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ESCOLHA DO TRAÇADO DE UMA ESTRADA

O problema da escolha do traçado de uma estrada nasce,


em linhas gerais, da necessidade ou da conveniência da
ligação entre dois locais. Raramente a linha reta que une
esses locais (caminho mais curto) poderá ser utilizado
como eixo da ligação, em virtude de uma série de
condicionamentos existentes na área intermediária entre
os locais a serem ligados.
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Esses condicionamentos interferem e assumem importância


porque, dentro da conceituação da engenharia, não basta
pensar na ligação pura e simples; é necessário também que
essa ligação seja feita de forma a atender melhor aos
interesses da comunidade com o menor custo possível. É
preciso, portanto, que haja um balanço entre o custo total da
obra a ser executada, incluindo custos de projeto,
construção, desapropriações e manutenção (pe-
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lo menos parte), e os benefícios diretos e indiretos advindos


da implantação da obra.
A definição da oportunidade de construir uma determinada
estrada, em uma determinada época, deve começar por um
planejamento dos transportes em geral que, analisando
necessidades e características regionais, defina os meios de
transportes a serem utilizados para atender
convenientemente a essas necessidades. O planejamento
geral de transportes deve gerar o plano viário que defini-
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rá a oportunidade de construção de uma determinada


estrada.
A estrada é um ente tridimensional que deve se ajustar
de forma harmônica à topografia da região. De modo
geral, o projeto deve alterar a topografia, se possível,
sem agredi-la.
Assim, um bom projeto deve atender às necessidades de
tráfego, respeitar as características técnicas de um bom
traçado e de um perfil, estar em harmonia com a região
atravessada e, na medida do possível, ter um baixo
custo.
As características básicas da estrada, como capacidade
de tráfego, número de pistas e
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de faixas de tráfego, velocidade de projeto etc., devem ser


objeto de uma análise prévia de necessidades, benefícios e
custos.
A escolha dessas características deve levar em conta possíveis
variações de volume ou mesmo de características que o
tráfego possa sofrer durante a vida útil da estrada. Assim
deve-se ter um cuidado especial com a projeção das
necessidades de transporte.
Na escolha do local por onde passará a estrada, todos os
fatores que possam influir no custo ou nas características do
projeto deverão ser avalia-
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dos e balanceados para que se possa conseguir um local


adequado à construção de uma estrada de boas
características técnicas e de baixo custo. A variedade de
fatores analisados é muito grande, o que torna muito difícil
maximizar condições técnicas e de baixo custo.
Topografia: Na maioria dos projetos, é o fator
predominante para escolha da localização da estrada. O
movimento de terra, que geralmente representa parcela
significa no
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custo total de construção da estrada, depende da topografia


do local atravessado. Uma região topograficamente
desfavorável pode levar a grandes cortes e aterros, de elevado
custo, ou até à necessidade de obras caras, como túneis e
viadutos. Os projetistas de estradas classificam a topografia da
região em três grandes grupos:
Terreno plano: quando a topografia da região é
suficientemente suave de forma a permitir um projeto com
boas condições de visibilidade, pequeno movimento de terra e
sem necessidade de obras caras.
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Terreno ondulado: quando o terreno natural


possui inclinações não muito fortes e algumas escarpas
ocasionais que exigem um movimento de terra médio.
Terreno montanhoso: quando a topografia apresenta
mudanças significativas nas elevações do terreno, sendo
necessários grandes movimentos de terra e, algumas vezes,
túneis e viadutos para obter-se um perfil aceitável para a
estrada.
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Condições geológicas e geotécnicas: as características
do solo dos locais por onde passará a estrada também são
importantes. Locais com condições geotécnicas desfavoráveis
devem ser evitados sempre que possíveis.
Hidrologia: o traçado deve ser escolhido de forma a reduzir
ao mínimo travessias de rios e córregos, de forma a minimizar
o número de obras civis, como pontes e galerias. Quando as
travessias são inevitáveis é importante escolher locais e
posições favoráveis ( o mais perpendicular possível), a fim de
reduzir o tamanho das obras civis necessárias e evitar obras
de retificação dos
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rios ou dos córregos atravessados.
Desapropriações: a existência de benfeitorias nos locais
escolhidos para a estrada aumenta os custos das
desapropriações. Construções, loteamentos etc, devem ser
evitados sempre que possível.
Interferência no ecossistema: a estrada, devido a suas
dimensões incomuns (uma grande extensão com pequena
largura), é geralmente um agente agressivo ao meio ambiente.
O projetista deve sempre ter em mente que a construção da
estrada exige a derrubada da vegetação e que a
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execução de cortes e aterros altos podem acarretar danos ao


ecossistema local.
Às vezes, um traçado alternativo, que não represente a
melhor solução técnica para o projeto, pode beneficiar a
região atravessada pela estrada dando uma nova opção que
melhor atenda aos interesses locais.
Anteprojeto: Inicialmente, é necessário um conhecimento
adequado da região a ser atravessada pela estrada, incluindo
todos os elementos que possam influir na localização a ser
definida para o traçado.
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O anteprojeto deve ser precedido pelo levantamento e pela


análise dos dados da região, que nortearão a definição dos
possíveis locais por onde a estrada poderá passar.
Sempre que possível, o traçado deverá ser localizado de
forma a atender melhor às necessidades da região.
Também é necessário o levantamento de informações sobre
a existência de projetos de concessionárias de serviços
públicos ou de projetos particulares que, no futuro, possam
interferir na estrada. Muitas vezes, pequenas
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Procedimento para a escolha de um traçado: Do ponto de vista


prático, uma estrada sempre é feita para ligar dois pontos
conhecidos. A linha reta que une esses dois pontos nem
sempre é recomendada, por razões de segurança. Mesmo que a
topografia permita, traçados com longos trechos retos devem
ser evitados, pois a monotonia da estrada gera sonolência e
desatenção dos motoristas.
Apenas como ponto de partida, tomemos a reta que une os
pontos extremos do projeto e analisemos os problemas que
apareceriam se o
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o nosso traçado fosse essa reta: cortes e aterros de volume


excessivo, travessias de rios, desapropriações caras, ocorrência
de material rochoso de escavação cara etc.
Escolhidas as áreas que serão estudadas para a localização do
traçado, as informações obtidas da interpretação de fotos
aéreas da região e/ou de levantamentos “in loco” fornecem
dados necessários para o planejamento dos levantamentos
geológicos e geotécnicos de campo, as sondagens e os ensaios
dos materiais dos locais a serem atravessados.

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