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ÁGUA PARA USO FARMACÊUTICO

 Principal matéria-prima utilizada

 Reações biológicas ocorrem somente em meio aquoso

 “Solvente universal”

 Não tóxica

 Inerte fisiologicamente

 Não irritante

 Compatível com muitos princípios ativos


CONTAMINANTES

 Gases dissolvidos.

 Inorgânicos dissolvidos.

 Orgânicos dissolvidos.

 Material particulado.

 Microrganismos.
GASES DISSOLVIDOS
• Não reativos
– Oxigênio;
– Nitrogênio. • Reativos
– Dióxido de carbono
– Amônia

Oxigênio e Dióxido de
carbono  sabor
mais agradável!

Aumentam o pH
da água!
INORGÂNICOS DISSOLVIDOS

 Ca2+ e Mg2+; Na+ e K+; Fe2+ e Fe3+; Al3+;

 Catalisam reações de oxidação dos medicamentos.

 Precipitam componentes das formulações, desidratam


pomadas, etc.

 Podem precipitar nas formulações líquidas

 Geram incrustações em caldeiras, canalizações, etc.


ÁGUA DURA 150 mg/L
de CaCO3

• Presença de grandes quantidades dos íons cálcio (Ca2+), magnésio


(Mg2+) e ferro II (Fe2+)

• A presença desses cátions dificulta a ação dos sabões na remoção da


sujeira e da gordura   os cátions de cálcio, magnésio e ferro II não são
solúveis em água e reagem com os ânions do sabão formando
compostos insolúveis.

• Esses cátions anulam a ação do sabão e aderem ao tecido que está


sendo lavado (ou à beira da pia, do tanque, da banheira etc.).

 Maior consumo de sabão


 Incrustações em caldeiras, ebulidores, chuveiro, canalizações, etc
 Catalisam oxidações e/ou interações de princípios medicamentosos
MATÉRIA ORGÂNICA
 (A) Procedência natural:
 origem vegetal e/ou animal decompostas por micro-organismos

 (B) Devido à poluição:


 de indústrias (corantes, pesticidas), serviço sanitário, etc.,
decompostas ou não por micro-organismos

 Trihalometanos: CHCl3, CHBrCl2, CHBr2Cl, CHBr3.

 Substrato orgânico para microrganismos.


 (A) + (B) = TOC
 Formação de produtos cancerígenos (trihalometanos).

 Alteração do sabor, odor e pH das águas.


MATERIAL PARTICULADO

o Insolúvel:
o argila;
o areia;
o fragmentos de vegetais e animais.
O material particulado
o Coloidal: pode modificar:
o SiO2.H2O;
Turbidez, Sabor e odor,
o Fe2O3.H2O; Acidez e Alcalinidade,
o Al2O3.2H2O. Sólidos dissolvidos.
MICRO-ORGANISMOS
• Bactérias, fungos, algas, vírus e protozoários.

• Pirogênios.

 Inativar os princípios ativos, e até mesmo, intoxicar os pacientes.

 Provocar reações alérgicas (febre) nos pacientes.


FONTES DE CONTAMINAÇÃO
 Matérias-primas* (inclusive água);
 Equipamentos (inclusive distribuição);
 ambiente produtivo e manipulação;
 operadores;
 material de envase.

 * sintéticas têm menor carga microbiana


naturais têm maior carga microbiana
BIOFILMES
Ecossistema microbiológico formado por bactérias, fungos e/ou
protozoários, associados a seus produtos extracelulares, constituindo uma
matriz de complexa que se encontram aderidos a uma superfície biótica ou
abiótica.

Contém partículas de proteínas, lipídeos,


fosfolipídeos, carboidratos, sais minerais
e vitaminas, etc

formam uma espécie de crosta,


abaixo da qual, os microrganismos
continuam a crescer

aumenta a proteção contra agressões


químicas e físicas.
PARÂMETROS AVALIADOS

 pH

 Condutividade

 TOC – carbono orgânico total

 Sólidos totais dissolvidos


PARÂMETROS AVALIADOS

 Pirogênios endotoxina bacteriana  febre

Método LAL

Reagente específico + pirogênios  gel

 Bactérias

1- Contagem do número total de bactérias


heterotróficas
2- Pesquisa de coliformes fecais
3- Pesquisa de Pseudomonas aeruginosa
CLASSIFICAÇÕES

Quanto a:

 Fonte: subterrânea ou superficial

 Uso: limpeza, produtos estéreis ou não estéreis

 Tratamento: desmineralização, destilação, etc

 Qualidade
TIPOS DE ÁGUA

• Bruta

• Potável

• Purificada
Utilizadas na produção dos
• Ultrapurificada medicamentos

• Para Injetáveis
ÁGUA BRUTA
Condições da água retirada diretamente da fonte, sem nenhum
tipo de tratamento
ÁGUA POTÁVEL
• Água própria para consumo

• Não são considerados os conteúdos em minerais

• Importante: pureza microbiológica (≤500 UFC/mL )

• Ausência de micro-organismos patogênicos

• Fonte de obtenção de água purificada

• Presença de cloro
ÁGUA PURIFICADA
 É a água potável sem a presença de cloro

 Nível controlado de microrganismos (≤100 UFC/mL), matéria orgânica


(0,5 ppm) e íons (1,3 S/cm).

 Obtida pela combinação da utilização de filtros, carvão ativado, resinas


trocadoras de íons (RTI), osmose reversa, destilação.

 Utilizada para produzir medicamentos não parenterais, formulações


magistrais , lavagem de material, preparo de soluções reagentes, gerar
vapor em caldeiras

 Fonte para obter água purificada estéril e água para injetáveis.


ÁGUA ULTRAPURIFICADA

• Baixa concentração iônica, baixa carga microbiana e baixo


nível de COT.

• Utilizada em laboratórios de ensaios e controle de


qualidade

• Características:

Condutividade < 0,1 µS/cm , COT ≤ 0,50 mg/L, endotoxinas


< 0,25 UE/mL e contagem total de bactérias ≤ 10 UFC/100 mL.
ÁGUA PARA INJETÁVEIS

 Preparação de produtos farmacêuticos parenterais


estéreis

 Limpeza e preparação de processos, equipamentos


e componentes que entram em contato com fármacos e
medicamentos estéreis durante sua produção.

 Destilação em equipamento cujas paredes internas


sejam fabricadas em metal apropriado (aço inox,
vidro neutro ou quartzo).
COMPARAÇÕES
PARÂMETROS DE QUALIDADE
DIFERENÇAS
Purificada x potável Injetáveis x Purificada
• Menor teor:
• Pureza excepcional do ponto
– inorgânicos; de vista microbiológico:
– orgânicos; - contagem microbiana;
– sólidos dissolvidos; - teor de pirogênios.
– contagem microbiana.

• Ausência de cloro.

• pH restrito.
Água para injetáveis –
destilação/ osmose reversa
MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
1. CLORAÇÃO

• Objetivo: manter a contaminação microbiológica em valores 500


UFC/mL.

• Teor: entre 0,5 a 2 ppm de cloro

Aumenta o pH da água
Gera trihalometanos
Água purificada/injeção não pode ter cloro
MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
2. FILTRAÇÃO

• Objetivo
– Remover material particulado da água, incluindo os micro-
organismos, e em alguns casos, pirogênios.

• Filtros usuais e utilização


– Areia 50 a 100 m; Macrofiltração
– Profundidade 1 a 5 m; Microfiltração
– superfície 0,45 e 0,22 m.
Ultrafiltração
esterilizante

Menor partícula visível: 40 µm!


MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
2. FILTRAÇÃO

Macrofiltros Microfiltros Ultrafiltros

• Prevenir a contaminação do sistema


• Prolongar o tempo de utilização do equipamento de tratamento de
água e do filtro final
• Filtros devem ser instalados somente onde existe uma clara
necessidade de reduzir a contaminação microbiana.
• Devem ser sanitizados periodicamente
MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
2. FILTRAÇÃO
MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
Muitos poros
3. CARVÃO ATIVADO Insolúvel em todos
os solventes
• Objetivo
– Remover orgânicos, cloro e CO2.

• Problemas
– Não elimina toda a matéria orgânica;
– interage com os micro-organismos formando biofilme;
– gera partículas de carvão finíssimas.

• Cuidado
– Sanitização e troca frequente;
– usar CA na forma de cartucho.

• Alternativas: UF e/ou OR; Na2S2O5; degaseificador ou NaOH


MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
4. INJEÇÃO DE METABISSULFITO E NaOH

 Objetivo: retirar o cloro livre da água

 Pode ser fonte de contaminação

 Não elimina matéria orgânica ou CO2

 Posterior injeção de NaOH  remover CO2

 Alternativa: carvão ativado, degaseificadores


MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
5. DEGASEIFICÃÇÃO

• Eliminar o O2, CO2 e N2


dissolvido na água

• Funciona à vácuo
MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
6. LÂMPADA ULTRA-VIOLETA

• Usada para desinfecção e para redução do TOC.

• Radiação UV é capaz de impedir a reprodução dos micro-


organismos e oxidar matéria orgânica

• Limitações:
Intensidade da luz sempre alta
Bactérias expostas diretamente
Tempo prolongado
Depende da geometria do tanque
MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
7. OZÔNIO

• Agente oxidante e desinfetante (elimina micro-organismos e TOC)

• Ruptura da parede celular dos micro-organismos: menor tempo de


contato

• Vantagens:
-Não gera trihalometanos
-Se decompõe em água
MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
8. RESINA DE TROCA IÔNICA

Trocam os íons dissolvidos na água (Na+, K+, Ca2+, Fe2+, Cl-, CO32-, SO42-, etc.) por íons
móveis presentes nas resinas, H+, OH-.

Não produz água de alta pureza  por haver fuga de pequenos fragmentos da resina,
facilidade de crescimento microbiano e baixa remoção de orgânicos.
MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
9. OSMOSE REVERSA
MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
9. OSMOSE REVERSA

OBTENÇÃO DE ÁGUA PARA INJETÁVEIS!


MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
9. OSMOSE REVERSA

Membranas semipermeáveis com carga elétrica

Elimina:
Íons monovalentes (>90%), polivalentes (>95%);
orgânicos (90-99%);
material particulado (>99%);
bactérias (>99%);
pirogênios (>99%).

Deve-se instalar um sistema de pré-tratamento antes da osmose reversa


MÉTODOS DE PURIFICAÇÃO
10. DESTILAÇÃO
Problemas:
- Evaporação de
compostos voláteis
(CO2 e NH3)

- Impurezas devido ao
material dos
destiladores

- Manipulação da água
pura  cuidado com
contaminação
ESTOCAGEM
– Tanques de material inerte, limpo e não servir de fonte de
contaminação ao conteúdo  aço inox

– 80-85 oC.

– Em recirculação.

– “No máximo 24 horas”.

– Possuir um filtro “de respiro”


SISTEMAS DE ULTRAPURIFICAÇÃO

5 m CA 1 m R-Na UV 0,80 m
Água potável

OR

UV 0,45 m Leito misto

0,22 m
Tanque
SISTEMAS DE ULTRAPURIFICAÇÃO

Equipamento contem:

o Resinas de troca iônica sintéticas de alta eficiência,


o Esterilização por lâmpada UV
o Filtro de porosidade 0,22 µm

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