Aula 1

Disciplina: CIN 7302 – Introdução à Representação Descritiva
Aula 1: aspectos históricos e conceituais da representação descritiva

Docente: Djuli Machado de Lucca
Aula 1: Representação descritiva: aspectos

históricos e conceituais
2h/a – 1h/a teórica, 1 h/a prática
14/03/2017
Djuli Machado de Lucca

Doutoranda em Ciência da Informação
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
Estagiária Docente
djuli_mdl@hotmail.com
1
As discussões dessa aula serão baseadas nas obras:
•Introdução à catalogação – Eliane Serrão Alves Mey, 1995
•Introdução geral às ciências e técnicas da informação e

documentação – Claire Guinchat; Michel Menou, 1994.
•Documentos complementares – nas referências dos slides
2
5 leis da biblioteconomia
•Os livros (obras, documentos) são escritos (feitos) para serem lidos
(utilizados)
•A cada leitor (usuário) o seu livro (documento)
•A cada livro (documento) o seu leitor (usuário)
•Poupe o tempo do seu leitor (usuário)
•A biblioteca (UI) é um ambiente em crescimento
Shankar Ranganathan
3
O fazer do profissional da informação
Foco no usuário
• Organização
• Tratamento
• Análise
• Gestão
A intenção é sempre “poupar o tempo” do usuário!! E por isso,

ORGANIZAMOS A INFORMAÇÃO DO ACERVO, CONJUNTO,
COLEÇÃO.... 4
Organização da informação
Trata-se de um processo, atividade, técnica, operação,
que remonta os primórdios da antiguidade e tem o
objetivo principal de subsidiar a recuperação da
informação,
informação a partir da descrição das características
físicas e de conteúdo de objetos informacionais.
Considere objeto informacional como qualquer informação
disponibilizada nos seus mais variados suportes.
(BRASCHER; CAFÉ, 2008).
5
Organização da informação
Organização da Informação compreende as atividades e

operações do tratamento da informação envolvendo, para
isso, o conhecimento teórico e metodológico disponível
quanto ao tratamento descritivo do suporte material da
informação e ao tratamento temático de conteúdo da
Informação.
Informação (FUJITA, 2003, p.3)
Tratamento Tratamento
descritivo temático
(RD) (RT)
6
Catalogação [representação descritiva]

É o estudo, preparação e organização de mensagens codificadas,
com base e itens existentes ou passíveis de inclusão em um ou
vários acervos, de forma a permitir interseção entre as mensagens
contidas nos itens e as mensagens internas dos usuários. (MEY,
1995, p. 5)
7
Representar para QUÊ?
Possuir um documento em um
acervo significa mais do que um livro um uma estante.
Significa um recurso informacional inserido em um universo
bibliográfico, capaz de criar relações com outros elementos
geradores de informação. Entretanto, se estiver envolvido em
relações de significados, será capaz de expor ao máximo o seu
potencial informativo. Dessa forma, considerando cada UI como um
sistema que vai muito além do significado etimológico da palavra –
que se refere somente à guarda de livros -, é necessário que haja
uma organização lógica que seja capaz de controlar todo esse
ambiente (FRANCA; SILVEIRA, 2011).
Relações entre os documentos sem a necessidade de tê-los em mãos
8
•Atividade em Duplas:
Identificar, nos documentos solicitados, aspectos

que podem ser descritos, de acordo com os
princípios de representação descritiva
9
Aula 2: representação descritiva: fundamentos teóricos, metodológicos
princípios norteadores
Aula 2: Representação descritiva: Aspectos

históricos, fundamentos teóricos, metodológicos
e princípios norteadores
2h/a – 1h/a teórica, 1 h/a prática
21/03/2017
Djuli Machado de Lucca

Doutoranda em Ciência da Informação
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
Estagiária Docente
djuli_mdl@hotmail.com 10
Impossível pensar em representação descritiva

sem pensar em…. CATÁLOGO
É um dos instrumentos mais antigos das bibliotecas!
Definição usual: “lista ordenada dos materiais

existentes em uma ou mais coleções de bibliotecas”
[…] um canal de comunicação estruturado, que veicula

mensagens contidas nos itens, e sobre os itens, de um ou vários
acervos, apresentando-as sob forma codificada e organizada,
agrupadas por semelhanças, aos usuários do acervo (MEY, 1995)
11
Objetivos de um catálogo
Segundo Cutter:
1.Permitir a uma pessoa encontrar um livro do qual o
Autor
Título seja conhecido
Assunto
2. Mostrar o que a UI possui

de um autor determinado
de um assunto determinado
de um tipo determinado de literatura
3. Ajudar na escolha de um livro

de acordo com sua edição (bibliograficamente)
de acordo com seu caráter (literário ou tópico)
12
Objetivos de um catálogo
Segundo Ranganathan:
Um catálogo deve ser projetado para:
Revelar a cada leitor o seu documento;

Revelar a cada documento o seu leitor;
Poupar o tempo do leitor;
Poupar o tempo da equipe.
13
Uma breve história da representação descritiva
•Período antigo – a.C. - A partir de 2.000 a.C., encontra-se registros de

catálogos (listas) escritos em tabletes de argila (Babilônia) e papiros
(Egito);
•+/- 250 a.C. – bibliotecas de Alexandria (Egito) e Pérgamo (Grécia) –

conceito de autor como ponto de acesso a uma obra;
•Idade média – início do período com catálogos arcaicos, contendo

apenas título, e, às vezes, nome do autor, sem ordem visível;
•Idade média – final do período: catálogos incluíam título, número de

página do livro, número de volumes na coleção.
14
•Século XV
Surgimento das remissivas, arranjo alfabético, padronização
da entrada dos nomes pessoais pelo sobrenome, inclusão
dos registros de tradutor, impressor, data e número do
volume.
•Século XVII
– Thomas Bodley (Inglaterra): Criação do arranjo sistemático
– Frederic Rostgaard (Paris): arranjo por assuntos; elaboração
de índices alfabéticos por assuntos e autores;
15
•Século XVIII
Catálogos alfabéticos, classificados, ou pelo tamanho dos livros, nomes
dos autores pelo sobrenome, mas também cronologicamente….
Explosão da
informação
(BURKE, 2002)
16

•Século XIX – O problema do British Museum
• Melvil Dewey (USA)

• Charles Ami Cutter (USA)
• Paul Otlet
• Henri La Fontaine
(Bruxelas)
CONTROLE BIBLIOGRÁFICO UNIVERSAL

()
17
Paul Otlet e Henri La Fontaine

IIB – Institut International de Bibliographie
hoje
FID – Federação Internacional de Informação e Documentação
•Há quem diga que chegaram a registrar 16 milhões de bibliografias

•Criaram a CDU
•Criaram o microfilme
Bibliografia universal – a base para a paz
•Fontaine – prêmio nobel da paz – 1913

•1a. Guerra mundial
•Ideia retomada pela UNESCO após a 2a. guerra
18
Uma boa solução para o controle universal:

venda das fichas catalográficas pela LC
(library of congress)
• Comissão para avaliação das regras adotadas pela LC -

criação do código da ALA (1908 / 2. ed. 1949);
• Criação do código da Vaticana (1920) – Utilizado pela

escola da BN;
• Em paralelo, código da ALA no Instituto Mackenzie (SP). 19

• Criação da UNESCO – 1946

Programa de Controle Bibliográfico Universal (IFLA)
Catalogação cooperativa
• Criação do IBBD – Instituto

Brasileiro de Bibliografia e
Documentação
• Conferência de Paris (1961)
• Surgimento do Projeto MARC

– década de 1970
20
• Surgimento AACR (Anglo-American Cataloging Rules) – 1967

AACR2 – 1978
AACR2R – 1988, 2002
• Surgimento ISBD(M) – International Standard Bibliographic

Description
• BIBLIODATA/ CALCO – Intercâmbio de registros bibliográficos -

1982 21
Funções da Representação descritiva (catalogação)
a)Permitir ao usuário:
1. Localizar um item específico
2. Escolher entre as várias manifestações de um item;
3. Escolher entre vários itens semelhantes, sobre os quais, inclusive, possa
não ter conhecimento prévio algum;
4. Expressar, organizar ou alterar sua mensagem interna.
b) Permitir a um item encontrar seu usuário;
c) Permitir a outra biblioteca:
1. Localizar um item específico;
2. Saber quais os itens existentes em acervos que não o seu próprio. (MEY,
1995, p. 7)
22
Funções da Representação descritiva (catalogação)
Integridade
Clareza
Precisão
Lógica
Consistência
23
REFERÊNCIAS
BRASCHER, M.; CAFÉ, L. Organização da Informação ou Organização do

Conhecimento? In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO (ENANCIB), 9., 2008, São Paulo. Anais... São Paulo: USP, 2008.
Disponível em: < www.slideshare.net/doritchka/brascher-e-caf-organizao-dainformao-ou-do-
conhecimento>. Acesso em: 03 mai. 2012.
BURKE, Peter. Problemas causados por Gutenberg: a explosão da informação nos primórdios da
Europa moderna. Estudos avançados, São Paulo, v. 26, n. 144, [online], jan./abr. 2002.
FUJITA, M. S. L. A leitura documentária do indexador: aspectos cognitivos e linguísticos influentes

na formação do leitor profissional. 2003, 321f. Tese (Livre-Docência em Análise Documentária e
Linguagens Documentárias Alfabéticas) – Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP, 2003.
GUINCHAT, C. MENOU, M. Introdução geral ás ciências e técnicas da informação e documentação.

Brasília: IBICT, 1994.
FRANCA, A. S.; SILVEIRA, N. C. A representação descritiva e o acesso ao etnoconhecimento. In.:

Anais da Biblioteca Nacional, v. 131, n. 1, p. 13-30, 2011.
MEY, E. S. A. Introdução à catalogação. Brasília, Briquet de Lemos, 1995.
24

Aula 1

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Aula 1: aspectos históricos e conceituais da representação descritiva

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As discussões dessa aula serão baseadas nas obras:

•Introdução à catalogação – Eliane Serrão Alves Mey, 1995

•Introdução geral às ciências e técnicas da informação e

•Documentos complementares – nas referências dos slides

O fazer do profissional da informação

A intenção é sempre “poupar o tempo” do usuário!! E por isso,

Organização da Informação compreende as atividades e

Catalogação [representação descritiva]

Representar para QUÊ?

Identificar, nos documentos solicitados, aspectos

Aula 2: Representação descritiva: Aspectos

Djuli Machado de Lucca

Impossível pensar em representação descritiva

É um dos instrumentos mais antigos das bibliotecas!

Definição usual: “lista ordenada dos materiais

[…] um canal de comunicação estruturado, que veicula

2. Mostrar o que a UI possui

3. Ajudar na escolha de um livro

Um catálogo deve ser projetado para:

Revelar a cada leitor o seu documento;

Uma breve história da representação descritiva

•Período antigo – a.C. - A partir de 2.000 a.C., encontra-se registros de

•+/- 250 a.C. – bibliotecas de Alexandria (Egito) e Pérgamo (Grécia) –

•Idade média – início do período com catálogos arcaicos, contendo

•Idade média – final do período: catálogos incluíam título, número de

Uma breve história da representação descritiva

Uma breve história da representação descritiva

Uma breve história da representação descritiva

• Melvil Dewey (USA)

CONTROLE BIBLIOGRÁFICO UNIVERSAL

Paul Otlet e Henri La Fontaine

•Há quem diga que chegaram a registrar 16 milhões de bibliografias

Bibliografia universal – a base para a paz

•Fontaine – prêmio nobel da paz – 1913

Uma boa solução para o controle universal:

• Comissão para avaliação das regras adotadas pela LC -

• Criação do código da Vaticana (1920) – Utilizado pela

• Em paralelo, código da ALA no Instituto Mackenzie (SP). 19

• Criação da UNESCO – 1946

• Criação do IBBD – Instituto

• Conferência de Paris (1961)

• Surgimento do Projeto MARC

• Surgimento AACR (Anglo-American Cataloging Rules) – 1967

• Surgimento ISBD(M) – International Standard Bibliographic

• BIBLIODATA/ CALCO – Intercâmbio de registros bibliográficos -

Funções da Representação descritiva (catalogação)

Funções da Representação descritiva (catalogação)

BRASCHER, M.; CAFÉ, L. Organização da Informação ou Organização do

FUJITA, M. S. L. A leitura documentária do indexador: aspectos cognitivos e linguísticos influentes

GUINCHAT, C. MENOU, M. Introdução geral ás ciências e técnicas da informação e documentação.

FRANCA, A. S.; SILVEIRA, N. C. A representação descritiva e o acesso ao etnoconhecimento. In.:

MEY, E. S. A. Introdução à catalogação. Brasília, Briquet de Lemos, 1995.

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