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CIÊNCIA POLÍTICA

E
TGE

O ESTADO
ORIGEM E JUSTIFICAÇÃO DO
ESTADO
 O Estado é um componente necessário da sociedade humana,
tendo existido desde que surgiu o primeiro agrupamento de homens
sobre a Terra e devendo durar enquanto existir humanidade.

 Necessidade de viver em sociedade – O Estado surgiu após um


período durante o qual a sociedade humana existiu sem ele. Teoria
possibilita um futuro sem estado. O poder político pode existir sem
o Estado.

 “Não podemos dizer quando ou onde o Estado começa. Ele é


implícito na tendência universal à liderança e subordinação, mas
apenas emerge quando a autoridade se torna governo e o costume
se traduz em lei”. Mac Iver
FORMAÇÃO ORIGINÁRIA NÃO-
CONTRATUAL
 Origem familial ou patriarca
Cada família primitiva se ampliou e deu origem a um Estado.

 Teológica
O estado foi criado por Deus, assim como todas as coisas. E aquele
que exercesse o poder era um designado. Luís XIV.

 Origem em atos de força, de violência ou de conquista


Conjunção de dominantes e dominados com a finalidade de
exploração econômica. Teria levado alguns homens a se sobrepor
aos demais componentes do mesmo grupo, institucionalizando-se o
seu domínio, garantindo-lhes condições de permanência, através
da criação do Estado.
FORMAÇÃO ORIGINÁRIA NÃO-
CONTRATUAL
 Origem em causas econômicas ou
patrimoniais
Um Estado nasce das necessidades dos
homens, que para supri-las, o homem busca
seus semelhantes e quando agrupados formam
uma cidade ou Estado. Mesmo quando o
homem utilizou a força para dominar outros
homens seu objetivo não era a dominação pura
e simples, mas a obtenção de riquezas ou a
conservação de uma situação de privilégio.
FORMAÇÃO ORIGINÁRIA NÃO-
CONTRATUAL
 Origem no desenvolvimento interno da
sociedade
É o próprio desenvolvimento espontâneo
da sociedade que dá origem ao Estado.
FORMAÇÃO DERIVADA NÃO-
CONTRATUAL
 Fracionamento
Quando uma parte do território de um Estado se desmembra e
passa a constituir um novo Estado. Independência das colônias

 Separação
Uma parte do território de um Estado, embora integrado sem
nenhuma discriminação legal, para constituir um novo Estado, o
que ocorre quase sempre por meios violentos, quando um
movimento armado separatista é bem sucedido, podendo ocorrer
também, embora seja rara a hipótese, por via pacífica.

 União de Estados
Formação de uma constituição comum, surgindo uma nova
entidade. A formação de Estados através da união de outros tem
sido mais comum através da constituição de federações.
FORMAÇÃO CONTRATUAL
 SPINOZA
O Estado é um contrato baseado no consenso/vontade, cujo fim é
viver bem e cultivar a alma- usufruir, em comum, o maior número
de direitos

 Hobbes
Pelo contrato social transfere-se o direito natural absoluto que cada
um possui sobre todas as coisas a um príncipe ou a essa
assembléia e, assim, constituem-se, ao mesmo tempo o Estado e a
sujeição a esse príncipe ou a essa assembléia.

 Rosseau
O ato de associação produz um corpo moral e coletivo, que dele
recebe a sua unidade, o seu eu comum, a sua vida e a sua
vontade, e se chama Estado quando é passivo, soberano se ativo,
poder se comparam a seus iguais.
Idéia Organicista
O Estado é um princípio vital, uma
totalidade, uma integração ou união de
vontades.
Idéia Mecanicista
 Marx
O Estado é um instrumento de poder, é uma máquina
opressora. O Estado é proveniente da sociedade
quando chega a um grau de desenvolvimento que as
idéias das classes sociais estejam em total desarmonia
e a sociedade mostra-se impotente em resolvê-la,
necessitando da criação de um poder, colocado
aparentemente acima da sociedade, com a missão de
amortecer o conflito e mantê-lo dentro dos limites da
ordem. Socialistas: o proletariado necessita do Estado
não no interesse da liberdade, senão no interesse da
repressão de seus adversários, pois quando for possível
falar de liberdade já não haverá o Estado.
Idéia da Força

Duguit
 Força material irresistível, acrescentando que
essa força, atualmente, é limitada e regulada
pelo direito.

Heller
 Unidade de dominação é independente no
exterior e no interior, atua de modo contínuo
com meios de poder próprio e é claramente
delimitada no pessoal e no territorial.
Idéia jurídica
 Kelsen
Ordem coativa normativa da conduta humana.

 Del Vecchio
O Estado é a unidade de um sistema jurídico que tem em si mesmo o próprio centro
autônomo e que é possuidor da suprema qualidade de pessoa.

 Jellinek
Uma corporação formada por um povo, dotada de um poder de comando originário e
assente num determinado território.

Dallari
 Ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em
determinado território.

Azambuja
 Estado é a organização política-jurídica de uma sociedade para realizar o bem
público, com governo próprio e território determinado.
CARACTERÍSTICAS DO ESTADO

A complexidade da organização e
atuação
 Centralização do poder;
 Multiplicação e articulação de funções;
 Diferenciação de órgãos e serviços;
 Enquadramento dos indivíduos em termos
de faculdades;
 Prestações e imposições.
CARACTERÍSTICAS DO ESTADO
 Coercibilidade
Ao Estado cabe a administração da justiça entre
as pessoas e os grupos e, por isso, tem de lhe
caber também o monopólio da força física.

 Sedentariedade
O Estado requer continuidade não só no tempo,
mas também no espaço, no duplo sentido de
ligação do poder e da comunidade a um
território e de necessária fixação nesse território.
FINALIDADE DO ESTADO
 O Estado é um meio para o homem alcançar os seus
interesses e desenvolver-se. É uma instituição
multifacetária, vários são os seus fins, dentre eles
destacam-se a defesa, o bem comum, o progresso, a
educação, a cultura e a saúde.

 O bem comum é o conjunto de todas as condições


de vida social que consintam e favoreçam o
desenvolvimento integral da personalidade humana
(Papa João XXIII). Esse fim é imodificável

 Os objetivos do Estado – podem ser permanentes ou


momentâneos diferenciam-se dos objetivos do governo,
que são sempre momentâneos.
TEORIAS – FINALIDADE DO
ESTADO
 Organicistas
O Estado é um fim em si mesmo, como o ideal e a
síntese de todas as aspirações do homem e de todas as
forças sociais. O Estado é o detentor de todo e qualquer
poder. É o fim do homem.

 Mecanicistas
O Estado é um mero instrumento à ação individual. O
Estado é que é um meio para o homem realizar a sua
felicidade social, é um sistema para conseguir a paz e a
prosperidade. O Estado tem fins e não é um fim.
ESPÉCIES DE FINALIDADE
 Fins políticos
Enquanto sociedade política, voltada para fins políticos, o Estado participa
da natureza política, que convive com a jurídica, influenciando-a e sendo
por ela influenciada, devendo, portanto, exercer um poder político.

 Pontos a serem atingidos:


 Necessidade e Possibilidade
Coadunar as necessidades de um povo com as possibilidades disponíveis.
(Teoria do mínimo necessário)

 Indivíduos e Coletividade
Preservação dos interesses (Direitos e Garantias Fundamentais)

 Liberdade e Autoridade – limitações à liberdade com a possibilidade até


de coação para manter-se o equilíbrio, no entanto para que não se
extrapolem é necessário o veículo da legalidade e da juridicidade para
imposição de limites.
ESPÉCIES DE FINALIDADE
 Fins objetivos
Fins comuns a todos os estados. É à indagação do papel do Estado no
decorrer da história;

 Fins subjetivos
È a síntese dos fins individuais;

 Fins expansivos
Crescimento desmesurado do Estado, o que importa é a sua situação
material favorável;

 Fins limitados
Estado-polícia, protetor da Liberdade;

 Fins exclusivos
Segurança interna e externa só cabem ao estado;
CONCEITO
 O homem supervalorizou o Estado, divinizou-o,
acreditou-o possuidor de atributos, possibilidades e
poderes quase ilimitados. Esqueceu que, em última
análise, para resolver os problemas que lhe impõem e
cumprir a formidável tarefa que lhe exigem, o Estado
dispõe de um poder muito exíguo: a capacidade dos
homens que governam. E estes, por muito capazes que
sejam, são homens, com as poucas virtudes, os
inúmeros vícios e as irremediáveis limitações da criatura
humana. Dallari

 Tudo está em não exigir deles o impossível, mas apenas


o razoável e, no máximo o provável. Darcy Azambuja
ESTADO E DIREITO
TEORIA

Teoria dualística
Pela qual o Estado e o Direito são duas realidades distintas, não
relacionadas, como dois mundos separados que se ignoram
mutuamente;

 Teoria Monística
Que reduz o Estado e o Direito a uma só entidade, sendo ambos
unum et idem. Esta teoria se biparte em outras duas, conforme seja
o Direito considerado criador do Estado, como prius deste, ou como
criação do Estado, como um posterius deste.

kelsen
O Estado é um sistema normativo, não pode ser outra coisa que a
própria ordem jurídica positiva (imposta), já que é impossível admitir a
validade simultânea de várias ordens normativas igualmente
coercitivas. O Estado vem a ser, com efeito, a personalização da
ordem jurídica.
ESTADO E DIREITO
TEORIA
 Pluralismo jurídico

Santi Romano

Onde houver sociedade, haverá sempre, Direito. Qualquer


instituição, diz ele, qualquer organização estável e
individuada tem o seu ordenamento jurídico próprio e,
portanto, assim, como ao lado do Estado existe uma
pluralidade de outras instituições mais amplas ou mais
restritas, assim também ao lado do Direito Positivo ou
estatal se encontram o Direito Canônico ou Eclesiástico, os
estatutos da Máfia ou de qualquer outro bando organizado
fora da lei. Não só o Estado, mas qualquer grupo social, é
fonte do Direito, e se o Direito estatal é Direito, nem por isso
o Direito deve ser sempre e necessariamente estatal.
PERSONALIDADE JURÍDICA DO
ESTADO

 Teoria ficcionista da personalidade


jurídica
Aceitam a idéia do Estado como pessoa
jurídica, mas como produto de uma
convenção, de um artifício, que só se
justifica por motivos de convivência.
PERSONALIDADE JURÍDICA DO
ESTADO
 Teoria realista da personalidade jurídica

 DALLARI
Só pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas, podem ser titulares de
direitos e de deveres jurídicos, e assim, para que o Estado tenha
direitos e obrigações, deve ser reconhecido como pessoa jurídica.
È por meio da noção do Estado como pessoa jurídica existindo na
ordem jurídica e procurando atuar seguindo o direito, que se
estabelece limites jurídicos eficazes à ação do Estado, no seu
relacionamento com os cidadãos, se, de um lado, é inevitável que o
Estado se torne titular de direitos que ele próprio cria por meio de
seus órgãos, há, de outro, a personalidade de que os cidadãos
possam fazer valer contra ele suas pretensões jurídicas, o que só é
concebível numa relação entre pessoas jurídicas.
 Teoria realista da personalidade jurídica

 LABAND
O estado é um sujeito de direito, uma pessoa jurídica,
com capacidade para participar de relações jurídicas. O
Estado é visto como uma unidade organizada, uma
pessoa que tem vontade própria. E mesmo quando a
vontade do Estado é formada pela participação dos que
o compõem, ou seja, do povo, não se confunde coma as
vontades dos que participam da formação da vontade
estatal. Assim também os direitos e deveres do estado
são distintos dos direitos e deveres de seus cidadãos.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
 AZAMBUJA, Darcy. Teoria Geral do Estado, 4ª edição.
Rio de Janeiro: Globo. 2001.
 BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de teoria do Estado e
Ciência Política. São Paulo: Saraiva. 1999.
 BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. São Paulo:
Malheiros. 2001.
 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral
do Estado. São Paulo: Saraiva, 2003.
 _________. O Futuro do Estado. São Paulo: Saraiva.
2002.
 MIRANDA, Jorge. Teoria do Estado e da Constituição.
Rio de Janeiro: Forense. 2002.

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