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TÉCNICAS PROJECTIVAS
TÉCNICAS PROJECTIVAS
Baseiam-se no pressuposto de que quando se pede
a um indivíduo, que dê um significado a um
estímulo ambíguo ou vago, a sua resposta reflectirá
as suas necessidades, experiências, sentimentos e
processos de pensamento. o seu mundo interno.
O conceito subjacente a este processo de criação e
interpretação é designado por hipótese projectiva
Nesta hipótese, encontra-se implícita a noção de
que todo o indivíduo vive, em certo sentido, num
mundo único de experiências.
(Fagulha, 2008, p.110).
TÉCNICAS PROJECTIVAS
Um aspecto que distingue as técnicas projectivas é que
as tarefas permitem uma variedade quase limitada de
respostas possíveis (Anastasi & Urbina, 2000).
Para Schofield (1978, cit in Fagulha 1993), “quando as
crianças contam uma história estão a revelar qual é a
raiz das suas dificuldades, através da projecção” (p.2).
projecção é uma operação que permite ao sujeito
expulsar para o mundo exterior pensamentos,
afectos e desejos que desconhece ou recusa e
que atribui aos outros. (Braconnier, 2007).
De acordo com Anastasi e Urbina (2000), “a maioria das
técnicas projectivas reflecte a influência dos conceitos
psicanalíticos tradicionais e modernos” (p.339).
EMOÇÕES
No quadro referência das teorias psicodinâmicas,
consideram-se as emoções como fenómenos
geradores e organizadores de todos os processos
mentais, e são fundamentais para a motivação e
para o estabelecimento de relações interpessoais.
Estão presentes desde o inicio da vida,
influenciando o modo como a criança entende o
mundo que a rodeia, e a forma como constrói o seu
mundo interno de relações.
As emoções têm uma intencionalidade
comunicativa, enquanto agentes no intercâmbio que
a criança estabelece com o mundo externo, dando
significado a esse mundo e permitindo a tradução,
para outros, das suas vivencias internas.
(Fagulha, 1993)
EMOÇÕES
Freud foi o primeiro a falar das emoções como um
motor motivacional do desenvolvimento infantil, da
estruturação da personalidade, da criação dos
mecanismos de defesa, dos sonhos e da
transferência.
Para ele o desenvolvimento infantil é baseado na
afectividade, tal como a “realidade psíquica”, e
significa tudo aquilo que no espaço mental traduz
predomínio dos impulsos ou instintos, dos desejos,
das necessidades corporais sobre a realidade
exterior e contribui para a construção das emoções.
(Santos, 2006)
TESTES PROJECTIVOS
Imagem 6*: Duas crianças no seu quarto, uma com um livro, e outra com
um brinquedo - revela a preferência da criança para estudar vs jogar.
Administração do teste
A criança está sentada confortavelmente em frente ao
examinador, numa sala silenciosa. O examinador começa por
dizer: "Eu trouxe algumas imagens que eu gostaria de te
mostrar para que me possas contar histórias sobre elas":
As imagens são apresentadas de acordo com os números de
série e acompanhadas de perguntas padrão.
As perguntas devem ser feitas num ritmo moderado, para se
conseguirem respostas elaboradas, principalmente nos casos
de crianças, culturalmente carentes ou muito ansiosas.
THE BAR-ILAN PICTURE TEST FOR
CHILDREN
As perguntas podem ser mais variadas se examinador for
experiente. Por exemplo, para uma criança com dificuldades em
matemática, pode-se apresentar a Imagem 2 da seguinte forma:
"Aqui as crianças estão a estudar matemática. O que é que o
professor está a dizer ?".
É importante observar não só as respostas, mas também o
comportamento da criança: a tensão e o alívio podem ser
observados a partir da postura do seu corpo, da sua respiração e
movimentos faciais. Ocasionalmente, a criança pode evitar
responder, dizendo que ele não pode saber o que a criança da
imagem está a fazer ou a dizer. O examinador é recomendado a
estimular a criança dizendo: "Nem eu, mas nós podemos fazer uma
suposição", e depois repetir a pergunta.
Em casos raros, a criança vai usar o pronome na primeira pessoa,
em vez da terceira pessoa e pode depois parar (por causa da
invasão de ansiedade). O examinador deve ressaltar que eles estão
a falar da criança na imagem, e não sobre a própria criança.
(Itskowitz & Strauss, 1989. pp. 13-14)
BIBLIOGRAFIA
Anastasi, A., & Urbina, S. (2000). Testagem Psicológica. Porto Alegre: Artmed.
Bénony, H. (2002). O desenvolvimento da criança e as suas psicopatologias. Lisboa:
Climepsi Editores.
Braconnier, A. (2007). Manual de psicopatologia. Lisboa: Climepsi Editores.
Fagulha, T. (1993). Era uma vez... Prova Projectiva para Crianças. Lisboa: Artes
Graficas.
Fagulha, T. (2008). "Era uma Vez..." Prova Projectiva para Crianças. In L. Almeida,
M. Simões, C. Machado, & M. Gonçalves, Avaliação Psicológica: Instrumentos
Validados para a População Portuguesa volume II (pp. 109-122). Coimbra:
Quarteto.
Feldman, R. S. (2007). Introdução à Psicologia (6ª ed). Lisboa: MC Graw-Hill.
Habib, M. (2000). Bases Neurológicas dos Comportamentos. Lisboa: Climepsi
Editores.
Papalia, D., Olds, S., & Feldman, R. (2001). O Mundo da Criança. Lisboa: McGraw-
Hill.
Santos, M. (2006). Sentir e Significar. Para uma leitura do papel das narrativas no
Desenvolvimento emocional da criança. Braga: Universidade do Minho, Tese de
Doutoramento, não publicada.
Strauss, H. Istskowitz, R. (1989). The Bar-Ilan Picture Test For Children – a semi-
projective interview. Ramat-Gan: Dansk Psykologisk Forlar.