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Mancais

De modo geral, os mancais fazem parte dos elementos de


apoio, que consistem de acessórios auxiliares para o
funcionamento de máquinas
Mancais
Os mancais têm a função de servir de suporte a eixos, de
modo a reduzir o atrito e amortecer choques ou
vibrações
Os mancais de rolamentos são constituídos de
elementos rolantes como: esferas, rolos e agulhas.
Ponto de lubrificação Rolamento Monobloco

São adequados quando


houver necessidade de
mancal com maior
velocidade e menos
atrito.
Mancais
• Os mancais de deslizamento são constituídos de uma
bucha fixada num suporte.
• São usados em máquinas pesadas ou em
equipamentos de baixa rotação
Mancais

Radial Axial Misto


Os mancais radiais não suportam cargas axiais e impedem o
deslocamento no sentido transversal ao eixo.
Os mancais axiais não podem ser submetidos a cargas radiais e
impedem o deslocamento no sentido axial
Os mancais mistos suportam tanto carga radial como axial e
impedem o deslocamento tanto no sentido transversal quanto
axial.
Mancais de Rolamentos X Mancais de Deslizamentos

• vantagens: menor atrito e aquecimento, pouca


lubrificação, condições de intercâmbio internacional,
não desgasta o eixo, evita grande folga no decorrer do
uso.

• desvantagens: muita sensibilidade a choques, maior


custo de fabricação, pouca tolerância para carcaça e
alojamento do eixo, não suportam cargas muito
elevadas, ocupam maior espaço radial
Rolamentos
Rolamentos
O anel externo é fixado no mancal,
enquanto que o anel interno é
fixado diretamente ao eixo

Para cada diâmetro são definidas


três séries de rolamentos: leve,
média leve, média e pesada

• Séries leves - cargas pequenas;


•Séries médias ou pesada – cargas maiores;
• Os valores do diâmetro (D) e da largura (L) aumentam
progressivamente em função dos aumentos das cargas.
Rolamentos

Radial Axial Misto

Quanto ao tipo de carga:


• Radias – suportam cargas radiais e leves cargas
axiais.
• Axiais – não podem ser submetidos a cargas radiais.
• Mistos – suportam tanto carga radial quanto axial.
Rolamentos
Quanto aos elementos rolantes:

a)De esferas – os corpos rolantes são


esferas. Apropriados para rotações mais
elevadas

b)De agulhas – Os corpos rolantes são


cilindros de pequeno diâmetro e grande
comprimento. São recomendados para
mecanismos oscilantes, onde a carga
não é constante e o espaço radial é
limitado.
Rolamentos

De rolos De rolos De rolos


cilíndricos cônicos toroidais

c)De rolos – os corpos rolantes são formados de cilindros,


rolos cônicos e rolos toroidais. Esses rolamentos suportam
cargas maiores e devem ser usados em velocidades
menores.
Rolamentos
Conforme a solicitação, apresentam uma
infinidade de tipos para aplicação específica
como: máquinas agrícolas, motores elétricos,
automóveis, caminhões, construção ferroviária,
compressores, construção naval e outros.
Rolamento fixo de uma carreira de
esferas

• É o mais comum dos rolamentos.


• Suporta cargas radiais e pequenas cargas axiais e é apropriado
para rotações mais elevadas.
• Sua capacidade de ajustagem angular é limitada, por
conseguinte, é necessário um perfeito alinhamento entre o eixo e
os furos da caixa
Rolamento de contato angular de uma
carreira de esferas

• Admite cargas axiais somente em um sentido, portanto, deve


sempre ser montado contraposto a um outro rolamento que possa
receber a carga axial no sentido contrário;
• Os rolamentos de esferas de contato angular não são
desmontáveis;
• São rolamentos de uso freqüente em fusos de máquinas
ferramentas.
Rolamento autocompensador de esferas

É um rolamento de duas carreiras de esferas com pista


esférica no anel externo, o que lhe confere a propriedade
de ajustagem angular, ou seja, compensar possíveis
desalinhamentos ou flexões do eixo
Rolamento de rolo cilíndrico

É apropriado para cargas radiais elevadas e seus


componentes são separáveis, o que facilita a montagem e
desmontagem.
Rolamento autocompensador de uma carreira
de rolos

Seu emprego é particularmente indicado para constru-


ções em que se exige uma grande capacidade de suportar
carga radial e a compensação de falhas de alinhamento
Rolamento autocompensador com duas
carreiras de rolos

• Rolamentos formados pelo anel interno


com duas pistas, anel externo com pista
esférica e os rolos com a superfície de
rolagem esférica

• Devido ao centro da pista esférica do


anel externo ser coincidente ao centro
do rolamento, permite o auto-
alinhamento como os rolamentos
autocompensadores de esferas

• Quando houver erros de alinhamento em eixos e alojamentos ou


flexão do eixo, são automaticamente ajustados, fazendo com que
não ocorram cargas anormais no rolamento.
Rolamento autocompensador com duas
carreiras de rolos
• Os rolamentos autocompensadores de rolos permitem o
apoio da carga radial e em ambos os sentidos a carga
axial.
• A capacidade de carga radial é grande e são adequados
para aplicações com cargas pesadas e cargas de choque.
• Os rolamentos com furo cônico podem ser instalados
diretamente no eixo cônico ou podem ser instalados no
eixo cilíndrico pela utilização das buchas de fixação ou de
desmontagem
Rolamento de rolos cônicos

Além de cargas radiais, os rolamentos


de rolos cônicos também suportam
cargas axiais em um sentido

• Os anéis são separáveis.


• O anel interno e o externo podem ser montados separadamente.
• Como só admitem cargas axiais em um sentido, de modo geral
torna-se necessário montar os anéis aos pares, um contra o outro
Rolamento axial de esfera

escora simples escora dupla

• Os rolamentos axiais de esfera com escora simples e com escora


dupla admitem elevadas cargas axiais, porém, não podem ser
submetidos a cargas radiais;
• Para que as esferas sejam guiadas firmemente em suas pistas, é
necessária a atuação permanente de uma determinada carga axial
mínima.
Rolamento axial autocompensador de rolos

• Possui grande capacidade de carga axial e, devido à disposição


inclinada dos rolos, também pode suportar consideráveis cargas
radiais.
• A pista esférica do anel da caixa confere ao rolamento a
propriedade de alinhamento angular, compensando possíveis
desalinhamentos ou flexões do eixo.
Rolamento de agulhas

• Nos rolamentos de rolos agulhas são,


inseridos um grande número de rolos
finos e alongados, com comprimento de
3 a 10 vezes o diâmetro;

• Reduzida proporção do diâmetro externo, em relação ao


diâmetro do círculo inscrito dos rolos;
• Possui capacidade de carga radial comparativamente maior;
•É utilizado especialmente quando o espaço radial é limitado.
Rolamentos com proteção – rolamentos
vedados

• Em função das características de trabalho, precisam ser


protegidos ou vedados;
• A vedação é feita por blindagem (placa);
• A vedação deve manter o lubrificante dentro do mancal e evita a
penetração de impurezas
Rolamentos vedados com placas de proteção, sufixo Z ou 2Z

(a) proteção Z (b) proteção 2Z

• produzidos com placas de aço laminado;


• Apresentam uma extensão cilíndrica no diâmetro interno para
formar uma longa fresta de vedação com o ressalto do anel
interno
Rolamentos com vedantes de baixo atrito, sufixos
RSL e RZ

• produzidos com borrachas de acrilonitrila-butadieno (NBR),


resistente a óleo e a desgaste e com reforço de aço laminado;
• A faixa de temperatura de operação varia ente -40 a 100ºC.
Apresentam melhor desempenho que os rolamentos com
proteção Z.
Rolamentos com vedantes de contato, sufixos
RSH e RS1

• (a) e (b) Vedante RSH;


• (c) e (d) Vedante RS1.

• produzidos com borrachas de acrilonitrila-butadieno


(NBR), reforçada com aço laminado
• A faixa de temperatura de operação permitida para esses
vedantes é -40 a 100ºC.
Rolamentos Vedados
• As designações Z, RSL, RZ, RSH e RS1 são
colocadas à direita do número que identifica os
rolamentos;
• Quando acompanhados do número 2 indicam
proteção de ambos os lados.
Cuidados com os Rolamentos

• Na troca de rolamentos, deve-se tomar muito


cuidado, verificando sua procedência e seu
código correto.

• Antes da instalação é preciso verificar


cuidadosamente os catálogos dos
fabricantes e das máquinas, seguindo as
especificações recomendadas
Cuidados com os Rolamentos
• Na montagem:
– verificar se as dimensões do eixo e cubo estão
corretas;
– usar o lubrificante recomendado pelo
fabricante;
– remover rebarbas;
– no caso de reaproveitamento do rolamento,
deve-se lavá-lo e lubrificá-lo imediatamente
para evitar oxidação;
– não usar estopa nas operações de limpeza;
– trabalhar em ambiente livre de pó e umidade.
Defeitos Comuns dos Rolamentos

• Os defeitos comuns ocorrem por:


–desgaste;
–fadiga;
–falhas mecânicas.
Defeitos Comuns dos Rolamentos
• Desgaste causado por:
– deficiência de lubrificação;
– presença de partículas abrasivas;
– oxidação (ferrugem);
– desgaste por patinação (girar em falso);
– desgaste por brinelamento.

(a) fase inicial (b) fase avançada (c) fase final


(armazenamento), (antes do trabalho) (após trabalho)
Defeitos Comuns dos Rolamentos
• Fadiga:
– A origem da fadiga está no deslocamento da peça, ao
girar em falso;
– A peça se descasca, principalmente nos casos de
carga excessiva;
– Descascamento parcial revela fadiga por
desalinhamento, ovalização ou por conificação do
alojamento.

(a) Descascamento total (b) Descascamento parcial


Defeitos Comuns dos Rolamentos
Falhas mecânicas:
 Brinelamento:
– é caracterizado por depressões correspondentes
aos roletes ou esferas nas pistas do rolamento.
– Resulta de aplicação da pré-carga, sem girar o
rolamento, ou da prensagem do rolamento com
excesso de interferência.
Defeitos Comuns dos Rolamentos
Falhas mecânicas:
 Goivagem:
– é defeito semelhante ao anterior, mas
provocado por partículas estranhas que ficam
prensadas pelo rolete ou esfera nas pistas.
Defeitos Comuns dos Rolamentos
Falhas mecânicas:
• Sulcamento:
– é provocado pela batida de uma
ferramenta qualquer sobre a pista
rolante.
• Queima por corrente elétrica:
– é geralmente provocada pela
passagem da corrente elétrica durante
a soldagem. As pequenas áreas
queimadas evoluem rapidamente com
o uso do rolamento e provocam o
deslocamento da pista rolante.
Defeitos Comuns dos Rolamentos
• Rachaduras e fraturas:
– Resultam, geralmente, de aperto
excessivo do anel ou cone sobre o
eixo.
– Podem, também, aparecer como
resultado do girar do anel sobre o
eixo, acompanhado de sobrecarga.

• Engripamento:
─ Pode ocorrer devido a lubrificante muito espesso
ou viscoso. Pode acontecer, também, por eliminação
de folga nos roletes ou esferas por aperto excessivo.
Seleção de Rolamentos

• Parâmetros:
– as medidas do eixo; Consulta-se o catálogo
– o diâmetro interno (d); do fabricante para
– o diâmetro externo (D); identificar o rolamento
– a largura (L); desejado
– o tipo de solicitação;
– o tipo de carga;
– o nº de rotação.
Dimensionamento de um Rolamento
• carga dinâmica - carga em rotação:
– o cálculo da duração de serviço do rolamento
é baseado no término de sua “vida útil”,
causado por fadiga do material.
• carga estática - parado ou em pequenos
movimentos de oscilação:
– o cálculo considera deformações permanente,
que possam ocorrer nas pistas e nos corpos
rolantes dos rolamentos em estado parado
Dimensionamento de um Rolamento
• Temperaturas de serviço acima de 120 ºC:
– A capacidade de carga reduzida de um
rolamento submetido a tratamento térmico é
obtida multiplicando-se a capacidade de
carga indicada nas tabelas, pelo fator de
dureza fm
Dimensionamento de um Rolamento
• Carga dinâmica:
– Representa a carga sob a qual 90% de um lote
de rolamentos alcançam um milhão de rotações,
sem apresentar sinais de fadiga por pressões
dinâmicas repetitivas.
– Para N ≥ 10 rpm, calcula-se primeiramente a
capacidade de carga dinâmica, através da
equação:
C = capacidade de carga dinâmica (kgf); FL

C
FL F n= 3
√ 100
3. n
= fator de forças dinâmicas (tabelado ou
calculado); Fn = fator do número de rotações


(tabelado ou calculado); P = carga dinâmica
Fn 3

equivalente (kgf); n = rotação do eixo em


F L =
Lh
500
(rpm); Lh = vida do rolamento em horas de
funcionamento.
Dimensionamento de um Rolamento
• Carga dinâmica equivalente (P):
– combinação das cargas axial e radial no
rolamento:
P  x.Fr  y.Fa
P = carga dinâmica equivalente (kgf); x = fator radial (tabelado
para cada tipo de rolamento); Fr = força radial resultante,
agente no mancal (kgf); y = fator axial; Fa = força axial (kgf).
Nota: Quando houver “Fa”, considerá-la em apenas um
mancal (mancal posicionador).
Quando:
Fa = 0 → x = 1 → P = Fr;
Fr = 0 → y = 1 → P = Fa;
Fa ≠ 0 → y = 0 → P = Fr.
Dimensionamento de um Rolamento
• Carga estática (C0):
– Provoca uma deformação entre as pistas e os
elementos rolantes, expressa por:
k0 = coeficiente de segurança
C 0  k 0 .P0 (Tabelado); P0 = carga estática
equivalente e C0 = capacidade de
carga estática.
Coeficiente de segurança (k0)
Exigência de suavidade de giro k0

mínimo 0,7 a 1,0


normal 1,0 a 1,5
elevada 1,5 a 2,5
Dimensionamento de um Rolamento
Disposição em “O”
• Rolamentos montados aos pares
dispostos em “O” ou “X”:
– a carga dinâmica equivalente é
calculada pelas expressões:

Fa
P= Fr +0,55. F a ⇒ para. . . ≤ 1,14
Fr Disposição em “X”

Fa
P  0,57.Fr  0,93.Fa  para...  1,14
Fr
Dimensionamento de um Rolamento
• Vida útil:
– Durabilidade dos rolamentos de esferas,
com probabilidade de 10% de falhas, por
lote, em um milhão de rotações:
3 Lh = vida do rolamento em horas
Lh= (F L ) .500 de funcionamento; FL = fator de
forças dinâmicas; 500 = constante.

─ Durabilidade com probabilidade de 5% de falhas:


3

Lh= 0 , 62. (F L

) . 500
Dimensionamento de um Rolamento
• Vida útil:
Os valores de Lh são tabelados, para atendimento
da norma DIN 622, através da expressão:
C
K  Fn C = capacidade de carga (kgf); P = carga
dinâmica (kgf); Fn = fator de rotação
P
─ Para rolamento de rolos:
Lh  FL  .500
10
3
Dimensionamento de um Rolamento
• Quando houver “Fa” (Mancal posicionador), calcula-se:
– Carga estática equivalente (P0), através da relação:
Fa
 0,8  P0  Fr
Fr
Fa
 0,8  P0  0,6.Fr  0,5.Fa
Fr
– Capacidade de carga estática (C0):
C 0  k 0 P0
Fa
– A relação C é quem define a folga (e), o coeficiente
axial (y) e a 0equação que deve ser utilizada para
determinar a carga dinâmica equivalente (P).

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