Você está na página 1de 38

História do Design

Origens
- aula 02 -

Prof. Me. Rafael Efrem


IFPB - Campus Cabedelo
Pintura rupestre

Pintura rupestre encontrada na Líbia


Escrita

Do pictórico ao Ideograma Do pictórico ao alfabeto latino


Escrita

Escrita cuneiforme
Monumento Blau – Suméria
Livro dos Mortos
Sinete cilíndrico egípcio
Alfabeto

Alfabeto grego
Alfabeto

Coluna de Trajano, 113 d.C.


Etimologia
Designare (latim): designar, desenhar

Design (inglês): ideia de plano, desígnio,


Intenção, configuração, arranjo, estrutura

“Percebe-se, do ponto de vista


etimológico, o termo já contém nas suas
origens uma ambiguidade, uma tensão
dinâmica, entre um aspecto abstrato de
conceber/projetar/atribuir e outro
concreto de registrar/configurar/
formar” (CARDOSO: 2008, 20).
Características

- Divisão do trabalho: projeto e execução;


- Artefatos móveis;
- Produção mecanizada;
- Serialidade.

Marco histórico: Revolução Industrial


Invenção da
imprensa
Tipos móveis criados na China
entre 1041 e 1049. Inicialmente
feitos em terracota, e
posteriormente, no séc. XIV, de
zinco e madeira.

Coreanos criaram a primeira


fundidora de tipos, de bronze, em
1392.

Uma das dificuldades de


desenvolvimento da tipografia no
Oriente: quantidade de símbolos

Bi Sheng
Invenção da imprensa

Impressão em tipos móveis de metal:


Johannes Gutenberg, na déc. 1450.

Bíblia de 42 linhas

Johannes Gutenberg
Feitura de um tipo móvel Tipografia em estilo gótico
“A história da tipografia é
exatamente isto: o estudo das
relações entre o desenho
tipográfico e as demais
atividades humanas”.

Robert Bringhurst em
‘Elementos do estilo tipográfico’.
Industrialização e
Revolução Industrial
Primeira Revolução Industrial > Inglaterra

Indústria têxtil > crescimento de 5000% da produção


entre 1780 e 1850

Mecanização do trabalho e barateamento dos custos >


“democratização"

Primórdios da organização industrial se encontram no


mercado de artigos de luxo.

Final da Idade Média > “organização industrial capitalista


baseada em métodos artesanais de produção”
(HESKETT, 2006:11).
Industrialização e
Revolução Industrial
Surgimento de grandes oficinas para atender a
demanda do gosto sofisticado das elites e do clero
nas cidades emergentes como Florença,
Veneza, Nuremberg e Bruges.

“as fronteiras entre artista e artesão eram fluidas,


dependendo do grau de realização, com base num
treinamento e técnica comuns, e não de diferenças de
natureza e tipo de atividade” (HESKETT, 2006: 11).

Ou seja, artista era aquele com maior habilidade.


Industrialização e
Revolução Industrial
Manufaturas reais

Manufatura Real de Gobelins:


Luis XIV, Jean Baptiste Colbert e Charles

Le Brun, l’inventeur

Manufatura de Meissen:
* design como fonte (desenhos para
vasos, figuras e motivos decorativos);
* livros de padrão;
* escultores com treinamento acadêmico;
* consumo da elite e da ‘classe média’;
* chá e café >> exportação de xícaras.
Tapeçaria com Luis XIV em uma manufatura
Industrialização e
Revolução Industrial
Revolução Francesa, 1789 >
manufaturas tiveram de se adaptar à
concorrência comercial

“Em meados do século XVIII, a


manufatura ainda se baseava em
métodos tradicionais e em uma rede de
pequenas oficinas, embora existisse um
alto nível de especialização nos vários
estágios de produção”.

Empresários ingleses: Mathew Boulton


e Josiah Wedgwood
Industrialização e
Revolução Industrial
Matthew Boulton e a Fundação Soho,
1766.

Sheffield Plate, “um método barato


de banho de prata numa base de
cobre, o mais tarde levou à produçãoo
de banhos em prata sólida, e vermeil,
um amálgama de ouro e mercúrio
utilizado para dourar peças moldadas
de bronze” utilizado por Boulton.

Para Boulton, a moda tinha caráter


definidor das formas.
Industrialização e
Revolução Industrial
Ecletismo como imperativo comercial

Estilo neoclássico se tornou o gosto dominante entre


as elites e a classe média no final do século XVIII

Simplicidade geométrica + motivos clássicos >


facilidade na reprodução em série > elo entre
produção em massa e trabalho artesanal na Soho

Os produtos mais requintados, embora não tão


lucrativos, serviam estrategicamente para divulgar
os produtos mais voltados para produção
em massa.
Industrialização e
Revolução Industrial

Josiah Wedgwood

Divisão entre artigos úteis e ornamentais

Crescimento pelo investimento em


questões tecnológicas e tino comercial >
classe média e a louça chinesa > criação
da creamware

Louça da Rainha, 1763: “sua qualidade


e facilidade de fundição abriram a era da
produção moderna de cerâmica”.
Industrialização e
Revolução Industrial
Outra inovação técnica, o jasper,
“nova cerâmica leve, delicada e passível
de ser produzida em diversas cores”.

Wedgwood contratava profissionais


qualificados e os pagava bem,
“visto que o emprego de um
profissional qualificado para elaborar
o projeto garantia não somente que as
peças tivessem uma maior aceitação
comercial como também centralizava o
controle sobre os aspectos mais
decisivos do processo produtivo”.
Industrialização e
Revolução Industrial
Diferença entre Boulton e Os desenhos não derivavam do
Wedgwood: processo de produção, eram aplicados
* O primeiro produzia objetos a ele.
decorativos para um mercado de
“o processo de industrialização
moda.
nem sempre envolve mudanças
* O segundo, produtos domésticos em
fundamentais na tecnologia de
que os aspectos estéticos deviam
produção”.
se conciliar com aspectos
funcionais e de durabilidade

Semelhança entre eles:


os ornamentos eram subordinados a
critérios de viabilidade comercial;
Industrialização e
Revolução Industrial

Comercialização da produção como fator comum a diferentes


formas de organização

Tensão entre demanda de artigos com produção artesanal e a produção


mecanizada que se utilizava de formas antigas para tornar os produtos
mais acessíveis.

Lógica do consumo: banalização dos ornamentos

Abismo entre estilo e função

Pugin e a defesa da volta à fé da Idade Média “como única maneira de se


obter beleza e adequação à arquitetura e design”.
Industrialização e
Revolução Industrial

Primeira Grande Exposição, 1851 >


Palácio de Cristal

Consequência das Grandes Exposições


> magazines

Palácio de Cristal, 1851


Industrialização e
Revolução Industrial

Quatro transformações na forma de organização


industrial:

1. Aumento da escala de produção;


2. Aumento do tamanho das oficinas e das fábricas;
3. Produção cada vez mais seriada;
4. Crescimento da divisão de tarefa com maior
especialização das funções.

As transformações se deveram mais “a mudanças na


organização do trabalho, da produção e da
distribuição, ou seja, mudanças de ordem social do
que tecnológica” (CARDOSO).
Industrialização e
Revolução Industrial

Com a divisão das etapas e os baixos


salários pagos aos operários, o burguês
economizava tempo e dinheiro.

A mecanização se deu de forma desigual


e mais lenta do que o esperado.

Facilidade de reprodução mecânica


levou à pirataria
Industrialização e
Revolução Industrial

Reformulação das leis de patente e copyright na Grã


Bretanha entre 1830 e 1860

O valor financeiro do design estava atrelado a segredo


e exclusividade como instrumentos de vantagem
comercial.

Sistema americano: Eli Whitney, inventor, século


XVIII, propôs a produção de peças para armamentos
inteiramente uniformes, ou seja, trocáveis.

Padronização como elemento organizador da produção.


Industrialização e
Revolução Industrial

“A introdução de estradas de ferro, da


navegação a vapor, do telegrafo,
da fotografia e de outras inovações
[...]. alterou inteiramente as
perspectivas para a distribuição de
mercadorias e de informações
estabelecendo os alicerces do
processo de globalização que gera
tanta discussão nos dias de hoje”.

Você também pode gostar