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Perpétua e Felicidade,
Tertuliano, teólogo mártires africanas
leigo Cipriano, bispo de
Cartago
CRISTIANISMO NO NORTE DA ÁFRICA
Santo Agostinho (354-430) foi sacerdote (391) e depois bispo (396) na cidade
de Hipona, onde permaneceu até a sua morte.Desde a sua ordenação
sacerdotal até o fim do seu ministério, Agostinho tomou sobre si a tarefa de
enfrentar o donatismo em nome da ortodoxia católica. Sua atuação se deu em
três frentes.
Teológico-pastoral, visando demover o donatismo do que acreditava ser o seu
erro por meio da argumentação e da exortação.
Política eclesiástica- Para esse fim serão importantes os muitos concílios
eclesiásticos reunidos em sua época, nos quais a presença de Agostinho é
sempre destacada e de onde emanam decisões pastorais e políticas contra os
donatistas.
Apelo ao braço armado do Império - uso da força contra os cismáticos.
AGOSTINHO E OS DONATISTAS
401 a 405. Em 404 um concílio de Cartago decidiu apelar ao imperador para que
se aplicasse contra os donatistas as leis contra os hereges e os forçassem à
unidade com os católicos. Nesta ocasião a opinião de Agostinho – que foi
derrotada no concílio – era de que as penas fossem aplicadas somente aos
donatistas que perturbassem a ordem pública (LANGA, 1988, p. 95). O apelo ao
imperador, somado aos atos de violência dos donatistas contra o bispo católico
Maximiano de Bagai, teve como resposta um duro edito do imperador Honório,
conhecido como Edito da Unidade, de 12 de Fevereiro de 405. Nele, o cisma é
equiparado à heresia, o rebatismo é proibido e os donatistas são impedidos de
receber doações ou legados (WILLIS, 2005, p. 51).
AGOSTINHO E OS DONATISTAS
405 a 411 - Diante da persistência do donatismo, o clero católico decide
novamente, em 408, apelar ao imperador para que se efetive o cumprimento da
lei. A partir desta época é possível ver, com clareza, que Agostinho defende a
posição de que os hereges devem ser convertidos, se necessário, pela força
(WILLIS, 2005, p. 66). Em junho de 410 o imperador emite um edito de
tolerância, mas os apelos do clero católico o levam a revogá-lo em agosto do
mesmo ano (LANGA, 1988, p. 99).
O fim deste período é marcado pelo concílio conjunto, ou collatio, de Cartago
(411), convocado por ordem do imperador Honório. Tratou-se de um debate
oficial instituído para dirimir todas as dúvidas e decidir qual deveria ser
considerada a verdadeira Igreja. A reunião foi conduzida pelo comandante militar
imperial Flávio Marcelino, partidário do catolicismo (BROWN, 2005, p. 413).
Estavam presentes 279 bispos católicos e 270 donatistas. Em 9 de junho de 411
o veredito final foi dado e o Donatismo foi oficialmente condenado. A vitória no
campo político eclesiástico legitimava agora o uso da força. A partir de 411, “as
leis contra os donatistas tornaram-se coercitivas, no verdadeiro sentido da
palavra: puniam os leigos por não se tornarem católicos” (BROWN, 2005, p. 417.
Grifo do autor).
AGOSTINHO E OS DONATISTAS