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Neuroanatomia

Profª Lana Meireles Santos


Medicina
UFMA\ Campus Pinheiro
Julho-2017
Revisando
• O SNC é envolto por membranas de tecido conjuntivo denominadas
meninges
• Importantes para sua SUSTENTAÇÃO E PROTEÇÃO.
• São formadas por 3 membranas:
• Dura-máter (ou paquimeninge; do grego pachys, espesso),
• Aracnóide e pia-máter que formam a leptomeninge (do grego
• leptós, delgado).
• A mais superficial é uma membrana espessa de tecido fibroso,
denominada dura-máter
• Situada imediatamente interna ao endósteo do crânio e do canal
vertebral.
• A dura-máter encefálica forma quatro pregas principais que dividem
incompletamente a cavidade craniana:
• 1-Foice do cérebro, 2- tenda do cerebelo, 3- foice do cerebelo e o 4-
diafragma da sela.
• Os seios venosos, um conjunto de canais comunicantes para onde
converge a drenagem venosa cerebral, têm suas paredes formadas
por lâminas da dura-máter
Pia máter

• É a membrana mais interna, sendo uma película delicada que envolve


completamente o encéfalo e a medula espinal, penetrando em todos
os sulcos e fissuras.

• É ricamente vascularizada e se prolonga nos espaços perivasculares,


acompanhando os vasos que penetramo SNC.
Aracnóide

• Membrana delicada que se localiza entre a dura-máter e a pia-máter.


• Entre a pia-máter e a aracnóide situa-se o ESPAÇO SUBARACNÓIDEO,
onde se encontra o líquido cefalorraquidiano (ou cerebrospinal), que
é cruzado por muitas trabéculas aracnóideas que ligam a aracnoide à
pia-máter.
Cisternas

• Geralmente, a aracnóide e a pia-máter estão bem próximas, com


exceção de algumas regiões onde elas se afastam, formando
cavidades cheias de líquido cefa-lorraquidiano (LCR) denominadas
cisternas.
Vilosidades Aracnoideas

• Projeções da aracnoide entram na dura-máter, principalmente nos


seios venosos durais, e têm a função de permitir a passagem
unidirecional do LCR para o sangue venoso.

• Estas projeções são denominadas vilosidades aracnóideas, que


podem estar agrupadas formando as granulações aracnóideas ou de
Pacchioni
Divisões do SNC

• 1. A medula espinal é a porção mais caudal do SNC, localiza-se no canal


raquidiano e é composta pelos segmentos sacrais, lombares, torácicos e
cervicais. Cada segmento medular origina fibras nervosas ventrais que formam
um par de raízes motoras e recebe um par de raízes dorsais, sensoriais.

• A união da raiz dorsal e da ventral constitui um nervo espinal de cada lado.

• Cada raiz sensorial é composta de fibras nervosas provenientes da pele,


músculos, tendões, ossos e vísceras originadas do mesmo somito; a raiz motora
que se une a ela é constituída por axônios que se destinam a músculos de
mesma origem embriológica.
• A substância branca da medula espinal é constituída por conjuntos de
axônios ou fibras nervosas agrupadas, que recebem o nome de tratos,
e situa-se ao redor da substância cinzenta.

• Na substância cinzenta, que em secção transversal tem forma de


“H”, distinguem-se o corno anterior onde se situam os motoneurônios,
o corno posterior cujos neurônios relacionam-se às vias sensoriais e a
comissura cinzenta, onde se situa o canal central.
• 2. O bulbo ou medula oblonga é a continuação superior da medula
espinhal e situa-se logo acima da transição craniovertebral.
• 3. A ponte situa-se acima do bulbo e tem importantes conexões com
o cerebelo, que se localiza posteriormente a ela.
• 4. O mesencéfalo situa-se acima da ponte, no limite superior da fossa
posterior.

• A fossa posterior é limitada superiormente pela tenda do cerebelo,


formação determinada por projeção da dura-máter para o interior do
crânio e, inferiormente, pelo forame magno.
Tronco Cerebral

• O bulbo, a ponte e o mesencéfalo que constituem o tronco


cerebral, e o cerebelo, localizam-se na fossa posterior.

• No tronco cerebral estão situados núcleos motores e


sensitivos de nervos cranianos, tratos ascendentes, e
descendentes e a formação reticular.
Formação Reticular

• Constituída por um conjunto de agrupamentos neuronais


entremeados a fibras nervosas.

• Tem importante função de regulação da atividade cerebral e de


mecanismos reflexos.
• 5. O diencéfalo é formado pelo tálamo e hipotálamo

O tálamo é uma grande massa de substância cinzenta que processa a


maior parte das informações aferentes que se destinam aos
hemisférios cerebrais.
• O Hipotálamo é a principal estrutura responsável pela manutenção da
constância do meio interno.
• Esta função depende, por um lado, do controle exercido sobre a
secreção endócrina e sobre o sistema neuro-vegetativo e, por outro,
da sua participação na regulação de emoções e de alguns
comportamentos relacionados ao meio exterior.
• O hipotálamo é constituído por um conjunto de núcleos que se
situam na vizinhança do 3º ventrículo.
• Os ventrículos são cavidades cheias de LCR localizadas nos
hemisférios cerebrais (ventrículos laterais), no diencéfalo (III
ventrículo) e no tronco (IV ventrículo).

• Estas cavidades comunicam-se entre si, permitindo que o LCR


formado nos plexos coróides dos ventrículos cerebrais passe para o
espaço subaracnóideo através de orifícios localizados no teto do IV
ventrículo
• 6. Os hemisférios cerebrais são constituídos pela substância branca,
pelos gânglios da base e córtex cerebral
• A substância branca é formada por tratos ascendentes,
descendentes e pelos tratos que conectam os dois hemisférios,
denominados comissurais.
• Destes, o mais importante é o corpo caloso.
• Os principais componentes dos glânglios da base são o núcleo
caudado e o putâmen, que constituem o striatum, o globo pálido e
o núcleo subtalâmico.
• O striatum recebe aferências de quase todo o córtex e, através de
conexões com o globo pálido e com o tálamo, envia impulsos
nervosos de volta ao córtex.
• O córtex cerebral caracteriza-se pela presença de sulcos e fissuras
que o dividem nos lobos frontal, temporal, parietal, occipital,
insular e límbico .
• O sulco central limita o lobo frontal do
parietal;
• A fissura de Sylvius separa o lobo temporal
dos lobos frontal e parietal;
• O sulco parieto-occipital (e sua
continuação virtual) limita esses dois lobos.
• O lobo insular, ou ínsula, não pode ser
visto na superfície por estar coberto por
partes dos lobos frontal, temporal e
parietal.
• Lobo límbico: localizado na superfície
medial do hemisfério, formando uma
espécie de anel ao redor do corpo caloso
Lobos Cerebrais
Sulcos Cerebrais
Giros Cerebrais
Giros Cerebrais
Existe alguma doença que acometam os
giros?
Sulcos Cerebrais
Ventrículos Cerebrais

• Os ventrículos cerebrais são cavidades que comunicam entre si, onde


circula o líquido cefalorraquidiano.
• O cérebro tem quatro cavidades ventriculares (ou espaços):
• 2 ventrículos laterais (1 em cada hemisfério)
• III ventrículo no diencéfalo
• IV ventrículo no cérebro posterior
Os ventrículos laterais são duas estruturas com
forma de C
Cada ventrículo lateral é subdividido em corno
frontal, corpo, átrio (ou trígono), corno occipital e
temporal

Os ventrículos laterais curvam-se à volta do tálamo e


afastam-se da linha média posteriormente

A superfície superior de cada ventrículo lateral é


formada pelo corpo caloso
• Os cornos frontais dos ventrículos laterais são separados pelo septo
pelúcido, uma membrana triangular fina que é formada por duas
lâminas gliais, com um espaço (cavum) potencial entre elas.

• O septo pelúcido extende-se anterior e superiormente do fórnix para


o corpo caloso.
• O foramen de Monro é uma estrutura em forma de Y que conecta os
ventrículos laterais ao III ventrículo

• É limitado anterior e superiormente pelas colunas do fórnix

• O aqueduto cerebral (aqueduto de Sylvius) é um canal tubular fino


entre o III ventrículo e o IV ventrículo.
O IV ventrículo apresenta morfologia rombóide.
O pavimento tem quatro ângulos:
Ângulo superior é contínuo com o aqueduto de Sylvius;
Ângulo inferior é contínuo com o canal central do bulbo raquidiano
Ângulos laterais extendem-se para os pedúnculos cerebrais inferior e
médio
No teto do IV ventrículo há o forame de Magendie, através do qual o
líquido cefalorraquidiano sai para a cisterna magna
Nas margens laterais do IV ventrículo estão os forame de Luschka, que
comunicam com os recessos laterais
O LCR dissemina-se assim do IV ventrículo para a base do crânio e,
através de várias cisternas da base e superfície cerebral.
• Cavum do septo pelúcido (CSP) e Cavum Vergae (CV)
São anomalias de desenvolvimento frequentes, que representam a
persistência de cavidades fetais normais.

• CV nunca ocorre sem CSP.

• 80% dos recém-nascidos têm CSP

• 30% dos recém-nascidos de termo têm CV

• Ambos reduzem as suas dimensões e desaparecem eventualmente


após o nascimento, mas podem persistir na idade adulta.
Circulação do LCR
Aplicações práticas do porquê se conhecer o
sistema ventricular
• As principais patologias que acometem o sistema ventricular cerebral
• Hidrocefalia é a mais comum e conhecida
• Massas intraventriculares:
Aproximadamente 1/10 de todas as neoplasias do SNC envolvem os
ventrículos cerebrais.
• Cerca de 50% dos tumores intraventriculares nos adultos e 25% nas
crianças ocorrem nos ventrículos laterais.
• O diagnóstico varia significativamente com a idade e localização
intraventricular específica.
Tumores primários no IV ventrículo são mais frequentes nas crianças que
nos adultos.
• Ausência do septo pelúcido:

Geralmente indica doença neurológica importante como as abaixo descritas:


• Disgenesia do corpo caloso
• Holoprosencefalias
• Displasia septo-ótica

• Estenose do aqueduto de Sylvius:

Pode ser congénita (originando grave hidrocefalia obstrutiva – hidrocefalia não


comunicante) ou adquirida (causada por tumores do tronco cerebral, infeções e
hemorragia intraventricular, por exemplo).
Ventrículos Cerebrais
Ventrículos Cerebrais
Relacionado às
emoções
Teste
Gânglios autonômicos
• Corresponde ao lugar onde as fibras nervosas preganglionares fazem
sinapse com as pós ganglionares.
• Os gânglios simpáticos: formam o tronco simpático ou paravertebrais.
Fibra moduladora Preganglionar: células pequenas intensamente
fluorescentes, modulan a transmissão ganglionar. Acredita-se que contem a
dopamina.
• TRANSMISOR PREGANGLIONAR.
• Quando a onda excitatória alcança os contatos sinápticos, se libera o
neurotransmisor ACETILCOLINA.
• Atravessa a fenda sináptica para alcançar o receptor e excita o neurônio
pós ganglionar. •
• A ação da acetilcolina finaliza, por hidrólise, a ACETILCOLINESTERASE.
• Transmissão pós ganglionar
• A maioria das terminações nervosas pós ganglionares liberam NORADRENALINA.
• Exceção: as que terminam nas células das glândulas sudoríparas e nos vasos
sanguíneos do músculo esquelético, que liberan ACETILCOLINA.
• Estas se unem aos receptores muscarinicos na membrana pós sinaptica.
gânglios em cada
23 Cadeia simpática

3 Cervicais

11 Torácicos

4 Lombares

4 Sacros

1 coccígeo
Potencial pós sinaptico excitador rápido
• Sistema nervoso simpático
• Os neuronios simpáticos pre ganglionares constituem, o corno lateral
da substância cinzenta, que nasce como uma protuberância do corno
ventral.
• Sistema nervoso simpático:
• Todos os axônios dos neurônios que formam as fibras simpáticas
surgem da medula espinhal entre las secções T1-L2.
As fibras pré ganglionares podem seguir 3 caminhos

1-Ascende pelo tronco da


cadeia simpática.
2-Descende pelo tronco
da cadeia simpática.
3-Inerva os ganglios
superior, medio e inferior.
SÍNDROME PIRAMIDAL-MEDULAR SENSITIVO

SINDROME DA SUBSTÂNCIA CINZENTA


INTERMEDIÁRIA:
• -Anesteia ou hipostesia
• -Diminuição da sensibilidade
dolorosa,térmica, pressão e tato
bilateralmente.
• -Pode ser acompanhada de
paraparesia de membros superiores
com importante atrofia muscular.
• CAUSAS: siringomielia,
hematomielia, tumor intramedular
Ciclo Sono/Vigilia

• O CSV é controlado por estrutura cerebrais denominadas núcleos


supraquiasmáticos (NSQ) localizadas no hipotálamo anterior acima
do quiasma óptico com aproximadamente 10 mil células .
• Os NSQs representam o relógio biológico capaz de gerar de um ritmo
próprio passível de sincronização a partir de sinais sincronizadores
internos a partir de estímulos do sistema límbico (ex. estresse) ou do
meio ambiente (ex. luz solar).
• O sinal do NSQ pode ser acionado por outros estímulos
não-fóticos (não relacionado com a claridade).Ex: horário de
refeições.
• As células do NSQ ao serem estimuladas pela
informação rítmica foto-sincronizada deixa o indivíduo
em vigília essa mensagem se transmite para outros
núcleos hipotalâmicos adjacentes responsáveis pela
periodicidade de secreção de hormônios, variações da
temperatura do SNC, ingesta alimentar, propensão e
duração do ciclo sono-vigília e secreção de melatonina
• Isto é bem característico no ritmo circadiano dos
hormônios.
• As principais vias anatômicas de eferências (que saem) do
NSQ de importância no ciclo sono-vigília são para o núcleo
pré-óptico (ventrolateral preoptico nucleo (VLPO), ou área
hipotálamica lateral e locus coeruleus)

• O núcleo pré-óptico (VLPO) é um grupo de neurônios


localizados no hipotálamo que são ativados durante a fase do
SONO NREM, e inibe outros neurônios que estão envolvidos
no estado de vigília.

• Os neurônios VLPO liberam os neurotransmissores inibitórios


GABA e galamina que inibe os grupos de células
monaminergicas no locus coeruleus, núcleo dorsal da rafe e
no núcleo tuberomamilar.
Estruturas da Base Craniana

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