de catequese, vinculada diretamente à Igreja Católica. • Os jesuítas e franciscanos eram cantores, regentes de coro, compositores além de executarem vários instrumentos e ensinarem as crianças indígenas a cantar e tocar. • Exerciam também a função de mestres-de- capela, onde organizavam programas, escolhiam intérpretes e mantinham virtual monopólio sobre toda a atividade musical local e regional. • Escreviam também “autos” (peças teatrais de temática religiosa) encenados principalmente em datas comemorativas de cunho religioso (Páscoa, Natal, Corpus Christi) onde eram incorporados vários tipos de música disponível, de origem ibérica e medieval. • O “villancico” era o principal gênero utilizado nesses eventos. Seu texto era organizado em tercetos que geralmente finalizava com uma quadrilha ou uma quintilha. https://youtu.be/lo0m-6oxLwg • A produção cultural durante esses dois primeiro séculos era praticamente toda de origem jesuíta. Era muito raro qualquer referencia a música profana. Mas existe algumas honrosas exceções como a obra do poeta e cantor Gregório de Matos conhecido como o “Boca do inferno”. Seus poemas e canções eram de cunho satírico e zombavam da sociedade e da política. https://youtu.be/ WO1Uwyn62v4 (21:50) • Nos primeiros três quartos do séc. XVI, os índios foram a principal força-tarefa na exploração da cana-de- acúcar, responsável pela expansão comercial do produto no período. • Com a proibição da escravidão indígena em 1570, por meio de um decreto emitido diretamente da corte portuguesa, os negros tornaram-se a principal mão- de-obra escrava do homem branco. • Como naquele tempo o músico era relegado ao papel de criado, não é de se surpreender que a maioria deles fossem negros ou mulatos. • Por esse fato, apesar do desprezo pela cultura africana por parte dos brancos, a influência negra na música brasileira foi significativa, tornando-se ainda mais avassaladora após a abolição da escravatura. • Neste período foram construídas salas de concerto, intituladas pomposamente de “casas-de-ópera”, para dar vasão a tantas produções e concertos.
• O Primeiro Teatro a ser
inaugurado foi o Teatro da Camâra municipal na Bahia em 1729. A primeira casa de ópera surgiu na Bahia em 1760 (Casa de Ópera da Praia). Logo em seguida, em 1767 surge o primeiro teatro carioca (Teatro de Manuel Luís). • As atividades musicais foram de maior vulto na Bahia e em Pernambuco (Olinda).
• No séc. XVII começam a
surgir as irmandades de música – espécie de sindicato de músicos - principalmente em Pernambuco, Bahia e Minas Gerais, integrada na sua imensa maioria por músicos negros. Os que não se associavam a essas agremiações eram impedidos de fazer música. Mestres mulatos • Quanto aos músicos, quase todos eram mulatos e organizavam-se em irmandades citadas anteriormente. Forneciam música mediante contrato com as igrejas e prefeituras.
• Alguns deles se tornavam-se diretores de conjuntos musicais e
faziam de suas casas espécies de conservatórios musicais, onde os alunos, geralmente meninos, não só recebiam aula de música mas também de latim e outras matérias essenciais, além de fazerem as refeições.
• Esses geralmente eram muito bem pagos pela igreja e
prefeituras, vivendo em casas bastante espaçosas e confortáveis. Influência Européia
• Segundo o musicólogo Curt Lange, no que se refere a música
composta no Brasil do período colonial, não parece ter havido influência direta deste ou daquele compositor português ou europeu, mas uma assimilação tão completa do material recebido que tudo parece espontâneo.
• Os compositores em particular dedicavam-se exclusivamente à
música sacra, devido ao grande número de encomendas feitas pelas paróquias da região. Já os instrumentistas interpretavam geralmente música de câmara europeia. Tinham grande familiaridade com as formas europeias como as sonatas e rondós. Rejeição das próprias raízes culturais
• De modo geral, os compositores dessa época eram bastante
fiéis ao modelos advindos da Europa, não havendo em suas obras nenhuma referência a elementos musicais de proveniência indígena ou africana.
• Uma possível explicação para tal ausência é o fato de que a
arte para esses compositores mulatos era uma escada para a sua ascensão numa sociedade dominada pelos portugueses. Daí reside a rejeição ao elemento negro e indígena em suas produções. • No séc XVII a música passa a adotar modelos mais identificados com a Ópera “Guerras do alecrim e “ópera-buffa” italiana do que com a manjerona” música renascentista.
• Os papéis femininos eram
apresentados também por homens. Só muito raramente as mulheres (neste caso mulatas) subiam à cena.
• Primeiro compositor de óperas:
Antonio José da Silva (“Judeu”). Nasceu no Rio de Janeiro e obteve enorme êxito em Portugal com seu teatro mordaz, voltado para a crítica social, o que lhe valeu as iras da Inquisição. Morreu estrangulado e queimado na fogueira da Inquisição. https://youtu.be/0gNlBZSGt0s Principais compositores do séc. XVII no Brasil • Inácio Ribeiro Nóia (Recife 1688 – 1773)
• Joaquim Bernardo Mendonça Ribeiro Pinto (Ceará, meados do
século XVIII – Recife, 1834)
• Luís Alvares Pinto (Recife, 1719 – 1789)
https://youtu.be/D4GqDCRBz7I
• André da Silva Gomes (1752 – 1844): compositor português
• José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita
https://youtu.be/NZTy-BYsp0E • Minas Gerais representou o ponto alto da música na época colonial no Brasil. O fator econômico foi de grande importância para o florescimento artístico na região. A enorme riqueza proveniente da mineração do ouro e diamantes desencadeou a vinda de muitos músicos, arquitetos, escultores, escritores e pintores para Minas.
• O apogeu artístico em Minas
ocorreu de 1787 a 1790. Depois começou a decadência devido ao paulatino esgotamento das riquezas minerais. Outros compositores do período • Marcos Coelho Neto (MG) https://youtu.be/dGIxZDKWtD8
• Francisco Gomes da Rocha (MG) https://youtu.be/
OUkML5t6J1w
• Ignácio Parreiras Neves (MG) https://youtu.be/5xn6KQqg82w
• Manuel Dias d’Oliveira (MG) https://youtu.be/Wzxu_HLWnw0
• Caetano de Mello Jesus (RJ) https://youtu.be/RyrrKq5IXX8
Partituras • Infelizmente dispomos hoje de pouquíssimas partituras originais (todas manuscritas) da música colonial do séc XVI e XVII.
• A ausência de tipografias e o fato de não haverem instituições
de ensino superior no Brasil na colônia (vendo-se os filhos dos colonos obrigados a viajar para Portugal para receber instrução universitária) foram algumas das razões para que muito desse material se extraviasse.
• A imprensa no Brasil teve seu início somente em 1808 com a
chegada da Corte portuguesa. Antes disso era proibida todo e qualquer tipo de impressão, quer seja de jornais, livros, revistas ou panfletos.
VOLPE, Maria Alice (Org.) - Anais Do III Simpósio Internacional de Musicologia Da UFRJ "Patrimônio Musical Na Atualidade: Tradição, Memória, Discurso e Poder"
A Música Extradiegética No Cinema Comercial Brasileiro Contemporâneo. Um Estudo Sobre As Funções Da Música Nos Filmes Brasileiros Indicados Ao Oscar Nos Anos 90 PDF