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ENERGIA

Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa:

Energia. [Do gr. energéia, pelo lat. energia].


1. Maneira como se exerce uma força.

2. Força moral; firmeza.

3. Vigor, força.

4. Filos. Segundo Aristóteles, o exercício mesmo da


atividade, em oposição à potência da atividade e, pois, à
forma; energéia.
5. Fís. Propriedade de um sistema que lhe permite realizar

trabalho. [A energia pode ter várias formas (calorífica,


cinética, elétrica, eletromagnética, mecânica, potencial,
química, radiante), transformáveis umas nas outras, e cada
uma capaz de provocar fenômenos bem determinados e
característicos nos sistemas físicos. Em todas as
transformações de energia há completa conservação dela,
i. e., a energia não pode ser criada, mas apenas
transformada (primeiro princípio da termodinâmica). A
massa de um corpo pode-se transformar em energia, e a
energia sob forma radiante pode transformar-se em um
corpúsculo com massa].
ENERGIA
Medida da capacidade de realizar trabalho.

Unidades de energia: J, cal, eV

Energia cinética  movimento Ec = ½ m v2

Energia potencial  posição Ep = m g h

Energia térmica  calor Q = m Cp DT

Energia elétrica
F
ENERGIA
Medida da capacidade de realizar trabalho.

Unidades de energia: J, cal, eV

Energia cinética  movimento Ec = ½ m v2

Energia potencial  posição Ep = m g h

Energia térmica  calor Q = m Cp DT

Energia elétrica
h
ENERGIA
Medida da capacidade de realizar trabalho.

Unidades de energia: J, cal, eV

Energia cinética  movimento Ec = ½ m v2

Energia potencial  posição Ep = m g h

Energia térmica  calor Q = m Cp DT

Energia elétrica
ENERGIA

Energia eletromagnética  energia transferida pelo


espaço, mesmo no vácuo. Gerada pelo movimento de
partículas carregadas (ondas de rádio, ondas de luz e
raios-X)

LUZ
CALOR
ENERGIA
Medida da capacidade de realizar trabalho.

Unidades de energia: J, cal, eV

Energia cinética  movimento Ec = ½ m v2

Energia potencial  posição Ep = m g h

Energia térmica  calor Q = m Cp DT

Energia elétrica
Termodinâmica

Estudo da energia e suas transformações

Relação entre calor, trabalho e conteúdo energético

Conceitos básicos ...


Sistema e vizinhanças

Sistema: é a parte do universo na qual estamos interessados.

Vizinhança: é o restante do universo.


Sistema
Aberto: fronteira permeável a passagem de matéria
Fechado: não há passagem de matéria, mas pode haver
passagem de energia
Isolado: não há contato mecânico nem térmico com as
vizinhanças
Trabalho, calor e energia
Trabalho: há trabalho quando um corpo é deslocado contra uma
força que se opõe ao deslocamento.
Ex: expansão de um gás que empurra um pistão
Trabalho, calor e energia
Energia: capacidade de efetuar trabalho
Quando há alteração de temperatura  energia transiente na
forma de calor, Q

FRONTEIRA DIATÉRMICA  permeável à passagem de calor

FRONTEIRA ADIABÁTICA  não permite transferência de


energia na forma de calor

PROCESSO EXOTÉRMICO  libera energia na forma de calor.


Ex: combustão

PROCESSO ENDOTÉRMICO  processos que absorvem calor.


Ex: vaporização da água
T2 T1 T2 T1

Q Q
T1 > T 2  T 1 = T2 T1 > T 2  T 1 > T2
no equilíbrio
T1 e T2 cte  exotérmico
T1 e T2 cte  endotérmico
A distinção entre W e Q se faz nas vizinhanças:

W  transferência de energia que se aproveita do movimento


organizado dos átomos (ou moléculas) das vizinhanças

Q  se identifica como a transferência de energia que se aproveita


do movimento térmico das partículas das vizinhanças do sistema

Sistema Sistema
Vizinhanças Vizinhanças

Trabalho
A experiência de Joule
1840-1878 J. P. Joule realizou experiências sobre a natureza do
calor e do trabalho  relação qualitativa entre eles.

Adicionava-se energia, na forma


de W, à água contida num
recipiente fechado

A energia era extraída na forma


de Q
Energia interna
É razoavel admitir que a energia está contida, de alguma forma
dentro das substâncias  energia interna, U

ENERGIA INTERNA  é a soma de toda a energia cinética e


potencial das moléculas que compõem o sistema.

Movimento: energia cinética de translação, rotação e


vibração.
Energia interna
É razoavel admitir que a energia está contida, de alguma forma
dentro das substâncias  energia interna, U

ENERGIA INTERNA  é a soma de toda a energia cinética e


potencial das moléculas que compõem o sistema.

Movimento: energia cinética de translação, rotação e


vibração.

Adição de Q ou W   U (  atividade molecular)

Interações moleculares: energia potencial. Ex: energia de


ligação
A variação de energia interna quando o sistema passa do estado
inicial 1, com energia interna U1, para o estado final 2, com energia
interna U2 é dada por:

DU = U2 – U1

Quando U2 > U1  DU > 0

O sistema ganha energia de suas vizinhanças

Quando U2 < U1  DU < 0

O sistema cede energia para as vizinhanças


Qualquer sistema pode trocar energia com a sua vizinhança na
forma de Q ou de W. Porém, U de um sistema modifica em
magnitude quando Q é adicionado ou removido do sistema, ou
quando W é realizado no sistema ou por ele.

Sendo assim, quando um sistema sofre qualquer mudança química


ou física a variação obtida em sua energia interna DU é dada pelo
calor adicionado ou liberado pelo sistema, Q, mais o trabalho
realizado pelo ou no sistema, W.

DU = Q + W dU = dQ + Dw

A ENERGIA INTERNA DE UM SISTEMA ISOLADO É CONSTANTE

A T cte DU = 0
A primeira lei da termodinâmica
“Em todo processe natural, a energia se conserva”

A 1a Lei da Termodinâmica aplica-se ao sistema e suas vizinhanças


em conjunto, de tal forma que:

D(energia do sistema) + D(energia das vizinhanças) = 0

Isso quer dizer que:

1. A energia é armazenada apenas na forma de U

2. Em um sistema fechado, toda energia que passa através das


fronteiras entre o sistema e as vizinhanças é transferida como Q
e/ou W.
Convenção de sinais:

Q > 0  calor transferido das vizinhanças para o sistema


Q < 0  calor transferido do sistema para as vizinhanças

W > 0  trabalho é realizado pelas vizinhanças no sistema


W < 0  trabalho é realizado pelo sistema nas vizinhanças

U é uma função de estado propriedade do sistema determinada pela


especificação de seu estado em termos de variáveis como T, P, V.
Uma vez que U é uma função de estado, DU depende
exclusivamente dos estados inicial e final do sistema, e não de como
a mudança ocorre.
Algumas grandezas termodinâmicas,
como DU, são funções de estado.
Outras, como Q e W, não são.

Q e W dependem do processo e
NÃO podem ser representadas como
pontos em um gráfico, mas sim pela
área sob uma curva (integração).
Cálculo do trabalho de expansão de um gás:

Muitas reações químicas se passam com a produção ou consumo


de gases e as características termodinâmicas da reação dependem
do trabalho que ela pode efetuar.
O trabalho realizado quando o sistema se expande de dV contra
uma pressão externa, Pex, é:

V2
dW = -  Pex dV
V1

Para se ter o trabalho realizado quando o volume passa de V1 para


V2 integramos esta expressão entre V1 e V2.

Se V2 > V1  trabalho de expansão

Se V2 < V1  trabalho de compressão


Expansão livre  expansão contra uma força nula.

ocorre quando Pex = 0

Portanto, para cada etapa de expansão dW = 0 e W = 0

Não há trabalho quando o sistema se expande livremente.

Ex: expansão no vácuo

Expansão contra uma pressão constante


V2

W = - Pex  dV W = - Pex (V2 – V1) W = - Pex DV


V1
Expansão reversível

Uma transformação reversível termodinamicamente é aquela que


pode ser invertida pela modificação infinitesimal de uma variável.

Um sistema está em equilíbrio com suas vizinhanças se uma


variação infinitesimal nas condições do sistema provoca uma
modificação infinitesimal do sistema e a mesma variação no sentido
oposto provoca uma modificação infinitesimal no sentido oposto.

Ex: Equilíbrio térmico de dois sistemas à mesma temperatura


(equilíbrio dinâmico)
Por outro lado, quando o sistema não está em equilíbrio mecânico
com as suas vizinhanças, a expansão é termodinamicamente
irreversível.

Para se calcular uma expansão reversível faz-se Pex = P em cada


etapa da expansão:

dW = - Pex dV = - P dV

V2

Wrev = -  P dV
V1

A integral pode ser calculada se soubermos como a pressão do gás


varia em função do volume.
1. Expansão isotérmica reversível de um gás ideal:
V2

P=nRT Wrev = -  P dV
V1
V

Diagrama P vs. V
Observa-se no gráfico que o trabalho obtido na expansão reversível
é maior (a área é maior).

Portanto, o trabalho máximo que se pode obter de um sistema que


opera entre os estados inicial e final bem determinados é o trabalho
obtido no processo reversível

OBS: Na realidade, não é possível efetuar uma transformação


reversível, seria necessário um intervalo de tempo infinito, se o
aumento de volume fosse verdadeiramente infinitesimal.

Os processos reversíveis não são, portanto, processos reais, mas


processos ideais
Os processos reais são sempre IRREVERSÍVEIS, ou seja, se
qualquer sistema mantido a T cte for submetido a uma
transformação cíclica por processos irreversíveis (reais) uma certa
quantidade de trabalho será destruída nas vizinhanças.

Ex: Calcular o trabalho efetuado quando 50 g de Fe reagem com


HCl

a) Num vaso fechado de volume fixo

b) Num béquer aberto, a 25 oC

Exercício: Calcule o trabalho de expansão que é feito durante a


eletrólise de 50 g de água, a P cte e 25 oC.
2. Processos a volume constante

Em geral: dU = dQ + dWexpansão + dWextra

Sistema a V cte  dWexpansão = 0

Se o sistema for incapaz de efetuar qualquer outro tipo de trabalho,


então dWextra = 0.

Daí dU = dQV ou DU = QV

Considera-se então que medindo QV cedido ou recebido por um


sistema a V cte, estamos de fato medindo a variação de energia
interna da mudança ocorrida.
Num processo a volume constante, a capacidade calorífica CV
relaciona a variação da energia interna à variação de temperatura,
expressa pela equação:

dU = CV dT (a V cte)

A capacidade calorífica de uma substância é a quantidade de calor


necessária para aumentar sua temperatura em 1,0 K (ou 1 oC).

Para 1,0 mol de susbtância  capacidade calorífica molar J K-1 mol-1

Para 1,0 g de substância  capacidade calorífica específica (calor


específico) J K-1 g-1

Se CV for independente de T  DU = QV = CV DT
A razão entre o calor fornecido e a elevação da temperatura fornece
a capacidade calorífica da amostra
QV
CV =
DT

Se CV  para uma certa quantidade de calor, DT 

Se CV for infinita não há elevação de T, qualquer que seja Q

Ex: Numa transformação de fase CV é 


3. Processos a pressão constante

Quando o volume não é constante, DU NÃO é igual ao calor


recebido pelo sistema  parte da energia fornecida como calor
retorna às vizinhanças como Wexpansão

Neste caso, o calor fornecido a P cte é igual à variação de entalpia

QP = DH

A função termodinâmica chamada entalpia responde pelo fluxo de


calor nas mudanças químicas que ocorrem a P cte quando nenhuma
forma de trabalho é realizada a não ser o de expansão

H = U + PV
Assim como U, P e V, a entalpia H é uma função de estado

A capacidade calorífica a P cte relaciona a variação de entalpia à


variação de temperatura

QP = DH = CP DT

QP
Ou ainda CP =
DT

* Relação entre CV e CP

Para um gás ideal: CP - CV = n R


DSC – calorimetria diferencial de varredura

Ver Atkins 7a edição pags 48 e 49


DSC

79,61 ºC

102,56 ºC
Endo 

96,57 ºC
Argila
78,16 ºC Quitosana
PAni
85,41 ºC PAni-Quitosana
PAni-Argila
Pani-Quitosana-Argila
100 200

Temperatura (ºC)
Entalpia
Quando DH > 0, o sistema ganha calor das vizinhanças.

Quando DH < 0, o sistema libera calor para as vizinhanças.


4. Expansão adiabática (Q = 0)

O trabalho numa transformação adiabática:

DU de um gás ideal quando a temperatura passa de T1 para T2 e o


volume de V1 para V2 pode ser expressa como a soma das
variações em duas etapas:

a) Variação de V a T cte (no valor inicial)  DU = 0 (apenas


variação da Ec das moléculas)

b) Variação de T a V cte  DU = CV DT

Como a expansão é adiabática:

DU = Q + W  DU = Wadiabático

Wadiabático = CV DT
Exercícios:
Exercício 1. Uma reação química ocorre num vaso de seção reta uniforme, de
100 cm2, provido de um pistão. Em virtude da reação, o pistão se desloca 10
cm contra a pressão externa de 1,0 atm. Calcule o trabalho efetuado pelo
sistema.

Exercício 2. Um gás, expandindo-se de 10 para 16 L, contra uma pressão


constante de 1,0 atm, absorve uma quantidade de calor igual a 30 cal. Qual a
variação na energia interna do gás?
1,0 cal = 4,18 J (kg m2 s-2)
1,0 atm = 101325 Pa (kg m-1 s-2)

Exercício 3. Uma amostra de 1,0 mol de Ar é expandida isotermicamente a


0oC. De 22,4 para 44,8 L (a) reversivelmente, (b) contra uma pressão externa
constante igual a pressão final do gás e (c) livremente (contra uma pressão
externa igual a zero). Calcular Q, W e DU para os três processos.

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