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INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Prof. Dr.Claudio Scapinello


Universidade Estadual de Maringá
Departamento de Zootecnia
ANATOMIA DO TRATO REPRODUTIVO DO MACHO

 
-   Testículo
-   Epidídimo (cabeça, corpo e cauda),
-   Conduto deferente,
-    Ampola deferente,
-    Coletor seminal,
-    Conduto ejaculador e
-   Uretra.
OUTROS ÓRGÃOS RECEPTORES E SECRETORES DO
LIQUIDO SEMINAL

- Vesícula seminal
- Glândula Vesicular
- Glândula Prostática
- Glândulas para-prostáticas e
- Glândula Bulbo uretral
Desenvolvimento do aparelho genital do macho até 50dias
15 dias de gestação
Diferenciação sexual e aparecimento de uma formação tubular rudimentar
 
Ao nascer
Os testículos encontram-se na cavidade abdominal e seu tamanho é muito
reduzido
 
40 dias
Início do desenvolvimento das glândulas anexas
 
Até 45 dias
Crescimento testicular muito lento
 
A partir de 45 dias
Crescimento testicular em proporção superior ao do corpo
 
40 a 50 dias
Início da atividade dos tubos seminíferos
 
50 dias
Secreções das glândulas seminais e da próstata são ricas em frutose
Desenvolvimento do aparelho genital do macho 65 a 120 dias

Aos 65 a 70 dias
Aparecem as primeiras manifestações de atividade sexual
 

Aos 112 dias


Chegada dos primeiros espermatozóides no conduto
deferente
 

Aos 120 dias


Aparecimento dos SPZ nas primeiras ejaculações
Espermatogênese

Duração - 38 a 41 dias

Fatores que afetam a atividade testicular

- Fotoperíodo
- Temperatura
- Alimentação
Produção diária de espermatozóides
- 30 a 40 milhões/gr de testículo/dia
- Total diário de 250 milhões de spz
- Spz armazenados nos testículos = 1.299 milhões
Valores médios de SPZ nas distintas porções do aparelho
reprodutor do macho
Órgãos No. de espermatozóides (milhões)
Em repouso sexual Em atividade sexual

Testículos 704 ± 498 581 ± 258

Cabeça do epidídimo 243 ± 88 218 ± 87

Corpo do epidídimo 31 ± 15 41 ± 18

Cauda do epidídimo 649 ± 286 740 ± 359

Conduto deferente 48 ± 34 15 ± 15
proximal
Ampola 8 ± 10 5±6

Gel vesicular 22 ± 19 56 ± 59

Glândulas anexas 0 0
Transito dos SPZ no epidídimo (2,0 a 2,5 m) e o processo de
maturação

O transito dura de 8 a 10 dias, sendo destes:

- 02 dias na cabeça;
- 01 dia no corpo e
- 05 a 06 dias na cauda do epidídimo.

Ponto de procedência dos SPZ % de óvulos fecundados


Cabeça do epidídimo 0
Corpo proximal do epidídimo 0
Corpo distal do epidídimo 57
Cauda proximal do epidídimo 74
Cauda distal do epidídimo 95
Ejaculado final 95
CARACTERÍSTICAS DO SÊMEN

Componentes Níveis
Frutose 40mg/100ml
Ácido cítrico 110-150 mg/100ml
Inositol 20 mg/100ml
Glicerilfosforilcolina 210 a 370 mg
Numerosos íons (Na, K, P, Mg Ca,
Zn.....)

Volume de sêmen

-   0,2 a 6,0 ml, com média de 0,3 a 1,0 ml


Fatores de variação do volume

- Secreções das glândulas anexas


- Presença ou não de gel
- Estação do ano e
- Atividade sexual
Concentração de SPZ/cm3

- Entre 50 e 1.500 milhões


- Média de 150 a 300 milhões/ml

Fatores que afetam a [ spz ]

-Raça - Idade do animal


-Ritmo de montas e - Condições ambientais
Coleta do sêmen = VAGINA ARTIFICIAL

- Na gaiola do macho
- Utilizando-se uma fêmea ou
- Uma pele de coelho revestindo o braço do operador
- Posicionamento da vagina artificial durante e após o salto
MATERIAL PARA AVALIAÇÃO, DILUIÇÃO E
CONSERVAÇÃO DO SEMEN

- Microscópio de 100 aumentos


- Pipeta Pasteur
- Lâminas e lamínulas
- Câmara de Neubauer
- Solução de eosina a 2% e
- Pipetas conta gotas
- Caixa Térmica
Avaliações do sêmen
 
-  Volume (0,3 a 1,0 ml)
-  Cor (Amarelado, Avermelhado, Marrom, Branco
transparente)
-  Consistência (leitoso (cremoso) ao aquoso)
-  Existência de gel
-  pH (7,5 a 8)
-  Motilidade
o      Massal (escore de 0 a 5) e
o      Individual (acima de 50%)
- Concentração (50 a 1500 milhões/ml – 250 milhões/ml)
Diluição do Sêmen

Após a avaliação quali-quantitativa

OBJETIVOS
- Aumentar o volume total da massa espermática
- Proporcionar um meio favorável para a sobrevivência dos SPZ
- Realizar, com um só ejaculado, a inseminação de um número
elevado de matrizes.
Meios de diluição devem apresentar as seguintes
características:

- Pressão osmótica o mais isotônica possível com o esperma,

- Conter substâncias tampão que permitam manter o pH


invariável e neutro,

- Conter substâncias coloidais capazes de proteger os SPZ,

- Possuir substâncias nutritivas ou elementos que favoreçam o


metabolismo, vitalidade e longevidade dos SPZ e

-  Estar livre de substâncias, produtos ou organismos


infecciosos prejudiciais tanto aos SPZ como para o trato
genital e reprodutivo da matriz.
Para que a diluição seja conduzida corretamente:

-  Considerar todos os parâmetros da avaliação do sêmen

-   Doses inseminantes = volume de massa de 0,5 a 1,0 ml


e 25 a 30 milhões de SPZ.
CONSERVAÇÃO DO EJACULADO

Em casos em que o sêmen não seja utilizado nas próximas


04 horas após sua coleta :
- Refrigeração ou
- Congelamento.

1- Refrigeração

- 4 a 19oC - utilização até 24 a 36 horas após a diluição

- Temperatura ótima de conservação é de 18oC


Técnica

- Diluir o sêmen a temperatura de 37 – 38oC

- Reduzir a temperatura o mais lentamente possível


(colocar o recipiente contendo sêmen em outro com água
a 37oC e, por sua vez, este recipiente dentro de um
refrigerador programável )

2- Congelamento

Congelados em vapor de nitrogênio e armazenado em


nitrogênio líquido a –196oC

- Diluição deve ser feita neste caso na proporção para obtenção


de 100milhões SPZ/dose
Características dos diluentes

- Aportar substâncias nutritivas


- Manter a vitalidade e capacidade fecundante
- Poder tampão
- Apresentar crioprotetores DMSO – (Dimetilsulfóxido), glicerol,
etilenoglicol, acetamida, lactamida..
Técnica de congelamento com glicerina: 100 milhões

1- Após a coleta e análises do sêmen, realizar a diluição para


doses de 100 milhões de SPZ. Pré-diluição

2- Resfriar progressivamente até alcançar 5oC, em um tempo


aproximado de 3 horas.

3- Meia hora antes do congelamento, misturar 6% de glicerina,

4- Aspirar o sêmen diluído e refrigerado em:


- Ampolas com 2,5 ml contendo várias doses ou
- Palhetas de plástico de o,25 a 0,5 ml.

5- Congelar em vapor de N durante 6 a 10 min. em ambiente


controlado com 5oC, ou por 20 minutos em ambiente natural

6-  Armazenar em nitrogênio líquido.


Descongelamento

Durante 15 a 20 segundos, em banho maria a 37oC

INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Contenção das matrizes e inseminação

1- Um operador realizando a inseminação

2- Dois operadores realizando a inseminação

3- Uso de caixa de contenção


MATERIAIS PARA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL

Cateter

- Curvatura em seus 5 a 8 cm da extremidade anterior


- Comprimento de 14 a 20cm
- Diâmetro externo de 0,5 a 0,6 cm e
- Diâmetro interno de 0,2 cm.

Pistolas com

- Recarga automáticas para inseminação e


- Capacidade para 50 a 100 doses.
Medidas da caixa de contenção

 
-   na forma de um cilindro de 15 cm de diâmetro,
-   com a extremidade superior cortada em bisel
-   25cm de comprimento no lado de cima
-   35 cm de comprimento no lado de baixo e
-   um ângulo de 23 a 25o ,
Tratamentos associados à Inseminação Artificial

1o- A indução da ovulação por métodos artificiais

2o- A sincronização do cio ou uso de sistema de reprodução em


bandas, para agrupar um número expressivo de matrizes.
Indução da ovulação e sincronização do cio

1- Bioestimulação

2- Aplicação de hormônios

Também é importante

- Controle do fotoperíodo

- Temperatura e

- Alimentação.
Desempenho reprodutivo de matrizes inseminadas 4 dias
após o parto, utilizando bioestimulação e PMSG
para induzir a ovulação

Período de separação dos láparos (horas) PMSG


0 24 36 48 controle
No de I.A. 194 181 169 179 819
Fertilidade 47d 64,2c 79,8ab 81,8 a 74,9b
(%)
Nascidos 7,1c 7,6bc 7,4bc 7,9ab 8,1 a
vivos
Nascidos 7,6c 7,9bc 7,9bc 8,3ab 8,5 a
totais
(a,b,c: p<0,01)
Desempenho reprodutivo de matrizes inseminadas 11 dias
após o parto utilizando bioestimulação e PMSG para induzir
a ovulação

Período de separação dos láparos (horas) PMSG


0 24 36 48 controle
No de I.A. 196 184 190 187 693
Fertilidade 75,1 bc 78,6 b 85,6 a 81,6 ab 81,8 ab
(%)
Nascidos 8,9 8,4 8,2 8,1 8,7
vivos
Nascidos 9,3 8,8 8,6 8,9 9,2
totais
(a,b,c: p<0,01)
APLICAÇÃO DE HORMÔNIOS

- PMSG (Gonadotrofina do soro de éguas prenhes) ou ECG

- estimula o crescimento folicular ovariano e a atividade sexual


da coelha. Ação de FSH 75% e 25% de LH.
- doses indicadas - 40 U.I. /animal,
- 48 a 72 horas antes da inseminação.
- tratamentos repetitivos - produção de anticorpos anti-ECG,
- via intramuscular.
- Nome comercial = Folligon
APLICAÇÃO DE HORMÔNIOS ……

- LHRL ( Análogo sintético liberador do hormônio luteinizante) –

- produz modificações encefálicas semelhantes às obtidas após


a cobertura.
- Estimula a liberação do LH.
- Ausência de reações imunológicas.
- Doses - 0,5 mg/kg de peso vivo,
- Via intramuscular.
No momento da inseminação.
APLICAÇÃO DE HORMÔNIOS ……

- GNRH (Análogo sintético liberador de gonadotrofina)-

- Estimula a liberação do LH e FSH.


- Ausência de reações imunológicas.
- doses recomendadas – 10 a 100 ug/animal, via intramuscular.
- Aplicação 24horas antes da inseminaçao.
- Intramuscular
- Produto comercial = Conceptal, pro-fertyl, sertagyl
APLICAÇÃO DE HORMÔNIOS ……

- HCG (Gonadotrofina coriônica) Mais utilizado

- estimula a ovulação de forma direta (75% de ação de LH e


25% de FSH ).
- doses indicadas- 40 U.I. /animal.
- no momento da inseminação
- tratamentos repetitivos - produção de anticorpos anti-HCG.
Produto comercial = Pregnil, prófase, corolon, vetcor.

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