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Resenhas de livros
Uma Nova Cultura de Aprendizagem:
Cultivando a Imaginação para um
Mundo de Mudança Constante
Douglas Thomas e John Seely Brown
CreateSpace, 2011. Conteúdo, referências
137 pp. Folha de US$
12,95. isbn: 9781456458881
É preciso coragem e muita confiança para
desafiar o sistema de crença dominante na
educação, escrevendo um livro que afirma
que “o tipo de aprendizado que definirá o
século XXI não está ocorrendo em uma
sala de aula” (p. 17). ). A grande maioria das
partes interessadas na educação pública
inevitavelmente resistirá a tal afirmação.
Talvez seja por isso que Thomas e Brown
modificam sua ousada declaração com esta
qualificação tranquilizadora: “pelo menos
não na sala de aula de hoje” (p.17).
Questionar a sala de aula prova o menor de
seus “crimes” contra o sistema educacional tradicional.
incerteza há anos causam inquietação entre
Qualquer pessoa com um interesse sério
em educação deve ler as 137 páginas
inspiradoras deste breve livro, principalmente
porque Thomas e Brown ousam criticar
várias suposições básicas do campo, e o
fazem com grande confiança.
Brown é o ex-diretor do famoso Xerox
Palo Alto Research Center e co-fundador de
seu spinoff, o Institute
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de Pesquisa sobre Aprendizagem. Thomas
é um jovem professor associado da
Annenberg School for Communication da
USC que estudou intensivamente a cultura
da computação. Acredito que essa
cooperação entre a pesquisa de longo prazo
de Brown sobre aprendizagem e o profundo
conhecimento de Thomas sobre as muitas
novas culturas globais, compostas por
milhões de cidadãos que surgiram online,
dá a esses autores tanto a coragem quanto
o conhecimento para fornecer respostas
instigantes para os desafios que o sistema
educacional enfrenta atualmente. A
contribuição deles é importante para o
necessário repensar por que, como e onde ensinamos e aprendemo
Talvez a questão mais difícil, mas
imperativa, na educação hoje seja se nossos
objetivos e métodos de ensino ainda são
apropriados para educar nossas crianças e
jovens. As preocupações decorrentes dessa
as partes interessadas na educação pública
– e com razão, porque não há uma resposta
simples.
Obviamente, não podemos ignorar a questão
e continuar a manter nossa fé no atual
sistema educacional enquanto a sociedade
circundante se transforma rapidamente.
A reivindicação de ação é a premissa
explícita do livro, e Thomas e Brown por
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122 American Journal of PLAY • verão de 2011
enfatizam constantemente que a importância da
aprendizagem aumentou significativamente na sociedade
do conhecimento. De acordo com Thomas e Brown,
precisamos mais do que nunca de uma capacidade
vitalícia de aprender, e o ensino tradicional nas escolas
não pode atender a essa necessidade.
A crítica do livro às atuais instituições
educacionais começa observando que essas escolas
foram desenvolvidas para sociedades nas quais a
mudança aconteceu muito mais lentamente do que hoje.
As abordagens educacionais tradicionais, em que tudo
o que é novo deve ser ensinado em um local e horário
específicos, serão simplesmente ineficazes quando
quase todas as habilidades e capacidades – e todo o
nosso conhecimento acumulado – mudarem constante
e rapidamente. Portanto, a educação deve mudar de
um foco de ensino, no qual o instrutor transfere
conhecimento para o aluno, para uma ênfase na
aprendizagem do aluno.
Muitos educadores e comentaristas têm buscado
novas soluções educacionais que possam lidar com a
situação em rápida mudança, mas poucos descobriram
ideias bem-sucedidas. Thomas e Brown acreditam que
não precisamos ir longe para buscar inspiração, mas
devemos procurar em lugares improváveis. Eles
acreditam que uma transformação do ensino para o
aprendizado já está ocorrendo em larga escala.
Uma nova cultura de aprendizagem com o poder de
mudar a maneira como pensamos sobre ensino e
educação formou-se em torno das novas tecnologias de
comunicação. Muitas pessoas desconhecem esse
fenômeno porque esse aprendizado ocorre fora das
instituições educacionais, parece muito diferente de
como o aprendizado é descrito na maioria das teorias
educacionais e, portanto, é essencialmente invisível.
Thomas e Brown argumentam que uma nova
cultura de aprendizagem está evoluindo rapidamente em
as muitas comunidades on-line de grande escala que
atraem pessoas de todas as idades em todo o mundo.
Os autores afirmam que a aprendizagem floresce
nesses mundos online por meio da dinâmica do brincar,
dos jogos e da imaginação, como uma cultura em uma
placa de Petri. Os tipos que florescem são aprendizagem
entre pares, orientação, aprendizagem baseada em
investigação, experimentação, aprendizagem tácita,
paixão e colaboração. Esses são aspectos familiares da
aprendizagem em todas as pesquisas recentes e bem
conhecidas sobre a teoria da aprendizagem, mas pode
nos surpreender, pode até parecer impróprio – quase
frívolo – encontrá-los aplicados a jogos online como
World of Warcraft ou Star Wars Galaxies . . No entanto,
Thomas e Brown apresentam de forma convincente o
sucesso desses jogos como uma “ilustração quase
perfeita” de um novo ambiente de aprendizado que pode
e deve inspirar a educação futura.
Na verdade, a celebração de Thomas e Brown
de jogos online comerciais bem-sucedidos pode ser
problemática. Mesmo que os autores substanciem
cuidadosamente suas reivindicações tanto teórica
quanto empiricamente, muitos educadores, pais,
políticos e outros provavelmente rejeitarão o trabalho
imediatamente, talvez até mesmo sem lê-lo, apenas
por causa dessa ideia, considerando implausível que
jogar os jogos de computador podem promover um
aprendizado sério, quanto mais promover a inovação
na educação. Isso é uma pena. Como os alunos
modernos vivem parte de suas vidas em universos
online que moldam sua visão de mundo, este livro
oferece insights sobre um fenômeno da vida real que já
influencia a educação. Thomas e Brown sugerem que,
em vez de lutar contra esse desenvolvimento, devemos
abraçá-lo e aprender a aproveitá-lo.
Uma Nova Cultura de Aprendizagem realmente
promove a brincadeira como um ponto focal para o futuro
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prova de educação. Permita-me terminar esta
revisão com um breve relato de um argumento
que os autores apresentaram a favor do jogo,
um argumento que ilustra as muitas linhas de
raciocínio elegantes e convincentes do livro.
Eles apontam para a teoria do desenvolvimento
infantil de Jean Piaget, onde a brincadeira e a
imaginação são as ferramentas indispensáveis
pelas quais as crianças se adaptam às mudanças. pediu, para estabelecer um quadro comum, que
Chamam a atenção para este facto e notam
que, num mundo em constante mudança, o
brincar torna-se uma estratégia eficaz para
todos, não só para as crianças, responderem a
essas constantes mudanças. Na verdade, eles
argumentam que teremos dificuldade em lidar
com o fluxo constante do mundo, não importa
nossa idade, se não formos capazes de brincar
e usar nossa imaginação. É preciso olhar com
cuidado para encontrar um argumento melhor
para a importância do jogo hoje em dia do que
o que Thomas e Brown oferecem.
—Carsten Jessen, Universidade de Aarhus,
Copenhague, Dinamarca
Saindo, brincando e se divertindo: crianças
vivendo e aprendendo com a nova mídia
Mizuko Ito, Becky Herr-Stephenson, Dan
Perkel e Christo Sims Cambridge, MA: MIT
Press, 2009.
Conteúdo, apêndice, bibliografia, índice. 432
pp. $ 35,00. isbn: 978026201336-9
Recentemente, recebi um convite para
participar de um pequeno grupo de consultoria
para uma fundação voltada para as artes. O
oficial do programa queria ouvir como a mídia
digital cria novas oportunidades para apoiar a
aprendizagem orientada por interesses entre os atuais
Críticas de Livros 123
juventude. Era um grupo diversificado:
educadores de museus, pesquisadores
acadêmicos, jovens educadores de mídia e até
um editor de revista. No início do dia, alguém
perguntou se poderíamos esclarecer nossos termos.
O que queríamos dizer, exatamente, quando
usamos a expressão aprendizagem “orientada
por interesses”? Em resposta, o facilitador
havia lido o livro de Mimi Ito, Hanging Out,
Messing Around, Geeking Out: Kids Living and
Learning with New Media.
Todos levantaram a mão.
Compartilho isso não para sugerir que o
livro se tornou onipresente. Longe disso. Mas é
difícil ignorar que o enquadramento promovido
pelo livro, muitas vezes condensado em HO-
MA-GO (rima com o sushi de ovo “tomago”),
era uma referência entre os reunidos numa
conferência sobre aprendizagem.
Como Ito seria a primeira a esclarecer,
embora ela fosse a escritora principal, o livro é
baseado no trabalho de mais de duas dezenas
de pesquisadores que produziram vinte e três
pesquisas relacionadas. É escrito em voz
coletiva integrando vasto material etnográfico
coletado durante um período de três anos e
oferecendo insights analíticos pelos
pesquisadores do projeto. Portanto, embora
possamos chamá-lo de “livro de Ito” como
abreviação, mais frequentemente, e mais
corretamente, nos referimos a ele como “Ito, et al.”
Mas chega de semântica. Sobre o que é
o livro? Foi um dos primeiros projetos
financiados há cerca de cinco anos pela então
nova Iniciativa de Aprendizagem e Mídia Digital
da Fundação MacArthur (a Global Kids, onde
trabalho, também recebeu fundos da Iniciativa).
Na época, a mídia estava cheia de medo em
relação ao uso de mídia digital pelos jovens -
de videogames e violência, de redes sociais e
relações sexuais