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Número 34
BOLETIM OFICIAL
SUPLEMENTO
SUMÁRIO
CONSELHO DE MINISTROS:
Decreto-Legislativo nº 2/2006:
Regula as medidas tutelares sócio-educativas a menores, quando,
tendo completado doze anos e antes de perfazerem dezasseis,
sejam agentes de algum facto qualificado pela lei como crime e
a organização e funcionamento dos Centros Sócio-Educativos.
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O sistema legal referente a crianças e adolescentes, Nos outros casos, a autonomia individual prevalece
penalmente inimputáveis, que ainda vigora entre nós sobre a defesa dos bens jurídicos e as expectativas da
assenta em fundamentos não totalmente consonante comunidade.
com o regime de direitos, liberdades e garantias positi- Como resultado dos critérios acabados de enunciar,
vados na Constituição da República de 1992. Para além o diploma segue os seguintes princípios gerais na sua
de que se revela tal sistema, na prática, ineficaz para a formatação:
satisfação das demandas nacionais no que concerne a
respostas eficazes, que na actualidade se pretendem a – Natureza formalmente penal, mas materialmente
um tempo tutelares, sociais e educativas com relação a socializadora e educativa;
condutas que a lei qualifica como crime, quando sejam
seus agentes menores que, tendo completado doze anos – Reconhecimento expresso de todas as garantias
de idade, ainda não tenham atingido os dezasseis. que derivem do respeito dos direitos constitu-
cionais e das especiais exigências do interesse
E num tempo em que, forçoso é reconhecê-lo, não raro do menor;
a violação das normas penais por parte dos menores
dessa faixa etária não tem a sua etiologia em situações – Aproximação do processo tutelar sócio-educativo
de debilidade económica, nem de desamparo familiar, do processo penal, com especial relevo pela
mas sim de uma determinação firme de confronto com a observância do direito de audição, e de defesa,
lei e com plena consciência de um resultado socialmente do princípio do contraditório e da judicialidade,
danoso que advém de tal confronto e que, não obstante, entendida esta no sentido de que a toda e qual-
se mantém o pretendido. quer conduta que reclame uma medida tutelar
deve corresponder uma acção disciplinada e
Ocorre mais que o conflito com a lei e a inobservância e regulada pelas autoridades judiciais.
violação dos fundamentos normativos da sociedade vem
sendo uma constante por parte dos menores inimputáveis O processo organiza-se segundo dois momentos: o
e, cada dia que passa, denota-se maior intensidade na inquérito, presidido pelo Ministério Público, e a fase
lesão dos interesses e valores pessoais e patrimoniais que jurisdicional, presidida pelo juiz.
a lei penal intenta proteger. A titularidade do inquérito pelo Ministério Público, que
Substancialmente com essas razões, através da Lei nº toma aqui a designação tradicional entre nós de «Cura-
3/VI/2006, de 28 de Agosto, o Governo obteve autorização dor de Menores», não dispensa a intervenção do juiz,
da Assembleia Nacional para elaborar e aprovar um novo sempre que estejam em causa actos que ferem direitos
regime tutelar para menores de idade compreendida fundamentais, como é próprio do modelo garantístico
entre os doze e os dezasseis anos que sejam agentes de representado pelas normas de processo penal. E, do mes-
facto qualificado por lei como crime. mo passo, o Ministério Público continua a ter um papel
a desempenhar na fase jurisdicional, quer sustentando
Como principais aspectos da intervenção normativa a acção quer contribuindo para a formação de consenso
que se leva a cabo no âmbito da dita autorização legis- nos casos em que for relevante.
lativa, para além da concretização das situações que
justificam uma intervenção por pratica de facto que a A organização da audiência constitui, no seu essencial,
lei penal qualifica como crime – sustentada no principio espaço de consenso e de informalização.
da legalidade –, faz também parte da coluna dorsal do As medidas cautelares organizam-se, tal como na me-
presente diploma o estabelecimento da tipicidade no que dida definitiva, no interesse do menor, mas sem abstrair
tange às medidas que, em concreto, são aplicáveis a me- que se está perante um facto indiciador do cometimento
nores inimputáveis e que se graduam na sua intensidade de acto criminógeno que justifica que a sociedade obtenha
e duração em função da gravidade da conduta e da idade garantias seguras de fazer com que a intervenção pro-
do agente do facto, que vão da admoestação, passando cessual tutelar cumpra o fim que lhe subjaz – de poder
por actos restaurativos de diversa índole, até à medida trazer o ainda inimputável penal para o reconhecimento
mais extremada de um regime de internamento em Cen- da necessidade de observância das normas mínimas da
tro Sócio-Educativo, sempre com o escopo simultâneo da convivência social, educando para o direito.
educação e responsabilização do menor pela sua conduta.
Ressalva-se, contudo, que, por ocasião da fase de execução Os princípios de necessidade, de adequação e de pro-
da medida tutelar que tiver sido judicialmente decretada, porcionalidade têm naturalmente inteiro cabimento,
preconiza o diploma a maior flexibilidade possível na como também o da tipicidade, por ocasião da adopção de
sua aplicação, inclusive com a demanda da permanente tais medidas.
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Ao abrigo da autorização legislativa concedida pela Lei Execução das medidas tutelares sócio-educativas
n.º 3/VII/2006, de 28 de Agosto;
A execução das medidas tutelares sócio-educativas
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do pode prolongar-se até o jovem completar vinte e um anos,
nº 2 do artigo 203º da Constituição, o Governo decreta o momento em que cessa obrigatoriamente.
seguinte:
Artigo 6.º
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Critérios de escolha das medidas
Artigo 1.º
1. A imposição de qualquer medida tutelar sócio-duca-
Âmbito da lei
tiva tem por objectivo criar ou fortalecer condições para
1. O presente diploma regula as medidas tutelares sócio- que o comportamento do menor se adeqúe às normas e
educativas, aplicáveis a menores, quando, tendo completado valores jurídicos essenciais da vida em sociedade.
doze anos e antes de perfazerem dezasseis, sejam agentes
2. A medida tutelar deve ser proporcional à gravidade
de algum facto qualificado pela lei como crime.
do facto e à necessidade de educação do menor para o
2. O presente diploma regula ainda a organização e direito, manifestada na prática do facto e subsistente no
funcionamento dos Centros Sócio-Educativos. momento da decisão.
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3. Na escolha da medida tutelar sócio-educativa apli- 3. A realização de tarefas a favor da comunidade pode
cável, o tribunal deve ter em conta a sua exequibilidade ser executada em fins-de-semana ou dias feriados.
prática, atentas as possibilidades reais dos serviços e as
demais circunstâncias concretas que interessam à sua 4. O juiz deve, em todos os casos, procurar obter a
eficácia e dar preferência, de entre as que se mostrem adesão do menor à realização de tarefas a favor da comu-
adequadas e suficientes, à medida que represente menor nidade, sendo necessário o consentimento deste quando
intervenção na autonomia de decisão e de condução de tiver idade superior a catorze anos.
vida do menor e que seja susceptível de obter a sua maior Artigo 10.º
adesão e a adesão de seus pais, representante legal ou
pessoa que tenha a sua guarda de facto. Imposição de regras de conduta
4. A escolha da medida tutelar aplicável é sempre 1. Podem ser impostas, entre outras, as seguintes
orientada pelo interesse do menor. regras de conduta com a obrigação de:
A admoestação consiste na advertência solene feita pelo 2. As regras de conduta não podem representar limita-
juiz ao menor, exprimindo o carácter ilícito da conduta e ções abusivas ou desrazoáveis à autonomia de decisão e
o seu desvalor e consequências e exortando-o a adequar de condução de vida do menor e têm a duração máxima
o seu comportamento às normas e valores jurídicos e a de dois anos.
inserir-se, de uma forma digna e responsável, na vida
Artigo 11º
em comunidade.
Imposição de obrigações
Artigo 8º
Reparação ao ofendido
1. A imposição de obrigações pode consistir na obriga-
ção de o menor:
1. A reparação ao ofendido pode consistir em o menor:
a) Frequentar um estabelecimento de ensino com
a) Apresentar desculpas ao ofendido; sujeição a controlo de assiduidade e aprovei-
tamento;
b) Compensar economicamente o ofendido, no todo
ou em parte, pelos danos causados; b) Frequentar um centro de formação profissional
ou seguir uma formação profissional, ainda
c) Exercer, em benefício do ofendido, actividade que que não certificada;
tenha conexão com o dano, sempre que for
possível e adequado. c) Frequentar sessões de orientação em instituição
psicopedagógica e seguir as directrizes que lhe
2. A actividade exercida em benefício do ofendido não forem fixadas;
pode ocupar mais de dois dias por semana e três horas
por dia e respeita o período de repouso do menor, deven- d) Submeter-se a programas de tratamento médico,
do salvaguardar um dia de descanso semanal e ter em médico-psiquiátrico, psicológico ou equiparado
conta a frequência da escolaridade, bem como outras junto de entidade ou de instituição oficial ou
actividades que o tribunal considere importantes para a particular, em regime de internamento ou em
formação do menor. regime ambulatório.
3. A actividade exercida em benefício do ofendido tem 2. A submissão a programas de tratamento visa, nome-
o limite máximo de doze horas, distribuídas, no máximo, adamente, o tratamento das seguintes situações:
por quatro semanas.
2. Habituação alcoólica;
4. A medida de reparação nas modalidades previstas nas
3. Consumo habitual de estupefacientes;
alíneas b) e c) do nº 1 exige o consentimento do ofendido.
Artigo 9.º 4. Doença infecto-contagiosa ou sexualmente trans-
missível.
Realização de tarefas a favor da comunidade
3. O juiz deve, em todos os casos, procurar a adesão
1. A realização de tarefas a favor da comunidade do menor ao programa de tratamento, sendo necessário
consiste em o menor exercer actividade em benefício de o consentimento do menor quando tiver idade superior
entidade, pública ou privada, de fim não lucrativo. a catorze anos.
2. A actividade exercida tem a duração máxima de 4. É correspondentemente aplicável o disposto no nº 2
sessenta horas, não podendo exceder três meses. do artigo 10º.
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Artigo 12.º 4. A medida de internamento em regime fechado tem
Internamento
a duração máxima de três anos, quando o menor tiver
praticado facto qualificado como crime a que correspon-
1. A medida de internamento visa proporcionar ao da pena máxima, abstractamente aplicável, de prisão
menor, por via do afastamento temporário do seu meio superior a cinco anos.
habitual e da utilização de programas e métodos peda-
gógicos, a interiorização de valores conformes ao direito 5. A medida de internamento em regime fechado tem
e a aquisição de recursos que lhe permitam, no futuro, a duração máxima de cinco anos, quando o menor tiver
conduzir a sua vida de modo social e juridicamente res- praticado facto qualificado como crime contra a vida ou
ponsável. integridade física das pessoas a que corresponda a pena
máxima, abstractamente aplicável, de prisão igual ou
2. Quando se decretar a medida de internamento em superior a dez anos.
centro sócio-educativo devem ser fixadas pelo tribunal as
obrigações a que o menor fica especialmente sujeito em CAPÍTULO III
matéria de instrução, preparação profissional e utilização
dos seus tempos livres. Regime das Medidas
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da medida tutelar e cumprem o programa educativo ou 4. Nos casos previstos no número anterior, o processo
profissional que lhe tiverem sido determinados pelo tri- não é iniciado ou, se o tiver sido, é arquivado.
bunal para ser realizado, fora da instituição tutelar.
5. Fora das áreas abrangidas pela jurisdição do tri-
Artigo 20º bunal ou juízo de família e menores cabe ao tribunal de
comarca ou, havendo, ao juízo cível, conhecer das causas
Internamento em regime fechado
que àqueles estão atribuídas.
Os menores submetidos ao regime fechado de interna- Artigo 23.º
mento, residem no Centro Sócio-Educativo, realizando
Diligências urgentes
dentro do mesmo os programas educativos e de formação
que lhes forem determinados. O tribunal do local da prática do facto e o do local onde
Artigo 21º o menor for encontrado, realizam as diligências urgen-
tes, nomeadamente a aplicação da medida provisória de
Execução participada colocação em regime de internamento.
1. Compete ao tribunal ou juízo de família e menores b) Promover as diligências que tiver por convenien-
da residência habitual do menor: tes e recorrer, na defesa da lei e no interesse
do menor;
a) A apreciação de factos qualificados pela lei como
crime, praticados por menor que tenha comple- c) Promover a execução das medidas tutelares só-
tado doze anos e antes de perfazer dezasseis, e cio-educativas e das custas e demais quantias
a aplicação de medida tutelar que couber; devidas ao Estado;
d) Dar, obrigatoriamente, parecer sobre recursos,
b) A aplicação, a execução e a revisão das medidas
pedidos e queixas interpostos ou apresentados
tutelares sócio-educativas;
nos termos da lei;
c) A declaração de cessação ou de extinção das me- e) Dar, obrigatoriamente, parecer sobre o projecto
didas tutelares sócio-educativas. educativo pessoal de menor em acompanha-
2. É, igualmente, da exclusiva competência do tribunal mento educativo ou internado em centro
a aplicação de qualquer medida provisória ou cautelar e a sócio-educativo;
prática de quaisquer actos que pela lei processual penal f) Realizar visitas a centros educativos e contactar
tenham a natureza de acto jurisdicional. com os menores internados.
3. Cessa a competência do tribunal ou juízo de família 2. É correspondentemente aplicável o disposto nos
e menores quando: artigos 22º e 23º.
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Segredo processual i) Recorrer, nos termos da lei, das decisões que lhe
forem desfavoráveis.
1. O processo tutelar sócio-educativo é secreto até a
abertura da fase jurisdicional, salvo se no interesse do 3. O menor não presta juramento em caso algum.
menor o Juiz da causa entender que deva dar publicida-
de a qualquer acto, diligência ou peça processual e sem 4. Os direitos referidos nas alíneas g) e i) do nº 2 podem
prejuízo do cumprimento de determinações em contrário ser exercidos, em nome do menor, pelo seu defensor, pe-
dos tribunais superiores ou de precatórios de outras au- los pais, representante legal ou pessoa que tenha a sua
toridades judiciárias. guarda de facto.
Artigo 30.º
2. A publicidade do processo faz-se com respeito pela
personalidade do menor e pela sua vida privada, devendo, Audição do menor
na medida do possível, preservar a sua identidade.
1. A audição do menor é sempre realizada pela auto-
3. Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, o ridade judiciária.
menor, o seu defensor, os seus pais e representante legal,
em qualquer momento, até à abertura da fase jurisdicio- 2. A autoridade judiciária pode designar um assistente
nal, têm acesso aos autos, provas, documentos constantes social ou outra pessoa especialmente habilitada para
do processo tutelar sócio-educativo e seus apensos, com acompanhar o menor em acto processual e, se for caso
a finalidade de requererem quaisquer diligencias, exer- disso, proporcionar ao menor o apoio psicológico neces-
cerem o contraditório e recorrerem das decisões. sário por técnico especializado.
Correm durante as férias judiciais os processos tutela- 1. Quando, em qualquer fase do processo, se verificar
res sócio-educativos previstos no presente diploma. que o menor sofre de anomalia psíquica que o impede de
compreender o sentido da intervenção tutelar, o processo
Artigo 29º é arquivado.
Direitos do menor
2. No caso previsto no número anterior, o Curador de Meno-
1. A participação do menor em qualquer diligência res encaminha o menor para os serviços de saúde mental.
processual, ainda que sob detenção ou guarda, faz-se de
3. O despacho de arquivamento é notificado ao menor,
modo que se sinta livre na sua pessoa e com o mínimo
aos pais, representante legal ou pessoa que tenha a sua
de constrangimento.
guarda de facto e ao ofendido.
2. Em qualquer fase do processo, o menor tem espe-
CAPÍTULO II
cialmente direito a:
Identificação, Detenção e Medidas Cautelares
a) Ser ouvido, oficiosamente ou quando o requerer,
pela autoridade judiciária; Secção I
c) Não responder sobre a sua conduta, o seu carácter 1. O procedimento de identificação de menor obedece
ou a sua personalidade; às formalidades previstas no processo penal, com as
seguintes especialidades:
d) Ser assistido por especialista em psiquiatria, psi-
cologia, ou serviço social, sempre que o solicite, 2. Na impossibilidade de apresentação de documento, o
para efeitos de avaliação da necessidade de órgão de polícia criminal procura, de imediato, comunicar
aplicação de medida tutelar; com os pais, representante legal ou pessoa que tenha a
guarda de facto do menor.
e) Ser assistido por defensor em todos os actos pro-
cessuais em que participar e, quando detido, 3. O menor não pode permanecer em posto policial, para
comunicar, mesmo em privado, com ele; efeito de identificação, por mais de três horas.
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Secção II Artigo 36.º
Detenção Comunicação
b) Fora de flagrante delito, quando o menor tiver 1. Quando não for possível apresentá-lo imediatamente
cometido facto qualificado como crime contra ao juiz, o menor detido é confiado aos pais, ao represen-
as pessoas, a que corresponda pena máxima, tante legal ou a quem tenha a sua guarda de facto.
abstractamente aplicável, de prisão superior a
três anos ou tiver cometido dois ou mais factos 2. Se a confiança do menor, nos termos do número
qualificados como crimes, a que corresponda anterior, não for suficiente para garantir a sua presença
pena máxima, abstractamente aplicável, supe- perante o juiz ou para assegurar as finalidades da de-
rior a três anos, cujo procedimento não depen- tenção, o menor é recolhido no Centro Sócio-Educativo
da de queixa ou de acusação particular; mais próximo ou em instalações próprias e adequadas
de entidade policial, sem ser encarcerado, sendo-lhe, em
c) Para assegurar a presença imediata ou, não
qualquer caso, ministrados os cuidados e a assistência
sendo possível, no mais curto prazo, sem nun-
médica, psicológica e social que forem aconselhados pela
ca exceder doze horas, perante o juiz, para
sua idade, sexo e condições individuais.
aplicação ou execução de medida cautelar, ou
em acto processual presidido por autoridade Artigo 38.º
judiciária;
Primeiro interrogatório
d) Para sujeição, em regime ambulatório ou de inter-
namento, a perícia psiquiátrica ou sobre a per- Quando assistirem ao primeiro interrogatório, o de-
sonalidade, sem nunca exceder doze horas. fensor, os pais, o representante legal ou a pessoa que
tiver a guarda de facto do menor abstêm-se de qualquer
Artigo 34º interferência.
Entidades que podem procederem à detenção em flagrante Secção III
delito
Medidas cautelares
1. A detenção em flagrante delito pode ser efectuada:
Artigo 39.º
a) Pela autoridade judiciária ou qualquer entidade
policial; Adequação e proporcionalidade
b) Por qualquer pessoa, se não estiver presente As medidas cautelares devem ser adequadas às exi-
autoridade judiciária ou entidade policial, gências preventivas ou processuais que o caso requerer
nem puderem ser chamadas em tempo útil, e proporcionadas à gravidade do facto e às medidas
entregando-se imediatamente o menor àquelas tutelares sócio-educativas aplicáveis.
entidades.
Artigo 40.º
2. O juiz, depois de interrogado o menor detido em flagrante Tipicidade
delito, deve proceder à sua soltura, à aplicação de termo de
identidade e residência ou sujeitá-lo a uma das medidas cau- São medidas cautelares:
telares previstas no artigo 41º, conforme couber.
a) A entrega do menor aos pais, representante legal,
Artigo 35º
pessoa que tenha a sua guarda de facto ou
Entidades que podem procederem à detenção outra pessoa idónea, com imposição de obri-
fora de flagrante delito gações ao menor;
A detenção fora de flagrante delito apenas pode ser b) A guarda do menor em instituição pública ou
efectuada por mandado do juiz, a requerimento do cura- privada;
dor de menores, durante o inquérito e, na fase jurisdi-
cional, mesmo oficiosamente. c) A guarda do menor em centro sócio-educativo.
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Artigo 41.º Artigo 45.º
Pressupostos Cessação
1. A aplicação de medidas cautelares pressupõe: As medidas cautelares cessam logo que deixarem de
se verificar os pressupostos da sua aplicação.
a) A existência de indícios do facto qualificado pela Artigo 46.º
lei como crime;
Pedido de informação
b) A previsibilidade de aplicação de medida tutelar; e A fim de fundamentar as decisões sobre a substituição e
a cessação da medida de guarda em Centro Sócio-Educa-
c) A existência fundada de perigo de fuga ou de co-
tivo o juiz, oficiosamente ou a requerimento, deve solicitar
metimento de outros factos qualificados pela
informação aos serviços de reinserção social.
lei como crime.
Artigo 47º
2. A medida prevista na alínea c) do artigo anterior só Extinção
pode ser aplicada quando se verificarem os pressupostos
previstos na alínea a) do n.º 3 do artigo 13.º. 1. As medidas cautelares extinguem-se:
3. No caso previsto no número anterior, a medida é a) Quando tiver decorrido o prazo da sua duração;
executada em Centro Sócio-Educativo semiaberto, se o b) Com a suspensão do processo;
menor tiver idade inferior a 14 anos. Se o menor tiver
idade igual ou superior a 14 anos, o juiz determina a c) Com o arquivamento do inquérito ou do processo;
execução da medida em Centro Sócio-Educativo de regime d) Com o trânsito em julgado da decisão.
semiaberto ou fechado.
2. As medidas cautelares extinguem-se, também,
Artigo 42º quando a decisão de primeira instância, ainda que não
Formalidades transitada em julgado, não tiver aplicado qualquer me-
dida ou tiver aplicado medida menos grave do que a de
1. As medidas cautelares são aplicadas por despacho internamento tutelar.
do juiz, a requerimento do curador de menores durante
CAPÍTULO III
o inquérito e, posteriormente, mesmo oficiosamente.
Inquérito
2. A aplicação de medidas cautelares exige a audição
Secção I
prévia do curador de menores, se não for o requerente, do
defensor e, sempre que possível, dos pais, representante Abertura
legal ou pessoa que tenha a guarda de facto do menor. Artigo 48.º
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Artigo 50º Artigo 55.º
Abertura Diligências
1. O inquérito é dirigido pelo curador de menores, 1. Os actos de inquérito efectuam-se pela ordem que o
assistido pelos serviços de reinserção social e por órgãos curador de menores reputar mais conveniente.
de polícia criminal.
2. O curador de menores indefere, por despacho, os
2. O inquérito compreende o conjunto de diligências actos requeridos que não interessem à finalidade do
que visam investigar a existência de facto qualificado inquérito ou sirvam apenas para protelar o andamento
pela lei como crime e determinar a necessidade de edu- do processo.
cação do menor para o direito, com vista à decisão sobre
a aplicação de medida tutelar. Artigo 57.º
Audição do menor
2. Quando se mostrar necessária à finalidade do acto o
curador de menores determina a comparência do ofendido.
1. Aberto o inquérito, o curador de menores ouve o
menor, no mais curto prazo. 3. O Curador de Menores pode ainda determinar a
comparência de outras pessoas, nomeadamente o Centro
2. A audição pode ser dispensada quando for caso de Sócio-Educativo e de reinserção social.
arquivamento liminar e pode ser adiada no interesse do
menor. Artigo 59º
Artigo 54.º
Notificações e adiamento da sessão conjunta de prova
Arquivamento liminar
1. A notificação para a sessão conjunta de prova faz-se
1. O curador de menores procede ao arquivamento
com a antecedência mínima de cinco dias, com menção de
liminar do inquérito quando, sendo o facto qualificado
segunda data para o caso de o menor não poder compare-
como crime, punível com pena de prisão de máximo não
cer e da cominação das consequências a que se referem
superior a um ano e, perante a informação a que se refere
os números seguintes.
o n.º 2 do artigo 51º, se revelar desnecessária a aplicação
de medida tutelar sócio-educativa, mais gravosa que a
2. A sessão é adiada, se o menor faltar.
admoestação, face à reduzida gravidade dos factos, à
conduta anterior e posterior do menor e à sua inserção 3. Na ausência de outras pessoas que tenham sido con-
familiar, educativa e social. vocadas, o curador de menores decide sobre se a sessão
2. O despacho de arquivamento é comunicado ao menor deve ou não ser adiada.
e aos pais, ao representante legal ou a pessoa que tenha
a sua guarda de facto. 4. A sessão conjunta de prova só pode ser adiada uma vez.
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Secção III Secção IV
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O pedido civil é deduzido em separado perante o tri- 2. A designação da audiência faz-se para a data mais
bunal competente. próxima compatível com a notificação das pessoas que
nela devem participar.
CAPÍTULO IV
3. Se o menor se encontrar sujeito a medida cautelar,
Fase jurisdicional a data de audiência é designada com precedência sobre
qualquer outro processo.
Secção I
Natureza e actos preliminares 4. O despacho que designa dia para a audiência contém:
Despacho inicial
6. O despacho é notificado ao curador de menores.
1. Recebido o requerimento para abertura da fase 7. O despacho, com o requerimento do curador de me-
jurisdicional, o juiz: nores quando tenha havido remissão, é ainda notificado
ao menor, aos pais ou representante legal e ao defensor,
a) Verifica se existem questões prévias que obstem com indicação de que podem ser apresentados meios de
ao conhecimento da causa; prova na audiência.
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Artigo 73.º Artigo 77.º
1. O juiz pode ordenar que o menor ou qualquer outra 1. Em caso de falta do menor, a audiência é adiada e
pessoa que tenha sido chamada ao processo, sejam tem- os pais, representante legal ou quem tenha a sua guarda
porariamente afastados do local da audiência, quando de facto devem apresentar justificação no próprio dia, em
houver razões para crer que a sua presença possa: que se especifique a razão da impossibilidade e o tempo
provável da duração do impedimento.
a) Afectar o menor na sua integridade psíquica, di-
minuir a sua espontaneidade ou prejudicar a 2. Sempre que possível, a justificação de falta é acom-
sua capacidade de reconstituição dos factos; panhada de prova, sendo exigido atestado médico, se o
motivo for doença.
b) Inibir qualquer participante de dizer a verdade.
Artigo 78.º
2. Voltando ao local da audiência, o menor é resumi-
damente informado pelo juiz do que se tiver passado na Medida compulsória
sua ausência.
1. Se se tornar necessário para assegurar a realização
3. O juiz pode ouvir as pessoas separadamente ou em da audiência, o juiz emite mandados de detenção do
conjunto. menor e determina as diligências necessárias para a
realização da audiência no mais curto prazo, que não
Artigo 74.º
pode exceder doze horas.
Assistência
2. É correspondentemente aplicável o disposto na alí-
1. O juiz assegura que a prova seja produzida de forma nea b) do artigo 34º.
a não ferir a sensibilidade do menor ou de outros menores
Artigo 79º
envolvidos e que o decurso dos actos lhes seja acessível,
tendo em conta a sua idade e o seu grau de desenvolvi- Formalidades
mento intelectual e psicológico.
1. Aberta a audiência, o juiz expõe o objecto e a fina-
2. Para efeito do disposto no número anterior, o juiz lidade do acto, em linguagem simples e clara, de forma
pode determinar a assistência de médicos, de psicólogos, a ser compreendido pelo menor, tendo em atenção a sua
de outros especialistas ou de pessoa da confiança do idade e grau de desenvolvimento.
menor e determinar a utilização dos meios técnicos ou
processuais que lhe pareçam adequados. 2. De seguida, se não considerar que a medida pro-
posta pelo curador de menores é desproporcionada ou
Artigo 75.º
desadequada e não se tratar de medida tutelar de inter-
Organização e regime da audiência namento, o juiz:
1. A audiência é contínua, decorrendo sem interrupção ou a) Interroga o menor e pergunta-lhe se aceita a
adiamento até ao encerramento, salvo as suspensões neces- proposta;
sárias para alimentação e repouso dos participantes.
b) Ouve, sobre a proposta, os pais ou o represen-
2. Na organização da agenda e na programação das tante legal do menor, o defensor e, se estiver
sessões, são especialmente ponderadas a idade e a con- presente, o ofendido.
dição física e psicológica do menor.
3. Não sendo obtido consenso à proposta referida no
Artigo 76º
número anterior, o juiz pode continuar a procurar con-
Deveres de participação e de presença senso para outra medida que considere adequada, salvo
a medida tutelar de internamento, determinando a in-
1. É obrigatória a participação na audiência do curador tervenção dos serviços de reinserção social, suspendendo
de menores e do defensor. a audiência, por prazo não superior a 30 dias.
2. São convocados para a audiência:
4. Se for obtida a concordância de todos, o juiz homologa
a) O menor; a proposta do curador de menores, ou aplica a medida
proposta, nos termos do número anterior.
b) Os pais, representante legal ou quem tenha a
Artigo 80º
guarda de facto do menor;
Continuação da audiência
c) O ofendido;
1. Quando considerar desproporcional ou desadequada
d) Qualquer pessoa cuja participação seja necessária
a medida proposta pelo curador de menores, ou não existir
para assegurar as finalidades da audiência.
consenso sobre ela e, bem assim, se a proposta respeitar
3. Oficiosamente ou a requerimento, o juiz pode dis- a medida tutelar de internamento, o juiz determina a
pensar a comparência do menor ou de quaisquer outras prossecução da audiência e expõe as questões que con-
pessoas, ou ouvi-los separadamente, se o interesse do sidera relevantes para a solução do caso, precisando as
menor o justificar. que são controvertidas.
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14 I SÉRIE — NO 34 SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 27 DE NOVEMBRO DE 2006
2. De seguida, indica os meios de prova a produzir e declarações, podendo o curador de menores e o defensor
concede a palavra ao curador de menores e ao defensor requerer que sejam aditados os elementos que se mos-
para dizerem se têm provas complementares a oferecer, trarem necessários à boa decisão da causa.
deferindo as que considerar necessárias ao esclareci-
Artigo 85.º
mento do caso.
Alegações
3. Segue-se a produção de prova, decidindo o juiz, por
despacho, os incidentes que sobre ela se suscitarem. 1. Produzida a prova, o juiz concede a palavra ao cura-
Artigo 81º dor de menores e ao defensor para alegações, por trinta
minutos cada uma, prorrogável por mais quinze, se o
Regime das provas
justificar a complexidade da causa.
1. Para a formação da convicção do tribunal e a funda-
2. Oficiosamente ou a requerimento, o juiz pode ouvir
mentação da decisão, valem apenas as provas produzidas
o menor e os pais, o representante legal ou quem tiver a
ou examinadas em audiência.
sua guarda de facto, até ao encerramento da audiência.
2. Ressalvam-se do disposto no número anterior, as pro-
vas contidas em actos processuais, cuja leitura, em audiên- 3. Encerrada a audiência, o juiz recolhe para decidir,
cia, seja permitida nos termos dos artigos seguintes. podendo fazer-se acompanhar pelos técnicos do serviço de
reinserção social para serem auscultados, sobre a medida
Artigo 82.º tutelar a ser aplicada e sobre o modo da sua execução.
Leitura de autos
4. Em caso de complexidade, é designada data para
1. Sem prejuízo do disposto no número seguinte, é leitura da decisão, dentro de cinco dias.
permitida a leitura em audiência de autos de qualquer
Artigo 86.º
das fases do processo tutelar sócio-educativo que não con-
tenham declarações do menor, seus pais, representante Decisão
legal ou quem tenha a sua guarda de facto.
1. A decisão inicia-se por um relatório que contém:
2. A leitura de declarações anteriormente prestadas
pelo menor, pelos pais ou representante legal ou por quem a) A identificação do menor e dos pais, representante
tenha a sua guarda de facto é permitida: legal ou de quem tenha a sua guarda de facto
e do ofendido, quando o houver;
a) A pedido dos próprios ou, se não houver oposição,
independentemente da entidade perante a b) A indicação dos factos imputados ao menor, sua
qual tenham sido prestadas; qualificação e medida tutelar proposta, se a
houver.
b) Quando tenham sido prestadas perante a auto-
ridade judiciária. 2. Ao relatório segue-se a fundamentação que consiste
Artigo 83.º na enumeração dos factos provados e não provados, indi-
cação da sua qualificação e exposição, tão completa quan-
Declarações e inquirições
to concisa, das razões que justificam o arquivamento ou
1. O menor, os pais, o representante legal ou quem a aplicação de medida tutelar, com indicação das provas
tenha a sua guarda de facto são ouvidos pelo juiz. que serviram para formar a convicção do tribunal.
2. Se o interesse do menor não o desaconselhar e for 3. A decisão termina pela parte dispositiva que contém:
requerido, o juiz pode autorizar que o curador de menores
e o defensor inquiram directamente os pais, o represen- a) As disposições legais aplicáveis;
tante legal ou quem tenha a guarda de facto do menor.
b) A decisão de arquivamento ou de aplicação de
3. As testemunhas, os peritos e os consultores técnicos medida tutelar;
são inquiridos directamente pelo curador de menores e
pelo defensor. c) A designação das entidades, públicas ou privadas,
a quem é deferida a execução da medida tutelar
4. O curador de menores e o defensor podem sempre e o seu acompanhamento;
propor a formulação de perguntas adicionais.
d) O destino a dar a coisas ou objectos relacionados
Artigo 84º com os factos;
Documentação
e) A comunicação da decisão ao serviço de reinserção
1. As declarações prestadas em audiência são docu- social;
mentadas em acta quando o tribunal dispuser de meios
idóneos para assegurar a sua reprodução integral. f) A data e a assinatura do juiz.
2. Se o tribunal não dispuser dos meios referidos no 4. No caso de ser aplicada medida de internamento, o
número anterior, o juiz dita para a acta uma súmula das tribunal indica o regime de execução da medida.
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Artigo 87.º Artigo 91.º
4. A leitura da decisão equivale à sua notificação. 1. No exame preliminar, o relator verifica se deve man-
ter o efeito atribuído ao recurso e confirma-o ou altera-o,
Secção IV determinando, neste caso, as providências adequadas.
Recursos
2. O recurso interposto de decisão que aplique ou
Artigo 88.º mantenha medida cautelar é decidido no prazo máximo
de quinze dias.
Admissibilidade do recurso
Artigo 93º
1. Só é permitido recorrer de decisão que: Conferência e repetição da prova
c) Qualquer pessoa que tiver a defender direito 1. As entidades encarregadas de acompanhar e as-
afectado pela decisão. segurar a execução das medidas, informam o tribunal,
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nos termos e com a periodicidade estabelecida na lei, enumeração no n.º 1 do artigo 4.º, e, relativamente às
ou, sendo esta omissa, por este determinados, sobre modalidades de cada uma, pelo grau de limitação que,
a execução da medida aplicada e sobre a evolução do em concreto, impliquem na autonomia de decisão e de
processo educativo do menor, bem como sempre que se condução de vida do menor.
verifiquem circunstâncias susceptíveis de fundamentar
Artigo 99 º
a revisão das medidas.
Recursos
2. O menor, os pais, o representante legal ou quem
tenha a sua guarda de facto e o defensor têm acesso, 1. O menor, os pais, o representante legal ou quem
nos termos previstos na lei, às informações referidas no tenha a sua guarda de facto e o defensor podem interpor
número anterior, sempre que o solicitem e o tribunal recurso de qualquer decisão tomada durante a execução
autorize. de medida tutelar que imponha restrições superiores às
decorrentes da decisão judicial.
Artigo 97º
4. O grau de gravidade das medidas tutelares só- g) O menor, com mais de 16 anos, cometer infracção
cio-educativas afere-se pela ordem crescente da sua criminal.
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Artigo 102.º c) Substituir a medida por outra mais adequada,
Modalidades e periodicidade
igualmente não institucional, desde que tal não
da revisão das medidas tutelares sócio-educativas represente para o menor uma maior limitação
na sua autonomia de decisão e de condução da
1. A revisão tem lugar, oficiosamente, a requerimento sua vida;
do curador de menores, do menor, do defensor, dos pais,
do representante legal, ou de quem tenha a sua guarda d) Reduzir a duração da medida;
de facto ou mediante proposta dos serviços de reinserção
e) Pôr termo à medida, declarando-a extinta.
social.
2. Quando proceder à revisão das medidas não insti-
2. A revisão oficiosa pode ter lugar a todo o tempo,
tucionais, pelas razões indicadas nas alíneas e) e f) do
sendo obrigatória decorrido um ano após:
artigo 101º, o juiz pode:
a) O início da execução da medida;
a) Advertir solenemente o menor para a gravidade
b) A anterior revisão; da sua conduta e para as eventuais consequên-
cias daí decorrentes;
c) A aplicação de medida cuja execução não se tiver
iniciado, logo que for cumprido mandado de b) Modificar as condições da execução da medida;
condução do menor ao local que o tribunal tiver
c) Substituir a medida por outra mais adequada,
determinado.
igualmente não institucional, mesmo que tal
3. Para efeitos de se dar início ao processo de revisão, represente para o menor uma maior limitação
nos termos da alínea c) do número anterior, a entidade na sua autonomia de decisão e de condução da
encarregada de acompanhar e assegurar a execução da sua vida;
medida comunica, de imediato, ao tribunal competente
d) Ordenar o internamento em regime semiaberto,
a data do início da execução.
por período de um a quatro fins-de-semana.
4. A medida de internamento, em regime semiaberto e 3. A substituição da medida, nos termos previstos na
em regime fechado, é obrigatoriamente revista seis meses alínea c) do nº 1 e na alínea c) do nº 2, pode ser deter-
após o início da execução ou a anterior revisão. minada por tempo igual ou inferior ao que falte para o
5. A revisão, a requerimento, de medidas tutelares cumprimento da medida substituída.
sócio-educativas pode ter lugar a todo o tempo, salvo no Artigo 104º
caso da medida de internamento.
Efeitos da revisão da medida de internamento
6. A revisão, a requerimento, da medida de interna-
mento pode ter lugar três meses após o início da sua 1. Quando proceder à revisão da medida de interna-
execução ou após a última decisão de revisão. mento pelas razões indicadas nas alíneas a) a d) do artigo
101.º, o tribunal pode:
7. No caso de revisão a requerimento das pessoas refe-
ridas no n.º 1, o juiz deve ouvir o curador de menores, o a) Manter a medida aplicada;
menor e a entidade encarregada da execução da medida. b) Reduzir a duração da medida;
Nos restantes casos, ouve o menor, sempre que o entender
conveniente. c) Modificar o regime da execução, estabelecendo um
regime mais aberto;
8. No caso previsto no n.º 2 do artigo anterior, o juiz
ouve o curador de menores, o menor e os serviços de d) Substituir a medida de internamento por qual-
reinserção social. quer medida não institucional, por tempo igual
ou inferior ao que falte cumprir;
9. A decisão de revisão é notificada ao menor, ao de-
fensor, aos pais, ao representante legal ou a quem tenha e) Suspender a execução da medida, por tempo igual
a sua guarda de facto e às entidades encarregadas da ou inferior ao que falte para o seu cumprimen-
execução. to, sob condição de o menor não voltar a prati-
car qualquer facto qualificado como crime;
Artigo 103.º
Efeitos da revisão das medidas tutelares sócio-educativas f) Pôr termo à medida aplicada, declarando-a extinta.
não institucionais
2. Quando proceda à revisão da medida de internamen-
1. Quando proceder à revisão das medidas não insti- to em Centro Sócio-Educativo pelas razões indicadas nas
tucionais, pelas razões indicadas nas alíneas a) a d) do alíneas e) e f) do artigo 101.º, o juiz pode, sem prejuízo do
artigo 101º, o tribunal pode: disposto no número seguinte:
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sendo-lhe ministrados os cuidados e a assistência médi- d) Tomar conhecimento do Plano Educativo Pes-
ca, psicológica e social que forem aconselhados pela sua soal (PEP) e da evolução da situação de cada
idade, sexo e condições individuais. educando;
6. Conta-se, como tempo de internamento, o período e) Tomar conhecimento regular dos procedimentos
em que o menor ficar submetido a qualquer das medidas disciplinares em curso e das medidas disci-
provisórias referidas no número anterior. plinares aplicadas aos educandos e avaliar os
seus efeitos pedagógicos;
CAPÍTULO II
Os Centros são criados por Portaria do membro do Go- g) Exercer os demais poderes que, por lei, regula-
verno responsável pela área da Justiça, que nesse mesmo mento interno, delegação ou subdelegação, lhe
diploma designa uma Comissão destinada a acompanhar sejam conferidos.
a actividade dos mesmos.
Artigo 114º
Artigo 112º
Director
Composição e Funcionamento da Comissão
de Acompanhamento
1. O Centro é dirigido por um Director, a quem compete,
1. A Comissão de Acompanhamento, referida no artigo nomeadamente:
anterior, é composta por cinco membros, designados pelo
membro do governo responsável pela área da justiça, a) Coordenar, globalmente, todas as actividades
mediante proposta do serviço de reinserção social, dentre desenvolvidas no âmbito do Centro;
cidadãos de reconhecida idoneidade cívica.
b) Coordenar e orientar as actividades relacionadas
2. A Comissão de Acompanhamento reúne, ordina- com o apoio, acompanhamento e manutenção
riamente, uma vez por mês e, extraordinariamente, por dos educandos, mantendo com estes contacto
sua iniciativa ou mediante proposta de, pelo menos, directo;
dois membros da comissão, e, excepcionalmente, por
convocatória urgente do director do Centro, efectuada
c) Submeter à aprovação da Comissão de Acompa-
por qualquer meio.
nhamento e dar conhecimento ao serviço da
3. As reuniões são convocadas, por escrito, com um mí- reinserção social, dentro dos prazos que lhe
nimo de cinco dias de antecedência, devendo a convocató- forem fixados, do projecto de intervenção edu-
ria conter a agenda de trabalhos, sem prejuízo do disposto cativa e o regulamento interno do Centro;
quanto a convocatórias urgentes em que a reunião terá
lugar no mais curto espaço de tempo possível. d) Assegurar a execução do projecto de intervenção
educativa e o cumprimento do regulamento
4. Das actas das reuniões são lavrados extractos das interno do Centro, bem como das leis, regu-
decisões relativas a cada educando, para efeitos judiciais lamentos, decisões e orientações aplicáveis
ou outros. ao Centro;
Artigo 113º
e) Aprovar as informações, avaliações, relatórios e
Competências da Comissão de Acompanhamento perícias elaborados sobre os educandos,
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ou outras intervenções que requeiram anestesia ou mandado das autoridades judiciárias e deve ser acom-
geral, dando de, imediato, conhecimento do facto panhada da respectiva ordem ou mandado de condução
ao tribunal e aos pais, representante legal ou que, inequivocamente, determine a colocação do educando
pessoa que detenha a guarda do educando; no Centro, bem como a duração do internamento.
i) Exercer os demais poderes que, por lei, regula- 2. Compete ao serviço de reinserção social a entrega
mento, delegação ou subdelegação, lhe sejam do menor ao Centro, para execução da medida judiciária
conferidos. referida no número anterior.
2. O director é coadjuvado, no exercício das suas fun- 3. Sempre que se mostre necessário ao cumprimento
ções, por um técnico, que o substitui nas suas faltas e da ordem ou mandado referidos no número anterior o
impedimentos. serviço de reinserção social deve solicitar a colaboração
das entidades policiais para o efeito.
Artigo 115º
Artigo 119º
Educandos
Cessação do internamento
Para efeitos do presente diploma, consideram-se edu-
candos os menores colocados nos Centros Sócio-Educa- 1. O internamento cessa mediante mandado da auto-
tivos, em cumprimento de decisões judiciais. ridade judicial competente.
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e) Internamento hospitalar; Centro, não possam ficar na sua posse, será lavrado um
auto de entrega ao Centro com a descrição dos bens, da-
f) Recusa de tratamento clínico; tado e assinado pelo técnico que proceda à recepção do
educando e pelo responsável pela entrega ou condução
g) Tentativa de suicídio;
do educando ao Centro.
h) Greve de fome.
6. O original do auto deve constar do processo indivi-
3. A ausência, não autorizada, é comunicada ao tribu- dual, sendo entregue uma cópia ao educando.
nal e ao curador de menores, no prazo de 24 horas. Artigo 124º
Colaboração com as autoridades policiais 1. Na sua intervenção, o Centro deve incluir saídas
controladas regulares, da totalidade ou de grupos de
O Centro deve manter estreita colaboração com as enti- educandos, para prossecução de actividades formativas,
dades policiais, e, sempre que se verifiquem, no perímetro culturais ou recreativas.
interno ou externo do Centro, situações susceptíveis de
2. As saídas individuais são limitadas ao cumprimento
pôr em causa a ordem e a segurança do mesmo, o direc-
de obrigações judiciais, satisfação de necessidades de
tor ou, na sua ausência, qualquer outro funcionário do
saúde ou outros motivos igualmente ponderosos, sendo
Centro, deve dar conhecimento imediato às autoridades
sempre acompanhadas por funcionários do Centro e
policiais, solicitando a adopção de medidas adequadas
limitadas ao tempo mínimo indispensável e precedidas
ao caso.
de autorização escrita do director do Centro.
Artigo 122º
Artigo 125º
Execução da medida Intervenção hospitalar
1. O Centro deve proporcionar ao educando diferentes Em situação de doença que exija urgente intervenção
opções de actividades formativas, desportivas e de tempos terapêutica que não possa ser prestada no Centro sem
livres, fazendo intervir, sempre que possível, elementos agravar o estado clínico do educando, o director pode pro-
da comunidade na animação dessas actividades. ceder à sua evacuação para estabelecimento hospitalar
adequado, informando o tribunal e o curador de menores,
2. O Centro deve proporcionar ao educando apoio psi- em prazo não inferior a doze horas.
cológico e terapêutico individualizado, de forma a ajudá-
Artigo 126º
lo a ultrapassar as dificuldades pessoais e sociais que
apresenta, nomeadamente as que motivaram a aplicação Projecto de intervenção educativa
da medida de internamento.
1. A actividade de cada Centro concretiza-se no projecto
Artigo 123º de intervenção educativa.
Acolhimento 2. O projecto de intervenção educativa específica, sem-
pre que possível, a programação faseada da intervenção,
1. No momento do acolhimento do educando, deve ser- diferenciando os objectivos em cada fase e os respectivos
lhe proporcionado um ambiente de empatia e de ajuda, sistemas de reforços, positivos e negativos, dentro dos
que o auxiliem a compreender o sentido da decisão de limites fixados pelo presente diploma.
internamento e a aceitar as regras do Centro.
Artigo 127º
2. O acolhimento inclui a visita orientada ao Centro, a Regulamento interno
informação completa e esclarecedora dos seus direitos e
deveres, das regras de funcionamento quanto a horários 1. Com vista a garantir a convivência tranquila e orde-
e actividades, do regime disciplinar, bem como dos pro- nada dos educandos e a assegurar a realização do projecto
cedimentos para efectuar pedidos, apresentar queixas e de intervenção educativa é obrigatória a existência, em
interpor recursos. cada Centro, de um regulamento interno.
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As actividades que integram o projecto de intervenção 3. A entrega é acompanhada de uma relação de docu-
educativa dos Centros, são desenvolvidas e concretizadas mentos, bens e valores recebidos, a qual será assinada em
em planos trimestrais. duplicado, ficando um exemplar no processo individual
do educando.
Artigo 129º
Artigo 133º
Processo individual do educando
Dinheiro
1. As decisões judiciais e os documentos técnicos que 1. O dinheiro do educando é constituído por todas
integram o processo individual elaborado nos termos do as quantias, de proveniência conhecida e autorizada,
artigo 97º, são transferidos para o Centro durante o pe- susceptíveis de serem colocadas na sua titularidade,
ríodo em que o menor esteja a cumprir nele uma medida nomeadamente as resultantes de:
tutelar sócio-educativa de internamento.
a) Bolsas de formação;
2. O acesso ao processo individual no Centro é reser-
vado às pessoas autorizadas pelo director, podendo o b) Remunerações por trabalho;
juiz, nos casos em que esteja em causa a intimidade do
c) Prestações sociais;
educando ou de outras pessoas, restringir o direito de
acesso. d) Donativos de familiares ou outras pessoas idóneas.
3. O disposto no número anterior não é aplicável ao 2. O educando deve ser orientado de forma a adquirir
Ministério Público. hábitos de gestão do seu dinheiro, bem como a responsabi-
lizar-se pelo ressarcimento de danos, devendo manter um
Artigo 130º
fundo de reserva constituído por, pelo menos, um terço
Plano pessoal do educando de todas as quantias recebidas durante o internamento,
à excepção dos donativos de familiares ou de outras pes-
1. No prazo de trinta dias, após a colocação do menor, soas idóneas, quando outro destino for expressamente
o Centro deve elaborar, com o envolvimento efectivo determinado pelos doadores.
do educando, um Plano Educativo Pessoal (PEP) para
cumprimento da medida tutelar. 3. O Centro deve manter actualizada, no processo in-
dividual, uma conta corrente dos proventos e despesas
2. O PEP deve integrar as áreas em que o menor carece do educando e informar, sempre que este o solicite, o
de desenvolvimento, tendo em atenção a avaliação psico- montante do dinheiro de que é titular.
social que antecedeu a colocação, os objectivos a atingir e
Artigo 134º
as actividades de formação pessoal, escolar, profissional,
e de inserção sócio-familiar a desenvolver. Tabaco, álcool e drogas
3. O plano referido nos números anteriores é comuni- 1. É proibido introduzir, guardar ou consumir, no
cado ao tribunal, ao curador de menores e ao serviço de Centro, bebidas alcoólicas, drogas ou quaisquer outras
reinserção social. substâncias ou produtos de efeitos equiparáveis.
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3. Por razões de segurança, a saída de educandos de lo- Qualquer pessoa integrada na estrutura do Centro, tem
cais em que existam ferramentas, utensílios ou materiais o dever de obstar, por si mesma ou em colaboração com
cortantes ou perigosos, pode ser precedida de revista. outra e pelos meios lícitos que estiverem ao seu alcance,
ainda que se encontre fora do seu horário de trabalho,
Artigo 136º
a prática de infracção disciplinar dos educandos e o de
Apreensão de objectos, substâncias ou valores proibidos ou participar ao director infracção disciplinar por si directa-
ilegítimos mente constatada ou da qual tenha conhecimento.
1. Sempre que sejam detectados objectos ou subs- Artigo 141º
tâncias proibidos, o pessoal que procede à inspecção ou
Objectivo e tipicidade e das medidas disciplinares
revista faz a sua apreensão imediata.
1. As medidas disciplinares aplicáveis visam incutir
2. O disposto no número anterior aplica-se igualmente
no educando o respeito pelos valores que inspiram os
à detecção de valores ou de quantias, em dinheiro, na
deveres ou regras violadas e a sua motivação, para a não
posse de educandos, cuja origem seja desconhecida ou
repetição de tais condutas.
ilegítima.
3. A apreensão é registada em auto, com indicação do 2. São medidas disciplinares:
dia, hora e local, descrição pormenorizada dos objectos, a) Admoestação;
substâncias ou valores apreendidos, circunstancialismo
que envolveu a apreensão e assinatura do funcionário e b) Imposição de deveres ou condutas;
do educando ou pessoa a quem foram apreendidos.
Artigo 142º
Artigo 137º
Admoestação
Contenção física pessoal
A admoestação consiste numa censura firme, solene e
1. A contenção física pessoal do educando deve limitar- inequívoca que caracterize ou destaque a regra ou o dever
se, estritamente, à utilização da força física indispensável infringidos e as respectivas consequências.
e proporcional para imobilização e eventual remoção do
Artigo 143º
educando do local da ocorrência, quando, pela sua condu-
ta, esteja a pôr em risco a sua vida ou integridade física, Imposição de determinados deveres ou condutas
ou a vida e integridade física de outras pessoas.
1. A imposição de determinados deveres ou condutas
2. Após a imobilização ou remoção do educando, deve ao educando, pode consistir:
ter lugar uma intervenção pedagógica, no sentido de o
fazer reflectir sobre as causas que levaram à sua conten- a) Na obrigação de se desculpar, pessoalmente, pe-
ção física, relembrando-lhe os deveres a que está sujeito rante o ofendido ou a direcção da instituição,
e as consequências do seu incumprimento. conforme couber;
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Artigo 152º responsáveis pela política da educação, emprego e soli-
Recurso gracioso
dariedade social, estabelece anualmente o rol dos estabe-
lecimentos, empresas e associações, publicas e privadas,
1. O educando, os pais, o representante legal ou quem habilitadas e autorizadas a acolherem e orientarem os
tenha a sua guarda de facto e o defensor, podem recor- menores na realização de programas educativos ou de
rer da decisão que aplicou a medida disciplinar, para a formação profissional decretadas em processo tutelar
Comissão de Acompanhamento. sócio-educativo.
Competência e prazo do recurso gracioso 2. Em tudo quanto seja omisso o presente diploma,
aplicam-se, com as devidas adaptações, os princípios do
No prazo de oito dias úteis, a contar da data do seu
direito penal e processual penal e as normas em vigor
recebimento, o recurso é obrigatoriamente decidido pela
contidas nos respectivos Códigos.
Comissão de Acompanhamento.
Artigo 159º
Artigo 154º
1. A decisão sobre o recurso é notificada ao educando, As disposições de natureza processual do presente di-
aos pais, representante legal ou pessoa que detenha a ploma, não se aplicam aos processos tutelares iniciados
sua guarda de facto e ao defensor, no prazo de quarenta anteriormente à data do início da vigência do presente
e oito horas. diploma, quando, da sua aplicabilidade imediata, possa
resultar quebra de harmonia e unidade dos vários actos
2. A decisão que sobre o mesmo recair, é igualmente do processo.
dado a conhecer ao autor da decisão recorrida, ao tribunal
e ao curador de menores. Artigo 160º
Recurso contencioso
O presente diploma entra em vigor noventa dias após
Da decisão graciosa, cabe recurso para o tribunal que a sua publicação.
decretou a medida de internamento tutelar, no prazo de
cinco dias, pelo educando, seu defensor, pais ou repre- Visto e aprovado em Conselho de Ministros.
sentante legal.
José Maria Pereira Neves - José Manuel Gomes Andrade
TÍTULO V
Promulgado em 27 de Novembro de 2006
DISPOSIÇÕES DIVERSAS, TRANSITÓRIAS
E FINAIS Publique-se.
Artigo 156º
O Presidente da República, PEDRO VERONA RODRIGUES
Estabelecimentos para seguimento de programas de forma- PIRES
ção de menores
Referendado em 27 de Novembro de 2006
Portaria do membro do governo responsável pela
área da Justiça, ouvidos os departamentos ministeriais O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves
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TABELA IV – VENDA DE BOLETIM AVULSO
Preço avulso por cada página é de 15$00 (quinze escudos)
B O L E T I M OFICIAL
Registo legal, nº 2/2001, de 21 de Dezembro de 2001 Av. Amílcar Cabral/Calçada Diogo Gomes,cidade da Praia, República Cabo Verde.
C.P. 113 • Tel. (238) 612145, 4150 • Fax 61 42 09
AVISO Email: incv@gov1.gov.cv
Site: www.incv.gov.cv
Por ordem superior e para constar, comunica-se que não serão aceites ASSINATURAS
quaisquer originais destinados ao Boletim Oficial desde que não tragam
aposta a competente ordem de publicação, assinada e autenticada com Para o país: Para países estrangeiros:
selo branco.
Sendo possível, a Administração da Imprensa Nacional agradece o Ano Semestre Ano Semestre
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da Praia, demais concelhos e estrangeiro são, respectivamente, 10, 30 e III Série ................... 4.731$00 3.154$00 III Série .................... 6.309$00 4.731$00
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Toda a correspondência quer oficial, quer relativa a anúncios e à de ser tomada a assinatura, são considerados venda avulsa.
assinatura do Boletim Oficial deve ser enviada à Administração da
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acrescentado de 50%.