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Dependência Química:

tratamento

Fabio Couto dos Santos


Psicanalista Clínico
Introdução
Boas práticas no tratamento da dependência
química
A efetividade do tratamento se baseia na capacidade de se
organizar serviços que possam:

 oferecer ao usuário um atendimento que trabalhe a crise


imediata (Atendimento Médico)

 e ao mesmo tempo ofereça um plano de tratamento de longa


duração, Caps/Ad e outros)

 que dê ao usuário diferentes abordagens e opções de


tratamento e

 inclua a família no processo terapêutico


Abordagens
 É sabido que passar informações sobre a droga e seus efeitos
(Consientização do uso e seus efeitos nocivos) provoca uma
sensação de empoderamento no usuário, melhorando sua
motivação e adesão ao tratamento

Abordagens de redução de danos e sessões de apoio e
informação são úteis nos estágios iniciais do tratamento
 Intervenção breve, entrevista motivacional e terapias focadas na
solução são técnicas recomendadas com esta clientela. (o
terapeuta precisa entender a diferença de um paciente com
 transtornos e um com a comorbidade do uso de alcool e ou
outras substâncias)

É fundamental que o plano terapêutico inclua abordagens de


prevenção de recaída, bem como reabilitação psicossocial
(trabalho, estudo, etc)
Diversas abordagens técnicas são
eficazes, como:

 Técnicas motivacionais
 Psicoterapia
 Terapias cognitivo comportamentais
 Intervenções breves
 Grupos de auto ajuda
 Programas de 12 Passos
 Estratégias de redução de danos
Avaliação inicial

Fundamental para o sucesso do tratamento é


uma boa avaliação inicial.
Objetivos da avaliação inicial

 Tratamento da emergência ou problema


agudo
 Elaboração diagnostico precoce uso de
drogas
 Identificação de complicações clínicas,
psicológicas ou sociais
Objetivos da avaliação inicial

 Identificação de comorbidades psiquiátricas


 Motivação do individuo para a mudança
 Estabelecimento de vinculo
 Determinar o nível de atenção especializada
necessária
Avaliação Inicial
TRIAGEM MINIMA USO DE SPAS NÃO USA PREVENÇÃO
PRIMÁRIA

EM REMISSÃO

USA NÃO QUER


INTERROMPER
PREVENÇÃO DE
RECAÍDA
ESTRATÉGIA
QUER MOTIVACIONAL
INTERROMPER

ACONSELHAMENTO INTERVENÇÃO BREVE TERAPIAS COMO A TCC


Indicações de internação hospitalar

 Paciente ameaça de suicídio ou comportamento


autodestrutivo
 Paciente que ativamente ameaça a integridade física de
outros
 Paciente com sintomas psiquiátricos graves
 Presença de complicações clínicas importantes
 Necessidade de internação por dependência de outra
substância
 Falhas recorrentes na promoção da abstinência em nível
ambulatorial
 Não possuir suporte social, ou seja, seus relacionamentos
são exclusivamente com usuários
Hospital

 É importante lembrar que a desintoxicação é


apenas uma etapa do tratamento;

 A hospitalização não “resolve o problema”

 Nem sempre é indicada a internação e nem


sempre o usuário se beneficia
Aconselhamento

 O aconselhamento pode ser:

 Mínimo: 3 minutos
 Breve: 3 a 6 minutos
 Intensivo: maior que 10 minutos

 É uma estratégia motivacional!


Aconselhamento

O aconselhamento não é dizer o que deve


ser feito. A mudança é do indivíduo!!!
Aconselhar é

 Chamar à reflexão
 Dar responsabilidade
 Opinar com sinceridade
 Dar opções de escolha
 Demonstrar interesse
 Facilitar o acesso
 Evitar o confronto
Intervenção Breve

Feedback (devolutiva ou retorno)


Responsibility (responsabilidade)
Advice (aconselhamento)
Menu of Option (menu de opções)
Empathy (empatia)
Self-efficacy (auto-eficácia)
Intervenção Breve

Uma Intervenção Breve


eficiente não consiste
somente em utilizar as
técnicas propostas, mas
também em criar um
ambiente de APOIO para o
paciente. Procure saber
quem pode ajudá-lo nesse
processo e incentive-o a
conversar com essa
pessoa.
Entrevista Motivacional

 Técnica não confrontativa


 Estratégias para lidar com a resistência e
ambivalência
 Crítica ao modelo moral e baseado na empatia
 Profecia auto-realizável
 Toda mudança passa por estágios motivacionais
Modelo de Mudança (Prochaska &
DiClemente,1984)
Mudança de comportamento é um processo (envolve alguns estágios)
A motivação está relacionada ao estágio em que se encontra o indivíduo:
Espiral da Mudança
Pré contemplação
 Não está consciente que seu comportamento está
causando problemas
 Acredita estar imune as conseqüências adversas
 Resiste ou nega as conseqüências trazidas por seu
comportamento
 usuários felizes
 não respondem a conselhos de mudança
 fornecer informações para encorajá-los

para a mudança
Contemplação

 Ambivalência em relação ao consumo


 Percebem coisas boas e menos boas
 Ajudar o paciente a reconhecer sua força e habilidade de mudança
 Sugerir estratégias para parar ou diminuir (menu de opções)
Ação

Para atingir este estagio é necessário que :


 Perceba que seus problemas têm solução

 Acredite ser capaz de mudar

 Negociar objetivos e metas para a mudança

 Sugerir estratégias para a mudança

 Ajudar a identificar situações de risco e desenvolver


plano de ação (reduzir/parar)
Manutenção

 Estágio mais difícil


 Reorganização do estilo de vida

Para manter a mudança é necessário :


 Ter consciência da possibilidade da recaída

(com a recaída eles voltam a um dos estágios


anteriores)
 Realizar a mudança passo a passo
Tratamento

 O mais difícil não é atingir a abstinência,


mas sim mantê-la. Para isso, é preciso
promover mudanças de vida
 Fundamental para o sucesso do
tratamento é um bom acolhimento com o
estabelecimento de vinculo terapêutico
Obrigado!!!

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