mutuamente, o equilíbrio não é obtido senão
depois de um certo número de operações sucessivas.
Consiste em considerar estas correcções como incógnitas que se calculam simultaneamente
resolvendo um sistema de equações em vez de se calcular sucessivamente as correcções a
adicionar aos débitos ao longo das diferentes malhas
Q 1,82
∆ P 2 = 48,6 × dc × L × bar 2
4,82
D
Q 1,82
∆P = 23200 × dc × L × mbar
D 4,82
H = R Q1,82
e, por consequência,
ΣH +1,82 Σ H dQ = 0
Q
ou
Σ H dQ = − ΣH
Q 1,82
Emissão: Consumos:
Admitamos que as emissões nos dois pontos A e E se repartem igualmente entre os dois
ramos AD e AB por um lado e ED e EF por outro.
Admitamos, igualmente, que o débito ao longo de BC é nulo. Estas duas hipóteses são
suficientes para se obter uma repartição aproximada do débito em todos os troços.
MANUAL TÉCNICO DE REDES DE GÁS 114
Versão digital 2003
∆P2/Q
Compri-
Y Y-z
z z-y z–x
Estudo Estudo Estudo
BC 1.000 400 0 0 0
CD 1.200 400 -8.000 -0,1318 0,000016475
Estudo:
Equação da Malha 1:
0,2494
(0,000070574 + 0,000016475) x − 0,000016475 z = −
1,82
Equação da Malha 2:
0,2453
(0,000028117 + 0,000043067) y − 0,000043067 z =
1,82
donde
x − z = − 2006,374 − (−2283,453) = 277,079
z − x = − 277,079
y − z = 511,89494 − (−2283,453) = 2795,3479
z − y = −2795,3479
Correcção1:
Malha 1:
Troço AD: Caudal = 15.000 m3/h + (− 2006,374) = 12.993,626 m /h
3
Malha 2:
Troço DE: Caudal = − 10.000 m3/h + 511,89494 = − 9.488,10506 m /h
3
Malha 3:
Troço DF: Caudal = 7.000 m3/h + (− 2.795,3479) = 4.204,6521 m /h
3
Y Y-z
z z-y z-x
Correcção 1 Correcção 1 Correcção 1
Equação da Malha 1:
0,0021
(0,000069617+ 0,000017812) x − 0,000017812 z = −
1,82
Equação da Malha 2:
0,0367
(0,000028347 + 0,000028355) y − 0,000028355 z =
1,82
Equação da Malha 3:
0,0485
− 0,000017812 x − 0,000028355 y + (0,000028441 + 0,000028355 + 0,000017812) z = −
1,82
Correcção 2:
∆P2/Q
Y Y-z
∆P2/Q
Compri-
Cada depósito com um volume geométrico de V (m3) só se deve encher até cerca de 0,85
como máximo, para deixar 15% como segurança, e do gás, no seu estado líquido, apenas
podemos considerar útil 80%, para deixar uma reserva mínima de 20 %.
Assim, se tomarmos como densidade absoluta do propano no estado líquido 510 kg/m3, obtém-
se a capacidade:
e simplificando:
V(m 3 ) × 346,8
A =
Consumo (kg / dia)
Determinação da autonomia:
(11,1 x 0.85 x 0,80 x 510) / 238 ≈ 16 dias
Suponhamos um reservatório contendo GPL com a massa líquida em equilíbrio com a massa
gasosa. O líquido, por efeito do calor absorvido, passa ao estado de vapor seco não saturado.
Quando fica submetido a uma determinada pressão, o vapor equilibra-se com o líquido até que
não se verifique vaporização. Esta pressão é chamada, como sabemos, a “tensão do vapor”.
Esta transformação ou mudança de estado, de líquido para gás ou vapor, exige a absorção de
uma determinada quantidade de calor. Esta quantidade de calor é chamada o “calor latente de
vaporização”, em kcal/kg; que é variável com a temperatura.
Para o valor da transmissão do calor através da chapa dos reservatórios, determinado por
métodos experimentais, a quantidade de calor que designaremos por “q”, terá como dimensões
as kcal por metro quadrado da superfície do depósito em contacto com o líquido capazes de
atravessar a chapa por unidade de tempo e pela diferença das temperaturas, em º C, do
exterior e da massa do líquido [kcal/h.m2.(ta - tp)º C].
O “Manuel pour le stochage du propane”, citando experiências americanas, dá o valor de q =
10 kcal/h.m2.(ta - tp)º C à pressão de utilização, melhorando a vaporização com o vento, como é
óbvio.
Este valor de q, multiplicado pela superfície molhada pelo líquido: Sm = S . n, sendo S a
superfície total ou geométrica do depósito em m2 e n um factor proporcional à superfície
molhada e que toma o valor de n = 0,34 para um enchimento de 20%, n = 0,41 para 30% de
enchimento e n = 0,61 para um enchimento de 60% .
Para o calor latente de vaporização, c, como se referiu anteriormente, os valores são variáveis
com a temperatura. O gráfico correspondente dá os valores de “c” para as diversas
temperaturas.
Resolução:
Do gráfico das tensões determina-se o valor da temperatura do propano para uma pressão de
saída de 1,5 kg/cm2, pelo que teremos:
tp = -20º C
Do gráfico dos calores latentes vem, para uma temperatura de -20ºC: c = 95,7
Para um enchimento de 20% vem n = 0,34.
MANUAL TÉCNICO DE REDES DE GÁS 121
Versão digital 2003
ou seja,
Q = q . S . n . ( t a - t p ) kcal/h
Se para cada kg de propano líquido se absorve c kcal, a quantidade que se poderá vaporizar,
será:
1
kg/h
2 6 0
E=
[ ( )]
10 × 20 × 0,34 × -5 - -20
= 10,66 kg/h
95,7
Resolução:
Do gráfico das tensões determina-se o valor da temperatura do propano para uma pressão de
saída de 1,0 kg/cm2, pelo que teremos: tp = -27º C
Determinação da superfície:
Da tabela:
3
Volume (m ) Comprimento (m) Diâmetro (m)
4,48 4,20 1,21
7,48 4,60 1,51
11,2 7,00 1,51
22,2 9,10 1,81
E =
( )
q. S.n. t a − t p kcal / h
kg/h
c kcal / kg
O valor de “ c” para uma temperatura de -27ºC é , segundo o gráfico anexo, de 110 kcal/k
Substituindo pelos valores, a vaporização natural será:
E=
[
10 × 35,35 × 0,61 × 10 - -27 ( )] = 72,53 kg/h.
110
Resolução:
Do gráfico das tensões determina-se o valor da temperatura do propano para uma pressão de
saída de 1,0 kg/cm2, pelo que teremos: tp = -27º C
Para um enchimento de 30% vem n = 0,41.
Calor latente de vaporização para uma temperatura de -27ºC = 97 kcal/kg.
c. E 97 × 47
S = = = 30,05 m2
q . n. (t a - t p ) [
10 × 0,41 × 10 - (-27) ]
Pela consulta da tabela:
a) Depósitos com fundo semi-elíptico
3 2
Volume (m ) Comprimento (m) Diâmetro (mm) Superfície ( m )
2,5 2,50 1,21 10,88
4,48 4,20 1,21 17,35
7,48 4,60 1,51 23,97
11,1 7,00 1,51 35,36
22,2 9,10 1,81 54,83
50 13,70 2,21 99,72
3 2
Volume (m ) Comprimento (m) Diâmetro (mm) Superfície ( m )
2,5 2,50 1,21 9,50
4,48 4,20 1,21 15,97
7,48 4,60 1,51 21,82
11,1 7,00 1,51 33,21
22,2 9,10 1,81 51,74
50 13,70 2,21 95,12
3.4 INTRODUÇÃO
Pretende este capítulo compilar um conjunto de preceitos técnicos que constituam um auxiliar
para o Projectista durante a fase de elaboração do projecto assim como para os técnicos
executantes, durante a fase de colocação em obra.
De qualquer modo, na execução das redes de distribuição deverão ser adoptadas todas as
disposições da Portaria n.º 386/94, “Regulamento técnico relativo ao projecto, construção,
exploração e manutenção de redes de distribuição de gases combustíveis”.
1ª - Abertura de vala;
2ª - Instalação das tubagens.
A abertura das valas para implantação da tubagem pode ser efectuada por meios manuais ou
mecânicos, sendo neste caso os trabalhos de escavação precedidos pela abertura de poços de
sondagem distanciados, por exemplo de 30 a 40 metros, de modo a evitar a danificação de
outras infra-estruturas.
O fundo das valas deve ser regularizado com eliminação de qualquer saliência de rochas,
pedras ou outros materiais que possam causar danos à tubagem ou ao seu revestimento,
quando exista.
A profundidade das valas dependerá das condições locais, do tráfego, do diâmetro da tubagem
a instalar e do material utilizado.
As tubagens serão colocadas numa profundidade mínima de 0,60 m acima da geratriz superior
do tubo.
Em casos excepcionais a tubagem pode ser instalada a uma profundidade menor do que a
indicada anteriormente, desde que não colida com outras tubagens e fique adequadamente
protegida contra cargas excessivas, nomeadamente pelo recurso à sua instalação no interior
de uma manga de protecção, de modo a garantir condições de segurança equivalente às de
um enterramento normal.
a) Sob passeios;
Os troços de tubagem, quando colocados nas valas, devem ser obturados com tampões
provisórios, a retirar aquando da interligação desses troços de tubagem, devendo verificar-se a
inexistência de corpos estranhos no seu interior.
A tubagem deve ser instalada sobre uma camada de areia doce ou material equivalente,
uniformemente distribuído no fundo da vala com uma espessura mínima de 0,10 m e
completamente envolvida com o referido material, mantendo-se a espessura mínima indicada,
em todas as direcções.
O enchimento da vala acima da camada de areia doce pode ser feito com os materiais
disponíveis da escavação, isentos de elementos que constituam eventual perigo para a
tubagem ou para o seu revestimento, quando existir.
Deve ser colocada a 0,30 m acima da geratriz superior da tubagem uma banda avisadora de
cor amarela, contendo os termos “Atenção - Gás”, bem visíveis e indeléveis, inscritos a
intervalos não superiores a 1 m.
O alinhamento de troços rectos de tubagem ao longo da vala será feito sobre suportes de
madeira, sacos de areia ou roletes.
As mudanças de direcção são realizadas a frio, por dobragem elástica, sempre que o espaço
disponível o permita, com as seguintes condições para o raio de curvatura:
Em que
R - Raio de curvatura
de - diâmetro exterior.
b) Acompanhar a tubagem de gás até uma altura de 0,60 m acima do solo, a menos que
a tubagem de gás penetre no imóvel a menor altura;
A extremidade superior do espaço anelar entre a tubagem e a manga ou bainha deve ser
obturada com um material inerte.
Quando a tubagem de polietileno penetrar na parede do edifício e nela ficar embebida deve ser
protegida por uma manga de acompanhamento que resista ao ataque químico das
argamassas.
As distâncias mínimas entre a rede de gás e as restantes redes enterradas preconizadas pela
Portaria nº 386/94 são as que se esquematizam nas duas figuras que se seguem, em
percursos paralelos e em cruzamentos.
Fig. 3.4.1
Distâncias mínimas em percursos paralelos
Sempre que possível, a distância mínima da tubagem em relação às edificações deve ser de:
a) 1,30m no caso da instalação da tubagem sob a calçada com a largura maior de 1,90m;
b) 1,10m nos demais casos.
Nos casos em que for necessário recorrer a mangas, deverá ainda observar-se o seguinte:
f) O espaço anelar entre a tubagem de gás e a manga deve ser preenchido com
areia doce peneirada. Quando tal não for possível, este espaço terá de ser
convenientemente ventilado, de modo que eventuais fugas de gás sejam
conduzidas até aos extremos da manga, os quais devem descarregar essas
fugas por forma a não constituírem perigo.
A distância mínima entre as geratrizes das tubagens de gás e das redes de esgotos, quer em
percursos paralelos, quer nos cruzamentos, não deve ser inferior a 0,50 m.
Nos troços em que não for possível respeitar esta distância a tubagem de gás deve ser
envolvida por uma manga cujas extremidades distem, pelo menos, 0,50 m da rede do esgoto.
A posição relativa das tubagens de gás e de outras tubagens deve ter em conta a densidade
do gás.
Nas figuras seguintes representam-se os perfis-tipo das valas para tubagens de gás,
respectivamente em áreas não pavimentadas (ex.: jardins), áreas pavimentadas (ex.: sob
passeios) e sob arruamentos (ex.: acessos a garagens).
Fig. 3.4.3
Perfil-tipo do enchimento em áreas não pavimentadas
Fig. 3.4.4
Fig. 3.4.5
Perfil-tipo do enchimento sob arruamentos
O enchimento da vala acima da camada de areia doce ou material equivalente pode ser feito
com os materiais disponíveis da escavação, isentos de elementos que constituam eventual
perigo para a tubagem ou para o seu revestimento, quando existir.
3.4.2.1 S0LDURA
As ligações soldadas devem ser executadas por soldadores que sejam possuidores do
Certificado de Qualificação emitido por organismo oficialmente reconhecido e da licença
emitida pela D.G.E., como previsto pelo Dec. Lei n.º 263/89 de 17 de Agosto.
Os materiais de adição deverão evidenciar a sua Qualidade através de Certificado emitido por
organismo oficialmente reconhecido.
e) Caso não seja possível respeitar o cuidado anterior, secar os eléctrodos, após o que
deverão ser de novo armazenados em estufa.
Instalação de soldadura
A máquina de soldadura constitui a fonte de energia, podendo ser de vários tipos, devendo
contudo em qualquer dos casos possuir as seguintes características:
Parâmetros de soldadura
As ligações entre tubos e entre tubos e acessórios podem ser dos seguintes tipos:
Para o corte dos tubos pode ser utilizado um corta-tubos ou uma guilhotina, não sendo
aconselhável o uso de serrote ou outro processo de corte.
Electrossoldadura
Embora se tenha desenvolvido, com uma certa rapidez, a distribuição do Gás Natural nas
zonas previamente definidas por lei, acontece que, muitas vezes, principalmente nas periferias
das zonas a abastecer, não existem as infra-estruturas necessárias ao fornecimento daquele
combustível.
Como solução deste problema, têm as empresas de distribuição substituído o Gás Natural por
Propano, fazendo logo que possível a reconversão.
..O local de implantação do reservatório de propano deve ser escolhido de modo a que
qualquer eventual derrame de gás não possa penetrar em locais onde seja possível a sua
acumulação como, por exemplo, entradas de outras canalizações, esgotos, poços, fossas, etc;
..Quando necessário deve estar equipado com passarelas e escadas fixas, não sendo
admitidos meios móveis de acesso;
..A vedação em rede metálica, com duas portas a abrir para o exterior em sentidos
opostos e uma altura de 2 m, da área afecta à zona de armazenagem e os respectivos maciços
de assentamento fazem parte da instalação;
..Deve existir um ponto de água, com o diâmetro de 1", para os reservatórios situados
em atmosfera livre, como é o caso presente, destinado à sua refrigeração;
..O reservatório deve estar equipado com um sistema de rega, na sua parte superior ,
com controle automático e manual, tendo por finalidade a refrigeração do mesmo, evitando a
subida de pressão no seu interior e o consequente disparo das válvulas de segurança em
períodos de temperatura elevada;
..Devem ser colocados extintores de pó químico seco (de acordo com a capacidade do
depósito), bem como placas avisadoras de "PROIBIDO FUMAR " ou "PROIBIDO FAZER
LUME";
Se nas inspecções forem encontradas deficiências que colidam com a legislação vigente, será
a entidade inspeccionada notificada das correcções a introduzir, não sendo emitido o
certificado de inspecção até que as correcções sejam executadas e verificadas.
Cabe ao técnico de gás que dirigir ou executar a inspecção assinar o respectivo certificado de
inspecção ou a notificação anteriormente referida.
3.5.2 ENSAIOS
Todas as tubagens, antes de entrarem em serviço, devem ser submetidas, em todo o seu
comprimento, de uma só vez ou por troços, aos ensaios estabelecidos neste capítulo.
O ensaio dos troços de tubagem a colocar dentro de mangas de protecção deve ser feito
separadamente, com o tubo fora destas, antes da montagem no local.
Os fluidos de ensaio admissíveis são o ar, o azoto ou o gás distribuído na rede, tomando as
medidas de segurança necessárias.
A pressão de ensaio deve ser igual a 1,5 vezes a pressão de serviço da tubagem, mas nunca
inferior a 1 bar.
Deve proceder-se à medição contínua das pressões e temperaturas durante os ensaios, com o
auxílio de aparelhos registadores e de um indicador de pressão calibrado, para as leituras
inicial e final.
Os valores das pressões devem ser corrigidos tendo em conta variações das temperaturas, do
fluido utilizado nos ensaios, da parede do tubo, do terreno ou do ambiente e, no caso dos tubos
de polietileno, no comportamento elástico do material.
Os ensaios só podem começar após ter sido atingido o equilíbrio de temperaturas, o que exige
um período de condicionamento prévio, nos termos estabelecidos no ponto 2.3.5.
Quando os troços a ensaiar tiverem um comprimento inferior a 500 m, o ensaio pode ser
realizado com o gás distribuído à pressão de serviço, desde que se faça a verificação da
estanquidade de todas as juntas desse troço com o auxílio de um produto espumífero.
P2 = [ ( P1 + 1,01325 ) × ] − 1,01325
T2 + 273
T1 + 273
Deve ser elaborado um relatório de cada ensaio, da rede ou de qualquer dos seus troços, do
qual constem as seguintes indicações:
e) Conclusões;
f) Observações particulares.
Os relatórios devem ser elaborados por uma entidade inspectora reconhecida para o efeito
pela Direcção-Geral de Energia.