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OFICIO DAS TREVAS

Hino
Vede a Cruz da Salvaçao

2. Ara onde se imolou o Cordeiro Imaculado


Cristo em ti nos redimiu da morte e do pecado.
CRUZ DE CRISTO VENCEDOR, TE ADORAMOS SALVADOR.

3. Árvore santa e imortal, são teus frutos redentores.


Graça e luz, perdão e paz, brindas para os pecadores.
CRUZ DE CRISTO VENCEDOR, TE ADORAMOS SALVADOR.

4. Nave firme no lutar, com as ondas desta vida.


Faro em nosso navegar para a pátria prometida.
CRUZ DE CRISTO VENCEDOR, TE ADORAMOS SALVADOR.

5. Santo emblema do amor, fiel memória do Amado.


Cruz que mostra ao pecador, a malicia do pecado.
CRUZ DE CRISTO VENCEDOR, TE ADORAMOS SALVADOR.

6. Santa Cruz da Redenção, arco íris D’Aliança.


Signo eterno do perdão, fonte viva de esperança.
CRUZ DE CRISTO VENCEDOR, TE ADORAMOS SALVADOR.
QUINTA-FEIRA SANTA
INVITATÓRIO.
V: † Abri os meus lábios, ó Senhor.
R: E minha boca anunciará vosso louvor.

Ant. Cristo por nós foi tentado, sofreu e na cruz morreu:


Vinde todos, adoremos!
Salmo 94 (95)
Convite ao louvor de Deus
Vinde, exultemos de alegria no Senhor;*
aclamemos o rochedo que nos salva.
Ao seu encontro caminhemos com louvores,*
e com cantos de alegria o celebremos! Ant.

Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *


o grande Rei, muito maior que os deuses todos.
Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *
e as alturas das montanhas lhe pertencem;
o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas mãos a modelaram. Ant.

Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, *


e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, †
e nós somos o seu povo e seu rebanho, *
as ovelhas que conduz com sua mão. Ant.

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †


"Não fecheis os corações como em Meriba, *
como em Massa, no deserto, aquele dia,
em que outrora vossos pais me provocaram, *
apesar de terem visto as minhas obras. " Ant

Quarenta anos desgostou-me aquela raça, †


e eu disse: "Eis um povo transviado, *
seu coração não conheceu os meus caminhos!"
E por isso lhes jurei na minha ira: *
"Não entrarão no meu repouso prometido!" Ant.
Demos glória a Deus Pai onipotente*
e a seu Filho Jesus Cristo, Senhor nosso,
e ao Espírito que habita em nosso peito*
pelos séculos dos séculos. Amém.

Ant. Cristo por nós foi tentado, sofreu e na cruz morreu:


Vinde todos, adoremos!
Apaga-se a primeira vela do tenebrarium.

OFÍCIO DE LEITURAS
Hino
Cantem meus lábios a luta que sobre a cruz se travou;
cantem o nobre triunfo que no madeiro alcançou
o Redentor do Universo
quando por nós se imolou.

O Criador teve pena do primitivo casal,


que foi ferido de morte, comendo o fruto fatal,
e marcou logo outra árvore,
para curar-nos do mal.

Tal ordem foi exigida na obra da salvação:


cai o inimigo no laço de sua própria invenção.
Do próprio lenho da morte
Deus fez nascer redenção.

Na plenitude dos tempos, a hora santa chegou


e, pelo Pai enviado, nasceu do mundo o autor;
e duma Virgem no seio
a nossa carne tomou.

Seis lustros tendo passado, cumpriu a sua missão.


Só para ela nascido, livre se entrega à Paixão.
Na cruz se eleva o Cordeiro,
como perfeita oblação.

Glória e poder à Trindade. Ao Pai e ao Filho, louvor.


Honra ao Espírito Santo. Eterna glória ao Senhor,
que nos salvou pela graça
e nos remiu pelo amor. Amém.
Apaga-se a segunda vela do tenebrarium.

Salmodia
Ant. 1 Estou cansado de gritar e de esperar pelo meu Deus.
Salmo 68 (69), 2-22-30-37
– Salvai-me, ó meu Deus, porque as águas *
até o meu pescoço já chegaram!
– Na lama do abismo eu me afundo *
e não encontro um apoio para os pés.
– Nestas águas muito fundas vim cair,*
e as ondas já começam a cobrir-me!
– À força de gritar, estou cansado; *
Minha garganta já começa a cobrir-me
– Os meus olhos já perderam sua luz,*
de tanto esperar pelo meu Deus!
– Mais numerosos que os cabelos da cabeça, *
são aqueles que me odeiam sem motivo;
– meus inimigos são mais fortes do que eu;*
contra mim eles se voltam com mentiras!
– Por acaso poderei restituir*
alguma coisa que de outros não roubei?
– Ó Senhor, vós conheceis minhas loucuras,*
e minha falta não se esconde a vossos olhos.
– Por minha causa não deixeis desiludidos*
os que esperam sempre em vós, Deus do universo!
– Que eu não seja a decepção e a vergonha*
dos que vos buscam, Senhor Deus de Israel!
– Por vossa causa é que sofri tantos insultos,*
e o meu rosto se cobriu de confusão;
– eu me tornei como um estranho a meus irmãos,*
como estrangeiro para os filhos de minha mãe.
– Pois meu zelo e meu amor por vossa casa*
me devoram como fogo abrasador;
– e os insultos de infiéis que vos ultrajam*
recaíram todos eles sobre mim!
– se aflijo a minha alma com jejuns,*
fazem disso uma razão para insultar-me;
– se me visto com sinais de penitência,*
eles fazem zombaria e me escarnecem!
– Falam de mim os que se assentam junto às portas,*
sou motivo de canções, até de bêbados!
– Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
– Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Estou cansado de gritar e de esperar pelo meu Deus.
Apaga-se a terceira vela do tenebrarium.

Ant. 2 Deram-me fel como se fosse um alimento, em minha sede


ofereceram-me vinagre.
II
– Por isso elevo para vós minha oração, *
neste tempo favorável, Senhor Deus!
– Respondei-me pelo vosso imenso amor, *
pela vossa salvação que nunca falha!
= Retirai-me deste lodo, pois me afundo! †
Libertai-me, ó Senhor, dos que me odeiam, *
e salvai-me destas águas tão profundas!
= Que as águas turbulentas não me arrastem, †
não me devorem violentos turbilhões, *
nem a cova feche a boca sobre mim!
– Senhor, ouvi-me pois suave é vossa graça, *
ponde os olhos sobre mim com grande amor!
– Não oculteis a vossa face ao vosso servo! *
Como eu sofro! Respondei-me bem depressa!
– Aproximai-vos de minh’alma e libertai-me, *
apesar da multidão dos inimigos!
= Vós conheceis minha vergonha e meu opróbrio, †
minhas injúrias, minha grande humilhação; *
os que me afligem estão todos ante vós!
– O insulto me partiu o coração; *
não suportei, desfaleci de tanta dor!
= Eu esperei que alguém de mim tivesse pena, †
mas foi em vão, pois a ninguém pude encontrar; *
procurei quem me aliviasse e não achei!
– Deram-me fel como se fosse um alimento, *
em minha sede ofereceram-me vinagre!
– Glória ao Pai e ao Filho *
e ao Espírito Santo.
– Como era no princípio, *
agora e sempre. Amém.
Ant. Deram-me fel como se fosse um alimento, em minha sede ofereceram-
me vinagre
Apaga-se a quarta vela do tenebrarium.

Ant. 3 Procurai o Senhor continuamente, e o vosso coração reviverá.


III
– Pobre de mim, sou infeliz e sofredor! *
Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus!
– Cantando eu louvarei o vosso nome *
e agradecido exultarei de alegria!
– Isto será mais agradável ao Senhor, *
que o sacrifício de novilhos e de touros.
= Humildes, vede isto e alegrai-vos: †
o vosso coração reviverá, *
se procurardes o Senhor continuamente!
– Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o clamor de seus cativos.
- Que céus e terra glorifiquem o Senhor*
com o mar e todo ser que neles vive!
= Sim, Deus virá e salvará Jerusalém, †
reconstruindo as cidades de Judá, *
onde os pobres morarão, sendo seus donos.
= A descendência de seus servos há de herdá-las, †
e os que amam o santo nome do Senhor *
dentro delas fixarão sua morada!
– Glória ao Pai e ao Filho *
e ao Espírito Santo.
– Como era no princípio, *
agora e sempre. Amém.
Ant. Procurai o Senhor continuamente, e o vosso coração reviverá.
Apaga-se a quinta vela do tenebrarium.
V. Quando eu for elevado da terra,
R. Atrairei para mim todo ser.
Primeira Leitura
Da Carta aos Hebreus
Jesus Cristo, suo sacerdote
Irmãos: Temos um sumo-sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o
Filho de Deus. Por isso, permanecemos firmes na fé que professamos. Com efeito,
temos um sumo sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele
mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos
então, com toda a confiança do trono da graça de um auxilio no momento
oportuno.
De fato, todo sumo-sacerdote e tirado do meio dos homens e instituído em
favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e
sacrifícios pelos pecados.
Sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no erro, porque ele
mesmo está cercado de fraqueza. Por isso, deve oferecer sacrifícios tanto pelos
pecados do povo, quanto pelos seus próprios.
Ninguém deve atribuir-se esta honra, senão o que foi chamado por Deus,
como Aarão. Deste modo, também Cristo não se atribui a si mesmo a honra de
ser sumo-sacerdote, mas foi aquele que lhe disse: “Tu és meu Filho, eu hoje te
gerei”.
Como diz em outra passagem: “Tu és sacerdote para sempre, na ordem de
Melquisedec.” Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e suplicas, com
forte clamor e lagrimas, aquele que era capaz de salva-lo da morte. E foi atendido,
por causa de sua entrega a Deus. Mesmo sendo filho, aprendeu o que significa a
obediência a Deus por aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação da sua vida,
tornou-se causa da salvação eterna para todos os que lhe obedecem. De fato, ele
foi por Deus proclamado sumo sacerdote na ordem de Melquisedec.

Responsório
V. Embora fosse o próprio filho, aprendeu a obediência através do sofrimento
*E para quem lhe obedece tornou-se uma fonte de eterna salvação.
V. Nos seus dias deste mundo fez subir preces e suplicas com clamores
veementes* e por sua piedade Jesus foi atendido. * E para quem.
Apaga-se a sexta vela do tenebrarium.
Segunda leitura
Da Homilia sobre a Páscoa, de Melitão de Sardes, bispo
(N.65-71: SCh123,94-100) (Séc.II)

O Cordeiro imolado libertou-nos da morte para a vida


Muitas coisas foram preditas pelos profetas sobre o mistério da Páscoa, que
é Cristo, a quem seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém (Gl 1,5). Ele
desceu dos céus à terra para curar a enfermidade do homem; revestiu-se da nossa
natureza no seio da Virgem e se fez homem; tomou sobre si os sofrimentos do
homem enfermo num corpo sujeito ao sofrimento, e destruiu as paixões da carne;
seu espírito, que não pode morrer, matou a morte homicida. Foi levado como
cordeiro e morto como ovelha; libertou-nos das seduções do mundo, como
outrora tirou os israelitas do Egito; salvou-nos da escravidão do demônio, como
outrora fez sair Israel das mãos do faraó; marcou nossas almas como sinal do seu
Espírito e os nossos corpos com seu sangue.
Foi ele que venceu a morte e confundiu o demônio, como outrora Moisés ao
faraó. Foi ele que destruiu a iniquidade e condenou a injustiça à esterilidade,
como Moisés ao Egito. Foi ele que nos fez passar da escravidão para a liberdade,
das trevas para a luz, da morte para a vida, da tirania para o reino se fim, e fez de
nos um sacerdócio novo, um povo eleito para sempre. Ele é a Páscoa da nossa
salvação.
Foi ele que tomou sobre si os sofrimentos de muitos: foi morto em Abel;
amarrado de pés e mãos em Isaac; exilado de sua terra em Jacó; vendido em José;
exposto em Moises; sacrificado no cordeiro pascal; perseguido em Davi e
ultrajado nos profetas.
Foi ele que se encarnou no seio da Virgem, foi suspenso na cruz, sepultado
na terra e, ressuscitando dos mortos, subiu ao mais alto dos céus.
Foi ele o cordeiro que não abriu a boca, o cordeiro imolado, nascido de Maria, a
bela ovelhinha; retirado do rebanho retirado do rebanho, foi levado ao
matadouro, imolado à tarde e sepultado anoite; a ser crucificado, não lhe
quebraram osso algum, e ao ser sepultado, não experimentou a corrupção; mas
ressuscitando dos mortos, ressuscitou também a humanidade das profundezas
do sepulcro.
Responsório
V. Pois todos os homens pecaram e carecem da gloria de Deus,
sendo justificados, de graça, mediante a libertação, realizada por meio de Cristo. *

Deus destinou que Cristo fosse, por seu sangue, a vítima da propiciação, pela fé
que colocamos nele mesmo.
V. Eis aqui o Cordeiro de Deus, o que tira o pecado do mundo. * Deus destinou
Apaga-se a sétima vela do tenebrarium.

Cânticos da Vigília (Lamentações)


Primeira Lamentação
Inicia as lamentações do Profeta Jeremias.
Alef: Como está abandonada a cidade tão povoada!
Assemelha-se a uma viúva a grande entre as nações.
Rainha entre as províncias, ficou sujeita ao tributo.*
Bet: Ela chora pela noite adentro, lágrimas lhe inundam as faces,
ninguém mais a consola de quantos a amavam.
Seus amigos todos a traíram, e se tornaram seus inimigos.*
Guímel: Judá partiu para o exílio em miséria e dura servidão.
Habita entre as nações sem achar repouso.
Atingiram-no seus perseguidores entre as suas fronteiras.
Dálet: Estão de luto os caminhos de Sião,
e ninguém mais vem às suas festas.
Suas portas todas estão desertas, gemem seus sacerdotes,
afligem-se as virgens, e ela mesma vive na amargura.
He: Apossaram-se dela seus opressores, e tranquilos vivem seus inimigos,
pois o Senhor a aflige por causa do número de seus crimes.
Partiram cativos os seus filhos diante do opressor."
Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus.

Segunda lamentação
Vau: Desapareceu da filha de Sião toda a sua glória.
Seus príncipes se tornaram como cervos que não encontraram pastagens
e que fogem, esgotados, diante dos que os perseguem.
Zain: Nestes dias de males e vida errante,
recorda-se Jerusalém das delícias dos tempos idos.
Agora que seu povo sucumbiu sob os golpes do inimigo
e ninguém vem socorrê-la!
Olham-na seus inimigos, e zombam de sua devastação.
Heth: Graves foram os pecados de Jerusalém: ela ficou uma imundície.
Quem a honrava, agora a despreza porque lhe viram a nudez.
E ela geme e esconde o rosto.
Teth: Vê-se sua mancha sobre suas vestes.
Ela não previra esse fim. É imensa a sua decadência,
e ninguém vem consolá-la. “Olhai, Senhor, para a minha miséria,
porque o inimigo se ensoberbece.”"
Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus.

Terceira lamentação
Jod: O adversário lançou a mão sobre todos os seus tesouros.
E ela viu os pagãos penetrarem em seu santuário,
aqueles dos quais dissestes que não entrariam em vossa assembleia.
Caph: Geme todo o seu povo à procura de pão.
Por víveres troca suas joias, a fim de recuperar as forças.
“Vede, Senhor, e considerai o aviltamento a que cheguei!”
Lámed: Ó vós todos, que passais pelo caminho:
olhai e julgai se existe dor igual à dor que me atormenta,
a mim que o Senhor feriu no dia de sua ardente cólera.
Mem: Até aos meus ossos lançou ele do alto um fogo que os devora.
Sob meus passos estendeu redes e me fez cair violentamente,
enchendo-me de pavor. Eu ando amargurado o dia inteiro!
Nun: O jugo dos meus crimes está ligado pelas suas mãos.
Pesa-me ao pescoço um feixe que faz vacilar minha força.
O Senhor me entregou em mãos das quais não posso libertar-me.
Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus.

LAUDES.
Hino
1. O fel lhe dão por bebida abranda as fibras mais duras.
sobre o madeiro sagrado. A quem te fez germinar
Espinhos, cravos e lança minora tantas torturas.
ferem seu corpo e seu lado. Leito mais brando oferece
No sangue e água que jorram, ao Santo Rei das alturas.
mar, terra e céu são lavados.
4. Só tu, ó Cruz, mereceste
2. Ó cruz fiel sois a árvore suster o preço do mundo
mais nobre em meio às demais, e preparar para o náufrago
que selva alguma produz um porto, em mar tão profundo.
com flor e frutos iguais. Quis o cordeiro imolado
Ó lenho e cravos tão doces, banhar-te em sangue fecundo.
um doce peso levais.
5. Glória e poder à Trindade.
3. Árvore, inclina os teus ramos, Ao Pai e ao Filho Louvor.
Honra ao Espírito Santo. que nos salvou pela graça
Eterna glória ao Senhor, e nos remiu pelo amor. Amém.
Apaga-se a oitava vela do tenebrarium.
Salmodia
Ant. 1. Olhai, Senhor, e comtemplai meu sofrimento!
Escutai-me e vinde logo em meu auxilio!
Salmo 79 (80)
Visitai, Senhor, a vossa vinha Vinde
– Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos. *
Vós, que a José apascentais qual um rebanho!
= Vós, que sobre os querubins vos assentais, †
aparecei cheio de glória e esplendor *
– ante Efraim e Benjamim e Manassés! –
Despertai vosso poder, ó nosso Deus, *
e vinde logo nos trazer a salvação!
= Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, †
e sobre nós iluminai a vossa face! *
Se voltardes para nós, seremos salvos!
– Até quando, ó Senhor, vos irritais, *
apesar da oração do vosso povo?
– Vós nos destes a comer o pão das lágrimas, *
e a beber destes um pranto copioso.
– Para os vizinhos somos causa de contenda, *
de zombaria para os nossos inimigos.
= Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, †
e sobre nós iluminai a vossa face! *
Se voltardes para nós, seremos salvos!
– Arrancastes do Egito esta videira, *
e expulsastes as nações para plantá-la;
– diante dela preparastes o terreno, *
lançou raízes e encheu a terra inteira.
– Os montes recobriu com sua sombra, *
e os cedros do Senhor com os seus ramos;
– até o mar se estenderam seus sarmentos, *
até o rio os seus rebentos se espalharam.
– Por que razão vós destruístes sua cerca, *
para que todos os passantes a vindimem,
– o javali da mata virgem a devaste, *
e os animais do descampado nela pastem?
= Voltai-vos para nós, Deus do universo! †
Olhai dos altos céus e observai. *
Visitai a vossa vinha e protegei-a!
– Foi a vossa mão direita que a plantou; *
protegei-a, e ao rebento que firmastes!
– E aqueles que a cortaram e a queimaram, *
vão perecer ante o furor de vossa face.
– Pousai a mão por sobre o vosso Protegido, *
o filho do homem que escolhestes para vos!
– E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! *
Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome!
= Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, †
e sobre nós iluminai a vossa face! *
Se voltardes para nós, seremos salvos!
– Glória ao Pai e ao Filho *
e ao Espírito Santo.
– Ao Deus que é, que era e que vem, *
Pelos séculos dos séculos. Amém.
Ant. Olhai, Senhor, e contemplai meu sofrimento!
Escutai-me e vinde logo em meu auxilio!
Apaga-se a nona vela do tenebrarium.

Ant. 2 Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo.


Cântico
Exultação do povo redimido
– Dou-vos graças, ó Senhor, porque, estando irritado, *
acalmou-se a vossa ira e enfim me consolastes.
– Eis o Deus, meu salvador, eu confio e nada temo; *
o senhor é minha força, meu louvor e salvação.
– Com alegria bebereis no manancial da salvação, *
e direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor,
– invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, *
entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime.
– Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, *
publicai em toda a terra suas grandes maravilhas!
– Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, *
porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!”
– Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
– Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo.
Apaga-se a decima vela do tenebrarium.

Ant. 3 Deus nos deu de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha
nos fartou.
Salmo 80 (81)
Solene renovação da Aliança
–– Exultai no Senhor, nossa força, *
e ao Deus de Jacó aclamai!
– Cantai salmos, tocai tamborim, *
harpa e lira suaves tocai!
– Na lua nova soai a trombeta, *
na lua cheia, na festa solene!
– Porque isto é costume em Jacó, *
um preceito do Deus de Israel;
– uma lei que foi dada a José, *
quando o povo saiu do Egito.
= Eis que ouço uma voz que não conheço: †
“Aliviei as tuas costas de seu fardo, *
cestos pesados eu tirei de tuas mãos.
= Na angústia a mim clamaste, e te salvei, †
de uma nuvem trovejante te falei, *
e junto às águas de Meriba te provei.
– Ouve, meu povo, porque vou te advertir! *
Israel, ah! se quisesses me escutar:
– Em teu meio não exista um deus estranho *
nem adores a um deus desconhecido!
= Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, †
que da terra do Egito te arranquei. *
Abre bem a tua boca e eu te sacio!
– Mas meu povo não ouviu a minha voz, *
Israel não quis saber de obedecer-me
– Deixei, então, que eles seguissem seus caprichos, *
abandonei-os ao seu duro coração.
– Quem me dera que meu povo me escutasse! *
Que Israel andasse sempre em meus caminhos!
– Seus inimigos, sem demora, humilharia *
e voltaria minha mão contra o opressor.
– Os que odeiam o Senhor, o adulariam, *
seria este seu destino para sempre;
– eu lhe daria de comer a flor do trigo *
e com mel que sai da rocha o fartaria”.
– Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
– Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Deus nos deu de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha nos
fartou.
Apaga-se a decima primeira vela do tenebrarium.

Leitura breve.
Vemos Jesus coroado de gloria e honram por ter sofrido a morte. Sim, pela
graça de Deus em favor de todos, ele provou a morte. Convinha de fato que
aquele, por quem e para quem todas as coisas existem, e que desejou conduzir
muitos filhos a gloria, levasse o iniciador da salvação deles a consumação, por
meio de sofrimentos.

Responsório breve.
V. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentro os mortos!
* ele é nossa salvação e nossa gloria para sempre.
R. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentro os mortos!
* ele e nossa salvação e nossa gloria para sempre.
V. Se com ele nos morremos, também, com ele viveremos.
R. Ele é nossa salvação e nossa gloria para sempre.
V. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentro os mortos!
* ele é nossa salvação e nossa gloria para sempre.
Apaga-se a decima segunda vela do tenebrarium.

Cântico evangélico
Durante o Benedictus, o acólito responsável por apagar as velas, apaga as velas do altar.
Ant: Ardentemente eu desejei comer convosco esta Páscoa antes de ir sofrer
a morte.
Benedictus (Lc 1, 68-79)
– Benedictus Dominus Deus Israel; *
quia visitavit et fecit redemptionem plebi suae
– et erexit cornu salutis nobis, *
in domo David pueri sui,
– sicut locutus est per os sanctorum, *
qui a saeculo sunt, prophetarum eius,
– salutem ex inimicis nostris, *
et de manu omnium, qui oderunt nos;
– ad faciendam misericordiam cum patribus nostris, *
et memorari testamenti sui sancti,
– iusiurandum, quod iuravit ad Abraham patrem nostrum, *
daturum se nobis,
– ut sine timore, de manu inimicorum liberati, *
serviamus illi
– in sanctitate et iustitia coram ipso *
omnibus diebus nostris.
– Et tu, puer, propheta Altissimi vocaberis: *
praeibis enim ante faciem Domini parare vias eius,
– ad dandam scientiam salutis plebi eius *
in remissionem peccatorum eorum,
– per viscera misericordiae Dei nostri, *
in quibus visitabit nos oriens ex alto,
– illuminare his, qui in tenebris et in umbra mortis sedent, *
ad dirigendos pedes nostros in viam pacis.
– Gloria Patri et Filio *
et Spiritui Sancto.
– Sicut erat in principio et nunc et semper *
et in saecula saeculorum. Amen.
Ant: Ardentemente eu desejei comer convosco esta Páscoa antes de ir sofrer
a morte.
Apaga-se a decima terceira vela do tenebrarium.

Preces.
A Cristo, eterno sacerdote, a quem o Pai ungiu com o Espírito Santo para
anunciar aos cativos a libertação, supliquemos humildemente; e digamos:
R. Senhor, tende piedade de nós!
Vós, que subistes a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na glória,
– conduzi vossa Igreja à Páscoa da eternidade. R.
Vós, que, elevado na cruz, deixastes a lança do soldado vos traspassar,
– curai as nossas feridas. R.
Vós, que transformastes o madeiro da cruz em árvore da vida,
– concedei de seus frutos aos que renasceram pelo batismo. R.
Vós que, pregado na cruz, perdoastes o ladrão arrependido,
– perdoai-nos também a nós pecadores. R.
(intenções livres)
Pater noster.
Apaga-se a decima quarta vela do tenebrarium.

Oração.
Senhor nosso Deus, amar-vos acima de tudo é ser perfeito; multiplicai em
nós a vossa e concedei, aos que firmamos nossa esperança na morte do vosso
Filho, alcançarmos por sua ressurreição aqueles bens que na fé buscamos. Por
nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.

Depois da oração final, o acólito encarregado de apagar as velas, pega a última vela do tenebrarium e a
oculta detrás do altar, e começa o strepitum, batendo matracas, bancos ou os breviários, depois o
acólito tira e mostra a vela dando fim ao strepitum, e ergue a vela, depois leva-a ao tenebrarium e
começa o canto “Christus factus est”, uma vez acabado começa a procissão de saída, dando fim ao
ofício das trevas.
SEXTA-FEIRA SANTA
INVITATÓRIO.
V: † Abri os meus lábios, ó Senhor.
R: E minha boca anunciará vosso louvor.

Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.


Salmo 94 (95)
Convite ao louvor de Deus
Vinde, exultemos de alegria no Senhor;*
aclamemos o rochedo que nos salva.
Ao seu encontro caminhemos com louvores,*
e com cantos de alegria o celebremos! Ant.

Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *


o grande Rei, muito maior que os deuses todos.
Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *
e as alturas das montanhas lhe pertencem;
o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas mãos a modelaram. Ant.

Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, *


e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, †
e nós somos o seu povo e seu rebanho, *
as ovelhas que conduz com sua mão. Ant.

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †


"Não fecheis os corações como em Meriba, *
como em Massa, no deserto, aquele dia,
em que outrora vossos pais me provocaram, *
apesar de terem visto as minhas obras. " Ant

Quarenta anos desgostou-me aquela raça, †


e eu disse: "Eis um povo transviado, *
seu coração não conheceu os meus caminhos!"
E por isso lhes jurei na minha ira: *
"Não entrarão no meu repouso prometido!" Ant.
Demos glória a Deus Pai onipotente*
e a seu Filho Jesus Cristo, Senhor nosso,
e ao Espírito que habita em nosso peito*
pelos séculos dos séculos. Amém.

Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.


Apaga-se a primeira vela do tenebrarium.

OFÍCIO DE LEITURAS
Hino
Cantem meus lábios a luta que sobre a cruz se travou;
cantem o nobre triunfo que no madeiro alcançou
o Redentor do Universo
quando por nós se imolou.

O Criador teve pena do primitivo casal,


que foi ferido de morte, comendo o fruto fatal,
e marcou logo outra árvore,
para curar-nos do mal.

Tal ordem foi exigida na obra da salvação:


cai o inimigo no laço de sua própria invenção.
Do próprio lenho da morte
Deus fez nascer redenção.

Na plenitude dos tempos, a hora santa chegou


e, pelo Pai enviado, nasceu do mundo o autor;
e duma Virgem no seio
a nossa carne tomou.

Seis lustros tendo passado, cumpriu a sua missão.


Só para ela nascido, livre se entrega à Paixão.
Na cruz se eleva o Cordeiro,
como perfeita oblação.

Glória e poder à Trindade. Ao Pai e ao Filho, louvor.


Honra ao Espírito Santo. Eterna glória ao Senhor,
que nos salvou pela graça
e nos remiu pelo amor. Amém.
Apaga-se a segunda vela do tenebrarium.
Salmodia
Ant. 1 Os reis de toda a terra se reúnem e conspiram os governos todos
juntos contra o Deus onipotente e o seu Ungido.
Salmo 2
O Messias rei e vencedor
– Por que os povos agitados se revoltam? *
por que tramam as nações projetos vãos?
=Por que os reis de toda a terra se reúnem, †
e conspiram os governos todos juntos *
contra o Deus onipotente e o seu Ungido?
– “Vamos quebrar suas correntes”, dizem eles, *
“e lançar longe de nós o seu domínio!”
– Ri-se deles o que mora lá nos céus; *
zomba deles o Senhor onipotente.
– Ele, então, em sua ira os ameaça, *
e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz:
– “Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, *
e em Sião, meu monte santo, o consagrei!”
=O decreto do Senhor promulgarei, †
f oi assim que me falou o Senhor Deus: *
“Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei!
=Podes pedir-me, e em resposta eu te darei †
por tua herança os povos todos e as nações, *
e há de ser a terra inteira o teu domínio.
– Com cetro férreo haverás de dominá-los,*
e quebrá-los como um vaso de argila!”
– E agora, poderosos, entendei; *
soberanos, aprendei esta lição:
– Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória *
e prestai-lhe homenagem com respeito!
– Se o irritais, perecereis pelo caminho,*
pois depressa se acende a sua ira!
– Felizes hão de ser todos aqueles *
que põem sua esperança no Senhor!
– Glória ao Pai e ao Filho* e ao Espírito Santo.
– Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Os reis de toda a terra se reúnem e conspiram os governos todos juntos
contra o Deus onipotente e o seu Ungido.
Apaga-se a terceira vela do tenebrarium.

Ant. 2 Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha


túnica.
Salmo 21(22),2-23 [24-32]
– Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? *
E ficais longe de meu grito e minha prece?
– Ó meu Deus, clamo de dia e não me ouvis *
clamo de noite e para mim não há resposta!
– Vós, no entanto, sois o santo em vosso Templo, *
que habitais entre os louvores de Israel.
– Foi em vós que esperaram nossos pais; *
esperaram e vós mesmo os libertastes.
– Seu clamor subiu a vós e foram salvos; *
em vós confiaram e não foram enganados.
– Quanto a mim, eu sou um verme e não um homem; *
sou o opróbrio e o desprezo das nações.
– Riem de mim todos aqueles que me vêem, *
torcem os lábios e sacodem a cabeça:
– “Ao Senhor se confiou, ele o liberte *
e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”
– Desde a minha concepção me conduzistes, *
e no seio maternal me agasalhastes.
– Desde quando vim à luz vos fui entregue; *
desde o ventre de minha mãe sois o meu Deus!
– Não fiqueis longe de mim, porque padeço; *
ficai perto, pois não há quem me socorra!
– Por touros numerosos fui cercado, *
e as feras de Basã me rodearam;
– escancararam contra mim as suas bocas, *
como leões devoradores a rugir.
– Eu me sinto como a água derramada, *
e meus ossos estão todos deslocados;
– como a cera se tornou meu coração, *
e dentro do meu peito se derrete.
=Minha garganta está igual ao barro seco, †
minha língua está colada ao céu da boca, *
e por vós fui conduzido ao pó da morte!
-Cães numerosos me rodeiam furiosos, *
e por um bando de malvados fui cercado.
– Transpassaram minhas mãos e os meus pés *
e eu poso contar todos os meus ossos.
=Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam! †
Eles repartem entre si as minhas vestes *
e sorteiam entre si a minha túnica.
– Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, *
ó minha força, vinde logo em meu socorro!
– Da espada libertai a minha alma, *
e das garras desses cães, a minha vida!
– Arrancai-me da goela do leão, *
e a mim tão pobre, desses touros que me atacam!
-Anunciarei o vosso nome a meus irmãos *
e no meio da assembléia hei de louvar-vos!
=Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores; †
glorificai-o, descendentes de Jacó, *
e respeitai-o toda a raça de Israel!
– Porque Deus não desprezou nem rejeitou *
a miséria do que sofre sem amparo;
– não desviou do humilhado a sua face, *
mas o ouviu quando gritava por socorro.
– Sois meu louvor em meio à grande assembléia; *
cumpro meus votos ante aqueles que vos temem!
=Vossos pobres vão comer e saciar-se, †
e os que procuram o Senhor o louvarão; *
“Seus corações tenham a vida para sempre!”
– Lembrem-se disso os confins de toda a terra, *
para que voltem ao Senhor e se convertam,
– e se prostrem, adorando, diante dele *
todos os povos e as famílias das nações.
– Pois ao Senhor é que pertence a realeza; *
ele domina sobre todas as nações.
– Somente a ele adorarão os poderosos, *
e os que voltam para o pó o louvarão.
– Para ele há de viver a minha alma, *
toda aminha descendência há de servi-lo;
– às futuras gerações anunciará *
o poder e a justiça do Senhor;
– ao povo novo que há de vir, ela dirá: *
“Eis a obra que o Senhor realizou!”
– Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
– Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha
túnica.
Apaga-se a quarta vela do tenebrarium.

Ant. 3 Os que buscam matar, me perseguem e procuram tirar minha vida.


Salmo 37(38)
– Repreendei-me, Senhor, mas sem ira; *
corrigi-me, mas não com furor!
– Vossas flechas em mim penetraram; *
vossa mão se abateu sobre mim.
– Nada resta de são no meu corpo, *
pois com muito rigor me tratastes!
– Não há parte sadia em meus ossos, *
pois pequei contra vós, ó Senhor!
– Meus pecados me afogam e esmagam, *
como um fardo pesado me oprimem.
– Cheiram mal e supuram minhas chagas *
por motivo de minhas loucuras.
– Ando triste, abatido, encurvado, *
todo o dia afogado em tristeza.
– As entranhas me ardem de febre, *
já não há parte sã no meu corpo.
– Meu coração grita e geme de dor, *
esmagado e humilhado demais.
– Conheceis meu desejo, Senhor, *
meus gemidos vos são manifestos;
=bate rápido o meu coração, †
minhas forças estão me deixando, *
e sem luz os meus olhos se apagam.
=Companheiros e amigos se afastam, †
fogem longe das minhas feridas; *
meus parentes mantêm-se à distância.
– Armam laços os meus inimigos, *
que procuram tirar minha vida;
– os que buscam matar-me ameaçam *
e maquinam traições todo o dia.
– Eu me faço de surdo e não ouço, *
eu me faço de mudo e não falo;
– semelhante a alguém que não ouve *
e não tem a resposta em sua boca.
– Mas, em vós, ó Senhor, eu confio, *
e ouvireis meu lamento, ó meu Deus!
– Pois rezei: “Que não zombem de mim, *
nem se riam, se os pés me vacilam!”
– Ó Senhor, estou quase caindo, *
minha dor não me larga um momento!
– Sim, confesso, Senhor, minha culpa: *
meu pecado me aflige e atormenta.
=São bem fortes os meus adversários †
que me vêm atacar sem razão; *
quantos há que sem causa me odeiam!
– Eles pagam o bem com o mal, *
porque busco o bem, me perseguem.
-Não deixeis vosso servo sozinho, *
ó meu Deus, ficai perto de mim!
– Vinde logo trazer-me socorro, *
porque sois para mim salvação!
– Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
– Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Os que buscam matar, me perseguem e procuram tirar minha vida.
Apaga-se a quinta vela do tenebrarium.
V. As falsas testemunhas se ergueram.
R. E vomitam violência contra mim.
Primeira leitura
Da Carta aos Hebreus. (9,11-28)
Cristo, sumo sacerdote, com o seu próprio sangue,
entrou no Santuário uma vez por todas.
Irmãos: Cristo veio como sumo sacerdote dos bens futuros. Através de uma
tenda maior e mais perfeita, que não é obra de mãos humanas, isto é, que não faz
parte desta criação, e não com o sangue de bodes e bezerros, mas com o seu
próprio sangue, ele entrou no Santuário uma vez por todas, obtendo uma
redenção eterna. De fato, se o sangue de bodes e touros, e a cinza de novilhas
espalhada sobre os seres impuros os santifica e realiza a pureza ritual dos corpos,
quanto mais o Sangue de Cristo, purificará a nossa consciência das obras mortas,
para servirmos ao Deus vivo, pois, em virtude do espírito eterno, Cristo se
ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha.
Por isso, ele é mediador de uma nova aliança. Pela sua morte, ele reparou as
transgressões cometidas no decorrer da primeira aliança. E, assim, aqueles que
são chamados recebem a promessa da herança eterna. Onde existe testamento, é
preciso que seja constatada a morte de quem fez o testamento. Pois um
testamento só tem valor depois da morte, e não tem efeito nenhum enquanto
ainda vive aquele que fez o testamento. Por isso, nem mesmo a primeira aliança
foi inaugurada sem sangue. Quando anunciou a todo o povo cada um dos
mandamentos da Lei, Moisés tomou sangue de novilhos e bodes, junto com água,
lã vermelha e um hissopo. Em seguida, aspergiu primeiro o próprio livro e todo o
povo, e disse: “Este é o sangue da aliança que Deus faz convosco”. Do mesmo
modo, aspergiu com sangue também a Tenda e todos os objetos que serviam para
o culto. E assim, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue,
e sem derramamento de sangue não existe perdão. Portanto, as cópias das
realidades celestes tinham que ser purificadas dessa maneira; mas as próprias
realidades celestes devem ser purificadas com sacrifícios melhores. De fato,
Cristo não entrou num santuário feito por mão humana, imagem do verdadeiro,
mas no próprio céu, a fim de comparecer, agora, na presença de Deus, em nosso
favor. E não foi para se oferecer a si muitas vezes, como o sumo sacerdote que,
cada ano, entra no Santuário com sangue alheio. Porque, se assim fosse, deveria
ter sofrido muitas vezes, desde a fundação do mundo. Mas foi agora, na plenitude
dos tempos, que, uma vez por todas, ele se manifestou para destruir o pecado
pelo sacrifício de si mesmo. O destino de todo homem é morrer uma só vez, e
depois vem o julgamento. Do mesmo modo, também Cristo, oferecido uma vez
por todas, para tirar os pecados da multidão, aparecerá uma segunda vez, fora do
pecado, para salvar aqueles que o esperam.
Responsório (Is 53,7.12)
V. Foi levado como ovelha ao matadouro; e, maltratado, não abriu a sua boca;
* Foi condenado para a vida de seu povo.
V. Ele próprio entregou a sua vida e deixou-se colocar entre os facínoras. * Foi.
Apaga-se a sexta vela do tenebrarium.

Segunda leitura
Das Catequeses de São João Crisóstomo, bispo.
(Cat. 3,13-19: SCh 50,174-177) (Séc. 4)
O poder do sangue de Cristo
Queres conhecer o poder do sangue de Cristo? Voltemos às figuras que o
profetizaram e recordemos a narrativa do Antigo Testamento: Imolai, disse
Moisés, um cordeiro de um ano e marcai as portas com o seu sangue (cf. Ex 12,6-
7). Que dizes, Moisés? O sangue de um cordeiro tem poder para libertar o
homem dotado de razão? É claro que não, responde ele, não porque é sangue,
mas por ser figura do sangue do Senhor. Se agora o inimigo, ao invés do sangue
simbólico aspergido nas portas, vir brilhar nos lábios dos fiéis, portas do templo
dedicado a Cristo, o sangue verdadeiro, fugirá ainda mais para longe.
Queres compreender mais profundamente o poder deste sangue? Repara de
onde começou a correr e de que fonte brotou. Começou a brotar da própria cruz,
e a sua origem foi o lado do Senhor. Estando Jesus já morto e ainda pregado na
cruz, diz o evangelista, um soldado aproximou-se, feriu-lhe o lado com uma
lança, e imediatamente saiu água e sangue: a água, como símbolo do batismo; o
sangue, como símbolo da eucaristia. O soldado, traspassando-lhe o lado, abriu
uma brecha na parede do templo santo, e eu, encontrando um enorme tesouro,
alegro-me por ter achado riquezas extraordinárias. Assim aconteceu com este
cordeiro. Os judeus mataram um cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício.
De seu lado saiu sangue e água (Jo 19,34). Não quero, querido ouvinte, que
trates com superficialidade o segredo de tão grande mistério. Falta-me ainda
explicar-te outro significado místico e profundo. Disse que esta água e este
sangue são símbolos do batismo e da eucaristia. Foi destes sacramentos que
nasceu a santa Igreja, pelo banho da regeneração e pela renovação no Espírito
Santo, isto é, pelo batismo e pela eucaristia que brotaram do lado de Cristo. Pois
Cristo formou a Igreja de seu lado traspassado, assim como do lado de Adão foi
formada Eva, sua esposa.
Por esta razão, a Sagrada Escritura, falando do primeiro homem, usa a
expressão osso dos meus ossos e carne da minha carne (Gn 2,23), que São Paulo
refere, aludindo ao lado de Cristo. Pois assim como Deus formou a mulher do
lado do homem, também Cristo, de seu lado, nos deu a água e o sangue para que
surgisse a Igreja. E assim como Deus abriu o lado de Adão enquanto ele dormia,
também Cristo nos deu a água e o sangue durante o sono de sua morte.
Vede como Cristo se uniu à sua esposa, vede com que alimento nos sacia. Do
mesmo alimento nos faz nascer e nos nutre. Assim como a mulher, impulsionada
pelo amor natural, alimenta com o próprio leite e o próprio sangue o filho que
deu à luz, também Cristo alimenta sempre com o seu sangue aqueles a quem deu
o novo nascimento.

Responsório
V. Não foi nem com ouro nem prata que fostes remidos, irmãos; mas sim pelo
sangue precioso de Cristo, o Cordeiro sem mancha. * Por ele nós temos acesso
num único Espírito ao Pai.
V. O sangue do Filho de Deus nos lava de todo pecado. * Por ele.
Apaga-se a sétima vela do tenebrarium.

Cânticos da Vigília (Lamentações)


Primeira lamentação
Heth: Resolveu o Senhor demolir os muros da filha de Sião.
Estendeu o cordel, sem deter-se antes que tudo destruísse,
e derrubou o muro e o antemuro que, juntos, desabaram. *
Teth: Jazem sob escombros as suas portas que ele quebrou,
partindo as traves. Acham-se no estrangeiro seu rei e príncipes.
Não há mais oráculos.
Mesmo os profetas não mais recebem as visões do Senhor. *
Iod: Sentados no chão, taciturnos, jazem os anciãos da filha de Sião.
Jogaram poeira sobre os cabelos; vestiram-se com sacos;
e as virgens de Jerusalém pendem a fronte para a terra.
Caph: Ardiam-me os olhos, de tantas lágrimas; fremiam minhas entranhas.
Minha bílis se espalhou por terra, ante a ruína da filha de meu povo,
quando nas ruas da cidade desfaleciam os meninos e as crianças de peito."
Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus.

Segunda lamentação
Lámed: “Onde há pão e onde há vinho?!” – diziam eles às mães,
desfalecendo, quais feridos, nas ruas da cidade,
e entregando a alma no regaço materno.
Mem: Que dizer? A quem te comparar, filha de Jerusalém?
Quem irá salvar-te e consolar-te, ó virgem, filha de Sião?
É imensa como o mar tua ruína: quem poderá curar-te? *
Nun: Os teus profetas tinham visões apenas extravagantes e balofas.
Não manifestaram tua malícia, o que teria poupado teu exílio.
Os oráculos que te davam eram apenas mentiras e enganos.
Sámec: Todos os transeuntes, ao te verem, batem palmas,
e assobiando meneiam a cabeça sobre a filha de Jerusalém.
“Eis a cidade da qual diziam ser a beleza perfeita, a alegria do universo.”
Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus.

Terceira lamentação
Aleph: Eu sou o homem que conheceu a dor, sob a vara de seu furor.*
Aleph: Conduziu-me e me fez caminhar nas trevas e não na claridade.
Aleph: Ele não cessa de voltar a mão todos os dias contra mim.
Bet: Consumiu minha carne e minha pele, partiu meus ossos.
Bet: Em torno de mim acumulou veneno e dor.
Bet: Fez-me morar nas trevas como os mortos do tempo antigo.
Guímel: Cercou-me com muralhas sem saída, carregou-me de pesados
grilhões.
Guímel: Não obstante meus gritos e apelos sufocou a minha prece!
Guímel: Fechou-me a vereda com pedras e obstruiu o meu caminho."
Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus.

Evangelho (27,1-2.11-56)
Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo segundo Mateus.
De manhã cedo, todos os sumos sacerdotes e os anciãos do povo
convocaram um conselho contra Jesus, para condená-lo à morte. Eles o
amararam, levaram-no e o entregaram a Pilatos, o governador.
Jesus foi posto diante do governador, e este o interrogou: “Tu és o rei dos judeus?”
Jesus declarou: “É como dizes”, e nada respondeu, quando foi acusado pelos
sumos sacerdotes e anciãos. Então Pilatos perguntou: “Não estás ouvindo de
quanta coisa eles te acusam?” Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o
governador ficou muito impressionado. Na festa da Páscoa, o governador
costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse. Naquela ocasião, tinham
um prisioneiro famoso, chamado Barrabás. Então Pilatos perguntou à multidão
reunida: “Quem vós quereis que eu solte: Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de
Cristo?” Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja. Enquanto
Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher mandou dizer a ele: “Não te
envolvas com esse justo! porque esta noite, em sonho, sofri muito por causa dele.”
Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que
pedissem Barrabás e que fizessem Jesus morrer.
O governador tornou a perguntar: “Qual dos dois quereis que eu solte?” Eles
gritaram: “Barrabás.” Pilatos perguntou: “Que farei com Jesus, que chamam de
Cristo?” Todos gritaram: “Seja crucificado!” Pilatos falou: “Mas, que mal ele fez?”
Eles, porém, gritaram com mais força: “Seja crucificado!”
Pilatos viu que nada conseguia e que poderia haver uma revolta. Então mandou
trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse: “Eu não sou responsável
pelo sangue deste homem. Este é um problema vosso!” O povo todo respondeu:
“Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos”. Então Pilatos soltou
Barrabás, mandou flagelar Jesus, e entregou-o para ser crucificado.
Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador, e
reuniram toda a tropa em volta dele. Tiraram sua roupa e o vestiram com um
manto vermelho; depois teceram uma coroa de espinhos, puseram a coroa em sua
cabeça, e uma vara em sua mão direita. Então se ajoelharam diante de Jesus e
zombaram, dizendo: “Salve, rei dos judeus!” Cuspiram nele e, pegando uma vara,
bateram na sua cabeça. Depois de zombar dele, tiraram-lhe o manto vermelho e,
de novo, o vestiram com suas próprias roupas. Daí o levaram para crucificar.
Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e
o obrigaram a carregar a cruz de Jesus. E chegaram a um lugar chamado Gólgota,
que quer dizer “lugar de caveira”. Ali deram vinho misturado com fel para Jesus
beber. Ele provou, mas não quis beber. Depois de o crucificarem, fizeram um
sorteio, repartindo entre si as suas vestes. E ficaram ali sentados, montando
guarda. Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação: “Este é
Jesus, o Rei dos Judeus.”
Com ele também crucificaram dois ladrões, um à direita e outro à esquerda de
Jesus. As pessoas que passavam por ali o insultavam, balançando a cabeça e
dizendo: “Tu que ias destruir o Templo e construí-lo de novo em três dias, salva-te
a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!” Do mesmo modo, os sumos
sacerdotes, junto com os mestres da Lei e os anciãos, também zombaram de
Jesus: “A outros salvou. a si mesmo não pode salvar! É Rei de Israel. Desça agora
da cruz! e acreditaremos nele. Confiou em Deus; que o livre agora, se é que Deus
o ama! Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus.” Do mesmo modo, também os
dois ladrões que foram crucificados com Jesus o insultavam.
Desde o meio-dia até às três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra.
Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”, que
quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” Alguns dos que ali
estavam, ouvindo-o, disseram: “Ele está chamando Elias!” E logo um deles,
correndo, pegou uma esponja, ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma
vara, e lhe deu para beber. Outros, porém, disseram: “Deixa, vamos ver se Elias
vem salválo!” Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito.
Aqui todos se ajoelham, permanecendo assim por algum tempo.
E eis que a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a
terra tremeu e as pedras se partiram. Os túmulos se abriram e muitos corpos dos
santos falecidos ressuscitaram! Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de
Jesus, apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas. O oficial e
os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo
que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram: “Ele era mesmo Filho
de Deus!” Grande número de mulheres estava ali, olhando de longe. Elas haviam
acompanhado Jesus desde a Galileia, prestando-lhe serviços. Entre elas estavam
Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.
V. Palavra da Salvação
R. Glória a Vós Senhor.

LAUDES
Hino
1. O fel lhe dão por bebida minora tantas torturas.
sobre o madeiro sagrado. Leito mais brando oferece
Espinhos, cravos e lança ao Santo Rei das alturas.
ferem seu corpo e seu lado.
No sangue e água que jorram, 4. Só tu, ó Cruz, mereceste
mar, terra e céu são lavados. suster o preço do mundo
e preparar para o náufrago
2. Ó cruz fiel sois a árvore um porto, em mar tão profundo.
mais nobre em meio às demais, Quis o cordeiro imolado
que selva alguma produz banhar-te em sangue fecundo.
com flor e frutos iguais.
Ó lenho e cravos tão doces, 5. Glória e poder à Trindade.
um doce peso levais. Ao Pai e ao Filho Louvor.
Honra ao Espírito Santo.
3. Árvore, inclina os teus ramos, Eterna glória ao Senhor,
abranda as fibras mais duras. que nos salvou pela graça
A quem te fez germinar e nos remiu pelo amor. Amém.
Apaga-se a oitava vela do tenebrarium.
Salmodia
Ant. 1 Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós.
Salmo 50(51)
Tende piedade, ó meu Deus!
- Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! *
Na imensidão de vosso amor,purificai-me!
- Lavai-me todo inteiro do pecado, *
e apagai completamente a minha culpa!
- Eu reconheço toda a minha iniqüidade, *
o meu pecado está sempre à minha frente.
- Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, *
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos! –
-Mostrais assim quanto sois justo na sentença, *
e quanto é reto o julgamento que fazeis.
- Vede, Senhor, que eu nasci na iniqüidade *
e pecador já minha mãe me concebeu.
- Mas vós amais os corações que são sinceros, *
na intimidade me ensinais sabedoria.
- Aspergi-me e serei puro do pecado, *
e mais branco do que a neve ficarei.
- Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria, *
e exultarão estes meus ossos que esmagastes.
- Desviai o vosso olhar dos meus pecados *
e apagai todas as minhas transgressões!
- Criai em mim um coração que seja puro, *
dai-me de novo um espírito decidido.
- Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, *
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!
- Dai-me de novo a alegria de ser salvo *
e confirmai-me com espírito generoso!
- Ensinarei vosso caminho aos pecadores, *
e para vós se voltarão os transviados.
- Da morte como pena, libertai-me, *
e minha língua exaltará vossa justiça!
- Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, *
e minha boca anunciará vosso louvor!
- Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, *
e, se oferto um holocausto, o rejeitais.
- Meu sacrifício é minha alma penitente, *
não desprezeis um coração arrependido!
- Sede benigno com Sião, por vossa graça, *
reconstruí Jerusalém e os seus muros!
- E aceitareis o verdadeiro sacrifício, *
os holocaustos e oblações em vosso altar!
- Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
- Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós.
Apaga-se a nona vela do tenebrarium.

Ant. 2 Jesus Cristo nos amou até o fim e lavou nossos pecados com seu
sangue.
Cântico – Hab 3,2-4.13a.15-19
Deus há de vir para julgar
- Eu ouvi vossa mensagem, ó Senhor, *
e enchi-me de temor.
- Manifestai a vossa obra pelos tempos *
e tornai-a conhecida.
- Ó Senhor, mesmo na cólera, lembrai-vos *
de ter misericórdia!
- Deus virá lá das montanhas de Temã, *
e o Santo, de Farã.
- O céu se enche com a sua majestade, *
e a terra, com sua glória.
- Seu esplendor é fulgurante como o sol, *
saem raios de suas mãos.
- Nelas se oculta o seu poder como num véu, *
seu poder vitorioso.
- Para salvar o vosso povo vós saístes, *
para salvar o vosso Ungido.
- E lançastes pelo mar vossos cavalos *
no turbilhão das grandes águas.
- Ao ouvi-lo estremeceram-me as entranhas *
e tremeram os meus lábios.
- A cárie penetrou-me até os ossos, *
e meus passos vacilaram.
- Confiante espero o dia da aflição, *
que virá contra o opressor.
- Ainda que a figueira não floresça *
nem a vinha dê seus frutos,
- a oliveira não dê mais o seu azeite,*
nem os campos, a comida;
- mesmo que faltem as ovelhas nos apriscos *
e o gado nos curais:
- mesmo assim eu me alegro no Senhor, *
exulto em Deus, meu Salvador!
- O meu Deus e meu Senhor é minha força *
e me faz ágil como a corça;
- para as alturas me conduz com segurança *
ao cântico de salmos.
- Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
- Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Jesus Cristo nos amou até o fim e lavou nossos pecados com seu
sangue.
Apaga-se a decima vela do tenebrarium.

Ant. 3 Adoramos, Senhor, vosso madeiro, vossa ressurreição nós


celebramos. A alegria chegou ao mundo inteiro, pela cruz que nós hoje
veneramos.
Salmo 147(147 B)
Restauração de Jerusalém
- Glorifica o Senhor, Jerusalém! *
Ó Sião, canta louvores ao teu Deus!
- Pois reforçou com segurança as tuas portas, *
e os teus filhos em teu seio abençoou;
- a paz em teus limites garantiu *
e te dá como alimento a flor do trigo.
- Ele envia suas ordens para a terra, *
e a palavra que ele diz core veloz;
- ele faz cair a neve como lã *
e espalha a geada como cinza. –
- Como de pão lança as migalhas do granizo, *
a seu frio as águas ficam congeladas.
- Ele envia sua palavra e as derrete, *
sopra o vento e de novo as águas corem.
- Anuncia a Jacó sua palavra, *
seus preceitos e suas leis a Israel.
- Nenhum povo recebeu tanto carinho, *
a nenhum outro revelou os seus preceitos.
- Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
- Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Glorifica Adoramos, Senhor, vosso madeiro, vossa ressurreição nós
celebramos. A alegria chegou ao mundo inteiro, pela cruz que nós hoje
veneramos.
Apaga-se a decima primeira vela do tenebrarium.

Leitura breve.
Ei-lo, o meu Servo será bem sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau.
Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo – tão desfigurado ele estava que
não parecia ser um homem ou ter aspecto humano – do mesmo modo ele
espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em silêncio,
vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que jamais ouviram.

Em lugar do responsório se diz, de joelhos:


Ant: Jesus Cristo se humilhou e se fez obediente, obediente até à morte e
morte de cruz.
Apaga-se a decima segunda vela do tenebrarium.

Cântico evangélico
Durante o Benedictus, o acólito responsável por apagar as velas, apaga as velas do altar.
Ant: Acima de sua cabeça puseram escrito o motivo da culpa e do crime de
Cristo: Jesus Nazareno, o Rei dos judeus.
Benedictus (Lc 1, 68-79)
– Benedictus Dominus Deus Israel; *
quia visitavit et fecit redemptionem plebi suae
– et erexit cornu salutis nobis, *
in domo David pueri sui,
– sicut locutus est per os sanctorum, *
qui a saeculo sunt, prophetarum eius,
– salutem ex inimicis nostris, *
et de manu omnium, qui oderunt nos;
– ad faciendam misericordiam cum patribus nostris, *
et memorari testamenti sui sancti,
– iusiurandum, quod iuravit ad Abraham patrem nostrum, *
daturum se nobis,
– ut sine timore, de manu inimicorum liberati, *
serviamus illi
– in sanctitate et iustitia coram ipso *
omnibus diebus nostris.
– Et tu, puer, propheta Altissimi vocaberis: *
praeibis enim ante faciem Domini parare vias eius,
– ad dandam scientiam salutis plebi eius *
in remissionem peccatorum eorum,
– per viscera misericordiae Dei nostri, *
in quibus visitabit nos oriens ex alto,
– illuminare his, qui in tenebris et in umbra mortis sedent, *
ad dirigendos pedes nostros in viam pacis.
– Gloria Patri et Filio *
et Spiritui Sancto.
– Sicut erat in principio et nunc et semper *
et in saecula saeculorum. Amen.
Ant: Acima de sua cabeça puseram escrito o motivo da culpa e do crime de
Cristo: Jesus Nazareno, o Rei dos judeus.
Apaga-se a decima terceira vela do tenebrarium.

Preces.
Adoremos com sincera piedade a Cristo, nosso Redentor, que por nós sofreu
a Paixão e foi sepultado para ressuscitar ao terceiro dia; e peçamos
humildemente:
R. Senhor, tende piedade de nós!
Cristo, nosso Mestre e Senhor, obediente até à morte por nosso amor,
– ensinai-nos a obedecer sempre à vontade do Pai. R.
Cristo, nossa vida, que morrendo na cruz, destruístes o poder da morte e do
inferno,
– ensinai-nos a morrer convosco, para merecermos também ressuscitar convosco
na glória. R.
Cristo, nosso Rei, que fostes desprezado como um verme e humilhado como a
vergonha do gênero humano,
– ensinai-nos a imitar a vossa humildade salvadora. R.
Cristo, nossa salvação, que destes a vida por amor dos seres humanos, vossos
irmãos e irmãs,
– fazei que nos amemos uns aos outros com a mesma R.
Cristo, nosso Salvador, que de braços abertos na cruz quisestes atrair para vós a
humanidade inteira,
– reuni em vosso reino os filhos e as filhas de Deus dispersos pelo mundo.
(intenções livres)
Pater noster.
Apaga-se a decima quarta vela do tenebrarium.

Oração.
Olhai com amor, ó Pai, esta vossa família, pela qual nosso Senhor Jesus
Cristo livremente se entregou às mãos dos inimigos e sofreu o suplício da cruz.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, nosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.

Depois da oração final, o acólito encarregado de apagar as velas, pega a última vela do tenebrarium e a
oculta detrás do altar, e começa o strepitum, batendo matracas, bancos ou os breviários, depois o
acólito tira e mostra a vela dando fim ao strepitum, e ergue a vela, depois leva-a ao tenebrarium e
começa o canto “Christus factus est”, uma vez acabado começa a procissão de saída, dando fim ao
ofício das trevas.
SABADO SANTO
INVITATÓRIO.
V: † Abri os meus lábios, ó Senhor.
R: E minha boca anunciará vosso louvor.

Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos,
adoremos!
Salmo 94 (95)
Convite ao louvor de Deus
Vinde, exultemos de alegria no Senhor;*
aclamemos o rochedo que nos salva.
Ao seu encontro caminhemos com louvores,*
e com cantos de alegria o celebremos! Ant.

Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *


o grande Rei, muito maior que os deuses todos.
Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *
e as alturas das montanhas lhe pertencem;
o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas mãos a modelaram. Ant.

Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, *


e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, †
e nós somos o seu povo e seu rebanho, *
as ovelhas que conduz com sua mão. Ant.

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †


"Não fecheis os corações como em Meriba, *
como em Massa, no deserto, aquele dia,
em que outrora vossos pais me provocaram, *
apesar de terem visto as minhas obras. " Ant

Quarenta anos desgostou-me aquela raça, †


e eu disse: "Eis um povo transviado, *
seu coração não conheceu os meus caminhos!"
E por isso lhes jurei na minha ira: *
"Não entrarão no meu repouso prometido!" Ant.
Demos glória a Deus Pai onipotente*
e a seu Filho Jesus Cristo, Senhor nosso,
e ao Espírito que habita em nosso peito*
pelos séculos dos séculos. Amém.

Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos,
adoremos!
Apaga-se a primeira vela do tenebrarium.

OFÍCIO DE LEITURAS
Hino
Jesus, Senhor supremo, lavastes nossas vestes
do mundo redentor, em vosso sangue e luz.
na cruz salvastes todos,
da morte vencedor! Aqueles que lavastes
com sangue de Homem-Deus,
Mantende, suplicamos, convosco ressurgidos,
em nossos corações, levai-os para os céus.
os dons que conquistastes
por todas as nações. Ó povos redimidos,
ao Deus do céu louvai,
Cordeiro imaculado, Jesus nos fez, morrendo,
pregado sobre a cruz, um reino para o Pai. Amém.
Apaga-se a segunda vela do tenebrarium.

Salmodia
Ant. 1 Tranquilo eu adormeço e repouso em vossa paz.
Salmo 4
=Quando eu chamo, respondei-me, ó meu Deus, minha justiça! †
Vós que soubestes aliviar-me nos momentos de aflição, *
atendei-me por piedade e escutai minha oração!
- Filhos dos homens, até quando fechareis o coração? *
Por que amais a ilusão e procurais a falsidade?
- Compreendei que nosso Deus faz maravilhas por seu servo, *
e que o Senhor me ouvirá quando lhe faço a minha prece!
- Se ficardes revoltados, não pequeis por vossa ira; *
meditai nos vossos leitos e calai o coração!
- Sacrificai o que é justo, e ao Senhor oferecei-o; *
confiai sempre no Senhor, ele é a única esperança!
- Muitos há que se perguntam: “Quem nos dá felicidade?”*
Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!
- Vós me destes, ó Senhor, mais alegria ao coração, *
do que a outros na fartura do seu trigo e vinho novo.
- Eu tranqüilo vou deitar-me e na paz logo adormeço, *
pois só vós, ó Senhor Deus, dais segurança à minha vida!
– Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
– Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Tranquilo eu adormeço e repouso em vossa paz.
Apaga-se a terceira vela do tenebrarium.

Ant. 2 Até meu corpo no repouso está tranqüilo.


Salmo 15(16)
=Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! †
Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor: *
nenhum bem eu posso achar fora de vós!”
- Deus me inspirou uma admirável afeição *
pelos santos que habitam sua terra.
- Multiplicam, no entanto, suas dores *
os que correm para os deuses estrangeiros;
- seus sacrifícios sanguinários não partilho, *
nem seus nomes passarão pelos meus lábios.
- Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, *
meu destino está seguro em vossas mãos!
- Foi demarcada para mim a melhor terra, *
e eu exulto de alegria em minha herança!
- Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, *
e até de noite me adverte o coração.
- Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, *
pois se o tenho a meu lado não vacilo.
=Eis por que meu coração está em festa, †
minha alma rejubila de alegria, *
e até meu corpo no repouso está tranqüilo;
- pois não haveis de me deixar entregue à morte, *
nem vosso amigo conhecer a corrupção.
=Vós me ensinais vosso caminho para a vida; †
junto a vós, felicidade sem limites, *
delícia eterna e alegria ao vosso lado!
– Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
– Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Até meu corpo no repouso está tranqüilo.
Apaga-se a quarta vela do tenebrarium.

Ant. 3 Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória
possa entrar!
Salmo 23(24)
-Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, *
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
- porque ele a tornou firme sobre os mares, *
e sobre as águas a mantém inabalável.
-“Quem subirá até o monte do Senhor, *
quem ficará em sua santa habitação?”
=“Quem tem mãos puras e inocente coração, †
quem não dirige sua mente para o crime, *
nem jura falso para o dano de seu próximo.
-Sobre este desce a bênção do Senhor *
e a recompensa de seu Deus e Salvador”.
-“É assim a geração dos que o procuram, *
e do Deus de Israel buscam a face”.
=“Ó portas, levantai vossos frontões! †
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, *
a fim de que o Rei da glória possa entrar!”
=Dizei-nos: “Quem é este Rei da glória?” †
“É o Senhor, o valoroso, o onipotente, *
o Senhor, o poderoso nas batalhas!”
=“Ó portas, levantai vossos frontões! †
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, *
a fim de que o Rei da glória possa entrar!”
=Dizei-nos: “Quem é este Rei da glória?” †
“O Rei da glória é o Senhor onipotente, *
o Rei da glória é o Senhor Deus do universo!”
– Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
– Ao Deus que é que era que vem*
pelos séculos dos séculos. Amém.
Ant. Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória
possa entrar!
Apaga-se a quinta vela do tenebrarium.

V. Defendei a minha causa e libertai-me.


R. Pela palavra que me destes, dai-me a vida!

Primeira leitura
Da Carta aos Hebreus. (4,1-13)
Esforcemo-nos por entrar no repouso de Deus
Irmãos: Tenhamos cuidado, enquanto nos é oferecida a oportunidade de
entrar no repouso de Deus, não aconteça que alguém de vós fique para trás.
Também nós, como eles, recebemos uma boa-nova. Mas a proclamação da
palavra de nada lhes adiantou, por não ter sido acompanhada da fé naqueles que
a tinham ouvido, enquanto nós, que acreditamos, entramos no seu repouso. É
assim como ele falou: “Por isso jurei na minha ira: jamais entrarão no meu
repouso.”
Isso, não obstante as obras de Deus estarem terminadas desde a criação do
mundo. Pois, em certos lugares, assim falou do sétimo dia: “E Deus repousou no
sétimo dia de todas as suas obras”, e ainda novamente: “Não entrarão no meu
repouso.” Então, ainda há oportunidade para alguns entrarem nesse repouso. E
como os que primeiro receberam o anúncio não entraram por causa de sua
incredulidade, Deus marca de novo um dia, um “hoje”, falando por Davi, muito
tempo depois, como se disse acima: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais
os vossos corações”.
Ora, se Josué lhes tivesse proporcionado esse repouso, não falaria de outro
dia depois. Portanto ainda está reservado um repouso sabático para o povo de
Deus. Pois aquele que entrou no repouso de Deus está descansando de suas
obras, assim como Deus descansou das suas.
Esforcemo-nos, portanto, por entrar neste repouso, para que ninguém
repita o acima referido exemplo de desobediência. A Palavra de Deus é viva, eficaz
e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e
espírito, articulações e medulas. Ela julga os pensamentos e as intenções do
coração. E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e
descoberto aos seus olhos, e é a ela que devemos prestar contas.
Responsório (Is 53,7.12)
V. Sepultado o Senhor, rolaram uma pedra à entrada do túmulo e lacraram o
sepulcro, * Colocando soldados a fim de guardá-lo.
V. Os chefes do povo chegaram a Pilatos e pediram que mandasse vigiar o
sepulcro. * Colocando soldados
Apaga-se a sexta vela do tenebrarium.

Segunda leitura
De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo.
(PG43,439.451.462-463) (Séc. 4)
A descida do Senhor à mansão dos mortos
Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um
grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está
dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem
adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e
despertou a mansão dos mortos.
Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha
perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na
sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos,
agora libertos dos sofrimentos.
O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz
vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os
demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de
nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão,
disse: “Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará.
Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que
nasceram de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na
prisão: ‘Saí!’; e aos que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos entorpecidos:
‘Levantaivos!’.
Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na
mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos.
Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste
criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti,
somos uma só e indivisível pessoa.
Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua
condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e
fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como
alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do
paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.
Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro
da vida original. Vê na minha face as bofetadas que levei para restaurar,
conforme à minha imagem, tua beleza corrompida.
Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus
ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da
cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a
árvore do paraíso.
Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva
surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu
sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava
dirigida contra ti.
Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu,
porém, já não te coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti
a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti.
Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te
adorem como Deus, embora não sejas Deus.
Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros,
construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos
eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus
preparado para ti desde toda a eternidade”.

Responsório
V. Nosso pastor se retirou, ele, a fonte de água viva; e o sol, na sua morte,
escurecendo, se apagou; e aquele que trazia prisioneiro o homem primeiro, por
Cristo aprisionado.
* Hoje o nosso Salvador arrombou as portas da morte e quebrou os seus ferrolhos.
V. Nosso pastor se retirou, ele, a fonte de água viva; e o sol, na sua morte,
escurecendo, se apagou; e aquele que trazia prisioneiro o homem primeiro, por
Cristo aprisionado. * Hoje o nosso Salvador.

Cânticos da Vigília (Lamentações)


Primeira lamentação
Heth: É graças ao Senhor que não fomos aniquilados,
porque não se esgotou sua piedade.
Heth: Cada manhã ele se manifesta e grande é sua fidelidade.
Heth: Disse-me a alma: o Senhor é minha partilha,
e assim nele confio.
Teth: O Senhor é bom para quem nele confia,
para a alma que o procura.
Teth: Bom é esperar em silêncio o socorro do Senhor.
Teth: É bom para o homem carregar seu jugo na mocidade.
Iod: Permaneça só e em silêncio, quando Deus lhe determinar!
Iod: Leve sua boca ao pó; haverá, talvez, esperança?
Iod: Estenda a face a quem o fere, e se farte de opróbrios!"
Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus.

Segunda lamentação
Aleph: Como escureceu o ouro, como se alterou o ouro fino!
Foram dispersadas as pedras sagradas por todos os cantos da rua?
Beth: Os nobres filhos de Sião, tão estimados quanto o ouro fino, ei-los
contados como vasos, obra de um oleiro!
Ghimel: Mesmo chacais dão a mama, a fim de aleitar suas crias;
mas a filha do meu povo é cruel, qual avestruz do deserto. *
Daleth: A língua dos bebês, de tanta sede, se lhes prega ao palato!
As crianças reclamam pão. E ninguém lhe dá.
He: Aqueles que em comidas finas se compraziam definham pelas ruas. E os
que foram educados no fausto têm por leito o esterco.
Vau: O castigo da filha do meu povo é maior que o pecado de Sodoma, em
um momento destruída sem que ninguém lhe lançasse a mão."
Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus.

Terceira lamentação
"Lembrai-vos, Senhor, do que nos aconteceu.
Olhai, considerai nossa humilhação.*
Nossa herança passou a mãos estranhas,
e nossas casas foram entregues a desconhecidos.
Órfãos, fomos privados de nossos pais,
e nossas mães são como viúvas.
Somente a preço de dinheiro nos é dado beber;
a nossa lenha, devemos pagá-la.
Carregando o jugo ao pescoço, somos perseguidos,
extenuamo-nos, não há trégua para nós!
Estendemos a mão ao Egito e à Assíria
para obtermos o pão para comer.
Pecaram nossos pais, e já não existem,
e sobre nós caíram os castigos de suas iniquidades.
Um povo de escravos domina sobre nós.
Ninguém nos arrebata de suas mãos.
Se comemos o pão, é com perigo de nossa vida,
por causa da espada que ataca no deserto.*
Nossa pele esbraseou-se como ao forno,
sob os ardores da fome.
Foram violadas as mulheres de Sião
e as jovens nas cidades de Judá;"
Jerusalém, Jerusalém, converte-te ao Senhor teu Deus.

Evangelho (27,57-66)
Leitura do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
O corpo de Jesus é colocado num túmulo
Ao entardecer, veio um homem rico de Arimatéia, chamado José, que
também se tornara discípulo de Jesus. Ele foi procurar Pilatos e pediu o corpo de
Jesus. Então Pilatos mandou que lhe entregassem o corpo. José, tomando o corpo,
envolveu-o num lençol limpo, e o colocou em um túmulo novo, que havia
mandado escavar na rocha. Em seguida, rolou uma grande pedra para fechar a
entrada do túmulo, e retirou-se. Maria Madalena e a outra Maria estavam ali
sentadas, diante do sepulcro.
No dia seguinte, como era o dia depois da preparação para o sábado, os
sumos-sacerdotes e os fariseus foram ter com Pilatos, e disseram: “Senhor, nós
nos lembramos de que quando este impostor ainda estava vivo, disse: ‘Depois de
três dias eu ressuscitarei!’ Portanto, manda guardar o sepulcro até ao terceiro dia,
para não acontecer que os discípulos venham roubar o corpo e digam ao povo:
‘Ele ressuscitou dos mortos!’ pois essa última impostura seria pior do que a
primeira.” Pilatos respondeu: “Tendes uma guarda. Ide e guardai o sepulcro como
melhor vos parecer.” Então eles foram reforçar a segurança do sepulcro: lacraram
a pedra e montaram guarda.
V. Palavra da Salvação
R. Glória a Vós Senhor.
LAUDES
Hino
1. Chorando vos cantamos 4. Por nós descer quisestes
um hino de louvor; da morte à região:
as faltas perdoai-nos, aos pais que aguardavam
de todos Redentor! trouxestes salvação.

2. Vencestes o inimigo, 5. Vireis no fim dos tempos,


morrendo sobre a cruz: Senhor, Juiz e Rei,
marcada em nossas frontes, então recompensando
é o sol que nos conduz. quem segue a vossa lei.

3. Jamais venha lesar-nos 6. Curai nossas feridas,


o antigo tentador: pedimo-vos, Senhor,
lavou-nos no batismo a vós e ao Pai louvando
o sangue redentor. e ao Espírito de amor. Amém.
Apaga-se a oitava vela do tenebrarium.

Salmodia
Ant. 1 Lamentarão a sua morte como a um filho primogênito, pois foi morto
o Inocente, Jesus Cristo, Senhor nosso.
Salmo 63(64)
Tende piedade, ó meu Deus!
- Ó Deus, ouvi a minha voz, o meu lamento! *
salvai-me a vida do inimigo aterrador!
- Protegei-me das intrigas dos perversos *
e do tumulto dos obreiros da maldade!
- Eles afiam suas línguas como espadas, *
lançam palavras venenosas como flechas,
- para ferir os inocentes às ocultas *
e atingi-los de repente, sem temor.
- Uns aos outros se encorajam para o mal *
e combinam às ocultas, traiçoeiros,
- onde pôr as armadilhas preparadas, *
comentando entre si: 'Quem nos verá?'
-Eles tramam e disfarçam os seus crimes. *
É um abismo o coração de cada homem!
- Deus, porém, os ferirá com suas flechas, *
e cairão todos feridos, de repente.
- Sua língua os levará à perdição, *
e quem os vir meneará sua cabeça;
- com temor proclamará a ação de Deus, *
e tirará uma lição de sua obra.
=O homem justo há de alegrar-se no Senhor †
e junto dele encontrará o seu refúgio,*
e os de reto coração triunfarão.
- Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
- Ao Deus que é que era e que vem *
pelos séculos dos séculos. Amém.
Ant. Lamentarão a sua morte como a um filho primogênito, pois foi morto o
Inocente, Jesus Cristo, Senhor nosso.
Apaga-se a nona vela do tenebrarium.

Ant. 2 Das portas do abismo livrai-me, Senhor!


Cântico – Is 38,10-14.17-20
- Eu ouvi vossa mensagem, ó Senhor, *
e enchi-me de temor.
- Manifestai a vossa obra pelos tempos *
e tornai-a conhecida.
- Ó Senhor, mesmo na cólera, lembrai-vos *
de ter misericórdia!
- Deus virá lá das montanhas de Temã, *
e o Santo, de Farã.
- O céu se enche com a sua majestade, *
e a terra, com sua glória.
- Seu esplendor é fulgurante como o sol, *
saem raios de suas mãos.
- Nelas se oculta o seu poder como num véu, *
seu poder vitorioso.
- Para salvar o vosso povo vós saístes, *
para salvar o vosso Ungido.
- E lançastes pelo mar vossos cavalos *
no turbilhão das grandes águas.
- Ao ouvi-lo estremeceram-me as entranhas *
e tremeram os meus lábios.
- A cárie penetrou-me até os ossos, *
e meus passos vacilaram.
- Confiante espero o dia da aflição, *
que virá contra o opressor.
- Ainda que a figueira não floresça *
nem a vinha dê seus frutos,
- a oliveira não dê mais o seu azeite,*
nem os campos, a comida;
- mesmo que faltem as ovelhas nos apriscos *
e o gado nos curais:
- mesmo assim eu me alegro no Senhor, *
exulto em Deus, meu Salvador!
- O meu Deus e meu Senhor é minha força *
e me faz ágil como a corça;
- para as alturas me conduz com segurança *
ao cântico de salmos.
- Glória ao Pai e ao Filho*
e ao Espírito Santo.
- Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Das portas do abismo livrai-me, Senhor!
Apaga-se a decima vela do tenebrarium.

Ant. 3 Estive morto e agora vivo: sou o Vivente pelos séculos; tenho as
chaves dos abismos e a vitória sobre a morte.
Salmo 150
- Louvai o Senhor Deus no santuário, *
louvai-o no alto céu de seu poder!
- Louvai-o por seus feitos grandiosos, *
louvai-o em sua grandeza majestosa!
- Louvai-o com o toque da trombeta, *
louvai-o com a harpa e com a cítara!
- Louvai-o com a dança e o tambor, *
louvai-o com as cordas e as flautas!
- Louvai-o com os címbalos sonoros, *
louvai-o com os címbalos de júbilo!
- Louve a Deus tudo o que vive e que respira, *
tudo cante os louvores do Senhor!
- Glória ao Pai e ao Filho* e ao Espírito Santo.
- Como era no princípio,*
agora e sempre. Amém.
Ant. Estive morto e agora vivo: sou o Vivente pelos séculos; tenho as chaves
dos abismos e a vitória sobre a morte.
Apaga-se a decima primeira vela do tenebrarium.

Leitura breve.
Eis o que diz o Senhor: Em suas aflições me procurarão. Vinde, voltemos
para o Senhor, ele nos feriu e há de tratar-nos, ele nos machucou e há de curar-
nos. Em dois dias, nos dará vida, e, ao terceiro dia, há de restaurar-nos, e
viveremos em sua presença.

Em lugar do responsório se diz, de joelhos:


Ant: Jesus Cristo se humilhou e se fez obediente, obediente até à morte e
morte de cruz. Por isso Deus o exaltou sobremaneira em sua glória, e deu-
lhe o nome mais sublime, muito acima de outro nome.
Apaga-se a decima segunda vela do tenebrarium.

Cântico evangélico
Durante o Benedictus, o acólito responsável por apagar as velas, apaga as velas do altar.
Ant: Salvai-nos, Salvador do universo! Por vossa cruz e vosso sangue nos
remistes: ajudainos, vos pedimos, nosso Deus!
Benedictus (Lc 1, 68-79)
– Benedictus Dominus Deus Israel; *
quia visitavit et fecit redemptionem plebi suae
– et erexit cornu salutis nobis, *
in domo David pueri sui,
– sicut locutus est per os sanctorum, *
qui a saeculo sunt, prophetarum eius,
– salutem ex inimicis nostris, *
et de manu omnium, qui oderunt nos;
– ad faciendam misericordiam cum patribus nostris, *
et memorari testamenti sui sancti,
– iusiurandum, quod iuravit ad Abraham patrem nostrum, *
daturum se nobis,
– ut sine timore, de manu inimicorum liberati, *
serviamus illi
– in sanctitate et iustitia coram ipso *
omnibus diebus nostris.
– Et tu, puer, propheta Altissimi vocaberis: *
praeibis enim ante faciem Domini parare vias eius,
– ad dandam scientiam salutis plebi eius *
in remissionem peccatorum eorum,
– per viscera misericordiae Dei nostri, *
in quibus visitabit nos oriens ex alto,
– illuminare his, qui in tenebris et in umbra mortis sedent, *
ad dirigendos pedes nostros in viam pacis.
– Gloria Patri et Filio *
et Spiritui Sancto.
– Sicut erat in principio et nunc et semper *
et in saecula saeculorum. Amen.
Ant: Salvai-nos, Salvador do universo! Por vossa cruz e vosso sangue nos
remistes: ajudainos, vos pedimos, nosso Deus!
Apaga-se a decima terceira vela do tenebrarium.

Preces.
Adoremos com sincera piedade a Cristo, nosso Redentor, que por nós sofreu
a Paixão e foi sepultado para ressuscitar ao terceiro dia; e peçamos
humildemente:
R. Senhor, tende piedade de nós!
Cristo, nosso Senhor, que como grão de trigo caído na terra fizestes germinar para
nós o admirável fruto da vida eterna,
– dai-nos a graça de morrer para o pecado e viver somente para Deus. R.
Cristo, nosso Pastor, que jazendo no sepulcro quisestes vos ocultar da vista de
todos,
– ensinai-nos a amar nossa vida escondida convosco em Deus Pai. R.
Cristo, novo Adão, que descestes ao reino dos mortos para libertar os justos que,
desde a origem do mundo, lá estavam encarcerados,
– compadecei-vos dos que estão mortos no túmulo de seus pecados, para que,
escutando a vossa voz, recuperem a vida. R.
Cristo, Filho do Deus vivo, que pelo batismo nos sepultastes convosco,
– tornai-nos cada vez mais semelhantes a vós, no mistério da vossa ressurreição,
para que vivamos a vida nova da graça. R.
(intenções livres)
Pater noster.
Apaga-se a decima quarta vela do tenebrarium.
Oração.
Pai cheio de bondade, vosso Filho unigênito desceu à mansão dos mortos e
dela surgiu vitorioso: concedei aos vossos fiéis, sepultados com ele no batismo,
que, pela força de sua ressurreição, participem da vida eterna, com ele. Que
convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.

V. Bendigamos ao Senhor.
R. Graças a Deus.

Depois da oração final, o acólito encarregado de apagar as velas, pega a última vela do tenebrarium e a
oculta detrás do altar, e começa o strepitum, batendo matracas, bancos ou os breviários, depois o
acólito tira e mostra a vela dando fim ao strepitum, e ergue a vela, depois leva-a ao tenebrarium e
começa o canto “Christus factus est”, uma vez acabado começa a procissão de saída, dando fim ao
ofício das trevas.

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