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Direito do Trabalho
2013/2014
Objectivos da unidade curricular e
competências a desenvolver:
Visa preparar os alunos para conhecerem o direito do
Trabalho português e europeu, assim como noções básicas
do Processo do Trabalho.
Saber distinguir as especificidades das relações laborais.
Saber distinguir as relações laborais das prestações de
serviços.
Habilitar os alunos a saberem os principais parâmetros da
legislação laboral e do processo de trabalho aplicado à
gestão de empresas.
Habilitar os alunos a elaborarem minutas de contratos de
trabalho, sua denúncia, revogação, suspensão, resolução.
Habilitar os alunos a elaborarem de minutas para
despedimentos e para reclamação de créditos.
Programa
I PARTE
Delimitação do Direito do Trabalho. Fontes do Direito do
Trabalho. Relação jurídico-laboral privada.
Enquadramento das relações laborais. Regime Jurídico das
Férias, Feriados e Faltas. Tempo de Trabalho. Retribuição.
Mobilidade do Trabalhador e transmissão da empresa ou do
estabelecimento. Redução da atividade e suspensão do contrato
de trabalho. Proteção do trabalhador na insolvência. Direitos de
Personalidade do Trabalhador. Igualdade e não discriminação.
Direito do trabalho comunitário. Responsabilidade Penal e
Contraordenacional.
II PARTE
Do Processo de trabalho. Princípios gerais do Processo civil.
Princípios gerais do Processo Penal. Processo do Trabalho
Declarativo Comum.
Bibliografia
QUINTAS, Paula e Helder Quintas, Manual de Direito do Trabalho e de
Processo de Trabalho, Almedina 2010
QUINTAS, Paula e Helder Quintas, Código do Trabalho, anotado e
comentado, Almedina 2012
AMADO, João Leal ,Contrato de Trabalho - À Luz do novo Código do
Trabalho, Coimbra Editora, 2009.
AMADO, João Leal, Temas Laborais, Coimbra Editora, 2005.
BAPTISTA, Albino Mendes, Temas de Direito do Trabalho e de Direito
Processual do Trabalho, Petrony, 2008.
MANSO, Luís Duarte e Erica neves Dias, Direito do Trabalho – Casos Práticos
resolvidos, Vol I e II, 2º edição, Quid Juiris, 2010
CARRION, Valentin. Comentários a consolidação das leis do trabalho. 31. ed.
São Paulo: Saraiva, 2006.
COSTA, Armando Casimiro. Consolidação da leis do trabalho.. 34. ed. São
Paulo: LTR, 2007.
LEITÃO, Luís Menezes, Direito do Trabalho, 2º Ed. Coimbra: Almedina, 2010
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito do trabalho. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação do direito do trabalho.. 33. ed. São
Paulo: LTR, 2007
Código do Trabalho
- Anotado e Comentado
Artigo 11.º
Noção de contrato de trabalho
Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa
singular se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua
atividade a outra ou outras pessoas, no âmbito de
organização e sob a autoridade destas.
Pressupostos contrato de trabalho:
- Não incide sobre uma coisa, incide sobre uma atividade.
- Não é necessário ser escrito;
- Pressupõe uma prestação de serviços;
- Está orientado à prestação de uma atividade;
- O trabalho tem de estar enquadrado numa atividade da empresa;
- Os contratos podem produzir efeitos para as duas partes, contrato
sinalagmático (uma parte remunera e a outra presta atividade);
- Tem remuneração;
- Tem dois vínculos, um obrigado a prestar a atividade e o outro a
assalariar;
- É um contrato consensual;
- Contrato de direito privado. Está configurado e tipificado na lei;
- Tem natureza duradoura;
- Tem natureza pessoal;
- Nele não se podem envolver outras cláusulas que não tenham a ver
com a prestação de serviço (rendas de casa, etc…).
Características
do Contrato Trabalho:
– Fontes Internacionais
As Fontes Internacionais estabelecidas pelas relações internacionais entre os Estados, são
constituídas por tratados que têm em vista a defesa e respeito dos Direitos do Homem no
campo laboral.
A OIT, Organização Internacional do Trabalho, é a estrutura que tem como objectivo
abordar os problemas sociais e apresentar soluções que permitam a melhoria das
condições de trabalho no mundo, do ponto de vista humanitário, político e económico,
reunindo para tal, com representantes dos governos, das entidades patronais e dos
trabalhadores.
A OIT aprova os tratados e recomendações que definem as condições mínimas a
respeitar por todos os países, como sejam: liberdade sindical, abolição do trabalho
forçado, igualdade, eliminação de trabalho infantil, férias remuneradas, segurança e
saúde no trabalho, trabalho feminino, idade mínima, trabalho noturno, trabalho
subterrâneo, e para limitar determinados tipos de trabalho, ex. trabalho infantil,
escravatura, etc.
A União Europeia, tendo uma ordem jurídica própria destinada aos Estados-membros,
criou regras internas para a comunidade, constituindo as Fontes Comunitárias.
O Tratado de Roma consagra o principio da livre circulação dos trabalhadores entre os
Estados-membros, e é uma lei comunitária a que todos, autoridades nacionais e cidadãos,
devem obediência, o que significa que cada Estado tem obrigação de transpor esta lei
para a sua ordem jurídica.
- Fontes Internas
As normas internacionais ocupam a 1ª posição na hierarquia das
fontes, seguindo-se as leis comunitárias, a CRP no seu art.º 8º, nº
2 garante a vigência dessas normas no que toca às leis
ordinárias, em tudo o resto a CRP é suprema.
art.º1º
Fontes Especificas
O contrato de trabalho está sujeito, em especial, aos instrumentos de
regulamentação colectiva de trabalho, assim como aos usos laborais
que não contrariem o principio da boa fé.
Principio de boa fé é a consciência comum, uso e prática comum , é
do conhecimento das partes. Uso habitual, contrato usual, tem
papel constitutivo.
Artigo 3.º
Relações entre fontes de regulação
1 – As normas legais reguladoras de contrato de trabalho podem ser afastadas por
instrumento de regulamentação colectiva de trabalho, salvo quando delas resultar o
contrário.
2 – As normas legais reguladoras de contrato de trabalho não podem ser afastadas por
portaria de condições de trabalho.
3 – As normas legais reguladoras de contrato de trabalho só podem ser afastadas por
instrumento de regulamentação colectiva de trabalho que, sem oposição daquelas
normas, disponha em sentido mais favorável aos trabalhadores quando respeitem às
seguintes matérias: a) Direitos de personalidade, igualdade e não discriminação; b)
Protecção na parentalidade; c) Trabalho de menores; d) Trabalhador com capacidade de
trabalho reduzida, com deficiência ou doença crónica; e) Trabalhador-estudante; f)
Dever de informação do empregador; g) Limites à duração dos períodos normais de
trabalho diário e semanal; h) Duração mínima dos períodos de repouso, incluindo a
duração mínima do período anual de férias; i) Duração máxima do trabalho dos
trabalhadores nocturnos; j) Forma de cumprimento e garantias da retribuição; l) Capítulo
sobre prevenção e reparação de acidentes de trabalho e doenças profissionais e
legislação que o regulamenta; m) Transmissão de empresa ou estabelecimento; n)
Direitos dos representantes eleitos dos trabalhadores.
Artigo 3.º
Relações entre fontes de regulação
É aquele pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua atividade a
outra ou outras pessoas, sob a autoridade e direção destas.
Na execução do contrato de trabalho, o trabalhador tem direitos, deveres e garantias
conforme disposto nos artigos 127º, 128º e 129º .
art.º 127º - Deveres do empregador = Direitos do trabalhador (descritos no ponto da
entidade patronal)
art.º 128º - Deveres do trabalhador – Respeitar o empregador, ser assíduo e pontual,
realizar o trabalho com zelo e diligência, participar nas acções de formação
proporcionadas pela entidade empregadora, cumprir ordens e instruções, guardar
lealdade, zelar pela boa conservação dos pertences do empregador e que lhe sejam
postos á disposição, promover e executar melhorias, cumprir as regras de segurança.
art.º 129º Garantias - da prestação efectiva do seu trabalho, da sua retribuição, não descer
de categoria, não ser transferido para outro local de trabalho, não ser cedido a terceiros,
poder usufruir de cantina, refeitório e economato de forma não exploratória, não ser
obrigado a “comprar” serviços ou bens á entidade empregadora, o seu contrato não
cessar para voltar a ser admitido.
Trabalhador, Entidade Patronal e
Contrato Trabalho
Entidade Patronal
Artigo 1.o
Objeto
1 — A presente lei estabelece um regime de renovação
extraordinária dos contratos de trabalho a termo certo,
celebrados ao abrigo do disposto no Código do Trabalho,
aprovado pela Lei n.o 7/2009, de 12 de fevereiro, que atin- jam o
limite máximo da sua duração até dois anos após a entrada em
vigor da mesma.
2 — A presente lei estabelece ainda o regime e o modo de
cálculo da compensação aplicável aos contratos de trabalho
objeto de renovação extraordinária nela previstos.
Artigo 2.o
Regime de renovação extraordinária
1 — Podem ser objeto de duas renovações extraordi- nárias os
contratos de trabalho a termo certo que, até dois anos após a
entrada em vigor da presente lei, atinjam os limites máximos de
duração estabelecidos no n.o 1 do artigo 148.o do Código do
Trabalho ou na Lei n.o 3/2012, de 10 de janeiro.
2 — A duração total das renovações referidas no número anterior
não pode exceder 12 meses.
3 — A duração de cada renovação extraordinária não pode ser
inferior a um sexto da duração máxima do contrato de trabalho a
termo certo ou da sua duração efetiva, consoante a que for inferior.
4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o limite de
vigência do contrato de trabalho a termo certo objeto de renovação
extraordinária é 31 de dezembro de 2016.
Artigo 3.o
Conversão em contrato de trabalho sem termo
Converte-se em contrato de trabalho sem termo o con- trato de
trabalho a termo certo em que sejam excedidos os limites
resultantes do disposto no artigo anterior.
Artigo 4.o
Compensação
1 — O regime e o modo de cálculo da compensação aplicável
aos contratos de trabalho que sejam objeto de renovação
extraordinária nos termos da presente lei é, con- soante o
caso, o constante do regime de direito transitório previsto no
artigo 6.o da Lei n.o 69/2013, de 30 de agosto, que procede à
quinta alteração ao Código do Trabalho, ou dos n.os 4 e 5 do
artigo 345.o do mesmo Código, com as devidas adaptações.
2 — Constitui contraordenação grave a violação do disposto
no número anterior.
Artigo 5.o
Direito subsidiário
Em tudo o que não se encontre previsto na presente lei é
subsidiariamente aplicável o disposto no Código do Trabalho.
Trabalho Temporário
O art.º172º determina os conceitos específicos do regime de trabalho
temporário
Contrato de trabalho temporário - o contrato de trabalho a termo celebrado
entre uma empresa de trabalho temporário e um trabalhador, pelo qual este
de obriga, mediante retribuição daquela, a prestar a sua atividade a
utilizadores, mantendo-se vinculado à empresa de trabalho temporário;
Contrato de trabalho por tempo indeterminado para cedência temporária - o
contrato por tempo indeterminado celebrado entre uma empresa de trabalho
temporário e um trabalhador, pelo que se obriga, mediante retribuição
daquela, a prestar temporariamente a sua atividade a utilizadores, mantendo-
se vinculado à empresa de trabalho temporário;
Contrato de utilização de trabalho temporário - o contrato de prestação de
serviço a termo resolutivo entre o utilizador e uma empresa de trabalho
temporário, pelo qual se obriga, mediante retribuição, a ceder àquele um ou
mais trabalhadores temporários.
A empresa de trabalho temporário tem que ser titular de licença para o
exercício desta atividade, art.º173 nº1.
O contrato de utilização de trabalho temporário só pode ser celebrado nas
situações previstas nas alíneas a) a g) do nº2 do art.º140º e as descritas nas
alíneas a) a d) do nº 1 do art.º 175º.
Tempo do contrato de trabalho
O contrato de trabalho temporário está sujeito á
forma escrita e deverá, á semelhança de um contrato
de trabalho a termo, conter toda a informação
referente a ambas partes, assim como do utilizador e
o motivo desta para celebrar o contrato, art.º177º
Este tipo de contrato tem a duração máxima de 2
anos, incluindo renovações, e não pode exceder a
duração da causa justificativa do mesmo, art.º178º
Quando atingida a duração máxima, não é permitida a
sucessão no mesmo posto de trabalho do trabalhador
temporário, artº.179º.
Comissão de Serviço
Art. 276ª
A retribuição é satisfeita em dinheiro ou, estando
acordado, em prestações não pecuniárias, nos termos
do artigo 259
Pode ser paga por cheque a parte pecuniária.
Lugar do cumprimento
Art 343ª b)
Trata-se da aplicação ao contrato de trabalho do regime
geral previsto no art 790º do Codigo Civil.
No caso das obrigações, a impossibilidade superveniente
produziria a nulidade dos contratos (art. 401º co CC)
A impossibilidade tem que ser absoluta, não abstando a
mera impossibilidade ou contrariedade.
No caso da insolvencia a extinção do contrato de trabalho
segue o regime do despedimento coletivo com as
adaptações.
Indemnização de acordo com os artos. 366º e 366º-A
Reforma do trabalhador por velhice
ou invalidez
Art. 343º c)
O artigo 348º nº 1 estabelece que a oermanencia do
trabalhador ao serviço, decorridos 30 dias sobre o
conhecimento por ambas as partes determina a
aposiç\ao ao contrato de um termo resolutivo,
situaç\ao que se verifica também que tover atinjudo
pos 70 anos de idade sem ter havido reforma (at. 348º
nº3)
Revogação do contrato de trabalho
Artigo 395º
1 — O trabalhador deve comunicar a resolução do con-
trato ao empregador, por escrito, com indicação sucinta
dos factos que a justificam, nos 30 dias subsequentes ao
conhecimento dos factos.
2 — No caso a que se refere o n.o 5 do artigo anterior, o
prazo para resolução conta-se a partir do termo do
período de 60 dias ou da declaração do empregador.
Indemnização por
justa causa subjetiva
Artigo 396.o
Indemnização devida ao trabalhador
1 — Em caso de resolução do contrato com fundamento em facto previsto
no n.o 2 do artigo 394º, o trabalhador tem direito a indemnização, a
determinar entre 15 e 45 dias de retribuição base e diuturnidades por cada
ano completo de antiguidade, atendendo ao valor da retribuição e ao grau
da ilicitude do comportamento do empregador, não podendo ser inferior a
três meses de retribuição base e diuturnidades.
2 — No caso de fracção de ano de antiguidade, o valor da indemnização é
calculado proporcionalmente.
3 — O valor da indemnização pode ser superior ao que resultaria da
aplicação do n. 1 sempre que o trabalhador sofra danos patrimoniais e não
patrimoniais de montante mais elevado.
4 — No caso de contrato a termo, a indemnização não pode ser inferior ao
valor das retribuições vincendas.
Revogação da resolução
Artigo 397º
1 — O trabalhador pode revogar a resolução do con-
trato, caso a sua assinatura constante desta não seja
objecto de reconhecimento notarial presencial, até ao
sétimo dia seguinte à data em que chegar ao poder do
empregador, mediante comunicação escrita dirigida a
este.
Impugnação da resolução
Artigo 398º
1 — A ilicitude da resolução do contrato pode ser de- clarada
por tribunal judicial em acção intentada pelo em- pregador.
2 — A acção deve ser intentada no prazo de um ano a contar
da data da resolução.
3 — Na acção em que for apreciada a ilicitude da resolução,
apenas são atendíveis para a justificar os factos constantes da
comunicação referida no n. 1 do artigo 395º
4 — No caso de a resolução ter sido impugnada com base em
ilicitude do procedimento previsto no n. 1 do artigo 395º, o
trabalhador pode corrigir o vício até ao termo do prazo para
contestar, mas só pode utilizar esta faculdade uma vez.
Resolução ilícita
Artigo 401º
O trabalhador que não cumpra, total ou parcialmente, o
prazo de aviso prévio estabelecido no artigo anterior
deve pagar ao empregador uma indemnização de valor
igual à retribuição base e diuturnidades
correspondentes ao pe- ríodo em falta, sem prejuízo de
indemnização por danos causados pela inobservância
do prazo de aviso prévio ou de obrigação assumida em
pacto de permanência.
Revogação da denúncia
Artigo 402º
1 — O trabalhador pode revogar a denúncia do
contrato, caso a sua assinatura constante desta não
tenha reconhecimento notarial presencial, até ao
sétimo dia seguinte à data em que a mesma chegar ao
poder do empregador, mediante comunicação escrita
dirigida a este.
2 — É aplicável à revogação o disposto nos nºs 2 ou 3
do artigo 350º
Abandono do trabalho (denuncia
tática do Contrato de Trabalho)
Artigo 403º
1 — Considera-se abandono do trabalho a ausência do
trabalhador do serviço acompanhada de factos que, com toda
a probabilidade, revelam a intenção de não o retomar.
2 — Presume-se o abandono do trabalho em caso de ausência
de trabalhador do serviço durante, pelo menos, 10 dias úteis
seguidos, sem que o empregador seja informado do motivo da
ausência.
3 — O abandono do trabalho vale como denúncia do contrato,
só podendo ser invocado pelo empregador após comunicação
ao trabalhador dos factos constitutivos do abandono ou da
presunção do mesmo, por carta registada com aviso de
recepção para a última morada conhecida deste.
Abandono do trabalho (denuncia
tática do Contrato de Trabalho)
Artigo 140º
Admissibilidade de contrato de trabalho a termo resolutivo
1 — O contrato de trabalho a termo resolutivo só pode ser
celebrado para satisfação de necessidade temporária da
empresa e pelo período estritamente necessário à satisfação
dessa necessidade.
Art. 140º
2 — Considera-se, nomeadamente, necessidade temporária da empresa:
a) Substituição directa ou indirecta de trabalhador ausente ou que, por qualquer motivo,
se encontre temporariamente impedido de trabalhar;
b) Substituição directa ou indirecta de trabalhador em relação ao qual esteja pendente
em juízo acção de apreciação da licitude de despedimento;
c) Substituição directa ou indirecta de trabalhador em situação de licença sem
retribuição;
d) Substituição de trabalhador a tempo completo que passe a prestar trabalho a tempo
parcial por período determinado;
e) Actividade sazonal ou outra cujo ciclo anual de produção apresente irregularidades
decorrentes da natureza estrutural do respectivo mercado, incluindo o abastecimento
de matéria-prima;
f) Acréscimo excepcional de actividade da empresa;
g) Execução de tarefa ocasional ou serviço determinado precisamente definido e não
duradouro;
h) Execução de obra, projecto ou outra actividade definida e temporária, incluindo a
execução, direcção ou fiscalização de trabalhos de construção civil, obras pú- blicas,
montagens e reparações industriais, em regime de empreitada ou em administração
directa, bem como os respectivos projectos ou outra actividade complementar de
controlo e acompanhamento
Outros contratos a termo
4 — Além das situações previstas no n. 1, pode ser celebrado
contrato de trabalho a termo certo para:
a) Lançamento de nova actividade de duração in- certa, bem
como início de laboração de empresa ou de estabelecimento
pertencente a empresa com menos de 750 trabalhadores;
b) Contratação de trabalhador à procura de primeiro
emprego, em situação de desemprego de longa duração ou
noutra prevista em legislação especial de política de emprego.
5 — Cabe ao empregador a prova dos factos que justi- ficam a
celebração de contrato de trabalho a termo.
6 — Constitui contra-ordenação muito grave a violação do
disposto em qualquer dos n.os 1 a 4.
Forma e conteúdo de contrato de
trabalho a termo
Artigo 141º
1 — O contrato de trabalho a termo está sujeito a forma escrita e deve
conter:
a) Identificação, assinaturas e domicílio ou sede das partes;
b) Actividade do trabalhador e correspondente retri- buição;
c) Local e período normal de trabalho;
d) Data de início do trabalho;
e) Indicação do termo estipulado e do respectivo motivo justificativo;
f) Datas de celebração do contrato e, sendo a termo certo, da respectiva
cessação.
2 — Na falta da referência exigida pela alínea d) do número anterior,
considera-se que o contrato tem início na data da sua celebração.
3 — Para efeitos da alínea e) do n.o 1, a indicação do motivo justificativo do
termo deve ser feita com menção expressa dos factos que o integram,
devendo estabelecer- -se a relação entre a justificação invocada e o termo
estipulado.
Casos especiais de contrato de
trabalho de muito curta duração
Artigo 142º
1 — O contrato de trabalho em actividade sazonal agrícola ou para
realização de evento turístico de duração não superior a uma
semana não está sujeito a forma escrita, devendo o empregador
comunicar a sua celebração ao serviço competente da segurança
social, mediante formulário electrónico que contém os elementos
referidos nas alíneas a), b) e d) do n. 1 do artigo anterior, bem como
o local de trabalho.
2 — Nos casos previstos no número anterior, a duração total de
contratos de trabalho a termo com o mesmo empregador não pode
exceder 60 dias de trabalho no ano civil.
3 — Em caso de violação do disposto em qualquer dos números
anteriores, o contrato considera-se celebrado pelo prazo de seis
meses, contando-se neste prazo a duração de contratos anteriores
celebrados ao abrigo dos mesmos preceitos.
Sucessão de contrato de trabalho a termo
Artigo 143º
1 — A cessação de contrato de trabalho a termo, por motivo não imputável
ao trabalhador, impede nova ad- missão ou afectação de trabalhador
através de contrato de trabalho a termo ou de trabalho temporário cuja
execução se concretize no mesmo posto de trabalho, ou ainda de contrato
de prestação de serviços para o mesmo objecto, celebrado com o mesmo
empregador ou sociedade que com este se encontre em relação de
domínio ou de grupo, ou mantenha estruturas organizativas comuns, antes
de decorrido um período de tempo equivalente a um terço da duração do
contrato, incluindo renovações.
2 — O disposto no número anterior não é aplicável nos seguintes casos:
a) Nova ausência do trabalhador substituído, quando o contrato de
trabalho a termo tenha sido celebrado para a sua substituição;
b) Acréscimo excepcional da actividade da empresa, após a cessação do
contrato;
c) Actividade sazonal;
d) Trabalhador anteriormente contratado ao abrigo do regime aplicável à
contratação de trabalhador à procura de primeiro emprego.
3 — Constitui contra-ordenação grave a violação do disposto no n.o 1.
Informações relativas a contrato de
trabalho a termo
Artigo 144.o
1 — O empregador deve comunicar a celebração de contrato de trabalho a
termo, com indicação do respectivo motivo justificativo, bem como a
cessação do mesmo à comissão de trabalhadores e à associação sindical
em que o trabalhador esteja filiado, no prazo de cinco dias úteis.
2 — O empregador deve comunicar, nos termos previstos em portaria do
ministro responsável pela área laboral, ao serviço com competência
inspectiva do ministério responsável pela área laboral os elementos a que
se refere o número anterior.
3 — O empregador deve comunicar, no prazo de cinco dias úteis, à
entidade com competência na área da igualdade de oportunidades entre
homens e mulheres o motivo da não renovação de contrato de trabalho a
termo sempre que estiver em causa uma trabalhadora grávida, puérpera
ou lactante.
4 — O empregador deve afixar informação relativa à existência de postos
de trabalho permanentes que estejam disponíveis na empresa ou
estabelecimento.
5 — Constitui contra-ordenação leve a violação do dis- posto neste artigo.
Preferência na admissão
Artigo 145.o
1 — Até 30 dias após a cessação do contrato, o traba-
lhador tem, em igualdade de condições, preferência na
celebração de contrato sem termo, sempre que o empre-
gador proceda a recrutamento externo para o exercício de
funções idênticas àquelas para que foi contratado.
2 — A violação do disposto no número anterior obriga o
empregador a indemnizar o trabalhador no valor corres-
pondente a três meses de retribuição base.
Igualdade de tratamento no âmbito
de contrato a termo
Artigo 146.o
1 — O trabalhador contratado a termo tem os mesmos
direitos e está adstrito aos mesmos deveres de trabalhador
permanente em situação comparável, salvo se razões ob-
jectivas justificarem tratamento diferenciado.
2 — Os trabalhadores contratados a termo são conside- rados,
para efeitos da determinação das obrigações sociais
relacionadas com o número de trabalhadores, com base na
média dos existentes na empresa no final de cada mês do ano
civil anterior.
Contrato de trabalho sem termo
Artigo 147.o
1 — Considera-se sem termo o contrato de trabalho:
a) Em que a estipulação de termo tenha por fim iludir as
disposições que regulam o contrato sem termo;
b) Celebrado fora dos casos previstos nos n.os 1, 3 ou 4
do artigo 140.o;
c) Em que falte a redução a escrito, a identificação ou a
assinatura das partes, ou, simultaneamente, as datas de
celebração do contrato e de início do trabalho, bem
como aquele em que se omitam ou sejam insuficientes
as refe- rências ao termo e ao motivo justificativo;
d) Celebrado em violação do disposto no n.o 1 do ar-
tigo 143.o
Converte-se em contrato de
trabalho sem termo:
a) Aquele cuja renovação tenha sido feita em violação do
disposto no artigo 149º;
b) Aquele em que seja excedido o prazo de duração ou o
número de renovações a que se refere o artigo seguinte;
c) O celebrado a termo incerto, quando o trabalhador
permaneça em actividade após a data de caducidade in-
dicada na comunicação do empregador ou, na falta desta,
decorridos 15 dias após a verificação do termo.
3 — Em situação referida no n. 1 ou 2, a antiguidade do
trabalhador conta-se desde o início da prestação de trabalho,
excepto em situação a que se refere a alínea d) do n.o 1, em
que compreende o tempo de trabalho prestado em
cumprimento dos contratos sucessivos.
Duração de contrato de trabalho a
termo
Artigo 148º
1 — O contrato de trabalho a termo certo pode ser re-
novado até três vezes e a sua duração não pode
exceder:
a) 18 meses, quando se tratar de pessoa à procura de
primeiro emprego;
b) Dois anos, nos demais casos previstos no n. 4 do
artigo 140º;
c) Três anos, nos restantes casos.
Prazo inferior a seis meses
2 — O contrato de trabalho a termo certo só pode ser ce-
lebrado por prazo inferior a seis meses em situação prevista
em qualquer das alíneas a) a g) do n.o 2 do artigo 140.o, não
podendo a duração ser inferior à prevista para a tarefa ou
serviço a realizar.
3 — Em caso de violação do disposto na primeira parte do
número anterior, o contrato considera-se celebrado pelo
prazo de seis meses desde que corresponda à satisfação de
necessidades temporárias da empresa.
4 — A duração do contrato de trabalho a termo incerto não
pode ser superior a seis anos.
Renovação de contrato de trabalho a
termo certo
Artigo 149º
1 — As partes podem acordar que o contrato de trabalho a
termo certo não fica sujeito a renovação.
2 — Na ausência de estipulação a que se refere o número
anterior e de declaração de qualquer das partes que o faça
cessar, o contrato renova-se no final do termo, por igual
período se outro não for acordado pelas partes.
3 — A renovação do contrato está sujeita à verificação da sua
admissibilidade, nos termos previstos para a sua celebração,
bem como a iguais requisitos de forma no caso de se
estipular período diferente.
4 — Considera-se como único contrato aquele que seja
objecto de renovação.
Trabalho a tempo parcial
Artigo 150º
Noção de trabalho a tempo parcial
1 — Considera-se trabalho a tempo parcial o que corres-
ponda a um período normal de trabalho semanal inferior ao
praticado a tempo completo em situação comparável.
2 — Para efeitos do número anterior, se o período nor- mal
de trabalho não for igual em cada semana, é conside- rada a
respectiva média no período de referência aplicável.
3 — O trabalho a tempo parcial pode ser prestado apenas em
alguns dias por semana, por mês ou por ano, devendo o
número de dias de trabalho ser estabelecido por acordo.