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AÇÃO PENAL

É O DIREITO DE PEDIR AO
ESTADO-JUIZ A APLICAÇÃO
DO DIREITO PENAL
OBJETIVO A UM CASO
CONCRETO
CONDIÇÕES DA AÇÃO

SÃO ELEMENTOS
CONDICIONANTES
PARA O EXERCÍCIO E
O DESENVOLVIMENTO
REGULAR DA AÇÃO.
CONDIÇÕES GENÉRICAS

1. POSSIBILIDADE
JURÍDICA DO PEDIDO;
2. INTERESSE DE AGIR;
3. LEGITIMIDADE PARA
AGIR
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO
PEDIDO
No exercício do direito de ação, o autor
da demanda faz dois pedidos: um
imediato, contra o Estado, requerendo a
prestação jurisdicional; outro, mediato,
contra o réu, requerendo sua
condenação.
• O pedido imediato sempre é possível:
mesmo quando o juiz rejeita a denúncia ou a
queixa, ele aplica o Direito ao caso concreto.
Assim, a impossibilidade jurídica do pedido
só pode se referir a seu aspecto mediato.
INTERESSE DE AGIR

"Existe interesse processual


quando a parte tem necessidade
de ir a juízo para alcançar a tutela
pretendida e, ainda, quando essa
tutela jurisdicional pode trazer-lhe
alguma utilidade de ponto de vista
prático"
LEGITIMIDADE PARA AGIR

Parte legítima, no processo penal, é


apenas aquela que tem o direito de
requerer a punição – legitimidade
ATIVA – e, de outro lado, aquela que
tem o seu interesse – liberdade –
em conflito com aquela pretensão –
legitimidade PASSIVA.
LEGITIMIDADE PARA AGIR
Nas ações penais PÚBLICAS, tanto as
incondicionadas, como as
condicionadas, legitimado ativo é o
Ministério Público, a quem cabe, nos
termos do art. 129, inciso I, da
Constituição Federal, e art. 257, inciso I,
do Código de Processo Penal,
privativamente, a promoção da ação
penal pública.
Art. 129. São funções institucionais
do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação
penal pública, na forma da lei;

Art. 257. Ao Ministério Público


cabe:
I - promover, privativamente, a ação
penal pública, na forma estabelecida
neste Código; e
JUSTA CAUSA

NADA MAIS É DO QUE O


LASTRO PROBATÓRIO
MÍNIMO DANDO
SUSTENTAÇÃO A OFERTA
DA INICIAL
CONDIÇÕES ESPECIFICAS DA AÇÃO

SÃO AQUELAS APLICADAS A


MODALIDADES PONTUAIS DE
AÇÃO PENAL, EXIGINDO
DISCIPLINA LEGAL EXPRESSA
(CONDIÇÃO DE
PROCEDIBILIDADE)
HIPÓTESES

REPRESENTAÇÃO e
REQUISIÇÃO NOS
CRIMES DE AÇÃO
PÚBLICA CONDICIONADA
MODALIDADES DE AÇÃO PENAL
O PARÂMETRO ADOTADO NA
CLASSIFICAÇÃO É A
TITULARIDADE PARA O
EXERCÍCIO DO DIREITO: AÇÃO
PENAL DE INICIATIVA PÚBLICA e
AÇÃO PENAL DE INICIATIVA
PRIVADA.
Ação pública e de iniciativa privada

Art. 100 - CPP - A ação


penal é pública, salvo
quando a lei
expressamente a declara
privativa do ofendido.
AÇÃO PENAL PÚBLICA

É AQUELA TITULARIZADA,

PRIVATIVAMENTE, PELO

MINISTÉRIO PÚBLICO
MODALIDADES

1. AÇÃO PENAL PÚBLICA


INCONDICIONADA;

2. AÇÃO PENAL PÚBLICA


CONDICIONADA A
REPRESENTAÇAO
ART. 100 DO CP

§ 1º - A ação pública é promovida


pelo Ministério Público,
dependendo, quando a lei o
exige, de representação do
ofendido ou de requisição do
Ministro da Justiça.
AÇÃO PENAL PÚBLICA
INCONDICIONADA
É AQUELA ONDE A ATIVIDADE
PERSECUTÓRIA ACONTECERÁ DE
OFÍCIO, INDEPENDENTE DA
MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DE
TERCEIROS.
É A REGRA ENCAMPADA PELO
CÓDIGO PENAL
CONDICIONADA A REPRESENTAÇÃO

É aquela titularizada pelo MP, que


depende contudo de uma prévia
manifestação de vontade do legítimo
interessado.
O tipo penal ou suas disposições
gerais devem trazer expressamente a
previsão do CONDICIONAMENTO
FINALIDADE

Almeja-se conferir à vítima a


discricionariedade na opção
de enfrentar ou não os
STREPTUS JUDICI
(escândalo do processo)
REPRESENTAÇÃO

É o pedido e ao mesmo tempo


a Autorização que condiciona
o início da persecução penal.
Sem Representação NÃO
haverá Ação, Inquérito e nem
lavratura de Auto de Flagrante.
LEGITIMIDADE ATIVA

A LEGITIMIDADE ATIVA
PARA OFERECER A
REPRESENTAÇÃO É DA
VÍTIMA OU DE SEU
REPRESENTANTE LEGAL.
Código Penal
Art. 24. Nos crimes de ação pública,
esta será promovida por denúncia
do Ministério Público, mas
dependerá, quando a lei o exigir, de
requisição do Ministro da Justiça, ou
de REPRESENTÇÃO do ofendido
ou de quem tiver qualidade para
representá-lo.
MORTE OU DECLARAÇÃO DE
AUSÊNCIA DO OFENDIDO
NESSE CASO HAVERÁ
SUCESSÃO PROCESSUAL
AOS LEGITIMADOS
EXPRESSAMENTE
CONTEMPLADOS EM LEI.
MORTE OU DECLARAÇÃO DE
AUSÊNCIA DO OFENDIDO
ART. 24§ 1o CPP - No caso de morte
do ofendido ou quando declarado
ausente por decisão judicial, o
direito de representação passará ao
Cônjuge, Ascendente, Descendente
ou Irmão.
C.A.D.I
Princípios
- Obrigatoriedade  o exercício da ação
penal deve ser considerado um dever
poder inerente a atuação do MP, desde
que presentes as condições da ação e os
pressupostos processuais;
Art. 28 do CPP
Princípios
Indisponibilidade  Uma vez ajuizada a
demanda, o MP deverá impulsioná-la,
NÃO PODENDO desistir do feito.

Art. 42. CPP - O Ministério Público não


poderá desistir da ação penal.
Princípios

Indivisibilidade  O MP deve propor


a demanda contra todos aqueles que
contribuíram para o delito,
pressupondo a existência de justa
causa.
Princípios

Intranscendência  os efeitos da

ação penal NÃO poderão ultrapassar

a figura do RÉU.
PESSOA JURÍDICA

Neste caso ela representará


por intermédio das pessoas
indicadas no estatuto social.
Se ele for omisso, a PJ
REPRESENTARÁ por seus
diretores ou sócios
administradores.
PESSOA JURÍDICA
Art. 37. As fundações, associações
ou sociedades legalmente
constituídas poderão exercer a ação
penal, devendo ser representadas
por quem os respectivos contratos
ou estatutos designarem ou, no
silêncio destes, pelos seus diretores
ou sócios-gerentes.
PRAZO

O prazo para a representação


é de 06 meses, contados do
CONHECIMENTO DA
AUTORIA DA INFRAÇÃO.

*CUIDADO COM ESSA PEGADINHA.


Art. 38. Salvo disposição em contrário,
o ofendido, ou seu representante legal,
decairá no direito de queixa ou de
representação, se não o exercer dentro
do prazo de seis meses, contado do dia
em que vier a saber quem é o autor do
crime, ou, no caso do art. 29, do dia em
que se esgotar o prazo para o
oferecimento da denúncia.
RETRATAÇÃO

A vítima poderá se retratar da


representação até a OFERTA
da DENÚNCIA.
Considera-se oferecida a
denúncia como protocolo na
secretaria da vara criminal.
FICAR ATENTO

Art. 25. A representação será

irretratável, depois
de oferecida a denúncia.
REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA
JUSTIÇA
Ela é PEDIDO e ao mesmo tempo
uma AUTORIZAÇÃO de natureza
eminentemente POLÍTICA,
condicionando o início da persecução
penal nas hipóteses legalmente
exigidas.
PRAZO

NÃO HÁ PRAZO
DECADENCIAL. Enquanto
não prescrever ou não ocorrer
a extinção da punibilidade,
poderá o ministro da justiça
poderá fazer a requisição.
AÇÃO PENAL DE INICIATIVA
PRIVADA
É aquela em que o Estado,
titular exclusivo do direito de
punir, transfere a legitimidade
para a propositura da ação
penal à vítima ou a seu
representante legal.
NOMECLATURAS

Queixa crime Petição


inicial;

Querelante  Vítima;

Querelado  Réu.
PRINCÍPIOS

1. Oportunidade;

2. Disponibilidade;

3. Indivisibilidade;

4. Intranscendência.
Oportunidade
Por ele, a vítima só ajuizará a
Ação se lhe for conveniente.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a
autoridade policial somente poderá
proceder a inquérito a
requerimento de quem tenha
qualidade para intentá-la.
Institutos Correlatos ao Principio da
Oportunidade

1. Decadência;

2. Renúncia;
Decadência

É a perda da faculdade de
ingressar com a ação
privada em razão do decurso
do prazo, qual seja, em
regra, 06 meses contados do
conhecimento da autoria
(art.38 CPP)
Renúncia

Ela se verifica quando a vítima declara


expressamente que NÃO pretende
ingressar com ação (art. 50 CPP) ou
quando ela pratica ato incompatível com
essa vontade (art. 57 CPP).
Renúncia

- É ato unilateral e voluntário;


- É anterior ao início da Ação;
- Concedida a 01 dos coautores
estende-se aos demais.
- Irretratável.
DISPONIBILIDADE

A vítima poderá desistir da


demanda que já esta iniciada,
ou seja, em curso.
Institutos Correlatos ao Principio da
Disponibilidade
a) Perdão

b) Perempção
Perdão

Ele se caracteriza quando a vítima


declara expressamente que não
pretende CONTINUAR com a
demanda ou quando ela pratica ato
incompatível com essa vontade.
Perdão

Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração


expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer,
dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo
tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará
aceitação.
Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a
punibilidade.
Perdão
- É ato bilateral e voluntário;
- Só pode ser concedido no curso
do processo (até a sentença
condenatória);
- Concedida a 01 dos coautores
estende-se aos demais. Aos que
não aceitarem, o processo segue.
Perempção

É a sanção judicialmente
imposta pelo descaso da
vítima na condução da ação
privada.
Perempção
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa,

considerar-se-á perempta a ação penal:

I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o

andamento do processo durante 30 dias seguidos;

II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua

incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no

processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das

pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36;


III - quando o querelante deixar de comparecer, sem
motivo justificado, a qualquer ato do processo a que
deva estar presente, ou deixar de formular o pedido
de condenação nas alegações finais;

IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica,


esta se extinguir sem deixar sucessor.
Indivisibilidade

Por ele, caso a vítima opte por ajuizar a


ação, deverá fazê-lo contra todos os
infratores conhecidos.
Se a vítima, voluntariamente, deixar
algum de fora, isso acarretará extinção
de punibilidade para todos.
Art. 48. A queixa contra
qualquer dos autores do crime
obrigará ao processo de todos,
e o Ministério Público velará
pela sua indivisibilidade.
• Art. 49. A renúncia ao exercício
do direito de queixa, em relação a
um dos autores do crime, a todos
se estenderá.
• Art. 51. O perdão concedido a um
dos querelados aproveitará a todos,
sem que produza, todavia, efeito em
relação ao que o recusar.
Modalidades de Ação penal Privada
1. Exclusivamente privada ou Propriamente dita.
- Pode ser proposta pelo ofendido, se maior de
18 anos e capaz; por seu representante legal, se
o ofendido for menor de 18 anos; ou, no caso de
morte do ofendido ou declaração de ausência,
pelo C.O.D.I.
2. Privada Personalíssima.
Sua titularidade é atribuída única e
exclusivamente ao ofendido;

Não pode ser por representante, e, em caso de


morte do ofendido, não cabe sucessão
processual.
Único caso
• Induzimento a erro essencial e ocultação de
impedimento
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em
erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe
impedimento que não seja casamento anterior:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa
do contraente enganado e não pode ser intentada
senão depois de transitar em julgado a sentença
que, por motivo de erro ou impedimento, anule o
casamento.
Privada Subsidiaria da Pública

• É aquela exercida pela vítima em delito da esfera


pública, pois, o MP não cumpriu o seu papel
dentro dos prazos legalmente estabelecidos, ou
seja, NÃO ofereceu denúncia, NÃO requisitou
diligências, NÃO requereu o arquivamento ou
NÃO declinou do feito.
• Art. 29. Será admitida ação privada nos
crimes de ação pública, se esta não for
intentada no prazo legal, cabendo ao
Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e
oferecer denúncia substitutiva, intervir em
todos os termos do processo, fornecer
elementos de prova, interpor recurso e, a todo
tempo, no caso de negligência do querelante,
retomar a ação como parte principal.
São de ação penal pública
incondicionada
• Maria da Penha;
• Crimes Eleitorais;
• Contravenções penais;
• Crimes Sexuais quando a vítima:
- Vítima menor de 18 anos caso haja violência;
- Vítima menor de 14 anos;
- Pessoas que não possam resistir.

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