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Anatomia e fisiologia

respiratória
Lauren Gabrielle Almeida – Residente Medicina Intensiva
Anatomia

• TRATO RESPIRATÓRIO SUPERIOR:


• ÓRGÃOS FORA DA CAIXA TORÁCICA: CAVIDADE NASAL, FARINGE, LARINGE E
PARTE SUPERIOR DA TRAQUÉIA

• TRATO RESPIRATÓRIO INFERIOR:


• ÓRGÃOS LOCALIZADOS NA CAIXA TORÁCICA: PARTE INFERIOR DA TRAQUÉIA,
BRÔNQUIOS, BRONQUÍOLOS, ALVÉOLOS E PULMÕES
• FORMAÇÃO DA CAVIDADE TORÁCICA: PLEURA E MÚSCULOS
VIAS AÉREAS

• O ar entra no trato respiratório através das narinas e flui pelas cavidades nasais
direita e esquerda;
• As cavidades nasais são revestidas por mucosa respiratória, separadas pelo septo
nasal. Contém pêlos que filtram grandes partículas de poeira e células receptoras
para o olfato;
• Orifício anterior narina e posterior coana (fazem a comunicação da cavidade nasal
com a faringe);
• Na cavidade nasal o ar é filtrado, umedecido e aquecido.
VIAS AÉREAS

• Faringe

• A faringe começa nas coanas e estende-se para baixo no pescoço;


• Localiza-se atrás das cavidades nasais e a frente das vértebras cervicais
• Sua parede é composta de músculos esqueléticos e revestida de túnica mucosa
• Passagem de ar e alimento
VIAS AÉREAS

• Nasofaringe: porção superior, comunica-se com as coanas, óstios faríngeos das tubas
auditivas e com a orofaringe

• Orofaringe parte intermediária, situa-se atrás da cavidade oral e estende-se do palato mole
até o hióide. Tem comunicação com a boca e seve de passagem para o ar e para o alimento.

• Laringofaringe: estende-se para baixo a partir do osso hioide e conecta-se com o esôfago e
anteriormente com a laringe. Via respiratória e digestória.
VIAS AÉREAS

• LARINGE: conecta a faringe com a traquéia, na linha mediana do pescoço

• Funções: passagem para o ar durante a respiração, fonação e impede que o alimento e


objetos estranhos entrem nas estruturas respiratórias

• A Epiglote se fixa no osso hióide e na cartilagem tireóide. A epiglote é uma espécie de


“porta” para o pulmão, onde apenas o ar ou substâncias gasosas entram e saem dele. Já
substâncias líquidas e sólidas não entram no pulmão, pois a epiglote fecha-se e este dirige-se
ao esôfago
VIAS AÉREAS

• TRAQUÉIA é a continuação da laringe, penetra no tórax, até a carina e termina se


bifurcando nos 2 brônquios principais;

• É mediana e anterior ao esôfago e em sua terminação desvia-se ligeiramente para a


Direita;

• Seu arcabouço é constituído aproximadamente por 20 anéis cartilagíneos


incompletos para trás, que são denominados cartilagens traqueais.
VIAS AÉREAS

• Brônquios

• Ligação das traquéias com os pulmões, brônquio principal direito e brônquio principal
esquerdo. São constituídos de anéis incompletos de cartilagem hialina, tecido fibroso,
fibras musculares, mucosa e glândulas.
• O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e mais largo do que o
esquerdo. Como a traqueia, os brônquios principais contém anéis de cartilagem
incompletos.
VIAS AÉREAS

• Os brônquios principais entram nos pulmões na região chamada HILO. Ao atingirem os pulmões correspondentes, os
brônquios principais subdividem-se nos Brônquios Lobares.
• Os brônquios lobares subdividem-se em Brônquios Segmentares, cada um destes distribuindo-se a um segmento
pulmonar.
• Os brônquios dividem-se respectivamente em tubos cada vez menores denominados Bronquíolos.
• Os bronquíolos continuam a se ramificar e dão origem aos Ductos Alveolares.
• Estes ductos terminam em estruturas microscópicas com forma de uva chamados Alvéolos.
• Os alvéolos são minúsculos sáculos de ar que constituem o final das vias respiratórias. Um capilar pulmonar envolve cada
alvéolo.
• A Função dos Alvéolos é trocar oxigênio e dióxido de carbono através da membrana capilar alvéolo-pulmonar
VIAS AÉREAS

• Pulmões: são órgãos essenciais na respiração. São duas vísceras situadas uma de cada lado,
no interior do tórax e onde se dá o encontro do ar atmosférico com o sangue circulante,
ocorrendo então, as trocas gasosas.
• Eles estendem-se do diafragma até um pouco acima das clavículas e estão justapostos às
costelas.O pulmão direito é o mais espesso e mais largo que o esquerdo. Ele também é um
pouco mais curto pois o diafragma é mais alto no lado direito para acomodar o fígado. O
pulmão esquerdo tem uma concavidade que é a incisura cardíaca.
VIAS AÉREAS

• Pulmão Direito
• * Lobo Superior: apical, anterior e posterior
* Lobo Médio: medial e lateral
* Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial e basal
lateral
• Pulmão Esquerdo
• * Lobo Superior: apicoposterior, anterior, lingular superior e lingular inferior
* Lobo Inferior: apical (superior), basal anterior, basal posterior, basal medial e basal
lateral
SEGMENTOS PULMONARES – VISTA ANTERIOR SEGMENTOS PULMONARES – VISTA POSTERIOR
VIAS AÉREAS

• PLEURAS

• A superfície externa de cada pulmão e a parede interna da caixa torácica são revestidos por
uma membrana serosa dupla, chamada pleura. A membrana na superfície externa de cada
pulmão é denominada Pleura Visceral, e a que reveste a parede da cavidade torácica é
chamada Pleura Parietal.
• Entre as pleuras visceral e parietal encontra-se um pequeno espaço, a Cavidade Pleural, que
contém pequena quantidade de líquido lubrificante, secretado pelas túnicas. Esse líquido
reduz o atrito entre as túnicas, permitindo que elas deslizem facilmente uma sobre a outra,
durante a respiração.
Ventilação pulmonar

• Influxo e efluxo de ar entre a atmosfera e os alvéolos pulmonares

• Renovar continuamente o ar nas áreas de trocas gasosas dos pulmões, onde o ar está
próximo a circulação sanguínea pulmonar (alvéolos, sacos alveolares, ductos
alveolares e bronquíolos respiratórios)
Ventilação pulmonar

• Pressão pleural: pressão do líquido no espaço entre a pleura visceral e a pleura


parietal, discreta pressão negativa (cerca de -5 cmH20), quantidade necessária para
manter os pulmões abertos em seu nível de repouso. Na inspiração, a expansão da
caixa torácica cria uma pressão mais negativa, chegando a -7,5 cmH2O)

• O pulmão flutua na caixa torácica circundado pelo líquido pleural. A pressão do


líquido pleural é ligeiramente negativa, o que se faz necessário para manter os
pulmões distendidos no seu nível de repouso.
Ventilação pulmonar

• Pressão alveolar: para causar o influxo de ar para os alvéolos, a pressão alveolar


diminui para cerca de -1 cmH2O, suficiente para puxar 0,5 L de ar para o interior dos
pulmões, nos 2 segundos necessários para uma inspiração normal e tranquila. Na
expiração ela sobe para cerca de +1 cmH2O e força o 0,5 L de ar inspirado para fora
dos pulmões, durante os 2 a 3 segundos de expiração.
Ventilação pulmonar

• Pressão transpulmonar: diferença entre as pressões alveolar e pleural, também chamada de


pressão de retração: medida das forças elásticas nos pulmões (do tecido pulmonar e da
tensão superficial do líquido que reveste as paredes internas dos alvéolos e outros espaços
aéreos pulmonares). Fibras do parênquima pulmonar: pulmões vazios contraídas, quando
pulmões se expandem, são estiradas e exercem uma força elástica maior.

• Complacência pulmonar: o grau de expansão pulmonar para cada unidade acrescida na


pressão transpulmonar

• O surfactante é um agente tensoativo superficial produzido pelos pneumócitos do tipo II que


reduz sensivelmente a tensão superficial, diminuindo a tendência dos alvéolos ao colapso
com conseqüente expulsão do ar pela traquéia.
Ventilação pulmonar

• O volume corrente é o volume de ar inspirado ou expirado em cada respiração normal. O volume de


reserva inspiratória é o volume extra de ar que pode ser inspirado além do volume corrente normal.

• O volume de reserva expiratória é a quantidade extra de ar que pode ser expirada forçadamente ao
final da expiração do volume corrente normal. O volume residual é o volume de ar que permanece nos
pulmões após uma expiração vigorosa.

• A capacidade inspiratória é igual à soma do volume corrente mais o volume de reserva inspiratória.
Ventilação pulmonar
• A capacidade funcional residual é igual à soma do volume de reserva expiratória mais o
volume residual.

• A capacidade vital é igual à soma do volume de reserva inspiratória mais o volume corrente
mais o volume de reserva expiratória.

• A capacidade pulmonar total é o volume máximo de expansão pulmonar com o maior esforço
inspiratório possível ; é igual à capacidade vital mais o volume residual.

• O volume respiratório por minuto é igual à freqüência respiratória multiplicada pelo volume
corrente.
Ventilação alveolar
• Velocidade com que o ar “novo” alcança as áreas de trocas gasosas.

• A importância fundamental do sistema de ventilação pulmonar é a renovação


contínua do ar nas áreas pulmonares de trocas gasosas onde o ar está em estreito
contato com o sangue pulmonar. Estas áreas incluem os alvéolos, os sacos alveolares,
os ductos alveolares e os bronquíolos respiratórios.

• “espaço morto”: parte do ar que a pessoa respira nunca alcança as áreas de trocas
gasosas, pois preenchem as vias onde essas trocas não ocorrem (nariz, faringe,
traquéia). Na expiração esse ar é expirado primeiro, antes de qualquer ar dos
alvéolos alcançar a atmosfera. Desvantajoso para remover os gases expiratórios dos
pulmões
Circulação pulmonar / perfusão
Circulação pulmonar / perfusão

• Circulação de baixo fluxo e alta pressão


• Supre a traqueia, arvore brônquica, tecidos de sustentação do pulmão e as camadas externas
(adventícia) dos vasos sanguíneos, artérias e veias, com sangue arterial sistemico. Artérias
brônquicas (ramo da aorta torácica)

• Circulação de alto fluxo e baixa pressão:


• Leva sangue venoso das partes do corpo para os capilares alveolares, onde ganha O2 e perde CO2.

• A. pulmonar recebe sangue do VD e leva sangue aos capilares alveolares para as trocas gasosas e as
vv pulmonares devolvem sangue para o AE -> VE -> circulação sistêmica
Circulação pulmonar / perfusão

• A quantidade de sangue que circula pelos pulmões é essencialmente igual àquela da


circulação sistêmica. A artéria pulmonar estende-se por apenas 5 cm além do ápice
do ventrículo direito e em seguida se divide em dois ramos principais, um direito e
um esquerdo, que suprem os dois pulmões respectivamente. Durante a sístole, a
pressão na artéria pulmonar é essencialmente igual à pressão do ventrículo direito.
Circulação pulmonar / perfusão

• Após o fechamento da válvula pulmonar, no final da sístole, a pressão ventricular cai


bruscamente, enquanto a pressão da artéria pulmonar cai lentamente, à medida que
o sangue flui através dos capilares pulmonares.
• O fluxo sanguíneo através dos pulmões é essencialmente igual ao débito cardíaco.
Quando a concentração de oxigênio nos alvéolos diminui abaixo do normal, os vasos
sanguíneos adjacentes entram lentamente em constrição. Isto é oposto ao efeito
normalmente observado nos vasos sistêmicos, que se dilatam ao invés de entrar em
constrição devido ao oxigênio baixo.
Circulação pulmonar / perfusão

• Esse efeito dos níveis baixos de oxigênio na resistência vascular pulmonar tem uma
função importante: distribuir o fluxo sanguíneo para onde ele é mais útil.

• Quando o lado esquerdo do coração falha no bombeamento adequado do sangue,


este começa a ficar represado no átrio esquerdo. Como resultado, a pressão neste
local pode, às vezes, se elevar além do seu valor normal. Quando a pressão atrial
esquerda atinge níveis muito elevados, ocorre aumento na pressão arterial pulmonar
com aumento concomitante da carga no coração direito.
Relação ventilação - perfusão

• É a razão existente entre a quantidade de ventilação e a quantidade de sangue que


chega a esse pulmão, mede a funcionalidade do sistema respiratório, pois o equilíbrio
entre ventilação (V) e fluxo sanguíneo (Q) nas várias regiões do pulmão é essencial
para troca gasosa adequada.
Relação ventilação - perfusão

• Índice V/Q baixo – ventilação baixa e fluxo sanguíneo alto, shunt intrapulmonar
(parte do sangue venoso entra no sistema arterial sem passar pelas áreas ventiladas
do pulmão), pode produzir uma hipoxemia com ou sem hipercapnia;

• Índice V/Q alto – ventilação é alta e fluxo sanguíneo é baixo, produz aumento de
espaço morto, produzindo hipoxemia e hipercapnia;
Patologias

• Índice V/Q baixo:

• Doenças com preenchimento alveolar: pneumonia, edema agudo de pulmão,


SARA, hemorragia alveolar e contusão pulmonar;
• Doenças com colapso alveolar: atelectasias, grandes derrames pleurais ou
pneumotórax comprimindo o parênquima pulmonar;
• Doenças com obstrução completa ou colapso de pequenas vias aéreas: DPOC e
Asma
Patologias

• Índice V/Q alto:

• Embolia pulmonar
• Choque circulatório
• Elevadas pressões inspiratórias ou expiratórias durante a ventilação mecânica
OBRIGADA

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