Você está na página 1de 15

DEUS NA IDADE MÉDIA

SANTO AGOSTINHO
SANTO ANSELMO
SÃO TOMÁS DE AQUINO

F R A N C I N A L D O M I G U E L D O S S A N TO S
JOSÉ FERREIRA JÚNIOR
RUBENS DE LIMA LEAL
SANTO AGOSTINHO

 Nasceu em Tagaste (África), em 354.


 Até completar 32 anos, não era cristão.
 Foi professor de retórica em escolas romanas.
 Interessou-se pelas doutrinas dos maniqueus.
 Abandonou o maniqueísmo e frequentou a Academia
platônica, então muito distante da linha de pensamento de
seu criador e voltada para um ceticismo e um ecletismo
não muito consistentes.
 Morreu em Hipona (Argélia), no ano de 430.
SANTO AGOSTINHO
Deus para Santo Agostinho

 Fé e Razão:
 A compreensão da questão de Deus em Santo
Agostinho está liga fundamentalmente aos
conceitos de Fé e Razão nesse filósofo.
 Para ele, a razão ajuda o homem a alcançar a
fé; em seguida, a fé orienta e ilumina a razão;
e esta, por sua vez, contribui para esclarecer
os conteúdos da fé.
SANTO AGOSTINHO
Deus para Santo Agostinho

 Antropologia Agostiniana:
 Outro ponto importante para o entendimento da questão da
existência de Deus em Santo Agostinho é sua antropologia.
 Para ele, o homem é uma unidade entre corpo e alma, com
superioridade desta em relação àquele: “o homem é uma alma
que se serve de um corpo”.
 Ele distingue dois aspectos na alma: a razão inferior e a razão
superior. Aquela tem por objeto o conhecimento da realidade
sensível e mutável; esta, o conhecimento das ideias, do
inteligível, para se elevar até Deus.
 Nesta razão superior dá-se a iluminação divina: teoria da
iluminação divina.
SANTO AGOSTINHO
Deus para Santo Agostinho

 Provas da Existência de Deus:


 A existência de Deus é provada, a priori: no espírito
humano haveria a presença de Deus.
 A existência de Deus também se prova a posteriori,
através da observação da mudança e imperfeição das
coisas criadas.
SANTO AGOSTINHO
Deus para Santo Agostinho

 Deus É:
 Poder racional infinito.
 Eterno.
 Imutável.
 Simples (Uno).
 Ser, Saber, Amor.
 Livre criador.
 Deus não é no tempo. O tempo começa com a
Criação. Antes da Criação não havia tempo.
SANTO ANSELMO

 Nasceu na cidade de Aosta, na região do Piemonte, no


ano de 1033.
 Seguiu a carreira religiosa, ingressando no mosteiro
beneditino de Bec, no ano de 1060.
 Foi nomeado prior em 1063.
 Tornou-se Arcebispo de Cantuária no ano de 1093.
 Faleceu, em Cantuária, no ano de 1109.
 Sua principal contribuição à filosofia foi o Argumento
ou Prova Ontológica da Existência de Deus.
SANTO ANSELMO
O Argumento Ontológico

 Expressão:
 “Deus é aquele maior do qual não se pode pensar outro”.

 Formulação: Proslogium – capítulos II e III:


 “Efetivamente nós cremos que Vós sois um ser maior do que
qualquer outro que possamos conceber [...] e portanto não
pode existir somente no entendimento.”
 “... e ele existe tão certamente que não pode ser
 concebido como não existindo...”
SANTO ANSELMO
Análise do Argumento

 (1) Pode-se pensar num ser maior do que qualquer outro;


 (2) Sabemos que a existência na realidade é maior do que a
existência somente na nossa mente;
 (3) Se o ser de (1) existir somente na nossa mente, não será o
maior que se pode pensar;
 (4) Portanto o ser pensado maior que qualquer outro (1) deve
existir na realidade;
 (5) Se ele não existir na realidade, não seria o maior ser que se
pode conceber;
 (6) Portanto o maior ser que se pode conceber deve existir, e nós
o chamamos “Deus”.
SANTO TOMÁS DE AQUINO
As provas da existência de Deus

1. O primeiro motor
 Tudo aquilo que se move é movido por outro ser.
 Por sua vez, este outro ser, para que se mova, precisa
ser movido por outro ser. E assim sucessivamente...
 É necessário, pois, chegar a um primeiro ser movente
que não seja movido por nenhuma outro.
 Se não houvesse um primeiro ser movente, cair-se-ia
em um processo indefinido.
 Esse ser é Deus.
SANTO TOMÁS DE AQUINO
As provas da existência de Deus

2. A causa eficiente
 Todas as coisas existentes no mundo não possuem em
si próprias a causa eficiente de suas existências.
 Devem ser consideradas efeitos de alguma causa.

 É impossível remontar indefinidamente à procura das


causas eficientes.
 Logo, é necessário admitir a existência de uma primeira
causa eficiente, responsável pela sucessão de efeitos.
 Essa causa primeira é Deus.
SANTO TOMÁS DE AQUINO
As provas da existência de Deus

3. Ser necessário e ser contingente


 Todo ser CONTINGENTE, do mesmo modo que existe, pode deixar de
existir.
 Ora, se todas as coisas que existem podem deixar de ser, então, alguma
vez, nada existiu.
 Mas, se assim fosse, também agora nada existiria, pois aquilo que não
existe somente começa a existir em função de algo que já existia.
 É preciso admitir, então, que há um ser que sempre existiu; um ser
absolutamente necessário, que não tenha fora de si a causa da sua
existência, mas, ao contrário, que seja a causa da necessidade de todos
os seres contingentes.
 Esse ser necessário é Deus.
SANTO TOMÁS DE AQUINO
As provas da existência de Deus

4. Os graus de perfeição
 Em relação à qualidade de todas as coisas existentes, pode-se
afirmar a existência de graus diversos de perfeição.
 Assim, afirma-se que uma coisa é melhor que outra, ou mais bela,
ou mais poderosa, ou mais verdadeira etc.
 Ora, se uma coisa possui “mais” ou “menos” determinada
qualidade positiva, isso supõe que deve existir um ser com o
máximo dessa qualidade, no nível da perfeição.
 Devemos admitir, então, que existe um ser com o máximo de
bondade, de beleza, de poder, de verdade, sendo, portanto, um ser
máximo e pleno.
 Esse ser é DEUS.
SANTO TOMÁS DE AQUINO
As provas da existência de Deus

5. A finalidade do ser
 Todas as coisas brutas, que não possuem inteligência própria,
existem na natureza cumprindo uma função, um objetivo,
uma finalidade.
 Deve-se admitir, então, que existe algum ser inteligente que
dirige todas as coisas da natureza para que cumpram seu
objetivo.
 Esse ser é Deus.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

 LE GOFF, Jacques. O Deus da Idade Média: conversas


com Jean-Luc Pouthier. Tradução de Marcos de Castro.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.

Você também pode gostar