Ficha Catalográfica
Preparada pela Biblioteca da Escola Cearense de Oncologia
Endereço para correspondência:
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Instituto do Câncer do Ceará / Escola Cearense de Oncologia
Rua Papi Júnior, 1222 - Rodolfo Teófilo
CEP: 60430-230 - Fortaleza-CE Fone/Fax: (0xx85) 3288.4478
Ficha Catalográfica
200p. il.
CDD: B869.8
ISBN: 978-85-901655-4-5
Sumário
Apresentação
Marcelo Gurgel Carlos da Silva ................................................. 7
Prefácio
Ana Margarida Arruda Furtado Rosemberg ................................11
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PORTAL DE MEMÓRIAS
4
Paulo Gurgel, um médico de letras
5
Presença do médico na literatura brasileira
Geraldo Bezerra da Silva ...................................................... 167
Médicos escritores & escritores médicos
Geraldo Bezerra da Silva ...................................................... 168
Faculdade de Medicina da UFC: professores e médicos graduados
José Murilo Martins ............................................................. 169
Sanatório de Messejana: uma história a ser contada
Carlos Alberto Studart Gomes ................................................ 170
Apresentação
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PORTAL DE MEMÓRIAS
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PORTAL DE MEMÓRIAS
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Prefácio
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Parte I
ENSAIOS, DEPOIMENTOS
E MENSAGENS
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PORTAL DE MEMÓRIAS
http://preblog-pg.blogspot.com/2010/07/labores-laboratoriais-1.html#links
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Sabedoria e prudência
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PORTAL DE MEMÓRIAS
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Irmanados no violão
http://preblog-pg.blogspot.com/2010/11/o-violonista-maior-claudio-costa.html#links
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Paulo, gestor
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Ele estava na calçada com seu saco de pano às costas e um cão com-
portado na ponta de um barbante. Ambos me olhavam com um olhar
africano, paralítico, cansado e sem cor. Olhar de me dê e não demore.
Queriam comida e levaram a primeira marmita gelada que se
apresentou na minha geladeira. Depois do Deus-lhe-pague, sentou-
-se no degrau porque fome não gosta de esperar. Para minha sur-
presa, com o único bife que achou, aplacou a inquietação do seu
esfomeado amigo Chulé.
Sobraram-lhe o arroz gelado e outras aparas da véspera.
Ganhou meu coração e lastimo por não ter sido seu amigo
Queria ter vivido num mundo só assim.
***
***
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e, apesar de ele não estar presente fisicamente, sei que estará sem-
pre conosco em espírito. Em seu nome e em meu próprio nome
quero parabenizar o Paulo e dizer da nossa felicidade em tê-lo como
amigo, agradecendo-o por ter feito parte da nossa história.
Paulo e Vladimir no
restaurante Ugarte, Cumbuco
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existir e por permitir que possamos participar das ações de sua sim-
ples, discreta, porém feliz vida.
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Parte II
CAUSOS DO PAULO
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1 Cloranfenicol na Medula
Uma das atribuições do Paulo Gurgel no Laboratório Lafi,
empresa para a qual trabalhou como bolsista em 1968, era ajudar
na promoção de seus produtos, cabendo-lhe fazer isso exclusiva-
mente com os seus mestres na Faculdade de Medicina. Aos pou-
cos, ele distribuía as caixas de amostra grátis com seus professores
e, por ser inevitável, fazia o mesmo com seus colegas de turma do
terceiro ano.
Dentre os medicamentos comercializados, estava o
Betamicetin, o nome de fantasia do cloranfenicol do Lafi. Essa
droga, certo dia, fez-lhe passar por um pequeno vexame, quando
tentou sugerir ao professor Dr. Murilo Martins que a incluísse em
suas prescrições. Esse notável hematologista, com quem Paulo
teria aulas somente no ano seguinte, quando quartanista, era vis-
ceralmente contrário ao uso do cloranfenicol, por entender que
esse antibiótico, entre os efeitos colaterais, podia provocar anemia
aplástica. Para tentar se contrapor à resistência do docente, o bol-
sista argumentou que o Betamicetin estava associada a vitaminas do
complexo B, e, com isso, diminuiria o risco da aplasia medular, o
que só fez aumentar a sua gafe e ganhar uma severa reprimenda do
seu mestre.
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2 Um Santo Remédio!
Em meados dos anos sessenta, os acadêmicos dos primeiros
anos da Faculdade de Medicina da UFC consideravam que uma de
suas missões era conseguir amostras grátis de remédios em resposta
aos múltiplos pedidos a eles dirigidos. Eles até reservavam um dia
semanal, preferentemente quando as aulas terminavam mais cedo,
para fazer a busca ativa nos distribuidores e/ou representações dos
laboratórios farmacêuticos. Em grupos, equipes de acadêmicos
marchavam avante pelas ruas centrais da capital cearense regular-
mente à cata do precioso botim.
Alguns dos laboratórios fixavam o número de amostras de
cada produto solicitado correspondendo ao tempo de matrícula,
possibilitando apenas uma ao calouro, mas até seis para o aluno do
internato, os quais, por sua vez, não mais dispunham de horários
ociosos para fazer esse périplo arrecadatório.
Eles reconheciam cumprir um autêntico programa para lá
de sem graça; mas, se sentiam recompensados, porquanto, no final
da supinância, tinham os almejados remédios com que atendiam os
parentes e amigos, os quais, como demonstração de gratidão, refa-
ziam as demandas para as próximas investidas laboratoriais, perpe-
tuando o círculo vicioso.
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4 Conduta CTA
O Professor Geraldo Gonçalves, regente da disciplina de
Reumatologia da Faculdade de Medicina, era também o responsá-
vel pelo Ambulatório dessa especialidade, no Hospital das Clínicas
da UFC.
Suas aulas práticas eram muito concorridas, mercê da sua
competência e bem-querência, associada ao trato humanitário que
dava aos sofridos pacientes que ali chegavam.
Em 1969, Paulo Gurgel, aluno do quarto ano, estreava nesse
ambulatório, um serviço caracterizado pela agilidade no atendi-
mento e pelo aprendizado propiciado a vários acadêmicos, simulta-
neamente, sob a direta orientação do Prof. Geraldo.
Certa vez, depois que o acadêmico Paulo fez a anamnese, o
paciente foi examinado pelo professor, sob os olhares atentos dos
seus alunos. Concluso o exame físico, o docente indaga ao estudante
Paulo:
– Enfim, qual é a sua impressão diagnóstica?
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despossuídos. Não era ele um Robin Hood, tirando dos ricos para
dar aos pobres, mas, movido por seus caros princípios da caridade
cristã, guardava para distribuir com quem nada tinha, o que vinha
às suas mãos, de graça e sem nenhum favor.
5 Chutando e Recauchutando
Uma das boas histórias contadas por Paulo Gurgel é esta, pas-
sado no ano de 1971, quando ele cumpria o internato de seis meses,
em Clínica Médica, no serviço do Professor Paulo Marcelo Martins
Rodrigues, este luminar da medicina cearense. Acontece que, para
alguns dos internos, o período na clínica era de menor duração, isso
porque alimentavam interesses profissionais que já os remetiam para
outras áreas da medicina, e daí ser preferível, no rodízio do ano de
internato, concentrar o aprendizado no objeto do futuro.
Assim pensava e assim agia a maioria daqueles quase médicos.
No meio deles havia, por sinal, um “fissurado” em cirurgia, a quem
coube certo dia, examinar, quando ainda era interno, na clínica
médica, um paciente que fora admitido no serviço. À medida que
ele descrevia o exame do sujeito, sob as vistas do Professor Paulo
Marcelo, ia dando informações sobre o estado de saúde do doente.
Cheio de empáfia, muito embora o seu desempenho fosse ape-
nas razoável, ele quis dar uma demonstração de “papai sabe tudo”,
só que, no caso, às avessas. Enquanto ia desfilando o que lhe vinha à
cabeça sobre a massa abdominal que levara o indivíduo a se internar
no Hospital das Clínicas, ele procurava discorrer sobre o que qual-
quer interno, no serviço, sabia de cor, como, por exemplo, que o
exame físico implicava dizer o tamanho da massa, qual a sua relação
com planos superficiais e profundos, se havia ocorrência de alguma
pulsação e se a consistência... bem, foi aí que o pretenso cirurgião
entalou.
Notando que o rapaz não fizera menção a esta última carac-
terística da massa examinada, talvez por ignorá-la, o Prof. Paulo
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6 O Parto a Distância
Corria o ano de 1971. Os internos Franklin e Josemar esta-
vam de plantão: o primeiro, no Serviço de Pediatria do Hospital das
Clínicas, e o segundo, seu colega e futuro obstetra, na Maternidade-
Escola. O Franklin, talvez, por não ter o que fazer, resolveu passar
um telefonema para o Josemar, com o intuito de lhe aplicar um trote.
Identificou-se como uma pessoa que morava em um conjunto
habitacional, na periferia de Fortaleza, e que sua mulher se encon-
trava em trabalho de parto. Argumentou que não dispunha de veí-
culo para transportar a esposa até a maternidade, e que, também,
não daria tempo para conseguir uma ambulância para a remoção
dela, pois achava que o bebê nasceria antes disso. Para completar,
adiantou que já tinha escutado bastante gente comentar sobre a
competência e o espírito humanitário do “Doutor” Josemar.
O futuro obstetra caiu na armadilha. E, sem atinar para a
veracidade das informações do “desconhecido”, que narrava com
aflição a situação da “parturiente”, julgou que se tratava de um
parto já em período expulsivo. Era premente, por conseguinte,
transmitir pelo “Graham Bell” todas as instruções que possibilitas-
sem a feitura do ato médico na própria casa da “parturiente”.
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7 O Nome da Coisa
Carolino era atendente da Casa de Saúde Santa Mônica, um
hospital psiquiátrico em Petrópolis, onde Paulo Gurgel trabalhou
como plantonista, entre 1973 e 1974. Moreno, atarracado, olhos
amendoados, ele o auxiliava na visita médica aos pacientes. Mas não
tinha lá muita instrução.
Uma vez Paulo pediu-lhe o tensiômetro.
Como o aparelho não aparecesse, o médico repetiu o pedido.
E o atendente... nada.
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8 Recebendo a Carga
O fato aconteceu no Hospital de Guarnição de Tabatinga
(HGuT) no município de Benjamin Constant, no Amazonas, e foi
contado pelo sujeito principal da trama. Naquele local, funcionara
a antiga Unidade Mista de Benjamin Constant, no tempo do SESP,
antes, pois, de ser passada para a administração militar.
O ano era 1974, e para lá fora transferido Paulo Gurgel, dei-
xando o Hospital Central do Exército, do Rio de Janeiro. À época, o
posto que ocupava era o de primeiro tenente médico. Ao chegar no
HGuT, por ser o oficial mais antigo, assumiu sua direção, recebida
de um colega gaúcho, o cirurgião Bonilha.
Na condição de novo diretor, viu-se Paulo Gurgel na obri-
gação de receber toda a carga do hospital. Para quem não sabe, no
jargão da caserna, carga equivale ao tombamento dos bens, numa
instituição civil. O certo é que, por muitos dias, Paulo cumpriu
uma verdadeira maratona, acompanhando o ex-diretor e conferindo
todos os bens patrimoniais da instituição.
Nunca, em sua vida, ele imaginara aprender, em tão pouco
tempo, tantos termos referentes a objetos, muitos dos quais, até
então lhe eram desconhecidos, principalmente quando passou no
centro cirúrgico e no gabinete odontológico. Para ele, por exem-
plo, mocho era uma coruja ou caburé. Mas, ali, era aquele banco
redondo e giratório, sem encosto, no qual o dentista se senta.
No dito hospital, o bem de maior valor, era um equipamento
completo de R-X fixo, e que, por sinal, não fazia parte da carga que
estava recebendo, justo por não ter sido comprado pelo Exército
(tinha sido uma doação do FUNRURAL).
Não obstante, faziam parte da carga do HGuT inúmeros
pequenos objetos, inclusive um crucifixo da “marca INRI”. Faltou
pouco para ser dito que ele fora adquirido de Jesus Nazareno Rei
dos Judeus, um comerciante estabelecido naquelas plagas.
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Daí para frente, Paulo percebeu que a coisa tinha ido longe
demais. A gota d’água veio quando o cirurgião Bonilha apresentou-
-o ao “espeto para fixar papéis”, nada mais, nada menos, do que
um pedacinho de arame enferrujado. Essa, não!, pensou do alto da
sua patente o primeiro tenente médico Paulo Gurgel, já investido no
cargo de Diretor do HGuT.
De imediato, ele pediu a “descarga” do inusitado bem patrimo-
nial, objeto de tombamento, já que ali, por razões óbvias, é claro, não
poderia jogá-lo em outro local, dando uma descarga para valer, sob
pena de comprometer a estrutura hidráulica, com um entupimento
sui generis. Não é sempre que um oficial pode mandar algo à m... .
9 O Pai do Vento
Quando Paulo Gurgel serviu em Benjamim Constant a ligação
entre a sede do município, onde ficava o hospital do exército, e o
distrito de Tabatinga, local do Comando de Fronteira do Solimões,
fazia-se, pela via fluvial, por meio de deslizadores e batelões. O
deslizador era um pequeno barco com motor de popa, usado larga-
mente pela população do Alto Solimões, enquanto o batelão era um
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mãe para fazer, com o apurado, uma apreciada torta de maçãs, con-
siderada o melhor quitute de sua lavra culinária.
Foi aí, então, que o Miguel recordou-se de seus saudosos
tempos universitários, quando ele estava sempre disposto a pegar
peças nos colegas, vítimas de suas costumeiras brincadeiras. Se ele
fosse um dos soldados, envoltos numa punição coletiva, o que faria
ao ser assim penitenciado? No mínimo, só entregaria a maçã depois
de “lavá-la” num jato miccional.
Pensando em tal eventualidade, Miguel devolveu as maçãs aos
seus comandados para que eles, em sua presença, as consumissem.
É, parece que o velho aforismo médico tem mesmo que ser
modificado. Não comer uma maçã diariamente é que pode ser a
receita para uma vida saudável.
* Esses “Causos”, todos reais, foram contados por Paulo Gurgel e descritos por Marcelo
Gurgel Carlos da Silva.
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Parte III
ENTREVISTAS
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berço, pediu para que lhe fosse dado o nome de Paulo, em homena-
gem ao meu pai.
Mirna: Sabemos que Paulo teve uma comemoração especial por sua pri-
meira comunhão na Igreja Nossa Senhora das Dores?
Elda: A missa foi às 6h de um domingo. Ele tinha por volta de oito
anos. As tias deram a festa, com almoço e tudo mais. Uma réplica
da Igreja das Dores, o bolo e os anjinhos de lembrança chamaram a
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Mirna: Quanto tempo entre namoro e casamento? Como foi tudo isso?
Elba: Seis meses.
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Mirna: Quando Érico passou no vestibular pela primeira vez, como foi a
reação do Paulo?
Elba: Paulo era louco para que ele fizesse Geologia. Até levou Érico
para conhecer um geólogo. Paulo perguntava, o geólogo respondia,
enquanto Érico ficou o tempo todo calado. Fez vestibular para a
Engenharia Mecânica na UFC. Paulo ficou muito alegre e até admi-
rado, pois Érico estudava pouco e obteve uma boa classificação.
Paulo colocou uma professora de inglês em casa para ele e o Érico,
a fim de que o Érico criasse gosto pela matéria... Só que o Érico não
demonstrava um maior interesse. Surpresa nossa! No vestibular,
Érico “fechou” na prova de inglês.
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Mirna: Paulo tem fama de ser metódico e organizado, como você conse-
gue conviver com isso?
Elba: O importante é que ele respeita muito o meu jeito de ser, da
mesma forma que eu respeito o jeito dele. Nas decisões de caráter
pessoal há sempre espaço para expressarmos nossas opiniões.
Mirna: Segundo amigos e familiares, Paulo também leva essa fama para
a medicina. Como é o Paulo médico?
Elba: Responsável, cuidadoso, competente, estudioso, dedicado aos
pacientes.
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Mirna: E o Paulo professor de violão, como era? Aprendeu algo com ele?
Érico: Ele era um bom professor (risos). Eu que não era um aluno
tão dedicado. Aprendi alguns acordes elementares e consigo tocar
algumas músicas pouco complexas.
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Mirna: Recorda do que Paulo dizia quando você fez natação? Praticou
judô? Frequentava academia? Etc.
Érico: Da natação, ele gostava. Quanto ao judô, ele apoiava e inclu-
sive me levava ao BNB Clube. Mas, da academia e do jiu-jitsu,
papai não gostava muito, pois achava que me desviavam dos meus
estudos.
Mirna: Você tinha medo de alguma bronca do Paulo quando fazia algo
errado?
Érico: Não, minha mãe me protegia (risos).
Mirna: O que você recorda como uma ação inesperada do seu pai?
Érico: Quando ele trouxe para casa umas galinhas d’angola para
criarmos como animais de estimação.
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Natália: Não, o meu pai sempre deixou essa tarefa para a minha
mãe. Ele nunca chegou a fazer tarefas comigo ou então pedir para
olhar meu boletim. Porém, houve uma ocasião em que eu tinha
aproximadamente 5 anos, nessa época estava cursando o jardim 2 e
a professora queria que eu fosse reprovada. De acordo com a opi-
nião da professora, eu era “muito infantil”. Discordo totalmente,
pois penso que era correto ser realmente infantil, pois se tratava de
uma criança de 5 anos. Por esse motivo, o meu pai não aceitou tal
medida e me transferiu de colégio para evitar a minha reprovação.
Devo muito isso a ele, pois ele evitou que eu perdesse um ano da
minha vida escolar.
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Mirna: Você tinha medo de alguma bronca do Paulo quando fazia algo
errado?
Natália: Nunca tive muito medo do meu pai pelo fato de ele sempre
preferir a conversa à agressão. Mas houve ocasiões em que eu e o
Érico, quando pequenos, brigávamos e ele partia para nos dar uns
beliscões: eu sempre me escondia no banheiro, enquanto o Erico
recebia o “prêmio” pela briga (risos).
Mirna: O que você recorda como uma ação inesperada do seu pai?
Natália: Um dia o presenciei chorando. Sempre vi no meu pai uma
pessoa forte e praticamente inatingível, mas nesta data vi desce-
rem lágrimas dos seus olhos e percebi que ele também tem as suas
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Érico e Natália
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Questionário-Entrevista: ao
Dr. Carlos Alberto Studart Gomes
Identificação:
PAULO GURGEL CARLOS DA SILVA – Filho de Luiz
Carlos da Silva (advogado e professor) e de Elda Gurgel
e Silva (doméstica), nascido em Fortaleza-CE, no dia
6 de junho de 1948. Casado com Elba Maria Macedo
Gurgel (médica) com quem teve dois filhos: Érico (5
anos) e Natália (2 meses).
Onde estudou:
Curso primário: Instituto Padre Anchieta, de proprie-
dade de meu pai. Dr. Carlos Studart
Curso secundário: Colégio Cearense (ginásio), Colégio Batista (1º e
2º anos científicos), Liceu do Ceará (3º ano científico) e curso pré-
-vestibular do Diretório Acadêmico XII de Maio.
Especialidade:
Tisiopneumologia e Clínica Geral.
Período em que exerceu a profissão no Hospital:
Desde 1978 (Tisiopneumologia) e 1979 (Clínica Geral) até atual-
mente (1990).
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Outras informações:
Na Seção de Documentação Científica dispomos atualmente de um
micro com impressora, o que nos permite rodar cinco programas,
aqui criados, de interesse para o Hospital.
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Nota
Credite-se a importância da missão que o hospital cumpre, em
grande parte, à visão administrativa de Dr. Carlos Studart. Numa
época em que a rede sanatorial era um modelo consagrado, este
administrador identificou demandas outras (cardiopatias e pneu-
mopatias não-tuberculosas) que estavam a exigir soluções. E, sem
excluir o nosocômio da luta anti-tuberculose, soube redirecioná-lo
para objetivos mais amplos. Ademais, tão sólida tem sido a estrutura
administrativa deixada por Dr. Carlos Studart que, ao afastar-se da
direção deste hospital, as frequentes trocas de seus diretores (pelas
inquietudes da política) não têm, até o momento, comprometido o
bom desempenho da instituição.
http://blogdopg.blogspot.com/2008/04/uma-histria-que-foi-contada.html#links
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Vida de blogueiro
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até vir a ser uma fonte de renda, porém, no momento, o que faço
é por prazer. A agilidade é espantosa. Fazemos parte de uma rede
mundial de computadores”, fala Gurgel. Lamenta que tão poucos
médicos se dediquem a esta atividade: “Sou o decano dos médicos
blogueiros em Fortaleza. Poucos médicos, até o momento, aderiram
em nossa cidade a esta ferramenta da internet, o que é uma pena”.
Outra observação é que os internautas acessam muito, mas fazem
poucos comentários sobre o que leem. Neste sentido, constata-se
certa acomodação deles.
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http://blogdopg.blogspot.com/2008/12/arca-dos-dinos.html#links
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SERVIÇO
EntreMentes (blogdopg.blogspot.com)
Preblog (preblog-pg.blogspot.com)
Linha do Tempo (gurgel-carlos.blogspot.com)
Acta Pulmonale (airblog-pg.blogspot.com)
Slideshows do PG (slideshows-pg.blogspot.com)
Comemoração do cinquentenário
de nascimento dos irmãos gêmeos
Germano e Luciano (2007)
http://blogdopg.blogspot.com/2007/08/
duplo-jubileu.html#links
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Parte IV
ENTRE MÉDICOS IRMÃOS
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10. Por fim, decorridos quarenta anos, um número tão cabalístico, que
mensagem você daria agora aos seus colegas da Turma Carlos Chagas?
Paulo: De nossa formatura até os dias atuais, já se vão 40 anos.
Quatro décadas no exercício da difícil arte de aliviar e curar! Vários
colegas nossos já partiram (estão encantados, no poético dizer de
Guimarães Rosa). E, ao evocarmo-los, dá-se que somos assolados
por um imenso sentimento de saudade. Não, não há como retor-
namos às passadas águas do rio de Heráclito. Continuemos, pois, a
homenageá-los com o nosso trabalho e durante nossas vidas.
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10. Eu conheci e admirava a Dra. Onélia Porto, era uma pessoa expe-
riente e de sensibilidade artística. Acho que a administradora era a
D. Aracy Melo. Como era o atendimento às doenças infecciosas, em
Fortaleza, antes da instalação do Hospital São José?
Paulo: O HSJ é o primeiro hospital do Estado do Ceará especiali-
zado em doenças infecciosas (Lei nº. 9.387, de 31 de julho de 1970).
Foi construído durante a gestão do governador Plácido Aderaldo
Castelo (1966-1970). Antes da criação deste hospital, os pacientes
com quadros infecciosos que precisavam de medidas de isolamento
eram internados numa ala do Hospital das Clínicas, da UFC, cujo
acesso se dava por uma rua dos fundos da instituição. Em seus pri-
mórdios, o HSJ atendia principalmente aos portadores das seguintes
doenças: tétano (inclusive o neonatal), difteria, pólio, raiva humana,
meningites de várias etiologias, hepatite, febre tifóide e sarampo
com complicações.
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era arejado e com uma boa iluminação natural. Numa das pare-
des, havia também uma lousa que, certa feita, foi utilizada por
Dr. Valdenor, com a sua experiência de mestre da UFC, para me
dar uma inesquecível aula sobre a meningite: “É uma doença com
três síndromes: infecciosa, de irritação meníngea e de hipertensão
craniana...”.
13. Recordo que, ao tempo em que lá estagiei, serviam uma boa e farta
comida. Eu soube, posteriormente, depois de formado, que a chefe do
refeitório, talvez por me considerar “magrinho”, costumava separar os
melhores e mais apetitosos pedaços de frango para mim, nos dias em que
eu estava de plantão.
Paulo: De fato. No refeitório, quebrando a escrita da insipidez das
comidas hospitalares, tínhamos uma alimentação excelente. E exis-
tia um clima de grande colaboração do pessoal da administração e
do pessoal técnico conosco.
14. Diga-me como você vê a sua passagem pelo HSJ. Que apreciação
você faz, atualmente, dessa instituição?
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10. Você despediu-se de Petrópolis? Parece que ela lhe marcou, não?
Paulo: Sim. Ainda tornei a ver Petrópolis na quarta-feira de cinzas
em meu percurso para a Fortaleza, cidade em que passaria minhas
férias antes de seguir para o Amazonas. E parei em Petrópolis por
um motivo bem prosaico: sacar o FGTS que a Casa de Saúde Santa
Mônica depositara em minha conta. Ia precisar de um reforço de
caixa para a viagem que faria - por terra - a Fortaleza. Levando
alguns pertences meus e o fusca cuja venda já estava apalavrada com
Luiz Carlos, nosso pai.
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10. Hoje, passados mais de vinte anos, como você avalia a decisão
tomada em 1988, quando fechou o seu consultório particular?
Paulo: Por algum tempo, apesar de não mais dispor de um con-
sultório, ainda continuei a atender os clientes que me solicitavam
a presença em suas residências. Desistir de minhas atividades na
clínica privada, talvez não tenha sido uma decisão acertada. Pois
significou desistir de um projeto pessoal, implantado ao longo de
treze anos, e que já me garantia uma razoável demanda de pacien-
tes. E por que, talvez, a continuidade desse trabalho fosse uma ati-
vidade interessante a um médico atualmente aposentado do serviço
público. Contudo, não vou chorar sobre o leite derramado.
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2. Pelo visto, foi bem informal o início. Mas, naquela época, face à
carência de professores na área de Ciências, o governo estadual firmava
contratos precários com universitários, para preencher essas lacunas. Você
foi um desses beneficiados?
Paulo: Sim. No ano seguinte, tive o nome proposto pelo professor
José Carlos da Silva (tio Zezinho) para uma das vagas de profes-
sor temporário da Secretaria de Educação e Cultura do Estado do
Ceará. Passei a lecionar as cadeiras de Ciências Físicas e Biológicas
e de Biologia para turmas dos cursos ginasial e colegial, no Colégio
Joaquim Albano, então dirigido pelo professor Sebastião Praciano
de Sousa. O diretor do turno da noite, período em que eu ensinava,
era o professor Wilson Leite Linhares (ainda tenho contato com ele
nas caminhadas que ambos fazemos pelas ruas do bairro do Cocó).
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5. No seu currículo, consta que você foi bolsista do Lafi? Como era sua
atuação nesse laboratório farmacêutico?
Paulo: Como bolsista do Lafi, além de divulgar na Faculdade de
Medicina os produtos do laboratório farmacêutico, eu dava aulas
aos propagandistas de sua filial em Fortaleza. Isto foi em 1968. As
aulas aconteciam aos sábados, sendo o tema de cada aula uma das
drogas que o laboratório comercializava. Isso me obrigou, inclusive,
a aprender um pouco de Farmacologia, antes do tempo previsto.
Tendo a responsabilidade de dar uma aula por semana, dá para ver
que o serviço no Lafi era bem mais leve do que o anterior.
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Parte V
APRECIAÇÃO LITERÁRIA
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II
Finalmente, João Bosco Sobreira e Paulo Gurgel Carlos da
Silva. O primeiro participou da antologia “Queda de Braço” e tem
um livro de poemas inédito “A Pedra e a Fala”. Do segundo há uma
curiosa e irreverente minibiografia que antecede os seus dez poe-
mas. (...)
Humor e irreverência, talvez um toque de non sense, encon-
tramos nos poemas de Paulo Gurgel “Vesperal” e “Profética”. Bem
anda o poeta, em tempos “reaganianos” - como escreve Millôr - em
aludir ao mito do caubói invencível John Wayne. A preocupação
social nos poemas “Desfazenda” e “Auto do Compadecido”. No
final deste poema, o entretexto cresce na medida em que o poeta
escreve: “As minhas mãos / Uma sabia da outra”. Um momento
de evocação da infância recuperada aparece no sugestivo poema
“Quintal de Infância”.
Carlos D’Alge
In: Jornal “O Povo”, fevereiro de 1981.
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ESTANTE DE LIVROS
Dez médicos puseram as mangas de fora e reuniram em
“Verdeversos” as suas poesias: Airton Monte, Alarico Leite,
Caetano Ximenes, Emanuel de Carvalho Melo, João Bosco Sobreira,
José Jackson Sampaio, Maria Irene Nobre, Lucíola Rabello, Paulo
Gurgel e Winston de Castro Graça.
Os poemas de Paulo Gurgel, quase todos, trazem a marca do
grande poeta. (...)
Paulo Gurgel é, para mim, uma revelação poética admirável.
O poema “Quintal de Infância” é um quadro estético e espelho de
uma sensibilidade artística incontestável: (...)
A Paulo Gurgel, que se ocupa aqui de cousas triviais, podem-
-se aplicar as palavras de Otto Maria Carpeaux: “A arte é um dom
do Céu, mas tem que servir à Terra”.
“Oriental” é um poema que mostra a radiografia do homem:
(...)
Estou certo de que Paulo Gurgel ainda nos vai fazer surpresas
maravilhosas no campo da poesia.
Abdias Lima
In: “Tribuna do Ceará”, 18 de março de 1981.
LIVROS
“Encontram-se” neste livro quatorze luminares da medicina
brasileira: Beto Bezerra, Dalgimar Meneses, Emanuel Carvalho,
Francisco Nóbrega, Francisco Sampaio, Heitor Catunda, Jackson
Sampaio, Lucíola Rabello, Paulo Gurgel, Ricardo Augusto R. Pinto,
Rose Mary M. da Silveira, Sérgio Macedo, Wilson Medeiros e
Winston Graça.
Encontram-se para, em verso e em prosa de claridade lunar
ou solar, nos dar conselhos sobre a saúde, falar sobre o mistério da
vida, sobre os problemas da carne, as saudades dos cais, para pro-
testar contra um mundo robotizado ou rir (Paulo Gurgel) de tudo,
inclusive de si próprio.
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Paulificante
PAULO, não é que nasci? Tinha um grande projeto,
-----fluvial, de atravessar caudaloso o
PAUL da humana existência, mas
-----represo-me, estagno-me - sorte
PAU - termino por saber que me espreita uma
PÁ de terra e que, dia qualquer,
-----eu morro
P... da vida.
Paulo Gurgel é um humorista à Leon Eliachar. É pena que
não esteja enriquecendo as revistas do Sul.
Abdias Lima
In: “Tribuna do Ceará”, 15 de junho de 1983.
CRIAÇÕES
Inicialmente, gostaria de considerar o seguinte: “Criações”,
a nova antologia que o Centro Médico Cearense acaba de publi-
car, é um livro que mesmo não se destinando à realização de uma
ambicionada carreira literária, enfeixa em suas páginas a virtude de
provocar outras reflexões. No geral, trata-se de um projeto que, se
por um lado peca pela falta de unidade estética e mundividencial,
por outro assombra pela qualidade de alguns textos que apresenta,
assaltando, muitas vezes de surpresa, a sensibilidade literária do
próprio leitor. (...)
Sobre a irreverência do discurso de Paulo Gurgel, eu teria
muita coisa a dizer, mas, contraditoriamente, eu diria que nada
tenho a acrescentar. Gostaria de que os seus textos fossem assimila-
dos tal como ele os concebeu, assim de forma tão irrecusavelmente
metafórica que parecem espreitar a sua própria decodificação.
No mais, gostaria de aqui registrar a importância dessa inicia-
tiva do Centro Médico Cearense, no sentido de divulgar, através de
sucessivas edições, a produção literária de seus associados, erguendo
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Dimas Macedo
In: “Diário do Nordeste”, 28 de fevereiro de 1986, e nas p. 40-42 do livro
“Ossos do Ofício”, publicado pela Editora Oficina, em Fortaleza, 1992.
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VIII
Dizer que Paulo Gurgel é um dos sujeitos mais inteligen-
tes aqui da terrinha, criativo (e engenhoso) como poucos é repe-
tir o óbvio. Quem lê o que sai dele em nossa imprensa sabe disso,
daí o número de leitores (futuros eleitores?) que ele tem, atentos
sem tirar nem pôr à sua prosa, sempre gostosa e bem humorada,
sem esquecer, é claro, o seu estilo escorreito e muito bem servido,
em termos de língua... brasileira. Sim, ele escreve como o povo
fala, sem arrebites digamos gramaticóides, o que seria realmente
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Diogo Fontenele
In: “Tribuna do Ceará”, 21 de novembro de 1987.
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MÉDICOS ESCRITORES
I
Com um título geral e significativo (para o texto leia-se sig-
nificante) chega-nos às mãos a antologia “Sobre Todas as Coisas”,
da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Ceará,
com um total de treze participantes - poetas e ficcionistas - já com
os nomes firmes nas letras, todos demonstrando sensibilidade e dom
para a literatura e as artes. (...)
II
As últimas páginas de “Sobre Todas as Coisas” são preenchi-
das por Paulo Gurgel, um homem de letras dos mais completos de
sua geração. É um artista nato. Talento vasando por todos os poros.
Mergulhado no absurdo existencial, na vanguarda criativa, tira de
tudo isso os efeitos mais surpreendentes. É um idealista. Seu estilo
é inconfundível. Sabe lidar com o reino das palavras e seus encan-
tos. Dono de um potencial de fabulação imenso, com alguns contos
já premiados, é um dos pontos altos desta antologia. Suas estórias
(crônicas, poemas, fábulas?) oscilam entre o picaresco e a prosa de
costumes (confidencial). Trabalha com os signos e os signos eróti-
cos. É o desenhista e o escultor da palavra. O cotidiano é a menina
de seus olhos. A condição humana está por inteiro em seus escritos.
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Texto escrito no Rio, em 11 de abril de 1988, por Tito de Abreu Fialho, então
presidente da SOBRAMES - Nacional, e enviado ao Ceará para os participantes
do citado livro.
* Em negrito figuram os títulos dos textos de Paulo Gurgel, com as respectivas
páginas iniciais, entre parênteses.
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Lançamento da antologia
“Efeitos Colaterais”
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EM NOME DA LIBERDADE
A liberdade foi e será sempre o bem maior do ser humano.
Quem voa, precisa de asas; quem cria, precisa de imaginação. E
o homem, para dar vezo ao seu processo de criação, precisa estar
livre, pelo menos em sentido figurado, para alçar vôo e rumar para
o infinito, deixando um rastro de sentimento que se dilui entre as
palavras que compõem uma antologia literária, como essa que rece-
beu da SOBRAMES o título de “Sobre todas as coisas”.
Realmente, a qualquer um é dado falar de qualquer coisa.
Mas é importante ressaltar que não é qualquer um que pode falar
de qualquer coisa, a qualquer tempo e em qualquer lugar, sem que
tenha como Paulo Gurgel, um apurado senso de timing e de feeling,
duas exigências básicas, para quem quer que ser escritor.
Pensando nessas e em outras coisas, é que se decidiu pela
escolha desse livro, para uma varredura, em regra, da produção
autoral de Paulo Gurgel. O título é assaz apropriado à participa-
ção do primogênito do casal Elda-Luiz Carlos, que veio, com tudo,
nessa produção literária. A primeira coisa que fez foi querer exercer
a direito de primogenitura, puxando o cordão da família, represen-
tado por irmãos e irmãs que praticam a saborosa arte de escrever.
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Parte VI
HOMENAGENS,
DISTINÇÕES E VERBETES
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Concursos e seleções
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“Dr. Paulo,
Ser Servidor Público hoje não é fácil. Administrar em serviço Público é
ainda mais difícil. Mas, mesmo com todas as dificuldades, ainda encon-
tramos homens, SERVIDORES como o senhor, que fazem do SERVIR
um dos verbos mais praticados no seu exercício profissional.
E servir com ética, compromisso e justiça é uma missão das mais nobres,
só abraçadas por pessoas igualmente nobres, que têm plena consciência do
seu dever para com a sociedade.
Assumindo as chefias do Arquivo Médico, da Pneumologia e, finalmente,
da Divisão Médica, o senhor foi tudo isso. Soube honrar esta casa e os
cargos que ocupou como poucos. Com a sua maneira peculiar de ser, dei-
xou uma marca de seriedade e competência nesta administração.
Por tudo isso, e muito mais, queremos lhe agradecer pela grande contri-
buição que deu, reforçando a nossa admiração e o nosso reconhecimento.
Lembre-se de que esta casa pertence àqueles que a construíram com o seu
trabalho e dedicação. Aqui, entre o coração e o pulmão, haverá sempre
um espaço para acolhê-lo.
Um grande abraço.”
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Assinaram o documento:
Dr. Ernani Ximenes Rodrigues – Diretor do Hospital de Messejana
Dr. José Maria Furtado Memória Jr. – Diretor Médico
Dra. Dione Bezerra de Barros – Diretora Técnica
Dr. Humberto Vitorino Dantas – Diretor Administrativo
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Verbete I
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Verbete II
OBRAS:
VERDEVERSOS - Coletânea - 1981
ENCONTRAM-SE - Coletânea - 1983
MULTICONTOS - Coletânea - 1983
TEMOS UM POUCO - Coletânea - 1984
LITERATURA BRASILEIRA - Antologia - 1985
POETAS DO BRASIL - Antologia - 1985
ESCRITORES BRASILEIROS - Antologia - 1985
CRIAÇÕES – Coletânea - 1986
SOBRE TODAS AS COISAS - Coletânea -1987
LETRA DE MÉDICO - Coletânea - 1989
EFEITOS COLATERAIS - Coletânea - 1990
MEDITAÇÕES - Coletânea - 1991
OUTRAS CRIAÇÕES - Coletânea - 1992
ESMERALDAS – Coletânea - 1993
* Verbete In: SILVA, Geraldo Beserra da. Presença do médico na literatura brasileira.
Fortaleza: Sobrames, 1996. 338p. p.311.
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Verbete III
* Verbete In: SILVA, Geraldo Beserra da. Médicos escritores & escritores médicos.
Fortaleza: Imprensa Universitária, 1998. p.56-7.
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Verbete IV
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Verbete V
SEÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO
CIENTÍFICA
No início de 1965, em uma sala
situada no pavimento térreo no Pavilhão
Central, recentemente reformado, foi ins-
talada a Seção de Documentação Científica
que, no passado, foi um simples arquivo de
prontuários conhecido com o nome SAME
(Serviço de Arquivo Médico e Estatística).
Chefes da Seção:
Dr. Abner Cavalcante Brasil
Dr. Francisco Sampaio de Oliveira
Dr. Amaury Teófilo Brasil
Dr. Abner Cavalcante Brasil (2ª vez)
Dr. Paulo Gurgel Carlos da Silva
SERVIÇO DE PNEUMOLOGIA
Neste mesmo ano (1972) o Hospital foi dotado de uma estru-
turação funcional, que já se fazia necessária, haja vista a diversifica-
ção e ampliação de suas atividades. Para exercer a função de chefe
da Clínica Pneumológica foi designado o conceituado profissional
Dr. Alarico Leite, possuidor de uma larga folha de serviços presta-
dos à instituição e à medicina cearense. Sucederam-lhe, neste mis-
ter, Márcia Alcântara Holanda, Leopoldo César de Vasconcelos,
Abelardo Soares de Aguiar, Francisco Fábio Barbosa Benevides e
Paulo Gurgel Carlos da Silva – este, o atual titular.
In: GOMES, Carlos Alberto Studart. Sanatório de Messejana: Uma História a Ser
Contada. Fortaleza: Edição do Autor (apoios: CMC e SOBRAMES-CE), 1990.
p.121, 218-219.
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Parte VII
ANEXOS / APÊNDICES
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Sinopse de CV
1. IDENTIFICAÇÃO
Paulo Gurgel Carlos da Silva, nascido em Fortaleza, em
06.06.48, casado, médico, escritor e blogueiro, residente em
Fortaleza-Ceará.
2. FORMAÇÃO E TITULAÇÃO
2007 – 2008 Hospital Sírio-Libanês / Anvisa São Paulo-SP
Curso de Extensão em Saúde Baseada em Evidências (a distância,
com 148 horas)
1973 – 1973 Fundação Instituto Oswaldo Cruz Rio-RJ
Curso de Especialização em Tisiologia Clínica e Sanitária (com 472
horas)
1972 – 1972 Fundação Instituto Oswaldo Cruz Rio-RJ
Curso de Introdução à Epidemiologia e ao Saneamento (com 160
horas)
1972 – 1972 Hospital Central do Exército Rio-RJ
Estágio no Pavilhão de Isolamento
1972 – 1972 Escola de Saúde do Exército Rio-RJ
Curso de Formação de Oficial Médico (com menção MB)
1972 – 1972 Sanatório de Maracanaú Fortaleza-CE
Estágio em Tisiologia (convênio com o SNT)
1966 – 1971 Universidade Federal do Ceará Fortaleza-CE
Curso de Graduação em Medicina (com summa cum laude)
Formação Complementar
Congressos: 18
Cursos e simpósios: 90
Outros eventos: 60
Aprovações em concursos públicos: 5
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3. EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
2008 – Atual Multiclínica Fortaleza Fortaleza-CE
Ambulatório de Pneumologia (médico assistente)
2008 – Atual Secretaria Municipal de Saúde Itapiúna-CE
Auditoria Médica (auditor)
2008 – 2008 Universidade Estadual do Ceará Fortaleza-CE
Curso de Medicina (professor de práticas médicas)
2007 – 2008 Aguanambi Saúde Fortaleza-CE
Ambulatório de Pneumologia (médico assistente)
1977 – 2007 Hospital de Messejana Fortaleza-CE
Funções administrativas
Centro de Estudos (presidente), 2003 – 2007
Divisão Médica (diretor), 1999 – 2000
Serviço de Pneumologia (chefe), 1995 – 1999
Auditoria Médica (auditor), 1993 – 1995
Direção Médica (subdiretor), 1989 – 1989
Serviço de Arquivo Médico e Estatística (chefe-substituto e chefe),
1977 – 1979 e 1979 – 1995
Funções técnicas
Função Pulmonar (especialista), 2000 – 2007
Unidade de Internação (médico assistente), 1987 – 1988 e 1995 – 1999
Residência Médica (preceptor), 1995 – 1998
Seção de Pacientes Externos (médico assistente), 1990 – 1994
Emergência (plantonista), 1978 – 1986
1989 – 2007 Secretaria da Saúde do Estado Fortaleza-CE
Pneumopatias Ocupacionais (assessor), 1999 – 2007
Programa de Controle da Tuberculose (assessor), 2000 – 2002
Serviço de Pneumologia Sanitária (coordenador), 1989 – 1990
1979 – 1979 Universidade de Fortaleza Fortaleza-CE
Curso de Tecnologia do Saneamento Ambiental (professor
colaborador)
1977 – 1979 PAM 505-435 INAMPS Fortaleza-CE
Pronto Atendimento (médico assistente)
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4. OUTRAS ATIVIDADES
Coordenação de pesquisa: 1
“Silicose em Trabalhadores de Pedreiras em Caridade – Ceará”
Palestras avulsas: 204
Trabalhos científicos apresentados
Exposições orais: 22
Pôsteres: 2
Trabalhos científicos publicados
Capítulos de livros: 3
Artigos em revistas: 16
Organização de eventos: 15
Processos seletivos / Concursos
Formulador de questões para provas: 10
Analisador de currículos: 13
Pareceres técnicos: 3
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6. INTERESSES
Pneumologia
Auditoria Médica
Informática (editor de EntreMentes, Preblog, Linha do Tempo, Acta
Pulmonale e Slideshows do PG)
Arte e Cultura
Caminhadas
OBSERVAÇÕES FINAIS
* Baseado no Currículo completo, disponível na Plataforma Lattes:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/index.jsp
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Infância e Adolescência
1948 - Nasce em Fortaleza-Ceará, a 6 de junho, na Rua
Domingos Olímpio, nº 2.209.
1954-58 - Cursa o Primário no Instituto Padre Anchieta.
1955-58 - Participa da Cruzada Eucarística Infantil da Paróquia N.
Sra. das Dores.
1959-62 - Cursa o Ginasial no Colégio Cearense do Sagrado
Coração.
1959-62 - Pratica atividades recreativas: futebol.
1960 - Passa a residir na Rua Domingos Olímpio, nº 2.309.
1963-64 - Cursa os 1º e 2º Anos Científicos no Colégio Batista
Santos Dumont.
1963-64 - Pratica atividades recreativas: tênis de mesa.
1965 - Cursa o 3º Ano Científico no Liceu do Ceará.
1965 - Frequenta o curso pré-vestibular do D.A. XII de Maio
da Faculdade de Medicina.
Juventude
1966-71 - Cursa Medicina na Universidade Federal do Ceará
(UFC).
1966 - Estuda violão com o Prof. Cláudio Castro.
1967 - Primeiro emprego como professor de Ciências e
Biologia do Colégio Estadual Joaquim Albano.
1968 - Bolsista do Laboratório Lafi.
1969 - Excursão com colegas da Medicina através de vários
estados do Brasil até o Uruguai e a Argentina.
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Adulto Jovem
1972 - Estágio no Sanatório de Maracanaú.
1972 - Curso de Formação de Oficial Médico no Rio de
Janeiro-GB, concluído com menção MB.
1972 - Estágio no Pavilhão de Isolamento do Hospital Central
do Exército.
1972 - Curso de Epidemiologia e Saneamento pela Fundação
Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz).
1973-74 - Médico do Hospital Central do Exército, no Rio de
Janeiro-GB
1973 - Curso de Especialização em Tisiologia Clínica e
Sanitária pela Fiocruz.
1973-74 - Médico da Casa de Saúde Santa Mônica, em
Petrópolis-RJ.
1973-74 - Secretário do Centro de Estudos do Hospital Central do
Exército-GB.
1974-75 - Diretor do Hospital de Guarnição de Tabatinga, em
Benjamin Constant-AM.
1974 - Viagem a Colômbia, Equador e Peru.
1975-77 - Médico do Hospital Geral de Fortaleza / 10ª. RM.
1976-88 - Atua em clínica privada.
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Maturidade
1984 - Casa-se com Elba Maria Macedo.
1985 - Nasce Érico de Macedo Gurgel, a 2 de agosto, seu pri-
meiro filho.
1985-87 - Preside a regional cearense da Sociedade Brasileira de
Médicos Escritores.
1986-89 - Colabora com o suplemento literário “DN-Cultura”.
1989-90 - Coordena o Serviço de Pneumologia Sanitária da
SESA-CE.
1990 - Nasce Natália de Macedo Gurgel, a 6 de junho, filha.
1995-99 - Chefia o Serviço de Pneumologia do Hospital de
Messejana.
1999 - Treinamento em “Leitura Radiológica das
Pneumoconioses” pela Fundacentro, em Curitiba-PR.
1999-00 - Diretor médico do Hospital de Messejana.
2000 - Co-autor do livro “Manual de Condutas em Clínica
Médica” (capítulo “Hemoptise”).
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1 LITERÁRIOS (*)
1.1 Capítulos de livros (coletâneas de prosa e poesia)
“Verdeversos” (CMC, 1981).
“Encontram-se” (CMC, 1983).
“MultiContos” (BNB Clube de Fortaleza, 1983).
“Temos um Pouco” (CMC/Sobrames CE, 1984).
“A Nova Literatura Brasileira” (Shogun Editora, 1984).
“Escritores Brasileiros” (Crisalis Editora, 1985).
“Poetas do Brasil” (Editora Mirante, 1985).
“Criações” (CMC/Sobrames CE, 1986).
“Sobre Todas as Coisas” (Sobrames CE, 1987).
“Letra de Médico” (Sobrames CE, 1989).
“Efeitos Colaterais” (Sobrames CE, 1990).
“1º Concurso Nacional de Prosa e Poesia” (AMB, 1991).
“Meditações” (Sobrames CE, 1991).
“Outras Criações” (Sobrames CE, 1992).
“Esmera(L)das” (Sobrames CE, 1993).
“Prescrições” (Sobrames CE, 1994).
“Antologia Até Agora” (Sobrames CE, 1996).
“Marcelo Gurgel em Verso e Anverso” (Org. Elsie Studart e
outros, 2003)
“Dos Canaviais aos Tribunais: a vida de Luiz Carlos da Silva”
(Org. Marcelo Gurgel e Márcia Gurgel, Editora da UECE, 2008).
“Achado Casual” (Sobrames CE, 2008).
“Ressonâncias Literárias” (Sobrames CE, 2009).
“Receitas Literárias” (Sobrames CE, 2010).
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2 TÉCNICOS
2.1 Capítulos de Livros
SILVA, P.G.C. da – Doenças Ocupacionais. In: ROUQUAYROL,
M.Z. Epidemiologia & Saúde. Fortaleza: Edição do autor /
UNIFOR / CNPq, 1983. p.241-262.
SILVA, P.G.C. da – Hemoptise. In: CEARÁ. SECRETARIA DA
SAÚDE. – Manual de Condutas em Clínica Médica. Fortaleza:
SBCM-CE / SESA-CE, 2000. p.276-280.
SILVA, P.G.C. da – Manejo Clínico da Tuberculose. In: CEARÁ.
SECRETARIA DA SAÚDE. Normas Operacionais para Atenção
ao Portador de Tuberculose e Hanseníase. Fortaleza: SESA-CE,
2003. p 319-338.
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Figura 4 Figura 5
Figura 6 Figura 7
Figura 8 Figura 9
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PORTAL DE MEMÓRIAS
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Posfácio
DE ORELHAS A APÊNDICE
No princípio, seriam as “orelhas”, mas para “o bem de todos
e felicidade geral dos leitores”, o texto mudou de lugar e se conver-
teu em posfácio, sem nenhuma rejeição ao transplante. Adaptar, “é
coisa nossa”, como enfatizava o júri do antigo programa de calouro
do Sílvio Santos. E assim, lá vem a saraivada de palavras, em honra
a um Gurgel, que não é parente de perto, mas é do mesmo tronco
familiar
Da mesma forma como “a história do livro se confunde, em
muitos aspectos, com a história da humanidade”, a história deste
livro tem muito a ver (perdão para o cacófaton) com a história de
vida do personagem central, no caso o médico/ literato/ artista
Paulo Gurgel Carlos da Silva, gente de bem, em todos os sentidos.
Se um livro é mais do que um produto, que tem como suporte
a informação, o que se dizer então deste livro que traz, nas suas
páginas, um breve canto lírico e épico, desnudando a vida do Paulo
Gurgel desde os seus verdes anos?
De começo, vale falar que o Paulo já nasceu embrulhado em
uma manta cristã, o que explica a sua intimidade com as coisas lá
de cima. “Quando Deus o desenhou, com certeza, Ele estava namo-
rando”. Essa é a certeza que se tem de que o Paulo foi concebido
por obra do casal Luiz e Elda, mas com a parceria do Espíto Santo
que abençoou sua chegada. Só estando o Senhor muito apaixonado,
para produzir um fruto dessa qualidade. Quem saiu ganhando nessa
história, não foi só o Criador, mas a criatura, que pôde, ao longo de
mais de sessenta anos, cumprir uma brilhante trajetória, com cenas
de lirismo e epopeia.
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Registros fotográficos
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Paulo: aluno
do Colégio Cearense
Paulo: formatura em
Medicina (dezembro
de 1971)
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Natália na casa da
Caio Cid (1991)
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Casamento de Érico
com Raíssa (2005)
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Bodas de ouro do casal Luiz-Elda: com filhos, genros, noras e um dos netos (1997)
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EDITORA
Um elemento fundamental, como ponto de partida dessa obra, foi o
curriculum vitae do Paulo Gurgel Carlos da Silva, que serviu para arrolar os
temas a serem tratados e definir os marcos principais da sua vida profissional,
cultural e afetiva. Também foi conduzida a busca bibliográfica para captar
verbetes e indicativos da sua vasta produção cultural.
No processo editorial, optou-se pelo recurso das entrevistas, sobretudo,
para cobrir componentes familiares, de caráter mais afetivo; da mesma forma,
para discorrer sobre alguns assuntos mais históricos, julgou-se por bem
instituir um capítulo montado a partir de bate-papos informais, envolvendo,
fraternalmente, o organizador e o perfilado.
A apreciação crítica, publicada ou inédita, acerca do intenso fazer literário
do Paulo Gurgel, põe a nu a sua relevância, demonstrando ser mais do que
suficiente para impressão de, pelo menos, quatro títulos.
Para romper com a monotonia comum em obras de caráter biográfico, foi
incluso um capítulo especial, reunindo dez “causos” pitorescos, com boa dose
hilariante, revelando um pouco do cotidiano pessoal e médico do homenageado,
acompanhados de charges brotadas do crayon do tradutor Jesper.
A obra enfeixa, no apêndice, a sinopse de seu curriculum vitae, os seus
principais marcos da vida, um rol de trabalhos publicados em meio impresso, a
lista de médicos da Turma Carlos Chagas e o posfácio.
Para quem quiser ver e ler, o livro sobre o Paulo Gurgel é fruto de uma
feliz parceria familiar, juntando mulher, filhos, irmãos etc., que contou com a
robusta participação de um seleto grupo de amigos e colegas do retratado.
Marcelo Gurgel