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Madeira

Características e propriedades para uso


na construção civil
Introdução
 Excelente material para a construção civil devido ao seu múltiplo
aproveitamento;

 Utilização desde os primóridos

 Madeira reúne 3 características importantes nos aspectos:


 Técnico;
 Econômico;
 Estético.

*Poucos materiais possui todas essas caracteríticas reunidas;


Conceito
Madeira é um material:

 ORGÂNICO - formado basicamente por carbono (C);


 HETEROGÊNEO - devido sua grande variação existente tanto em tipos
como em componentes básico e na distribuição destes componentes;
 POROSO – disposição dos componentes formam poros;
 HIGROSCÓPICO – absorção de água pelos poros;
 ANISOTRÓPICO – se comporta em diferentes eixos de orientação;

Obs: Importante no processamento e no uso.


- Seca mais rápido – sentido do comprimento – permeabilidade mais alta;
- Contrai no sentido transversal;
Desvantagens
 Em pleno crescimento apesar dos preconceitos inerentes à este
material:
 Insuficiência da divulgação das informações tecnológicas já disponíveis acerca
do seu comportamento;
 Falta de projetos específicos;

 Problemas mais comuns:


 Mão de obra não qualificada;
 Existência de inúmeras marcenarias – uso de equipamentos ultrapassados;
 Associação do uso de madeira à devastação de florestas;
 Desconhecimento da silvicultura.
Vantagens
 Baixo consumo de energia
 Extração, desdobro de árvores com baio consumo de energia;
 Baixo impacto ambiental – DESDE que sejam realizadas as respectivas
reposições;

 Comparativo com outros materiais estruturais


 Concreto e aço - Processo altamente poluidores e matéria prima jamais é
reposta;
 Madeira – renovação se processa nas mesmas condições climáticas.
Vantagens
 Desempenho superior em condições de inflamabilidade
 Alto desempenho em relação aos demais materiais;
 Carbonatação superficial se transforma numa espécie de isolante térmico;
 Mau condutor de calor – temperatura interna cresce lentamente;
 Não há o comprometimento da região central da peça.
Algumas Características
 Apresenta bons resultados em resistência
mecânica:
 Tração – em esforços de flexão;
 Compressão;
*Por isso utilizado como vigas e vergas;

 A resistência mecânica, em alguns casos,


maior que a do concreto;
 Vantagem: peso próprio reduzido;
 Resiste bem à choques e esforços dinâmicos;
Algumas Características
 Facilidade de manuseio
 Ferramentas mais simples e mais acessíveis;

 Padrões estéticos
 Em estado natural boas características estéticas e
decorativas;
 Desenvolvimento de novos móveis e utensilios.
Beneficiamento e uso
 Reconhecimento
 Alcançado devido aos três aspectos apresentados
anteriormente (técnico, estético e econômico);
 Fonte inesgotável – áreas renovadas.

 Beneficiamento para o uso


 Secagem artificial controlada – umidade;
 Tratamento de preservação – classe de agressividade;
 Processos de transformação (laminações, contraplacados
e aglomerados).

*Esses processos de beneficamento permitem o uso mais eficaz da madeira como material de construção
civil
Utilização
 A madeira pode ser utilizada como:

 53% Combustível – Alto poder calorífico;

 37% Material de construção civil – Segundo


material mais utilizado, depois do aço;

 10% Em outros usos industriais (papel, rayon,


álcoois, resinas e plásticos)
IN NATURA Aplicações

Peças
Roliça

Serrada

estruturais
INDUSTRIALIZAÇÃO

Fibras Aparas Lâminas


Reconstituída Aglomerado Compensado

Celulose / Lignina
Origem e Produção
A madeira é proveniente do lenho dos vegetais
superiores: árvores e arbustos lenhosos.

 Classificação - Botânica
 Endógenas – germinação interna.
 Crescimento do caule de dentro para fora;
 Lenho é mais antigo e endurecido.
 Exemplos: bambu, palmeiras.

 Exógenas – germinação externa.


 Desenvolvimento transversal;
 Fora para dentro – anéis de crescimento;
 Exemplos: Angiospermas e as gimnospermas.
Origem e Produção
 Angiospermas
 Dicotiledôneas – hardwood;
 Madeira de lei – Período colonial – abate controlado
pela Coroa Portuguesa;
 Mais utilizadas na construção civil;

 Gimnosperma
 Nunca tem frutos – coníferas;
 Softwood – árvores com folhas agulhares;
 400 espécies industrializavéis.
Fisiologia
Fisiologia
Fisiologia
 Casca
 Tem ação de proteger o lenho;
 Veículo – seiva elaborada – troncos para as folhas
 Parte mais externa – cortiça;
 Parte interna – Líber ou floema;

 Câmbio
 Fina e quase invisível camada de tecidos vivos;
 Vitais para o crescimento de uma árvore;
 Anéis de crescimento.
Fisiologia
 Lenho
 Núcleo de sustentação e resistência da árvore;
 Seção útil do tronco para a obtenção de peças estruturais;
 Alburno – parte branca sem muito uso – ajuda na
impregnação de antideteriorantes – preservação;
 Cerne – cor mais escura –formada por células mortas e
esclerosadas.

 Medula
 Miolo central da seção transversal;
 Tecido mole, esponjoso e algumas vezes apodrecido;
 Sem resistência mecânica nem durabilidade.
Fisiologia

 Raios Medulares
 Desenvolvimentos transversais de células;
 Função de transporte de nutrientes;
 Seções radiais – efeito espelhado;
 Efeito estético e espelhado.
Composição Química
 60% de homocelulose e 25% de lignina;
 15% de outros produtos – modificados;
 Celulose – dissolvidas em soda caústica;
 Lignina – resina natural que aglomera as células em
conjuntos.
Produção das
madeiras
Produção
 Inicia-se pelo corte das árvores;
 Desenvolvimento pela:
 Toragem;
 Falquejamento;
 Desdobro;
 Aparelhamento das peças.
Corte
 Realizado em epócas especificas do ano;
 Popular em meses que não tenham a letra “R” no seu
nome – inverno;
 Não influi na resistência;
 Mas determina a durabilidade;
 Menos seiva elaborada:
 Secagem sem fendilhamento;
 Menos atrativas à fungos e insetos.
Toragem
 Árvore é desgalhada;
 Traçada em toras de 5 e 6 metros;
 Facilidade de transporte;
 Descascadas e descortiçadas;
 Falquejamento – quando são retirados 4 costaneiras,
ficando seção retangular grosseira;
Desdobro
 Operação final na produção de peças;
 Realizados em serrarias;
 Obtenção de pranchões, pranchas;
 Espessura de 7,0 cm e largura > 20,0cm;
 Desdobro normal – paralelo aos anéis;
 Desdobro radial – normal aos anéis;
 Produz madeira de melhor qualidade;
 Menores contrações de largura na secagem;
 Superfície homogênea e resistência mais uniforme.
Madeira Serrada
Nomenclatura das peças de Madeira Serrada

Nome da peça Espessura em cm Largura em cm

Pranchões > 7,0 > 20,0

Prancha 4,0 à 7,0 > 20,0

Viga 4,0 11,0 à 20,0

Vigota 4,0 à 8,0 8,0 à 11,0

Caibro 4,0 à 8,0 5,0 à 8,0

Tábua 1,0 à 4,0 > 10,0

Sarrafo 2,0 à 4,0 2,0 à 10,0

Ripa < 2,0 < 10,0


Propriedades Físicas
da Madeira
Fatores de alteração
 Fatores Naturais
 Espécie botânica
 Estrutura anatômica e a constituição do material lenhoso
 São aspectos que determinam na resistência;
 Devem ser avaliados para sua qualificação;

 Massa específica do material


 Índice de concentração de material existente e resistente no
tecido lenhoso;

 Localização da peça no lenho


 Resultados de ensaios variam de acordo com o local de onde se é
retirado a amostra (cerne, alburno, medula etc);
Fatores de alteração
 Fatores Naturais
 Presença de defeitos
 Nós, fendas, fibras torcidas;
 Anomalias no comportamento físico-mecânico da peça;

 Umidade
 Impregnação determina profundas alterações nas
propriedades do material;
 Máxima resistência – seco;
 Mínima resistência – saturado.
Propriedades Físicas
 Umidade;
 Retrabilidade;
 Densidade;
 Condutibilidade Térmica;
 Condutibilidade Elétrica;
 Condutibilidade Sonora;
 Resistência ao fogo.
Umidade
 Após a extração de uma árvore, sua seiva permanece no material
em três estados:

 Água de constituição – impossível de ser retirada;


 Água de impregnação – entre as fibras e células lenhosas – saída cusa retração;
 Água Livre – presente nos vasos capilares – saída não causa retração.

Nomenclatura Umidade
Madeira verde U > 30%
Madeira semi-seca U > 23%
Madeira comercialmente seca 18% < U < 23%
Madeira seca ao ar 13% < U < 18%
Madeira dessecada 0% < U < 13%
Madeira seca U = 0%
Umidade
 Determinação em Laboratório

Onde:

U (%) – Teor de água evaporada pela secagem, em porcentagem, da


massa de madeira seca em estufa;

Mi – Massa inicial de madeira em g;

Ms – Massa da madeira seca (103 + 2º C) em g;


Classes de Umidade – NBR
7190
Retrabilidade
 Capacidade de sofrer alterações de volume e dimensões;

 Teor umidade varia entre o saturado ao ar e ao seco em estufa;

 Inchamento, contração ou “trabalho das madeiras” – absorção de água


pelas paredes celulósicas do tecido lenhoso;

 Verificado em três dimensões – tangencial, radial e axial


(Anisotrópicas).

 Precauções para evitar a retrabilidade:


 Empregar peças de madeira com teores de umidade compatíveis com o meio
ambiente;
 Emprego de desdobro adequado;
 Impregnação com óleos e resinas impermeabilizantes.
Densidade
 Massa específica convencional da madeira,
obtida pelo quociente da massa seca pelo
volume saturado.
Densidade
 Pode ser entendida como índice de compacidade
das fibras de madeira;

 Indica maior ou menor quantidade de fibras por


unidade de volume aparente;

 Varia com a umidade e posição do lenho;

 Depende da espécie e o teor de umidade


Densidade
 Classificação IPT – Madeiras Nativas

 Madeiras leves – até 500 kg/m³;


 Madeiras médias – 501 até 700 kg/m³;
 Madeiras pesadas – maior 700 kg/m³.
Condutibilidade Elétrica
 Excelente material isolante elétrico – elevada
resistividade – quando úmido é condutora pois
contêm alguns sais;

 Característica melhorada com impregnação de


resinas;

 Condutibilidade na direção das fibras;


Condutibilidade Térmica
 Mau condutor térmico – devido sua estrutura celular
que aprisiona nemerosas massas de ar e é
composta por celulose;

 São excelentes barreiras térmicas, o que garante


bom isolamento em residencias de países frios.
Condutibilidade Sonora
 São excelentes barreiras acústicas, pois os
revestimentos de madeira promove um
enfraquecimento acústico da ordem de 5 dB;

 Tais características podem ser potencializadas com


o tratamento da superfície – venizes, pinturas, papel
de parede entre outros.
Propriedades
Mecânicas da Madeira
Resistência
 Capacidade da madeira em suportar tensões;

 Caracterizadas pelos fenômenos de ruptura e de


deformações excessivas;

 O teor de umidade tem fator preponderante na qualidade da


resistência da madeira;

 Massa específica também influi diretamente na capacidade


de resistência à compressão, sendo maior a massa maior a
resistência.
Rigidez
 Medida pelo valro médio do módulo de elasticidade,
determinado na fase de comportamento elástico;

 As madeiras muito rígidas rompem sem grandes


deformações o que pode ocasionar acidentes
graves;

 As madeiras flexíveis não podem ser utilizadas


como estruturais devido a sua deformação
exagerada.
Ensaios – NBR 7190:97

 Resistência à compressão paralela as fibras;


 Resistência à tração paralela as fibras;
 Resistência à compressão normal as fibras;
 Resistência à tração normal as fibras;
 Resistência ao cisalhamento paralelo as fibras;
 Resistência de embutimento paralelo as fibras;
 Resistência de embutimento normal as fibras;
 Densidade básica;
Ensaios – NBR 7190:97
Ensaios – NBR 7190:97

Ensaio de compressão
Paralelo às fibras

Ensaio de compressão
Normal às fibras
Classes de resistências – NBR 7190:97
Classes de resistências – NBR 7190:97
Aplicações
 In natura
 Serrada;
 Roliça.

 Industrializada
 Chapas de compensado;
 Pisos – Assoalhos;
 Laminada colada;
Aplicações
 Utilizada em todas as etapas da obra;

 Início:
 Estacas – topografia;
 Locação da obra – gabaritos;

 Estrutura
 Fôrmas de fundação;
 Fôrmas de vigas, pilares e lajes;
 Escoramentos;
*Normalmente utiliza-se madeiras no estado bruto (tábuas,
vigas, caibros, ripas) e madeiras transformadas (chapas
compensadas – acabamento).
Aplicações
 Esquadrias
 Portas;
 Janelas;
 Batentes.

 Elementos de acabamento
 Pisos internos – Tacos;
 Escadas;
 Revestimentos – assoalhos de madeira.
Aplicações
 Elementos Estruturais
 Pontes;
 Casas pré-fabricadas;
 Estacas;
 Mourões;
 Postes;
 Ensecadeiras;
 Entre outros.
Aplicações
 Madeira Serrada
 Obtido do desdobro de toras;
 Comprimento total de acordo com as toras.

 Madeira Laminada colada


 Sobreposição de madeiras serradas;
 Espessura de 20mm – comprimentos acima de 40m;
 Unidas por adesivo – colas.
Aplicações
 Madeira Compensada
 Laminas delgadas de madeiras sobrepostas;
 Chapas de 7 camadas – fibras orientadas 90º;
 Obtenção – torneamento de tronco com dimensão padrão.

 Madeira recomposta
 Originada de pequenas partículas de madeira moldadas em chapas.;
 Chapas de madeira aglomerada – particulas <1,0 cm;
 Chapas de madeira MDF (Medium density fiber);
 Chapas de madeira HDF (High density fiber);
 OSB (oriented strand board) – Melhor desempenho estrutural e maior
durabilidade.
Aplicações
 Demais utilizações
 Obras portuárias;
 Decks de piscinas;
 Painéis divisórios;

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