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A casa misteriosa

Era uma vez um pobre que andava a


mendigar num campo verdejante num belo
dia de Verão, e no
meio do caminho,
encontrou um
binóculo.
Entusiasmado,
resolveu dar uma
espreitadela. Mas
quando colocou a
lente ocular do
binóculo junto ao
olho, reparou que
tudo estava diferente!
Era tudo mais belo.
Foi então que uma
maçã caiu-lhe mesmo
em cima da cabeça e
ele desmaiou. Quando
acordou, qual não foi
o seu espanto,
quando descobriu que
estava exactamente na paisagem que tinha
visto no binóculo!

1
Então, viu uma casa muito escura ao
longe. Quando estava a caminhar direito a
ela, encontrou um aquário. Colocou-o
cuidadosamente dentro da sua mala e foi
atravessar o rio, pois este era um bom atalho
para chegar à casa. Quando estava a
atravessá-lo, encontrou um peixe que falava,
colocou-o dentro do seu aquário, e foram à
conversa até à casa.

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Assim que lá chegaram, o pobre
apercebeu-se que tinha muito frio. Para
grande alegria sua, encontrou junto a uma
árvore um casaco e umas botas. Quando
vestiu as roupas, libertou o peixe de um
feitiço que uma bruxa há alguns anos o tinha
submetido e o peixe transformou-se numa
linda princesa.
Juntos,
observaram
uma luz

incandescente ao longe e andaram, andaram


até que repararam que era de novo a bruxa e
aquela casa era dela! Ficaram sem saber o
que era aquela luz, mas a casa eles tinham
que ver!

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No momento em que entraram, viram
um relógio que permitia voltar atrás no
tempo e ao lado direito estava um livro
mágico, pois quem lesse algo transformar-se-
ia em peixe. Como a princesa já tinha feito
essa asneira,
aconselhou o
pobre a virar a
cara e seguir
caminho. Abriram
uma porta da
casa da bruxa e…
O pobre e a
princesa foram
dar a um túnel
muito escuro e
muito comprido,
com portas a
ranger.

No início desse túnel, estava uma chave


e uma vassoura. Aquele lugar parecia não ter

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fim mas, quando a princesa tirou a chave do
bengaleiro, acenderam-se as luzes e abriu-se
uma porta lá ao fundo. Montaram-se na
vassoura e foram muito mais rápido até à
porta, mas na verdade aquilo era um portal
que ia dar a um rio.

Mal lá chegaram, encontraram uma


ampulheta que contava o tempo que os

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peixes tinham para se libertar do feitiço e ao
lado encontrava-se um búzio mágico. Os dois
descobriram que este era especial pois, mal o
tocavam num peixe enfeitiçado, o búzio
libertava-o do feitiço. O pobre e a princesa
montaram-se numa canoa e foram salvar os
peixes. Felizmente, conseguiram salvar todos.
Os animais, agradecidos, decidiram
todos atacar a bruxa e conseguiram prendê-
la.
O rio foi dar ao castelo da princesa.

Uma grande festa foi anunciada no castelo, a


princesa casou-se com o pobre e viveram
felizes para SEMPRE…

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Miguel Cláudio e João Janeiro, 7º B

Ilustrações de:
Jacek Yerka (1,6)
Brian Froud (3)
Todd Peterson (5)
Kendra Binney (2)
Eli Rutten (4)

A Fada malvada

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Certo dia, o velho António ia montado no seu
cavalo Zakarias, quando apareceu uma fada
encantada. Disse-lhe, então, que sempre que
alguém tentasse passar pelo seu território
tentaria convencê-lo a beber a água da fonte do
seu território, que estava poluída. Dito isto, o
pobre velho foi atacado pela fada malvada que,
de imediato, os expulsou do seu território.

8
Mas o António tinha que ir visitar a sua
irmã que estava muito doente… Foi então que o
António pensou no seu telescópio mágico. Agitou-
o e fez aparecer uma luz misteriosa que os guiou
até à floresta. Nela, encontrou pendurado num
ramo de uma árvore um casaco e umas botas
encantadas, que serviram para abrigar o nosso
amigo.

Até que a fada apareceu uma vez mais para


os chatear no caminho para a casa da sua irmã.
Infelizmente, o António quando ia andando,
tropeçou num pedregulho que o fez magoar-se na
perna e fez uma ferida. Mas vejam só!: por
magia, o casaco e as botas fizeram desaparecer a
ferida! A fada chateou-se e foi-se embora.

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Mais à frente, encontraram uma ampulheta
e um búzio muito especiais. Ficaram muito
contentes e dormiram uma sesta junto ao lago.
Quando acordaram, foram dar um mergulho. Mas
a fada aproveitou-se da sua distracção e tirou a
ampulheta e o búzio, que lhe dariam muito jeito.
Eles, sem saber que tinham sido roubados,
seguiram caminho, até que chegaram a um rio
com muita vegetação e encontraram uma cana de
pesca.

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António começou a pescar. Foi então que
pescaram um peixe muito brilhante, e ele gostou

tanto dele, que o puseram num alguidar.

Mas a maldita da fada apareceu para matá-los.

Mandou um feitiço e foi uma sorte danada o


mesmo ter-se reflectido no frasco de rebuçados.
Furiosa, bateu no peixe e este transformou-se na
sua irmã que, afinal, tinha sido embruxada por
ela. A fada foi-se embora e continuaram o
caminho para casa.

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No caminho para a casa da irmã do António,
quem é que vocês pensam que está lá à espera
deles? A fada, claro! Começaram a brigar mas, de
repente, o Zakarias deu um coice de tal forma
nela, que acabou caindo para dentro da fonte
poluída e morreu.

E continuaram o caminho para casa sem


problemas.

Mais tarde, encontraram a irmã e viveram


felizes para sempre!

Cristian Soeiro, Miguel Monteiro, 7ºA

Ilustrações de :

Jan Pienkowsky (1,2)

Arthur Rackham (3)

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A MALDIÇÃO
DO DIABO

Há muito tempo,
havia um diabo
muito mau, que
queria capturar a
maçã e o binóculo

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mágicos que estavam em poder de dois animais:
o cão e o burro.

Numa tarde de Verão, o diabo ia atrás do cão


e do burro, por um caminho muito longo. Eles,
sem saberem por onde correr, pararam e
espreitaram pelo binóculo mágico e viram uma
casa muito ao longe.

- Ah! Estava a ver que não conseguíamos


despistar o diabo, disse o cão. Cheios de fome,
comeram a maçã mágica, que os deixou invisíveis
e dirigiram-se até à casa.

À porta dela, encontraram uns casacos e


umas botas e umas lanternas mágicas. E como já
se fazia tarde e estava a ficar escuro e frio,
decidiram vestir os casacos, calçar as botas e
acenderam as lanternas. Então, o burro
perguntou:

- Vamos entrar?

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- A chaminé está a deitar fumo. Pode ser o
diabo que lá está! - Disse o cão.

Mas o burro insistiu e lá entraram.

Lá dentro,
havia uma porta que estava trancada, uma cama,
um livro e um relógio. Tic- -tac ouviu-se o
relógio, era a hora de ir deitar.

O burro não era capaz de adormecer sem ouvir


uma história. Então, o cão leu-lhe uma história do
livro que estava lá em casa.

De manhã, começaram a investigar o relógio


e lá dentro estava a chave de uma porta
trancada. Curiosos, decidiram abri-la e entrar.

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Quando assim o fizeram, viram uma vassoura e
outra chave.

- Oh burro, já reparaste que nesta casa há


muitas chaves?

- Sim, é verdade, é muito estranho, não


achas?

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O burro montou-se na vassoura e ela começou
a voar. O cão pegou na chave, fez o mesmo que o
burro e foram até ao fim do corredor. Andaram,
andaram e, logo no fim, deram com outra porta.
Com a chave que tinham pegado, abriram-ma,
mas estavam com os olhos fechados de tanto
medo do que estava do outro lado.

Res

olve ram

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abrir a porta que, afinal, ia dar a um lago com
umas plantas agradáveis. O problema é que,
encostado a uma rocha, estava o diabo a dormir
e, ao lado dele, estava uma ampulheta que servia
para voltar atrás no tempo. Era mágica!

O burro gritou:

- Olha um búzio, e o diabo, com o barulho,


acordou.

- Vocês estão aqui, vou matar-vos aos dois!

Mas o burro rapidamente virou a ampulheta,


voltaram atrás no tempo… e o diabo ainda
dormia! Foi então que o cão pegou no búzio,
ficando logo com as mãos muito feridas. Percebeu
que aquele objecto era venenoso e teve a ideia de
o enfiar na boca do diabo, que morreu logo.

Os dois animais viveram felizes para sempre


porque o diabo nunca mais os perseguiu.

Vitória, vitória acabou-se a história.

Diogo Brito 7º B nº 3

Ilustrações de:

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Jacek Yerka (2,3)

Vincent Van Gogh (4)

Norke (1)

Theodora Dimitrijevic (5)

A Princesa, A Vaca
e a Raposa

Numa bela tarde


de verão, uma princesa
passeava pelo campo,
quando encontrou uma
vaca ferida.

- Coitadinha, desta
vaca, está perdida e
ferida! - exclamou.

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-Mmuuuu, uma raposa atacou-
me e feriu-me imenso, estou
perdida e esfomeada… - Confessou
a vaca.

-Anda comigo para o meu


castelo, cuidarei de ti e irás viver
comigo!

Passado algum tempo, a vaca


já estava recuperada e vivia bem
com a princesa na corte.

Um dia, quando a princesa


passeava com a vaca, que agora se
chamava túlipa, encontraram com
os seus binóculos mágicos, uma

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raposa faminta. A túlipa, ao vê-la,
reconheceu-a de imediato e avisou
a princesa que se tratava da
raposa que a tinha atacado. Mas a
princesa, ao vê-la tão ferida e à
beira da morte, pegou de imediato
no seu sapato mágico e tocou-lhe
levemente na sua ferida. Qual não
é o espanto da raposa, quando a
sua ferida se cura de imediato!!!

A Princesa disse:

-Vem viver connosco no meu


Castelo?

A raposa respondeu “sim” de


imediato.

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No dia seguinte, estava a
chover de manhã. A princesa, não
se importando com tal coisa, vestiu
o seu casaco e as suas botas de
chuva e partiu logo de manhã para
a floresta. Ela gostava muito do
som dos animais da floresta e da
variedade da vegetação. Depois de
andar um bom bocado, começou a
escurecer, e a princesa perdeu-se
no meio da floresta.

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De repente, no meio da sua
aflição pareceu-lhe ver uma luz
misteriosa e, sem hesitar, correu
na sua direcção. Quando lá chegou,
encontrou um cofre mágico. Ela
tentou abri-lo e, depois de muitas
tentativas, lá conseguiu o que
queria. Qual não é o seu espanto
quando descobre um colar mágico
e uma chave de ouro!!!

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Foi então que reparou que, ao
lado desse cofre, estava uma
cabana, que dizia assim na porta
“se tiveres um coração honesto e
souberes o verdadeiro valor da
solidariedade pega na chave da luz
misteriosa e abre esta cabana”.

A princesa assim o fez e


passou a noite naquela humilde
casinha, onde nada escasseava.

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lindíssimo e, de um momento para
o outro, acordou numa ilha
maravilhosa onde havia bananeiras
e coqueiros.

Esfomeada, aí comeu até ficar


satisfeita. Percebeu logo que o
búzio era mágico, e tinha sido ele
que a levara até ali. Encantada,
tocou novamente nele. Ao fazê-lo,
deu por ela novamente ao pé do
lago.

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Em cima de uma rocha,
descobriu por acaso uma
ampulheta que dizia assim: “agita-
me e levar-te-ei para aqueles que
mais precisam de ti”. A princesa,
cheia de saudades dos seus
animais, agitou, então, a
ampulheta. De repente, estava no
campo ao lado da sua vaca e da
sua raposa. O problema é que não

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podia tocar-lhes! Passados alguns
minutos a ampulheta fez de novo
uma viagem e ela foi parar de novo
ao lago. Intrigada, prosseguiu
caminho.

Nessa mesma tarde, foi dar a


uma margem do rio. Já estava a
escurecer, quando ela encontrou
uma cana de pesca. Apesar de não

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ter grande habilidade para pescar,
a fome era grande, por isso
aventurou-se a tentar apanhar
algum peixe. Depois de várias
tentativas, conseguiu finalmente
pescar um belo salmão, que foi o
seu jantar. Por fim, cansada mas
aliviada da fome, adormeceu.

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Ao raiar do sol encontrou uma
caixa de rebuçados. Ela adorava-
os!!! E havia tantos sabores…
Decidiu-se por um de morango,
saboreou-o… E, de um momento
para o outro, estava dentro de
água transformada em peixe!!! E
agora? Oh, não, ela percebeu logo
que aqueles rebuçados não eram
nem mais nem menos do que os
rebuçados mágicos de quem toda a
gente falava!! E toda a gente sabia
que a única cura era encontrar
uma pedra preta.

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Nadando, nadando, ela passou
várias noites e dias à procura de
sinais dessa pedra e, quase
perdendo a esperança, chorava
todos os dias.

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E bem certa estava ela, pois
passadas algumas horas, estava no
rio da sua terra.

Encontrou, então, uma pedra


preta, engoliu-a e voltou à vida
que antes tinha.

E a vaca e a raposa, que é


feito delas? Dois objectos mágicos
cuidaram dos seus animais,
durante a sua ausência.

E assim acaba esta história:


com um final feliz!

Margarida Machado

Amélia Alves

7º A

31
Ilustrações de:

Alan Lee (1,2)

Brian Froud (4,5,11)

Jacek Yerka (3,6,7,8)

Todd Peterson (11)

Kendall Kessler (9,10)

Marie Stillman (13)

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A velha e o pobre.

Há muito tempo, numa pequena aldeia,


vivia uma velha com a sua galinha que era muito
teimosa. Ora um dia, um pobre, que andava
perdido com o seu amigo binóculo falante, viu a
velhinha e foi ter
com ela:

- Boa tarde! -
Disse ele.

-Boa tarde!!!
Quem é você? Nunca
o tinha visto antes!

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-Sou um pobre homem que não tem casa
nem dinheiro para se alimentar!!!

A velha olhou-o de alto a baixo e


respondeu: - Acho que tenho a sua solução.
Entrou em casa e, ao fim de um determinado
tempo, apareceu com uma maçã vermelha e
brilhante. Era uma maçã mágica.

-Tome, é uma maçã mágica, que realizará


três desejos. Mordes a maçã e pedes um desejo.
Eu, em tempos já precisei dela mas, agora já não
tenho falta dela, pois já tenho tudo o que quero.

-Obrigado muito obrigado! – Exclamou o


pobre. Nem podia acreditar na sorte que acabara
de ter! E pôs-se a caminho.

O Pobre andou, andou, andou, andou, até


que entrou numa floresta muito escura, onde só
se ouvia os pássaros e um rio ao longe. Viu,
então, uma luz muito forte a brilhar lá bem no
fundo da floresta, ficou curioso e decidiu segui-la.

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Ao

fim de umas horas, ele encontrou um lindo


casaco e umas botas pendurados, numa árvore.
No casaco estava um bilhete pendurado a dizer:

“Este casaco e estas botas são mágicos. Quem


vestir o casaco, tornar-se-á invisível e quem
calçar as botas, poderá voar”. O Pobre não perdeu
tempo, vestiu-se e calçou-se logo de seguida.

Já era noite, e o pobre vinha a exclamar:


Quem me dera ter agora uma casinha para eu
dormir!

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E é então que o seu amigo fiel, o binóculo
falante, lhe responde:

-Então porque que não pedes à maçã que a


velha te deu um desejo?

-É isso!!! Tu és um génio!

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O Pobre, não perdeu tempo: mordeu a
maçã e pediu um desejo simples: ter uma casa.
Num instante, apareceu uma casa num lugar
onde só se ouvia os grilos a cantar.

Dentro da sua nova bela moradia,


encontrou um livro mágico com feitiços, é claro,
mágicos. Dentro da casa, também havia um
relógio que, no fundo, era uma passagem secreta
que dava para um túnel assustador. Ouviam-se as
portas a ranger… O pobre, curioso, decidiu
aventurar-se.

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Já lá dentro, ia andando, quando pisou uma
chave. Sem demoras, apanhou-a logo e
prosseguiu caminho. Mais à frente, encontrou
uma vassoura que era a única coisa que
conseguia fazer com que o urso que guardava o
tesouro dormisse. Apanhou a vassoura e
continuou caminho.

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No fim do túnel havia uma porta aberta.

Entrou e viu um belo tesouro, que na caixa dizia:


“esta caixa só pode ser aberta por uma chave
mágica”. O pobre pegou na chave que encontrara
e abriu a caixa. Mal o fez, o urso acordou e
começou a rosnar para ele. Então, o pobre pegou
na vassoura tocou-o com ela e ele adormeceu.

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Sem perder nem mais um segundo, pegou no
tesouro, enrolou-o no casaco, tirou a maçã do
bolso, mordeu-a e desejou ir para um lugar calmo
e sereno.

Ao fim de uns segundos estava no tal lugar


calmo e sereno, onde só se ouvia o rio a escorrer
e os pássaros a cantar. O pobre, que estava todo
suado, foi lavar a cara ao rio, quando viu um
búzio.

Agarrou-o e apercebeu-se logo que era mágico,


pois não só permitia que ouvíssemos o mar, como
também levava as pessoas a lugares
inesquecíveis.

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Mais à frente encontrou uma ampulheta
que tinha mais um bilhete:“ Quem tocar nesta
ampulheta, vai abrir a porta de uma gruta e terá
cinco minutos para de lá sair deste lugar, senão,
nunca mais nenhuma magia o poderá libertar”. O
pobre, então, tocou na ampulheta, a porta abriu-
se, pegou nas coisas dele e começou a correr. E,
de repente, ei-lo na casa da velha!!

Embasb
acado,

cumprimentou-a, deu-lhe o tesouro e o búzio,

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explicando a função de cada um. A velha, ao
ouvir tais coisas, ficou fascinada.

Com o passar do tempo, os dois utilizaram a


magia do búzio e foram para uma praia viver com
a galinha teimosa da velha.

Vitória, vitória acabou-se a história!

Texto realizado por:

Jessica Agostinho 7ºB

Mariana Neca 7ºB

Margarida 7ºB

Ilustrações de:

Jacek Yerka (2,3,4,5,6)

Ryan Wood (1)

Evelyn Morgan (7)

O Príncipe, a Cabra e o Lobo

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Em tempos que já lá vão, uma
cabra pastava num prado verde com
muitas tulipas vermelhas, enquanto o
sorrateiro lobo a espreitava com muita
curiosidade, desesperado de fome. Ora
um jovem príncipe da torre do seu
castelo, acompanhado pela sua irmã
Ana, a pequena princesa, observou
com o seu binóculo mágico, que o lobo
se preparava para trincar a pobre
cabra!!

C
o mo

43
estava muito longe, calçou os seus
sapatos mágicos, pois estes iam para
onde ele quisesse, bastava estalar os
dedos.

Mas nisto, a cabra apercebeu-se que o


lobo a espiava, logo pegou na princesa
e desatou a fugir com ela para a
floresta, e o príncipe, coitado, teve de
ir atrás delas.

Quando o nosso herói chegou à


floresta, apenas viu um casaco
comprido e umas botas, que estavam
pendurados numa árvore. Tentando
aproximar-se da sua irmã sem barulho,
deu-os à mana, para ela desaparecer e
voltar ao castelo.

44
Mais aliviado por ter salvo a irmã,
meteu-se a
caminho. À
frente, encontrou
uma luz muito
misteriosa. Pegou
nela e descobriu
que, através
dela, podia ver
qualquer pessoa
que quisesse.
Então ele, de
imediato, pensou
no lobo e na
cabra. Logo os
localizou e
descobriu que se
tinham afastado
para a mata escura e sombria.

Continuou a correr até um rio.


Visionou um Búzio mágico onde,

45
através dele, se ouviu a cabra a pedir
ajuda. Depois, viu no cimo de uma
pedra uma ampulheta que podia
passar o tempo um pouco para a
frente e para trás.

O príncipe passou o tempo para a


frente e viu o que iria acontecer: o
lobo tinha apanhado a cabra e estava a
comê-la. Quando voltou outra vez para
trás no tempo, correu para o local
onde tinha visto a cena do “crime”.

E é aqui que as coisas ficam estranhas:


ao atravessar a ponte, foi dar a outro
mundo, onde estava a continuação do
rio.

46
Ele viu a cabra a ir
na corrente e, com a
cana de pesca mágica,
lançou-a para a cabra.
Esta agarrou-se a ela
para saltar, mas a
corda não aguentou. O
lobo, ao ver que a
pobrezinha estava
indefesa na água,

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decidiu atacá-la. Mas o príncipe tirou a
espada e matou o lobo.

Depois te o ter morto, o príncipe


atirou-se para dentro do rio para salvar
a cabra. Quando finalmente tinha
conseguido agarrar a pequena,
apercebeu-se que não conseguia tocar
com os pés no chão, pois o rio era
muito fundo. Foram, então, puxados
pela corrente.

Passado um bom bocado de


sofrimento, o príncipe conseguiu
agarrar-se a uma rocha e conseguiu
sair do rio com a cabra. Após umas
horitas de descanso, Voltaram sãos e
salvos para casa.

A partir desse momento, o


príncipe passou a ser olhado como um
feroz protector dos animais!

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Beatriz Mestre

Ana Bettencourt

7º A

Ilustrações de:

Alan Lee (5)

Jacek Yerka (1,2,4)

Gabriele Vigorelli (3)

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Esperto, mas Pouco!

Era uma vez um terrível diabo que


passeava por um caminho colorido. Tinha uns
binóculos que o ajudavam a observar todas as
criaturas mágicas e comestíveis que andassem
por perto.

Ora, num belo dia de Verão, o diabo olhava


muito atentamente dois amigos inseparáveis,
conhecidos por “O Burro das Couves” e “O Cão
Salpicão”. Ao vê-los, teve uma ideia:

-Vou dar-lhes a maçã da simpatia!

E assim foi! Já ao pé deles, convidou-os a


comer o fruto e disse-lhes:

-Quem comer desta maçã nunca terá sede!

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Embora os dois amigos se sentissem um
pouco desconfiados, lá caíram na esparrela.
Então, o diabo ordenou-lhes que o seguissem, e o
cão e o burro assim o fizeram, pois estavam
debaixo da magia dele.

Fartaram-se de andar e, quando pararam,


viram uma pequena casinha. Então, perguntaram
ao mesmo tempo:

-Onde estamos?

-Estamos na minha célebre casa!!- Bradou


o diabo, todo orgulhoso.

Os
dois

51
animais repararam no fumo que saía da chaminé
da sua casa, mas repararam também num casaco
e num par de botas que ali estava à porta da
moradia. Sem que o diabo reparasse, o cão
salpicão vestiu-as à pressa e entrou com o burro.

Já lá dentro, repararam que tudo era


bizarro. Deram também pela presença de um
livro que estava em cima de uma mesa, e que
dizia assim: “Hoje, três de Outubro, vou comer
um cão e um burro”.

Ao
ver aquilo,
o burro
das couves
tremeu
de medo,
mas o
cão

salpicão acalmou-o e disse:

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-Não tenhas medo, eu trouxe o casaco e as
botas.

O burro, ouvindo isto, suspirou, pois ambos


sabiam que aqueles objectos eram muito
especiais, como irão ver mais tarde. Estavam
salvos!

O diabo, sem se aperceber de nada, pô-los


na fogueira, mas o cão tinha o casaco do tempo,
e logo escaparam ilesos. Como? Voltando atrás do
tempo. Porém…

Demónio deu conta do que eles fizeram, e gritou:

53
- Posso não vos comer mas não
sobreviverão!!!!- E apanhou-os quando estavam a
entrar em casa. É
que os coitados
não sabiam lá
muito bem como
utilizar aquele
objecto, e só
voltaram atrás do
tempo uns
segundos atrás…

O diabo
levou-os para um
túnel muito
escuro e, lá
dentro, estava
um terrível urso,
ansioso para os
comer. Foi então
que puxaram de
uma vassoura que ali se encontrava encostada (o
diabo era muito distraído) e decidiram enfrentar o
terrível monstro. As três criaturas lutaram,
lutaram, até que o urso caiu e nunca mais se
moveu.

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Vendo que tinham ganho a batalha,
montaram na vassoura e seguiram até ao fim do
túnel.

No fim deste, havia uma enorme porta de


madeira, com um trinco mágico que só abria com
uma chave igualmente mágica. Desesperados,
procuraram-na e deram de caras com ela…
Debaixo do tapete da porta!

Abriram-na e, do lado de lá, havia um


encantador lago, cheio de chorões, lindas pedras
e, em cima delas, estava uma ampulheta do
tempo.

Não hesitaram: voltaram atrás no tempo,

regressaram ao caminho onde esta história tinha

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começado e lá estava o diabo, com a maçã na
mão!

-Vou dar-lhes a maçã da simpatia!- Disse


ele.

Foi então que o burro e o cão desataram a


rir e continuaram o caminho para o castelo!

Tiago Palma, 7º B

Ilustrações de:

Flora Mclachlan (1); Stevenhouse (2);

Geninne (3,6); Torjanac (4); Drazen Kozjan (5);

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