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FACULDADE UNYLEYA

A ÓPERA NOS ESTADOS UNIDOS – MINIMALISMO

CASCAVEL/PR

2023
FACULDADE UNYLEYA

A ÓPERA NOS ESTADOS UNIDOS – MINIMALISMO

CASCAVEL/PR

2023
MARIA CRISTINA BARCELLOS MEDEIROS

A ÓPERA NOS ESTADOS UNIDOS – MINIMALISMO

CASCAVEL/PR

2023
MARIA CRISTINA BARCELLOS MEDEIROS

A ÓPERA NOS ESTADOS UNIDOS – MINIMALISMO

Trabalho de História da Ópera


apresentado no curso de Pós
Graduação para avaliação.

Professor: LEONARDO J.
ROCHA FERNANDES

CASCAVEL/PR

2023
A ÓPERA NOS ESTADOS UNIDOS – MINIMALISMO

Desde a criação da ópera no barroco com suas produções voltadas


para a mitologia, o sobrenatural trazendo ainda toda uma carga contrapontística
e polifônica até o modernismo a música é sempre tratada de forma tonal. No
classicismo ainda são retratados no palco a mitologia e o sobrenatural, mas com
a chegada do romantismo se inicia por parte dos compositores de ópera a
vontade de levar a vida quotidiana do comportamento humano para os palcos,
com seus amores trágicos, mortes violentas em nome do amor, ódio, ciúme e
intrigas. A ópera cômica surge em oposição a toda carga pesada emocional que
leva a ópera séria e com ela a ópera bufa é levada ao extremo da comicidade.
Tudo isso acontece sobre o sistema tonal. Wagner com seu sistema leitmotiv
começa a das os primeiros sinais do atonalismo. O expressionismo inicia os
primeiros movimentos para o abandono do tonalismo e sobrevém a música serial
e atonal tomando notoriedade com Schoenberg e seu sistema dodecafônico. A
música atonal está em total evidência no mundo pós moderno e contemporâneo,
os compositores se voltam para composições nesse estilo. Com toda essa
ebulição atonal aleatória, surge o movimento nos EUA que se volta ao tonalismo
com composições de peças com pequenas células melódicas e com repetição
obsessiva, quase sem desenvolvimento, progridem de forma espiral e com
modulações mínimas quase imperceptíveis. Esse movimento se denomina
minimalismo musical.

Tratar sobre ópera no país dos musicais é de todo interessante e


instigante. Dessa forma, especificamos para o movimento minimalista com seus
compositores operísticos marcantes. Steve Michael Reinch compõe de forma
muito interessante usando como pulsação rítmica sons de relógio também os
recursos visuais de vídeos muito presentes em suas obras como em Three
Tales. Philip Glass, compositor americano que tem em suas obras influência da
música hindu e que possui na atualidade uma certa notoriedade devido ao fato
de ser um dos mais executados no mundo. Estudou composição na Julliard
School e foi o compositor que juntou o erudito com o popular passeando no jazz,
rock, rap e trabalhando também com o teatro experimental onde muitas de suas
primeiras obras foram destinadas para espetáculos de palco como o Khati-kali
indiano, o Nô e o Kabuki japonês. Tem uma linguagem realista textual muito
forte, mas faz mais uso da abordagem visual em suas óperas. Glass também
usa em suas óperas o singspield e leva para o palco questões como ufologia,
teoria da relatividade, questões indianas, guerras, incesto, homofobia, questões
indígenas, uma versão ultramoderna de Orpheu, magia, enfim uma riqueza de
temas contemporâneos. Robert Moran estudou em Viena e à partir da década
de 60 vai para um caminho experimental radical da música indeterminada de
John Cage. A primeira experiência com ópera foi compor com Phillip Glass uma
ópera infantil The Jupiter Tree. Depois fez mais uma ópera infantil Desert of
Rose. Moran retrata em suas óperas lendas, homossexualismo, amizade, seres
mitológicos e com esse compositor se vê o termo Chamber Opera que é uma
designação para óperas escritas para serem executadas com um conjunto de
câmara em vez de uma orquestra completa, lembrando um certo neo
barroquismo pela sua característica musical escrita para poucos instrumentos e
soando como se fosse uma grande orquestra. John Adam faz parte da segunda
geração de compositores do minimalismo. Também incorpora em suas obras o
jazz, rock e música oriental mas mantem se a tradição da ópera e do oratório,
usando uma base narrativa clara e levando sua música minimalista à plena
maturidade. Sua obra prima é a ópera Nixon in China. Ele também trata de
questões como pessoas com deficiência, antissemitismo, pirataria, questões
raciais, marginalidade, arbitrariedade da justiça, religiosidade.

A PRESENÇA FEMININA NAS COMPOSIÇÕES OPERÍSTICAS

A partir da década de 60 as mulheres compositoras fazem uma


presença mais marcante na cena lírica. Sendo que mais de 100 óperas são
escritas e produzidas pós segunda guerra mundial e estimuladas pelo
movimento feminista. Em 1976 fundou-se o American Women Composer. O
movimento minimalista é representado pelas compositoras Meredith Monk e
Libby Larsen. Mas existem mais compositoras como Margareth Garwood,
libretista que compôs The Trojan Women e Rappaccini’s Daughter. Julia Smith,
com estilo tonal e melodias com influência do jazz, traz na harmonia influência
recebida do grupo dos seis francês. Compôs a ópera Cynthia Parker, as óperas
infantis The Gooseherd and the Goblin e The Shepherdess and the Chimney
Sweep, para público adulto The Stranger of Manzano, Cockcrow, Daisy. Victoria
Bond compôs a ópera Travels, obra inspirada nas Viagens de Gulliver. Vivian
Fine compões óperas não-narrativas (sem sequência de eventos). Compôs The
Women in the Gardem e Memoirs of Uliana Rooney. Laurie Anderson, cantora e
compositora de espetáculos teatrais que gosta de efeitos multimídia. Autora de
peças de grandes proporções, não-narrativas, combinando texto falado, canto,
música, dança, filmes e projeções de slides. Compôs United States Parts I to IV
de seis horas de duração. Meredith Monk pianista, dançarina, encenadora,
cantora, coreógrafa, cineasta começou sua carreira de compositora no
movimento minimalista, mas devido a sua vasta experiência em várias áreas
artísticas, trouxe para suas obras várias técnicas devido ao seu amplo
conhecimento em vários campos. Monk usava em suas produções personagens
reais e lendários em locais alternativos onde a própria compositora fazia parte
da obra. Tratava tbém em sua obra sobre o espiritual, viagens estelares e
ufologia. Libby Larsen compositora que de início trabalhou como cantora de
música popular. Cria o chamado música visual onde a voz se associa aos
recursos tecnológicos. Como era roteirista, tenta unir o cinema com a televisão
e na sua ópera coloca televisões em cena. Traz para suas composições
sintetizadores usando o sistema digital. Compositora de um grande catálogo
musical com muitas obras instrumentais, abundante produção para coral e
numerosos ciclos de canções americanas.

Por fim cabe aqui mencionar Michael Torke, compositor onde sua
música é mais otimista, alegre e animada. Pertencente ao clã dos admirados e
versáteis da segunda geração minimalista. Nas suas obras explora o colorido
instrumental com traço pop integrados ao minimalismo livre. Sua música
extrovertida atrai muitos coreógrafos que usam suas composições para
espetáculos de dança. Nas obras vocais ele manipula palavras da mesma forma
que faz com as células temáticas nas obras instrumentais, criando um vínculo
entre língua e música. Compôs a ópera de câmera The Directions e Strawberry
Fields.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

COELHO, LAURO MACHADO. HISTÓRIA DA ÓPERA - A ÓPERA NOS


ESTADOS UNIDOS. PERSPECTIVA, 2004.

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