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Responsabilidade Civil

(Direito Civil VII)


Responsabilidade Civil Por Ato ou Fato de Terceiro
Carlos R. Gonçalves

• Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:


• I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
• II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições;
• III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
• IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por
dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos;
• V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente
quantia.
• Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que
não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros
ali referidos.
• Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que
houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
• Responsabilidade Complexa: “é aquela que só poderá ser vinculada indiretamente ao
responsável, não se conformando, portanto, com o princípio geral de que o homem
apenas é responsável pelos prejuízos causados diretamente por ele e por seu fato
pessoal”. (DINIZ)
• Responsabilidade por fato alheio, desde que o causador do dano esteja sob guarda ou direção de
outrem;
• Responsabilidade pelo fato das coisas animadas ou inanimadas que estiverem sob a guarda de
alguém.
• Responsabilidade dos ofensores e responsáveis: Solidária
• Art. 942, Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as
pessoas designadas no art. 932.
• Responsabilidade dos ofensores: Subjetiva
• Art. 186 e 187 c/c 927.
• Responsabilidade dos responsáveis: Objetiva
• Art. 933.
• Teoria do risco
Responsabilidade dos pais pelo fato filhos menores
• “Os filhos são para os pais, fonte de alegrias e esperanças e são,
também, fonte de preocupação” (Afrânio Lyra apud Gonçalves)
• Decorre do:
• Dever de dirigir a educação;
• Dever de guarda;
• Dever de vigilância do menor;
• Teoria do Risco
• Culpa in vigilando
• Poder familiar; (Diniz)
• Autoridade familiar. (Gonçalves)
• Responsabilidade subsidiária:
• Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios
suficientes.

• Responsabilidade de terceiros:
• Empréstimo de carro;
• Empréstimo de arma;
• Menor internado;
• Menor aprendiz.

• OBS1! Divórcio ou separação.


• OBS2! Guarda compartilhada.
• OBS3! Emancipação
• OBS 4! Adoção
Responsabilidade dos tutores e curadores
• Art. 1.728. Os filhos menores são postos em tutela:
• I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
• II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.
• Art. 1.767. Estão sujeitos a curatela:
• I - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua
vontade;
• II - (Revogado);
• III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
• IV - (Revogado);
• V - os pródigos.
• Art. 1.779. Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando
grávida a mulher, e não tendo o poder familiar.
• Parágrafo único. Se a mulher estiver interdita, seu curador será o do nascituro.
• O tutor e o curador depois de nomeados passam a ser representantes legais
do incapaz. De modo que a situação dos tutores e curadores torna-se idêntica
a dos pais.
• Responsabilidade objetiva dos tutores/curadores
• Art. 933
• Responsabilidade subsidiária dos incapazes
• Art. 928
• Possibilidade de ação regressiva

• OBS! “Com maior intensidade se revelará, sem dúvida, a responsabilidade do


curador, quando não tomar providências para internar o interdito em
estabelecimento adequado, sendo evidente a necessidade de tal medida.
Cessa, entretanto, a sua responsabilidade, providenciada a internação,
transferida que fica a quem o interdito tenha sido confiado”. (Gonçalves)
Responsabilidade dos empregadores ou comitentes
por atos dos empregados serviçais e prepostos
• Não compreende todas as categorias de prestação de serviços, mas
unicamente as que se caracterizam pelo vínculo de preposição. (Gonçalves)
• Comitente é aquele que tem direito de dar ordens e instruções ao preposto.
• Preposto ou empregado é o dependente, isto é, aquele que recebe ordens,
sob poder de direção de outrem, que exerce sobre ele vigilância a título mais
ou menos permanente. (Diniz)
• Salariado ou não.
• Não há necessidade de contrato de trabalho
• Exige-se vínculo hierárquico, subordinação hierárquica e que a atividade
desenvolvida (ato danoso) seja em proveito do comitente.
• Requisitos:
• Dano causado por preposto
• Ônus da prova do lesado
• Conduta culposa do preposto
• Ato lesivo praticado no exercício da função ou em razão dela.

• OBS: Ato ilícito praticado pelo preposto sem ordem ou proibido pelo comitente.

• Exceções:
• Atos praticados em estado de greve, fora das funções e em horário incompatível com o
trabalho.
• O empregador não é responsável pelo dano se o lesado sabia que o preposto procedia
fora das suas funções.
• Se o lesado age de forma precipitada, sem observar as cautelas normais no seu
relacionamento com o preposto.
• OBS! Teoria da aparência
• Direito de regresso e possibilidade de abatimento no salário.
Responsabilidade do educador ou dos donos
de educandário
• A responsabilidade do dono de estabelecimento de ensino estende-se
ao diretor do estabelecimento e aos mestres.
• Em relação aos mestres e educadores preside a mesma ideia que
influi na responsabilidade dos pais.
• Responsabilidade decorre da teoria do risco
• OBS! IES e professor universitário.
• CDC x CC
• Art. 593 CC
• Aplicação residual do CC
• A responsabilidade dos estabelecimentos de ensino decorre
• Dano causado pelo aluno a terceiro;
• Dano sofrido pelo aluno.

OBS! Estabelecimentos gratuitos


OBS2! Instituições de Ensino Superior
Responsabilidade dos hoteleiros e estalajadeiros
• O Art. 932, IV responsabiliza o hospedeiro pelos prejuízos causados pelos
seus hóspedes, seja a terceiros, seja a outro hóspede.
• A responsabilidade decorre: GONÇALVES
• Dever de vigilância do dono do hotel sobre os hóspedes.
• Imposição de disciplina na escolha de hóspedes.

• Mesma situação dos educadores


• OBS! estabelecimentos onde se albergue por dinheiro
• OBS! Roubo a mão armada
Responsabilidade dos participantes, a título
gratuito, em produto de crime
• Art.932, V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime,
até a concorrente quantia.
• Vedação ao enriquecimento ilícito
• Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a
restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.
• Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é
obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem
na época em que foi exigido.
• Devolução do produto do crime.
• Inocência sob a perspectiva penal.
• Ação de In Rem Verso: “Ação que compete àquele que tenha sido prejudicado por
ato de terceiro injustamente favorecido, sendo também chamada de ação de
enriquecimento ilícito, ou injusto ou sem causa”.
Responsabilidade do locador de automóveis

• Súmula 492: A empresa locadora de veículos responde, civil e


solidariamente com o locatário, pelos danos por este causados a
terceiro, no uso do carro locado.
• Teoria do risco
• Exceção ao direito de regresso:

• Prejuízo causado por descendente absoluta ou


relativamente incapaz.
• Responsabilidade do pai por filho incapaz, quando agindo
como preposto.
• Responsabilidade do empregado/preposto salariado. Art.
462, §2º CLT.

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