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ERIWO YA, ERIWO YA!!!

Obi, um dos fundamentos mais importantes dentro de qualquer


culto dos Orìsás, é um fruto de tem como nome a cola amarga,
usado na industria alimentícia para a fabricação do refrigerante.
Seu nome ciêntifico é Cola Acuminata, e tem altas taxas de
cafeina e outros estimulantes, que explica seu uso, alem de
ritualistico, também o uso alimenticio dentro das comunidades da
Africa sub-saariana e Sub-Sudanesas.

Apresentação do fruto da cola amarga.

O obi (chamado também na Nigeria e Benin de Kola Nut), é tiro


com cafeína, Tobromina e dezenas de componentes estimulantes,
que auxiliam no aumento da concentração e energia corporia,
como também um potencializador sexual para os homens de meia
idade, suas folhas são antioxidantes, que ajudam a combater a
prisão de ventre e os radicais livres, e um agente de purificação
do sangue e dos rins.
CARACTERÍSTICAS E TIPOS DE OBI:

Dentro do continente africano, o Obi é chamado de: Obi, Café-do-


Sudão, Mukezu, Abajá, oribi e ritualisticamente, é chamado de Obi
Banja e Obi Abata, como existem outros tipos de Obi que iremos
abordar mais a frente.
O fruto do Obi, nasce dentro de uma especie de um cazulo, que
ao amadureçer, é colhido e usamos a polpa do fruto do Obi, que
são suas sementes.

O que usamos para consumo ou rituais, são as sementes do fruto


do Obi que estão dentro de uma casca rigida e volumosa. No total,
temos em torno da Indonesia, Brasil, Nigeria, Togo, Gana, Sudão,
Madagascar, Angola e outros paises da Africa Ocidental, um total
de 125 especies de Obis, que tem ou não usos ritualisticos, sendo
alguns somente usados para alimento.
CERIMONIAS INDIGINAS E O OBI

O obi mas usado são de duas espécies, que são o Cola Nítida e o
Cola Acuminata, que são os obis de 2 e 4 gomos. São primos e
tem grande concentração de cafeína e teobromina, e tem doses
idênticas de nutrientes, somente mudando a composição dos
gomos de seus frutos.
Possuindo um gosto amargo e com trava ao final da ingestão, por
sua grande quantidade de cafeína, é usado como oferendas,
presentes e ofertas a visitantes em centenas de tribos do Oeste
africano, Africa Sub-saariana e Costa do Marfin.

Dentro das tribos Aborígenas que compõem o grupo yoruba, se


existe um costume de compartilhar o Obi entre os presentes de
uma reunião, confraternização ou cerimonias publicas ou secretas,
visando a ideologia de quem come um fruto de mesma origem,
não poderão trair um ao outro pois compartilham de partes
idênticas dentre de si mesmo, e o ato de trair aquele individou,
seria o mesmo que trair a si mesmo, assim, o fazendo ser um
membro “pobre” da tribo, e assim, dando o direito aos lideres o
penalizar, com expulsão, sanções ou até a morte do mesmo, por
envenenamento, enforcamento ou execução pública.

Nas iniciações (ritus de vinculo com alguma divindade/deidade


africana), o consumo de Obi, tem a mesma conotação expressada
acima, onde ao ingerir o obi, se cria um vinculo, entre os
sacerdotes que ali executam a ritualista, e seus neófitos que
consomem como símbolo de aceitação e participação daquela
idile (comunidade/fraternidade).

Após ser iniciado e aceito dentro de uma comunidade, o seu


participante, frequentemente fará essa mesma cerimonia, como
renovação de vinculo com sua comunidade, como com aquela
divindade que partilha do mesmo fruto que é usado nas reuniões
dessa comunidade. Por esse motivo, ao finalizar cada culto as
divindades do panteão africano, consumidos do fruto que lhe foi
ofertado, a fim de renovar nossos votos de iniciado e adorador
daquela força espiritual.
OBI, E A OFERENDA PARA OS ORÌSÁS

Todos os Orìsás, exeto Sàngó, consomem e apreciam o obi,


entretanto, algumas divindades tem gostos por determinados tipos
de Obi, que são:

Esu: consome qualquer tipo de obi, entretanto para consultação,


pode ser usar, 1 unico Banja, 2 banjas para fazer 2 machos e
duas femeas, ou Obi Abata.

Obatala: Obatala consome qualquer Obi, entretanto, têm


preferencia por Obi afin (esverdeado), e na falto do mesmo, o uso
de Orogbo.

Orunmila Ifa: Orunmila Ifa, consome qualquer Obi que lhe é


ofertado, desde o Obi banja funfun, Obi banja pupa, Obi Abata,
Obi afin.

Oya: Oya, consome um unico obi de 2 gomos rosa ou roxo, sendo


um dos seus oraculos e seu fruto preferido, mas pode usar
qualquer obi banja para oferta-la.

Osun: Osun consome obi Abata, como Obi Banja.

Aye/Onilé/Edan: Onile consome qualquer obi, mas tem


preferência por Obi de 6 gomos, que simboliza 3 homens e 3
mulheres, sendo que ao alimentar o Are Oba/Ade Aare (a coroa
do rei), só se usa esse tipo de obi para consultar o Ifa do rei, do
Oluwo, Apena e de um lider social e político yoruba, onde
geralmente no oro finfin, se usa esse obi para os rituais do novo
Oloye Ogboni.

Aje/Olokun: Consomem Obi abata Afin (como obatala), mas em


sua falta, usam o Obi banja funfun ou qualquer um, sendo mais
usado na substituição o Orogbo.

Ogun: Ogun consome e usamos para sua consulta o Obi Banja,


Abata, entretanto seu preferido é o Obi de 3 gomos, tanto para
oraculo, como para oferecimento para o deus do ferro e da guerra.

Egungun: Egungun usa como alimento e Oraculo o Obi e o


Orogbo, sendo seu preferido o Obi, de qualquer natureza e
espécie.
OFA OBI, O OBI DE 5 GOMOS

O Obi Ofa ou Ofa Obi, é o Obi de 5 gomos, que é usado


normalmente como consulta, entretanto, só usamos 4 gomos e 1
gomo é ofertado como alimento para o Orisa ou quando
finalizamos a consulta com Obi, chamada de Obi Dida, assim,
como já explicado, fortalecendo nosso vinculo com o Orisa.

OBI NJE, O CONSUMO DO OBI RELIGIOSAMENTE

Quando finalizamos uma consulta com o Obi, para Ori, ou para


um Orìsá, devemos partilhar um pedaço do obi com os presentes,
como uma forma de presentear os mesmo, assim demonstrando
que todos ali estão reunidos, e que não revelaram para estranhos
os segredos ali expostos, somente para os presentes na
cerimonia.
Isso garante que, se ao voltar para casa, alguém que esteve
presente na cerimonia, de qualquer natureza, tentar atacar
espiritualmente qualquer pessoa que esteve no ritual, ele estará
prejudicando a ele mesmo.

OBI DIDA, O OBI COMO ORACULO

O Obi Dida é o ato de consultar uma divindade com o obi, e ali


obter respostas para perguntas frequentes, ou simplesmente,
ouvir as respostas do sagrado sobre a aceitação de uma oferenda,
perguntar sobre futuros rituais, agradecimentos e comunicação
com as divindades.
E de extrema recomendação, que periodicamente, se use o Obi
para consultação com os Orìsá, para que eles possam indicar,
sacrificios, problemas futuros ou benções próximas, para que
assim não perca nenhum ire em sua vida.

No culto de Ogun, se usam as sequintes quedas na consulta:


Okan, Etawa, Isegun, Alaafia e Oyan, sem o uso de nenhuma
tecnica de Odu ou coisa do tipo.

No culto dos outros Orìsás temos as quedas:


Okan, Etawa, Alaafia, Obi yan e Opirá.
Sobre o Autor:

Letâncio Álvaro Marinho Júnior - Apena Fatunmibi (Ifatunmibi)


Sàngódaré Aremu Efunkemi, é Olorisa, Babalawo e Apena Ogboni,
fundador da comunidade Ikumapaiy, pesquisador, estudante e
praticante da geomancia Árabe, Ifá, Afa, Afan, Fá e Efa.
Descendente da linhagem Adedo Agesinwajeifa, que é uma
ramificação da difundida linhagem Poopola, destina seu tempo
livre para estudar sobre a divinação e oráculos da antiga roda dos
escravos, a Costa do Marfim.
Formado em Tecnologia da Informação, pelo Instituto Federal de
Ciências e Tecnologias do Estado da Bahia, é um verdadeiro
apaixonado por dados binários, banco de dados e códigos de
instruções de máquinas. Ele viu no Ifá uma semelhança com o
que já praticava nas salas de aula e na sua vida profissional, pois
Ifá e muitos oráculos africanos são sistemáticos e binários,
trabalhando com linhas de 1 ou 0, formando assim dados de
acesso a informações e bancos de retorno e consultas, como uma
API full rest, que no mundo da espiritualidade podemos dizer que
é um ODU. Vendo e entendendo como funciona a sistemática do
Ifá, e que Ifá nada mais é do que um computador arcaico de
povos primitivos, da forma que é apaixonado por história, decidiu
se aprofundar e evidenciar de perto a ciência do Ifá.
No meu mundo, Ifa é o código que dá instruções as maquinas e
Odu é o banco de dados que armazena as informações,
indexações e todos os laços de dados e repetições, sobre a
historia do mundo, a política e a cultura yorubana, ewe, fon e de
dezenas de povos a qual tiveram contato com essa incrível ciência.

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