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A Oraçâo de Jesus No Horto - Liturgia - Das - Horas
A Oraçâo de Jesus No Horto - Liturgia - Das - Horas
A Oraçâo de Jesus No Horto - Liturgia - Das - Horas
“Pai, não se faça a minha vontade, mas a tua”. Esta linguagem de Jesus é causa de salvação para todo
o homem: serviu de ensinamento a todos os fiéis, inflamou todos os confessores e foi a coroa dos mártires.
Na verdade, quem poderia ter superado o ódio do mundo, o turbilhão das tentações e o terror dos
perseguidores, se Cristo, por todos não tivesse dito ao Pai: “Faça-se a tua vontade”? (São Leão Magno: PL
54, 336).
Invitatório
Ant. Vinde, adoremos o Senhor, que por nós sofreu a agonia do Getsémani.
Salmo invitatório:
Oficio de Leitura
Hino
Contempla o Verbo que desce do céu,
A palpitar de amor seu coração,
A fim de libertar a humanidade,
Do pecado de Adão.
Salmo 101(102)
Bendito seja Deus que nos consola em todas as nossas aflições! (2Cor 1,4).
II
III
PRIMEIRA LEITURA
Do Livro de Jó 3,1-26
Lamentos de Jó
1
Depois disso, Jó abriu a boca e amaldiçoou o seu dia,
2
dizendo:
3
“Maldito o dia em que nasci
e a noite em que fui concebido.
4
Esse dia, que se torne trevas;
que Deus do alto não se ocupe dele,
que sobre ele não brilhe a luz!
5
Que o obscureçam as trevas e as sombras da morte,
que uma nuvem pouse sobre ele,
e seja envolvido pela amargura!
6
Sim, que dele se apodere a escuridão,
que não se some aos dias do ano,
que não entre na conta dos meses!
7
Que aquela noite fique estéril
e não seja digna de louvor.
8
Que a amaldiçoem os que amaldiçoam o dia,
os entendidos em conjurar contra Leviatã!
9
Que se escureçam as estrelas da sua aurora,
que espere pela luz que não vem,
que não veja o despontar da aurora.
10
Por que não fechou sobre mim
a porta do ventre que me trouxe,
para esconder à minha vista tanta miséria?
11
Por que não morri desde o ventre materno,
ou não expirei ao sair das entranhas?
12
Por que me acolheu um regaço
e uns seios me amamentaram?
13
Estaria agora deitado e poderia descansar,
dormiria e teria repouso,
14
com os reis e ministros do país,
que construíram para si sepulcros grandiosos;
15
ou com os nobres, que amontoaram
ouro e prata em seus palácios.
16
Ou, então, enterrado como aborto,
eu agora não existiria,
como crianças que nem chegaram a ver a luz.
17
Ali acaba o tumulto dos ímpios,
ali repousam os que esgotaram as forças.
18
Assim também os prisioneiros ficam tranquilos
sem ouvir a voz do capataz.
19
Confundem-se pequenos e grandes,
e o escravo livra-se do seu senhor.
20
Por que foi dado à luz um infeliz
e vida àqueles que têm a alma amargurada?
21
Eles desejam a morte que não vem
e a buscam mais que um tesouro;
22
eles se alegrariam por um túmulo
e gozariam ao receberem sepultura.
23
Por que, então, foi dado à luz o homem
a quem seu próprio caminho está oculto,
a quem Deus cercou de todos os lados?
24
Por alimento só tenho os soluços
e os gemidos vêm-me, como água.
25
Sucede-me o que mais temia,
o que mais me aterrava, acontece-me.
26
Não tenho sossego nem paz, não tenho descanso;
sobrevém-me a perturbação”.
Meus irmãos: Tendo nós um sumo sacerdote que penetrou os Céus, Jesus, Filho de Deus,
permaneçamos firmes na profissão da nossa fé. Na verdade, nós não temos um sumo sacerdote incapaz de
Se compadecer das nossas fraquezas. Pelo contrário, Ele mesmo foi em tudo, à nossa semelhança, exceto o
pecado. Vamos, portanto, cheios de confiança, ao trono da graça, a fim de alcançarmos misericórdia e
obtermos a graça de um auxílio oportuno.
Na verdade, todo o sumo sacerdote, escolhido entre os homens, é constituído em favor dos homens,
nas suas relações com Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Ele pode ser compreensivo para
com os ignorantes e os extraviados, porque também ele está revestido de fraqueza, e, por isso, deve oferecer
sacrifícios pelos próprios pecados e pelos do seu povo. Ninguém atribui a si próprio esta honra, senão quem
foi chamado por Deus, como Aarão.
Assim também não foi Cristo que tomou para Si a glória de se tornar sumo sacerdote; deu-lhe aquele
que lhe disse: Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei, e como disse ainda noutro lugar: Tu és sacerdote para
sempre segundo a ordem de Melquisedec.
Nos dias da sua vida mortal, Ele dirigiu preces e suplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele
que o podia livrar da morte, e foi atendido por causa da sua piedade. Apesar de ser Filho, aprendeu a
obediência no sofrimento. E tendo atingido a sua plenitude, tornou-se, para todos os que lhe obedecem,
causa de salvação eterna, Ele que foi proclamado por Deus sumo sacerdote segundo a ordem de
Melquisedec.
SEGUNDA LEITURA
Do livro “Dei tesori che abbiamo in Gesù Cristo”, de São Vicente Maria Strambi, bispo.
(Macerata 1805, Vol. III, 210-214)
Jesus Cristo, fonte de todas as virtudes, agonizando e permitindo que O invada o horror da morte,
combate energicamente. No seu ardentíssimo desejo de salvar todos os homens, oferece ao Eterno Pai o
sacrifício de valor infinito da sua Paixão. Mas é tão grande a violência da parte superior da sua alma, que o
sangue que aflui ao coração, forçado pela magnânima generosidade de sofrer sem qualquer conforto, é
refluído violentamente, como costuma acontecer quando alguém é invadido por uma grave aflição ou por
um grande temor. Por isso, quer pela força desse generoso ímpeto, quer pelo excesso dos sofrimentos que
oprimem o seu coração, como que espremido e esmagado por uma prensa de lagar, começa a suar por todos
os poros do seu corpo, e o suor tornou-se como grossas gotas de sangue que caíam na terra. Assim o sangue
de Jesus torna-se a voz do coração que proclama uma dor e um amor sem medida.
Com o coração devoto e contrito, resgatado por este sangue precioso, para aqui, ó cristão, e
contempla este mistério. Não vês que este sangue é derramado por um amor infinito e por um excesso de
dor? Não te apercebes que, com amáveis apelos, Ele está a pedir a dor dos teus pecados e o amor para com o
divino Redentor? Não te dás pela conta de que este sangue, santo e imaculado, pelo infinito poder que
possui, é capaz de suscitar interiormente a dor de coração e o mais vivo amor? Considera bem e penetra nos
tesouros da sabedoria e da caridade de Deus.
Não estão aqui presentes os algozes, nem os azorragues, nem os espinhos, nem os cravos a rasgar a
carne e a dilacerar as veias para dar passagem ao sangue. Verdade é que Jesus está preparado para Se
sujeitar a tudo isso, e tudo padecerá por amor.
Mas aqui é o amor que está só, fazendo esforços de generosidade sobre humana; é o amor que, fazendo-lhe
prever as ofensas feitas ao seu amantíssimo Pai e a perdição de tantas almas, que lhe são tão queridas, lhe
causa essa dor mortal e, entrando em agonia, O leva a suar sangue.
Contudo, sem deixar arrefecer o seu grande amor pelas almas, por cuja redenção Ele sofria levado
pela sua terna caridade, o Senhor Jesus cada vez mais intensamente ao seu divino Pai: Orava e, ao mesmo
tempo, era oprimido por uma angústia mortal que o levava a suar sangue. Mas não deixa de orar.
R. Nos dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu suas preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas,
Aquele que O podia livrar da morte e foi atendido por causa da sua piedade;
*e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-se, para todos os que lhe obedecem, causa de salvação eterna.
V. Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência no sofrimento;
* e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-se, para todos os que lhe obedecem, causa de salvação eterna.
Ou
É também, hoje que nos é indicado o Getsémani, lugar onde o Senhor orou, ali mesmo, no sopé do
Monte das Oliveiras, e onde agora foi construída uma Igreja. Getsémani significa “vale dos ricos” ou “vale
das riquezas”, como querer dizer-nos que não só as palavras e as ações do nosso Salvador, mas também os
lugares por onde Ele passou e onde falou – como repetidas vezes temos dito – estão cheios de significado
místico. Quando o Senhor ora no monte, está tacitamente a advertir-nos que as coisas sublimes só se podem
alcançar com a oração, e que temos de implorar a Deus para obtermos os bens celestes.
Tomou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a sentir pavor e angústia. Disse-lhe então: A minha
alma está numa tristeza de morte.
Jesus sente pavor. Pedro não. Jesus teme. Pedro diz-lhe: Darei a minha vida por Ti; Jesus responde:
A minha alma está triste. As duas afirmações estão certas, sendo normal o inferior não ter medo, enquanto o
superior experimenta angústia e pavor. O primeiro, porque é homem, não conhece a força da morte; o outro,
enquanto Deus que assumiu a nossa natureza humana denuncia a fraqueza da carne para condenar a
impiedade daqueles que rejeitam o mistério da encarnação. Jesus falou através destes termos, mas Maniqueu
não acreditou, Valentino contestou e Márcio definiu-O como um fantasma. E Ele era homem total, homem
com um corpo real, com os mesmos sentimentos de um homem: Contudo, não se faça o que Eu quero, mas
o que Tu queres. Assumiu, portanto, a minha vontade, fez sua a minha angústia. Posso falar livremente da
angústia enquanto anúncio da cruz. É minha vontade que Ele fez sua, porque como homem, disse: Não se
faça o que Eu quero, mas o que Tu queres. É minha angústia que Ele tomou do meu coração. Sofreu por
mim Aquele que não devia estar sujeito ao sofrimento e a dor; afastada a alegria da eterna divindade,
deixou-Se invadir pela angústia da minha fraqueza. Diz: A minha alma está numa tristeza de morte. O
Senhor não está triste por causa da morte: é o seu estado psicológico de homem que o faz sofrer, não o medo
da morte. Efetivamente, aquele que assumiu um corpo humano deveria experimentar tudo aquilo que
pertence ao corpo: tinha de estar sujeito à fome, à sede, à angústia, à tristeza. Mas a divindade não pode ser
modificada por tais estados de espírito. Vigiai e orai, para não entrardes em tentação.
É impossível que o espírito humano não seja tentado. Por isso dizemos no Pai-Nosso: Não nos
deixeis cair em tentação, ou seja, na tentação que não sejamos capazes de vencer. Não pedimos que nos livre
da tentação, mas que nos de as forças necessárias para vencer. É por isso que não diz “vigiai e orai para
serdes tentados”, mas “para não cair na tentação”, isto é, para que a tentação não vos domine e não vos faça
cair nas suas malhas. Grande exemplo para nós são os mártires que, confessando a fé no Senhor,
derramaram por Ele o seu sangue; certamente que, também eles, estiveram sujeitos à tentação, mas não
foram apanhados nas suas redes; aquele que cai na armadilha da tentação, esse é quem nega o Senhor.
R. Não quisestes sacrifícios nem oblações, mas formaste-me um corpo. Não vos agradaram holocaustos e
imolações pelo pecado. Então eu disse:
* Eis-Me aqui, ó Deus, para fazer a vossa vontade.
V. É impossível que o sangue de touros e cabritos perdoe os pecados; por isso, ao entrar no mundo, Cristo
disse:
* Eis-Me aqui, ó Deus, para fazer a vossa vontade.
LAUDES
HINO
SALMODIA
Ant. 1 Chegados ao lugar chamado Getsémani, Jesus disse aos seus discípulos: Ficai aqui, enquanto Eu vou
orar.
Ant. 2 A minha alma está numa tristeza de morte: ficai aqui e vigiai comigo.
Cântico Dn 3,57-88.56
Ant. A minha alma está numa tristeza de morte: ficai aqui e vigiai comigo.
Ant. 3 Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice. Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua.
Salmo 149
–1 Cantai ao Senhor Deus um canto novo, *
e o seu louvor na assembleia dos fiéis!
–2 Alegre-se Israel em Quem o fez, *
e Sião se rejubile no seu Rei!
–3 Com danças glorifiquem o seu nome, *
toquem harpa e tambor em sua honra!
–4 Porque, de fato, o Senhor ama seu povo *
e coroa com vitória os seus humildes.
–5 Exultem os fiéis por sua glória, *
e cantando se levantem de seus leitos,
–6 com louvores do Senhor em sua boca *
e espadas de dois gumes em sua mão,
Ant. Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice. Todavia, não se faça a minha vontade, mas a tua.
Cristo, sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedec, nos dias da sua vida mortal, dirigiu
preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido por
causa da sua piedade.
RESPONSÓRIO BREVE
ANT. BENEDICTUS
Jesus foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse: “Não pudestes vigiar uma hora comigo!
Vigiai e orai, para não cairdes em tentação”.
PRECES
Com a palavra e o exemplo, Jesus Cristo ensinou-nos a orar para não cairmos em tentação. Invoquemo-lo
confiadamente, dizendo:
Aumentai em nós, Senhor, ao iniciar um novo dia, o amor aos nossos irmãos,
- e fazei que ele perdure durante toda a nossa vida.
PAI NOSSO
ORAÇÃO
Deus, Pai misericordioso, que escutastes a humilde súplica do vosso Filho em agonia no Getsêmani,
ensinai-nos a voltar o nosso olhar para Ele nas tentações e dificuldades da vida, para que aprendamos a ser
sempre fiéis à vossa vontade, enquanto esperamos as inefáveis promessas do vosso amor. Por Nosso Senhor
Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo.
VÉSPERAS
Ant. 1 Ponho diante do Senhor a minha aflição, diante d‟Ele descubro a minha angústia.
Salmo 129(130)
Ele vai salvar o seu povo dos seus pecados (Mt 1,21).
Ant. Ponho diante do Senhor a minha aflição, diante d‟Ele descubro a minha angústia.
Ant. 2 Orai sempre sem desfalecer; tudo o pedirdes ao meu Pai em Meu nome, Ele vo-lo concederá.
Ant. Orai sempre sem desfalecer; tudo o pedirdes ao meu Pai em Meu nome, Ele vo-lo concederá.
Ant. 3 Jesus voltou novamente e encontrou os discípulos a dormir. Afastou-se e foi de novo orar pela
terceira vez repetindo as mesmas palavras.
Cântico Fl 2,6-11
Irmãos: tomai a armadura de Deus para poderdes resistir no dia do mau e perseverar firmes,
superando todas as provas. Tomai o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é a palavra de Deus.
orai em todo tempo, movidos pelo Espírito Santo, com toda a espécie de orações e súplicas. Perseverai em
vossas vigílias, com preces por todos os cristãos.
RESPONSÓRIO BREVE
ANT. MAGNIFICA
Entrando em angústia, orava mais instantemente e o suor tornou-se Lhes como grossas gotas de sangue, que
caíram na terra.
PRECES
Na agonia do Horto, prevendo Jesus Cristo que muitos rejeitariam obstinadamente o dom da salvação,
sofreu uma tristeza de morte até suar sangue. Adoremos o nosso Mediador em agonia, e imploremos a sua
misericórdia sobre toda a humanidade, dizendo:
Senhor Jesus, que percorrestes os caminhos da paixão e da cruz, concedei ao vosso povo o dom da oração,
- e a força necessária para vencer o maligno e cumprir a vossa vontade.