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TESTE DE EXERCÍCIO

CARDIOPULMONAR
(TECP)
PROPOSTA:
PROTOCOLO PARA O TECP
EM PACIENTES PNEUMOPATAS
NO HOSPITAL DE MESSEJANA

PROPONENTE:
DR. PAULO GURGEL
SERVIÇO DE PNEUMOLOGIA
HM
Siglas e abreviaturas
CI: capacidade inspiratória TECP: teste de exercício
CV: capacidade vital cardiopulmonar
DLCO: difusão pulmonar VE: volume minuto
pelo monóxido de expirado
carbono VEmáx: volume expirado
máximo
ECG: eletrocardiograma
VEF1: volume expiratório
FC: freqüência cardíaca forçado no 1º segundo
FE: fração expirada VE/VO2: equivalente
FR: freqüência respiratória respiratório para o
oxigênio
LA: limiar anaeróbio
VE/VCO2: equivalente
Máx: exercício máximo respiratório para o gás
PCR: ponto de carbônico
compensação VC: volume corrente
respiratória VCO2: produção de gás
PEF: pressão expiratória carbônico
final VO2: consumo de oxigênio
PA: pressão arterial VO2máx: consumo máximo
de oxigênio
Ppo: previsto pós-
VO2LS: consumo máximo
operatório de oxigênio limitado por
PuO2: pulso de oxigênio sintomas
R: taxa de troca gasosa VVM: ventilação voluntária
RVE: reserva ventilatória máxima
VVMI: ventilação voluntária
SpO2: saturação de pulso máxima indireta
da hemoblobina
W: taxa de trabalho ou
potência
Outras siglas e abreviaturas
AC: arritmia cardíaca
AI: angina instável
BAV: bloqueio
atrioventricular
FA: fibrilação atrial
HM: Hospital de
Messejana
IAM: infarto agudo do
miocárdio
ICC: insuficiência
cardíaca congestiva
IVE: insuficiência
ventricular esquerda
MMII: membros
inferiores
NC: não controlado(a)
ST: segmento ST
TA: taquicardia atrial
TPSV: taquicardia
paroxística
supraventricular
TECP =
ERGOESPIROMETRIA
Metodologia que acrescenta às
respostas cardiovasculares e sub-
jetivas avaliadas pela ergometria
convencional (1) as respostas ven-
tilatórias e de trocas gasosas e os
ajustes metabólicos (2), permitindo
uma avaliação mais ampla e mais
acurada do grau de aptidão
cardio--respiratória.
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Ambiente físico no HM

• Localização: Setor de Ergometria


do Hospital de Messejana
• Sala exclusiva e climatizada
• Bancada com pia
• Mobiliário (cama, birô, cadeiras
etc)
Equipamentos no HM
• Esteira rolante “Micromed Centurion
200”
• Analisador de gases “Cortex – Meta-
lyzer II”
• Eletrocardiógrafo Digital “Micromed”
• Microcomputador “Dr.Hank” com im-
pressora “HP Deskjet 6540”
Outros equipamentos no HM
• Oxímetro de pulso (*)
• Espirômetro (*)
• Torpedo de oxigênio (*)
• Aparelho de aerossol (*)
• Desfibrilador “HeartStart Philips”
• Seringa de 3L
• Cilindro de gases (mistura de trabalho)
– Oxigênio: 16%
– Gás carbônico: 5%
• Estetoscópio e tensiômetro de coluna
• Barômetro
• Termo-higrômetro
• Negatoscópio

(*) pertencentes ao Laboratório de Função Pulmonar do HM


Softwares

• Windows XP (plataforma opera-


cional)
• Metasoft 3.3 (para calibração de
pressão, gases e volume)
• Ergo PC 13 (com diversos proto-
colos para a realização do TECP)
“Humanware”

• Médico examinador (cardiologista


ou pneumologista)
• Auxiliar de enfermagem
• Residente / estagiário
Pré-Calibração

• Aquecimento dos componentes do


sistema: 45 minutos
• Inclusão dos valores locais
– Pressão barométrica
– Temperatura ambiente
– Umidade relativa do ar
Calibrações

• Volumétrica
• Metabólica
• Autocal

Serão feitas no início do turno de trabalho


(idealmente antes de cada teste).
Após realizadas uma cópia do relatório das
calibrações será arquivada no setor do TECP.
Indicações clínicas do
TECP em pneumologia

• Classe I: quando as evidências


atuais, advindas de estudos ran-
domizados ou não, indicam clara-
mente que o TECP é de utilidade
clínica
• Classe II: quando as evidências
publicadas ainda não são sufici-
entes para se obter uma conclu-
são clara da utilidade clínica do
TECP
Indicações da classe I

• Investigação da dispnéia crônica de


origem indeterminada
• Determinação objetiva da tolerância ao
esforço
• Indicação do uso e respostas a drogas
• Avaliação pré-operatória de pacientes
submetidos a cirurgia torácica ressec-
tiva
• Prescrição e acompanhamento de rea-
bilitação pulmonar
• Determinação de disfunção e incapaci-
dade na doença pulmonar ocupacional
Indicações da classe II

• Avaliação prognóstica de pacien-


tes com doença pulmonar crônica
• Risco pré-operatório em cirurgia
abdominal alta ou eletiva de gran-
de porte
• Indicação de transplante pulmonar
• Avaliação longitudinal pós-trans-
plante
• Broncoprovocação pelo esforço
Contraindicações ao TECP
Absolutas
• Insuficiência respiratória aguda
• SaO2 de repouso <85%
• Doença febril aguda
• Doença metabólica (NC)
• IAM recente
• Angina instável
• Arritmias cardíacas (NC)
• BAV de 3º grau
• ICC (NC)
• Suspeita de aneurisma dissecante da aorta
• Tromboflebite ou trombo intracardíaco
• Embolia pulmonar ou sistêmica recentes
• Pericardite ou miocardite ativas
• PAS > 250mmHg e PAD > 120mmHg
• Edema pulmonar
• Estenose aórtica grave
Contraindicações aoTECP
Relativas

• Doença valvular (NC)


• Ectopia ventricular freqüente e com-
plexa
• Aneurisma ventricular
• Doenças tromboembólicas crônicas
• Epilepsia
• Gravidez de risco ou avançada
• Doença cerebrovascular
• Doença infecciosa crônica
• Taquicardia de repouso (FC > 120bpm)
• Anormalidades no ECG de repouso
• Cardiomiopatia
Esquema de etapas e
procedimentos - I
• Ficha de solicitação do TECP
adequadamente preenchida
• Consentimento por escrito
• Roupas e sapatos adequados à
atividade física
• Homem: s/ barba (compatível com
o emprego da máscara)
• Apresentação dos equipamentos e
da equipe responsável pelo TECP
ao paciente
• Exame físico cardiorrespiratório
• Espirometria
• ECG de repouso em doze deriva-
ções
Orientação ao paciente
• Compareça ao exame com roupas ade-
quadas para a atividade física e que faci-
litem a colocação de eletrodos no tórax
(bermuda, blusa aberta na frente e sapa-
tos tênis).
• Se é fumante, não fume no dia do exame.
• Não compareça em jejum, mas evite gran-
des refeições nas 2 horas que antecedem
o exame.
• Se usa alguma medicação, pergunte a seu
médico sobre a necessidade de
suspendê--la ou não.
• Se apresentar alguma limitação física que
o impeça de caminhar ou ainda algum
processo infeccioso (gripe, por exemplo)
comunique-se com o serviço (telefone)
para remarcar o exame.
• O atendimento será por ordem de chega-
da.
Termo de consentimento
para o teste
Concordo voluntariamente em me sub-
meter a um teste de exercício cardio-
pulmonar, que tem como finalidade
avaliar as respostas cardiovasculares,
pulmonares e gerais frente á aplicação
de um esforço físico progressivo por
meio de uma esteira ergométrica. Fui
informado da possibilidade do apareci-
mento de sintomas como falta de ar,
dor no peito, desmaio e cansaço nas
pernas, sendo mínimas as chances de
ocorrerem complicações de difícil con-
trole clínico. Este exame poderá ser por
mim interrompido a qualquer momento.
Espirometria

• CV
• CI
• VVM
• VEF1  VVMI
Upgrade
para a pneumologia

• Oximetria de pulso no sistema in-


tegrado de monitorização e regis-
tro
• Alça fluxo-volume corrente durante
o exercício
Esquema de etapas e
procedimentos - II
• Uso da máscara
– Tamanho adequado á morfolo-
gia facial
– Familiarização do paciente com
a máscara
– Teste da vedação
– Via de comunicação gestual
• Definição do protocolo de
incremento
• Início do TECP (ver R)
• Monitorização
• Critérios para a interrupção
• Término do TECP
Escolha do protocolo
do ergômetro
Com base em dados clínicos e mor-
fológicos, estabelecem-se as caracte-
rísticas do protocolo a ser executado,
isso é, como será incrementada a car-
ga ou velocidade / inclinação.
Habitualmente, segue-se uma es-
tratégia em rampa (pequenos incre-
mentos em intervalos curtos).
A finalidade da individualização do
protocolo no ergômetro é fazer com
que o examinado chegue ao máximo
do esforço físico entre 8 e 12 minutos e
assim conseguir um teste que efetiva-
mente responda aos objetivos e ques-
tões propostas.
Protocolo incremental

FASE DURAÇÃO
Repouso 2 – 3 minutos

Incrementação 8 – 12 minutos

Recuperação 3 – 6 minutos
Observação importante

Nenhum TECP deve ser inicia-


do com evidências claras de hiper-
ventilação pré-teste (R > 0,9 no re-
pouso, na ausência de hipoxemia).
Monitorização
• ECG
– Continuamente (inclusive na fase de
recuperação)
• SpO2
– Continuamente
• PA
– A cada 2 minutos
• Sensação subjetiva do esforço
– A cada 2 minutos por comunicação
gestual (convencionada) e por infor-
mações prestadas pelo paciente
(após o teste)
• Ausência de fuga aérea
Critérios para a interrupção
do exercício (I)

• Ataxia, tontura, palidez e pré-síncope


• Cianose
• Claudicação em MMII
• Desorientação e perda da coordenação
• Dispnéia desproporcional
• Exaustão física
• Sintomas e sinais de IVE (estertores
crepitantes na ausculta)
• Desconforto torácico principalmente se
associado com alteração no ECG
Critérios para a interrupção
do exercício (II)
• Pressão arterial
– PA sistólica = 260mmHg ou queda
sustentada da PA sistólica inicial
– PA diastólica = 120mmHg nos nor-
motensos e 140mmHg nos hiper-
tensos
• Infradesnível ST de 3mm ou
0,3mV
• Supradesnível ST de 2mm ou
0,2mV
• Arritmia ventricular complexa, FA,
TA, TPSV e BAV de 2º e 3º grau
• Problemas no sistema de monito-
rização e/ou de registro
Segurança

• Contra-indicações absolutas e relativas


• Critérios para a interrupção do teste
• Material necessário (incluindo desfibri-
lador ligado e pronto para uso) e pesso-
al treinado em reanimação cardiorres-
piratória
• Acompanhamento do paciente pelo
tempo necessário à volta às condições
pré-teste
• Lavagem e uso do glutaraldeído nas
máscaras
TECP
Medidas e parâmetros
• Medidas diretas
– Consumo de O2 (FEO2 VO2)
– Produção de CO2 (FECO2 VCO2)
– Volume minuto expirado (VC x FR VE)
– Freqüência cardíaca (FC)
– Carga ou potência (W)
– Tempo (T)
• Parâmetros derivados
– Equivalente respiratório para o oxigênio
(VE/VO2)
– Equivalente respiratório para o gás
carbônico (VE/VCO2)
– Taxa de troca gasosa (VCO2/VO2  R)
– Reserva ventilatória (VVM – VEmáx 
RVE)
– Pulso de oxigênio (VO2/FC  PuO2)
– Duplo produto (DP)
– METs
Marcadores
• Limiar Anaeróbio
• Ponto de Compensação
Respiratória
• Potência Aeróbica Máxima
Marcadores

PCR

LA
Limiar anaeróbio

• Pela técnica ventilatória:


– VE/VO2 x T e PEFO2 x T em níveis
mais baixos
– Com VE/VCO2 x T estável e mais
baixo e com PEFCO2 x T estável e
mais alto

• Pela técnica da troca gasosa


Ponto de compensação
respiratória
Caracterizado por:

– Aumento de
VE/VCO2 e redução
de PEFCO2
(resposta
hiperventilatóra à
acidose)
– Aumento de
VE/VO2 e de
PEFO2 (pela
atividade ventilatória
adicional)
VO2 máximo

• Platô na linha de ascensão de VO2


(este pára de aumentar com a carga
aplicada)
• VO2LS ou VO2 de pico (= VO2máx em
indivíduos sedentários)
Reserva ventilatória
(RVE)

• RVE = VVM – VEmáx 


resultado em L/min
• RVE% = 1 – VEmáx/VVM x
100  resultado em %

Obtenção da VVM:
• Medida direta
• Estimada (VVMI) pelo VEF1
medido x 37,5 (aconselhável
para os portadores de DVR)
Algoritmo para ressecção pulmonar
Diretrizes para TFP – SBPT, 2002
VEF1
DLCO

Um ou outro < 80% Ambos = | > 80%

VO2máx

< 40% ou 40 - 75% e > 75% ou


< 10mL/kg/min 10 - 20mL/kg/min > 20mL/kg/min

Cint. Perf.:
VEF1-ppo
DLCO-ppo

Qualquer um = | > 40%

Ambos < 40%


Cint. Perf.:
VO2máx-ppo

< 35% ou = | > 35% e


< 10mL/kg/min = | > 10mL/kg/min

INOPERÁVEL RESSECÇÃO ATÉ PNEUMECTOMIA


EXTENSÃO CALCULADA
Roteiro para o laudo

• Indicação
• Protocolo
• Condições técnicas
• Interpretação
– Respostas ventilatórias e de trocas
gasosas
– Respostas metabólicas
– Respostas cardiovasculares
– Respostas subjetivas
• Conclusão
• Comentários adicionais
Itens a serem impressos

• Dados do exame
• Anamnese
• Resumo dos resultados
• Resultados avaliados x previstos
• Cálculos
• Valores dos marcadores
• Tabela de registros de pressão
• Tabela de dados metabólicos
• Gráficos eletrocardiográficos
• Gráficos metabólicos
• Gráfico metabólico central
• Marcadores
• Laudo
Fontes de consulta
Publicações
• Sociedade Brasileira de Pneumologia e
Tisiologia: Diretrizes para Testes de
Função Pulmonar. J Pneumol 28 (supl
3) – outubro de 2002
• Sociedade Brasileira de Cardiologia:
Consenso Nacional de Ergometria. Arq
Bras Cardiol 65 – agosto de 1995
• Sociedade Brasileira de Cardiologia:
Normatização de Técnicas e
Equipamentos em Ergometria e
Ergoespirometria
• Neder JÁ, Néri LE. Fisiologia Clínica do
exercício: teoria e prática. São Paulo:
Artes Médicas, 2003
Sites
• www.clinimex.com.br
• www.micromed.ind.br
• www.cefise.com.br

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