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12 Passos para Implantar a IAM

1. A SEMENTE
Imaginemos uma paróquia, comunidade, colégio ou
escola na qual não exista a Infância e Adolescência
Missionárias (IAM).
Certo dia aparece um vigário novo, uma irmã, um casal,
uma criança ou jovem que ouviu falar ou leu ou tem
experiência de vida na IAM. Eles são a sementinha da
qual pode surgir a grande árvore desta Obra
Missionária.
2. TERRENO
De nada adianta ter uma semente, se não possuirmos um
terreno onde plantá-la.
É preciso ter um terreno para plantar a semente.
Tratando-se de Obra Missionária Católica, o terreno será a
paróquia, a comunidade local, colégios...
 O primeiro passo a ser dado para implantar a IAM num
lugar é falar com os responsáveis da Igreja local: pároco,
líder da comunidade, conselho pastoral...
Sem o apoio e a aprovação da liderança da Igreja local, não
se deve começar a IAM. No caso de escola ou colégio, é
necessária também a aprovação da direção da instituição,
e que seja fora do horário de aula.
3. A EQUIPE
A IAM não é obra de uma pessoa. Uma vez colocada a
semente e garantido o espaço na Igreja local, é necessário que
se forme uma equipe de, pelo menos, três ou quatro pessoas
responsáveis, que se disponham a levar em frente este
trabalho. Devem ser pessoas com alguma experiência em
pastoral, mas não podem estar tão atarefadas, a ponto de não
terem tempo para esta nova atividade. Sugerimos que
procurem essas pessoas, sobretudo, entre casais e jovens com
mais de 15 anos de idade, com uma vida cristã coerente.
Vale a pena procurar pessoas aposentadas, que se
identifiquem com o carisma da IAM. Há muitas delas
que ficariam felizes, se fossem convidadas para um
engajamento. Elas têm várias vantagens: longa
experiência no trato com crianças e adolescentes,
como pais e avós, professores e professoras,
profissionais de saúde e de outras áreas sociais, etc.
4. O PREPARO
Esta “Equipe Fundadora” deverá primeiro estudar a Obra
que pretende implantar: história, carisma, diretrizes e
orientações, metodologia de trabalho, espiritualidade,
objetivos e finalidades.
Tudo isso se consegue lendo os documentos, sobretudo, as
Diretrizes e Orientações da IAM (que podem ser
encontrados nas Pontifícias Obras Missionárias — POM);
visitando grupos e lideranças da IM já experientes;
participando de cursos de formação com a orientação
do(a) Responsável Diocesano(a) ou Regional da IAM, ou
um(a) seu/sua representante.
Esta preparação leva, pelo menos, de dois a três meses.
5. O CONVITE
Quando a Equipe estiver em condições, começará o
trabalho de divulgação da Obra.
Trata-se de um momento bastante delicado. Queremos
formar grupos de missionários, ou seja, de crianças e/ou
adolescentes que, supõe-se, possuam conhecimento da fé
de acordo com a sua idade.
O convite, portanto, deve se estender a todas as crianças
e/ou adolescentes da paróquia, da escola ou da
comunidade. Campos privilegiados para lançar o chamado
são: as famílias engajadas na vida da paróquia ou
comunidade, as turmas da catequese e escolas onde existe
um bom trabalho de Ensino Religioso Escolar (ERE).
6. A SELEÇÃO
O convite para participar do grupo da Infância ou da
Adolescência Missionária não deve ser fruto de uma
“campanha publicitária” massiva, como se tratasse de
“vender” um produto barato. Pelo contrário, deve apresentar
a crianças e adolescentes a seriedade do compromisso que
estão assumindo. Oração, sacrifício e solidariedade (S.O.S.),
sem limites geográficos, culturais, religiosos, raciais e
políticos: estas são as características da IAM. Aderir à IAM
significa renunciar ao comodismo, ao consumismo, à
alienação diante dos grandes problemas da humanidade.
A Equipe que fizer o convite precisa ser muito clara
na sua proposta: disponibilidade para uma reunião
semanal com o grupo, tarefas a serem desenvolvidas
durante a semana, vida de grupo, participação nas
atividades da paróquia e comunidade...
7. O GRUPO
As crianças e adolescentes que aceitarem a proposta
deverão ser organizados em grupos de 12 crianças e/ou
adolescentes, ou conforme a realidade local, em que cada
grupo seja acompanhado por um assessor ou assessora
adulta ou jovem a partir de 15 anos. A formação dos
grupos pode respeitar os laços de amizade existentes.
Evitando correr o risco de grupos fechados e excludentes.
Lembrete: Na formação de grupos, levar em consideração
a faixa etária das crianças e adolescentes.
8. A METODOLOGIA
A Infância e Adolescência Missionária têm um
método de trabalho e de formação próprio, chamado
de Quatro Áreas Integradas. Isto significa que cada
tema, cada assunto, é trabalhado em quatro
perspectivas diferentes, porém integrados, que
interagem:
- realidade missionária;
- espiritualidade missionária;
- compromisso missionário;
- vida de grupo.
É importante acrescentar que a perspectiva, em todos
os momentos da vida da IAM, deve ser missionário-
além-fronteiras, ou seja, deve alimentar-se e crescer
na solidariedade espiritual e material com todos os
povos do mundo.

Na paróquia, na escola, na comunidade, na vida


social... os membros da IAM devem tornar presente o
mundo inteiro, com suas alegrias, dores e esperanças.
Esta dimensão, voltada para o outro, deve repercutir na
espiritualidade dos membros da IAM: uma
espiritualidade “samaritana”, que os aproxima dos
caídos à beira do caminho, prestando-lhes socorro,
derramando sobre eles o óleo da caridade e o vinho da
Palavra, acompanhando sua recuperação, fazendo-se
realmente próximos, como Jesus se fez próximo de nós
e nos deixou o recado missionário: “Vão e façam a
mesma coisa!”.
Neste sentido, a escolha das orações, dos cantos, das
leituras bíblicas, dos modelos de vida... tudo deve ser
coerente com a opção missionária feita.
9. ORGANIZAÇÃO
Nos primeiros meses, o grupo das crianças ou dos
adolescentes missionários deverá ser orientado pelo
Assessor(a), que preparará seus membros para
caminharem sozinhos.
Na primeira reunião, após o período de orientação, as
crianças ou adolescentes farão a escolha para preencher as
funções necessárias ao bom funcionamento do grupo:
coordenador(a), vice-coordenador(a), secretário(a),
tesoureiro(a), responsável pela oração, encarregados das
várias funções. É bom que todos os membros do grupo
tenham sua função.
 
A partir do momento da escolha, o grupo tem vida
própria. O assessor(a) continua acompanhando o
grupo, preparando os encontros junto com o
coordenador ou coordenadora, resolvendo possíveis
conflitos ou dúvidas, e garantindo a fidelidade ao
carisma da IAM: mas não dirigem o grupo.
Lembrete: A Coordenação têm a duração de um ano,
podendo haver reeleição por mais um ano. Caso seja
necessário, o coordenador(a) poderá ser mudado em
qualquer momento.
10. FORMAÇÃO DOS COORDENADORES

Crianças e adolescentes não nascem prontos, para


dirigir o grupo. Precisam de preparação. Isto será feito
pessoalmente pelo assessor(a). Mas também cada ano
a paróquia ou um grupo de paróquias organizará um
Encontro de Líderes Missionários (ELMI), com o
objetivo de capacitar crianças e adolescentes a exercer
a função de coordenadores(as) dos diversos grupos.
O ELMI, portanto, não é um encontro de palestras,
mas uma oficina de capacitação, na qual deve
prevalecer o estudo de dinâmicas de grupos, de
técnicas de trabalho que estimulem o protagonismo
de cada membro do grupo, que ensinem a respeitar as
diferenças, sem renunciar ao trabalho de conjunto.
Para obter bons resultados, os participantes do ELMI
não devem superar o número de 25-30 pessoas, e o
encontro terá a duração de dois dias, corridos ou em
duas datas diferentes, próximas uma da outra.
É aconselhável fazer um ELMI para coordenadores(as)
dos grupos de crianças e outro para adolescentes.
11.FORMAÇÃO PERMANENTE DOS ASSESSORES
Os/As Assessores(as) são a alma da IAM. Deles
depende em muito a perseverança das crianças e
adolescentes, a fidelidade ao carisma da Obra, o
trabalho de conjunto com as pastorais da Igreja local,
a abertura aos problemas do mundo e a atenção aos
acontecimentos que merecem o engajamento das
crianças e adolescentes.
Para isso também os assessores(as) precisam cuidar
muito da sua formação permanente. Como programa
ideal sugerimos — além do estudo pessoal de livros e
revistas missionárias.
EFAIAM (Encontro de Formação para Assessores(as)
da IAM) cada ano e encontros periódicos de meio dia
para estudo de um tema específico, conforme as
necessidades e calendário preparado anualmente com
a coordenação paroquial da IAM.
É recomendável, e diríamos, quase necessário,
participar dos encontros e cursos de formação para os
catequistas, de cursos bíblicos e de outras atividades
formadoras oferecidas pela Igreja local. Também
sugerimos que nos Encontros de Formação dos
Assessores(as) da IAM sejam convidados os catequistas
e professores de Ensino Religioso Escolar com quem
queremos fazer uma caminhada de conjunto.
12. TRANSBORDAR
A IAM deve estar aberta, para ser multiplicadora do
ideal missionário no meio do Povo de Deus. Mesmo
tendo como carisma a atenção para o que existe além-
fronteiras, não descuida das necessidades locais, com
preferência pelas situações missionárias que existem
dentro da paróquia e comunidade.
Há categorias de pessoas, situações sociais e humanas
que ficam além das fronteiras das pastorais normais
ou dos cuidados de seus agentes. A IAM deveria ser a
Obra que assume as tarefas que ninguém quer
enfrentar, porque perigosas, difíceis, esquecidas.
Por isso os Assessores(as) da IAM precisam ter um
relacionamento de aliados com as pessoas, grupos,
instituições, mesmo não-eclesiais, que cuidam de
crianças e adolescentes em situações de risco ou
mesmo já vítimas da sociedade. Devem, portanto,
cuidar de colaborar firmemente com o Conselho
Tutelar, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente, Conselho de Saúde, de Educação, da
Merenda Escolar, Pastoral da Criança, etc.
Ser missionário(a) significa ignorar os confins, ir
além. Este é nosso carisma.
 

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