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Reginaldo Nogueira
reginaldo.nogueira@fjp.mg.gov.br
Bibliografia básica e Avaliações
Leitura Básica:
Charles Jones: Introdução à teoria do crescimento econômico, Campus.
Gregory Mankiw: Macroeconomia, LTC.
Olivier Blanchard: Macroeconomia, Campus.
Lopes e Vasconcellos: Manual de Macroeconomia, Atlas.
Avaliações:
Primeira prova, dia 23/09 (35 pontos)
Segunda prova, dia 21/10 (30 pontos)
Prova final, dia 18/11 (35 pontos)
Freqüência:
Administrem suas faltas, pois não há negociação sobre isso
Como essa disciplina possui apenas 30 horas, vocês podem ter apenas 7 faltas (3 dias e
“meio”), mas como cada dia faltoso dá um total de 2 faltas, vocês somente podem
perder 3 aulas
Saibam escolher bem os dias de falta.
Fatos estilizados sobre o
crescimento econômico
Bibliografia sugerida:
Olivier Blanchard (1999, capítulo 22)
Fontes de dados:
http://www.cia.gov
http://www.ipeadata.gov.br
http://pwt.econ.upenn.edu
Questões que queremos responder
O que determina aumentos da renda per capita no longo
prazo (ou seja, desconsiderando-se as flutuações
econômicas)? Por que essa tendência de crescimento
varia?
3000
Milagre
2000
Décadas “perdidas”
1000
800
700
600
500
400
300
1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
Importância do crescimento econômico
Crescimento econômico no longo prazo determina o
nível de vida/renda de um país
É o grande objetivo da política econômica, aliado às
considerações de igualdade
Crescimento possibilita a geração de empregos
Um aumento de 10% na renda é associada com um
decréscimo de 6% na mortalidade infantil
Aumento da renda reduz a pobreza
Nos anos 70 a pobreza no Brasil caiu de 68% para 35%
Renda e mortalidade infantil
(Banco Mundial, 1995)
140
Mortalidade infantil (por mil)
120
100
80
60
Linha de tendência
Linha de tendência
40
20
0
0 2000 4000 6000 8000 10000
Renda per capita
Renda e expectativa de vida
(Banco Mundial, 1995)
80
Expectativa de vida em anos
75
70
65
60
Linha de tendência
55
50
45
40
0 2000 4000 6000 8000
Renda per capita
Renda e analfabetismo
(Banco Mundial, 1995)
80
70
A n a lfa b e tis m o
60
50
40 Linha de tendência
30
Linha
Linha
de tendência
de tendência
20
10
0
0 2000 4000 6000 8000 10000
Renda per capita
Renda e felicidade
(Graham e Prettinato, 2002)
% de pessoas que se dizem felizes
100
90
80
70
60
50
Linha de tendência
40
30
20
10
0
0 5000 10000 15000 20000
Renda per capita
“Regra do 70”
Se o PIB de um país cresce a uma taxa de x%
ao ano, então serão necessários 70/x anos para
que ele dobre
Assim;
Crescendo 2,5% ao ano são precisos 28 anos
Crescendo 5,5% ao ano são precisos 13 anos
Crescendo 10% ao ano são precisos 7 anos
“Regra do 70”
Pequenas diferenças nas taxas médias de
crescimento podem levar a enormes diferenças na
renda per capita ao longo dos anos
10000
0
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
PIB per capita Europa Ocidental e China
0.125
0.100
0.025
6% a.a.
0.000
-0.025
1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
Taxas de crescimento para o Brasil
(Maddison, 2001)
35
30
25
20
15
10
Taxa de crescimento Chinesa
20
15
-5
-10
-15
-20
Desaceleração do crescimento
Brasileiro (Bacha e Bonelli, 2005)
Taxa de poupança Brasileira (Bacha e
Bonelli, 2005)
Relação produto-capital Brasileira
(Bacha e Bonelli, 2005)
Modelo de Solow
Bibliografia
Mankiw (1997, capítulo 4)
Jones (1997, capítulo 2)
Blanchard (1999, capítulo 23)
Lopes e Vasconcellos (1998, capítulo 12)
Modelo de Solow
Até agora desenvolvemos um modelo de
crescimento (Harrod-Domar) baseado na
acumulação de capital (investimento)
Segundo esse modelo a taxa de crescimento de um país
depende da taxa de poupança e da relação produto-capital
Y = F(K,N) (1)
Onde Y = produto
F = tecnologia
K = capital
N = trabalho
Tecnologia
Como a função F é relacionada com o estado da
tecnologia, quanto maior a tecnologia, maior F(K,N)
para valores constantes de K e N
xY = F(xK,xN) (2)
O modelo
Nesse caso temos que se K e N forem multiplicadas
por um número x, o produto Y também será
multiplicado por x.
Mas o que acontece se K aumentar e N ficar
constante, ou vice versa?
Nesse caso temos retornos decrescentes
Isso significa que se a quantidade de capital for fixa, os
ganhos por aumento de trabalho são decrescentes
Por outro lado, se o trabalho for fixo, os ganhos por
aumento de capital são decrescentes
Retornos constantes em F(K,N)
Y Se aumentarmos as
quantidades de capital
e trabalho em 1
unidade cada, o
produto também
aumentará em 1
unidade
K, N
Retornos decrescentes em K e N
tomados isoladamente
Y Mantendo N constante,
aumentos de K levam a
aumentos decrescentes do
produto
O mesmo ocorre se
aumentarmos N e
mantivermos K constante
F’>0 e F’’<0
Primeira derivada de F é
positiva e segunda derivada
K
é negativa
O modelo
Para facilitar nossa análise, vamos transformar nossa função
de produção em uma função de produto por trabalhador.
Para isso considere que o x que multiplica a equação (2) é
igual a 1/N. Assim:
(3)
1 1 1
Y F K, N
N N N
(4) Y K
F ,1
N N
Onde Y/N = produto por trabalhador
K/N = capital por trabalhador
O modelo
Desta forma a equação (4) indica que o produto por
trabalhador é uma função do capital por trabalhador
Para facilitar, considere que letras minúsculas
representam “por trabalhador”
y = f(k,1) (5)
y = f(k) (6)
k
Acumulação de capital
Considere agora que a demanda é dada pela
equação:
y = c + i (7)
c = (1-s)y (8)
do nível de
investimento
capital (k)
k
Acumulação de capital
Para tornar o modelo mais realista é preciso
considerar que o estoque de capital de uma
economia se deprecia todos os anos a uma
taxa δ
Por exemplo, suponhamos que a taxa de
depreciação é de 5% ao ano. Nesse caso todos
os anos seria preciso investir 5% de k para
que ele se mantenha constante (para que não
diminua)
Depreciação
δk Assim, temos que a
δk depreciação é uma
função constante de k
Quanto maior o
estoque de capital,
maior o capital
depreciado, e portanto
mais investimento será
necessário para repô-lo
k
Variação do estoque de capital
Podemos, agora, expressar a variação do estoque de capital
de uma economia com base em duas forças antagônicas: o
investimento e a depreciação
O investimento aumenta o estoque de capital, ao passo que a
depreciação o reduz
∆k = i - δk (14)
∆k = sf(k) - δk (15)
Acumulação de capital
Essa equação identifica claramente que a variação do
estoque de capital de um período para o outro
depende do investimento e da depreciação do capital
corrente
Essa equação é fundamental para o modelo de
Solow, pois ela determina o comportamento do
capital no tempo
O capital, por sua vez, irá determinar os níveis
do produto y = f(k)
do investimento i=sf(k)
e do consumo c=(1-s)f(k)
O estado estacionário
O estado estacionário é o equilíbrio de longo prazo da
economia
Para compreender o que significa esse estado, imagine uma
situação na qual o investimento é suficiente apenas para
cobrir a depreciação:
sf(k) = δk (16)
∆k = 0 (17)
O estado estacionário
y
Esse valor
constante,
denotado por k*, é
y = f(k)
chamado de
y* estoque de capital
δk
de estado
i = sf(k)
estacionário
Ele determina a
renda por
trabalhador no
estado
k estacionário (y*)
k*
Convergência para o estado estacionário
Como podemos garantir que a economia irá
convergir para o estado estacionário?
Suponha que o estoque de capital inicial (k) é menor
do que o do estado estacionário (k*)
Nesse caso o investimento é maior do que a depreciação e
o estoque de capital irá crescer até alcançar k*
Suponha que o estoque de capital inicial (k) é maior
do que o do estado estacionário (k*)
Agora, o investimento é menor do que a depreciação, e
com o tempo o estoque de capital irá se reduzir até k*
Convergência para o estado estacionário
Observe que o
y
estoque de capital
inicial k é menor
y = f(k) do que k*
y*
δk
Com esse nível de
y capital o
i = sf(k) investimento é
maior do que a
depreciação,
i > δk fazendo com que
o estoque de
capital aumente ao
k longo do tempo
k < k*
Convergência para o estado estacionário
δk
sf(k) = δk
i = sf(k)
sf(k) > δk
∆k
sf(k)
δk
k
k k*
Convergência para o estado estacionário
Observe que o
y
estoque de capital
inicial k é maior
y
y = f(k) do que k*
δk Com esse nível de
y*
i < δk
capital o
i = sf(k) investimento é
menor do que a
taxa de
depreciação,
fazendo com que
o estoque de
k capital se reduza
k* < k ao longo do tempo
Convergência para o estado estacionário
sf(k) < δk δk
∆k
sf(k) = δk
i = sf(k)
δk
sf(k)
k
k* k
Crescimento e acumulação de capital no
Brasil (Bacha e Bonelli, 2005)
Acumulação de fatores e crescimento na
Europa no pós-Guerra
Ano que PIB era igual Ano que alcançou PIB
ao do final da Guerra anterior à Guerra
Áustria 1886 1951
Bélgica 1924 1948
Dinamarca 1936 1946
Finlândia 1938 1945
França 1891 1949
Alemanha 1908 1951
Itália 1909 1950
Holanda 1912 1947
Noruega 1937 1946
Exemplo numérico
Função de produção: Y = F(K½ , N ½)
Como fizemos antes, dividimos tudo por N, e
usamos letras minúsculas para identificar
unidades “por trabalhador”: y = f(k½)
Assuma:
s = 0,3
δ = 0,1
k inicial = 4,0
Exemplo numérico
Ano k y c i δk ∆k
1 4,000 2,000 1,400 0,600 0,400 0,200
2 4,200 2,049 1,435 0,615 0,420 0,195
3 4,395 2,096 1,467 0,629 0,440 0,189
... ... ... ... ... ... ...
10 5,602 2,367 1,657 0,710 0,560 0,150
... ... ... ... ... ... ...
100 8,962 2,994 2,096 0,898 0,896 0,002
... ... ... ... ... ... ...
∞ 9,000 3,000 2,100 0,900 0,900 0,000
Solução para longo prazo
Para encontrar a solução para o longo prazo,
basta que usemos a equação de acumulação
de capital ∆k = sy - δk
Sabemos que no estado estacionário, ∆k = 0
Então, sy = δk
No nosso exemplo, 0,3k½ = 0,1k
Resolvendo, achamos 3 = k½
Logo, k = 9, do que achamos y = 3
Efeito do aumento da taxa de poupança
y
Um aumento na
taxa de poupança
de s para s’, eleva
y = f(k)
y**
o investimento,
δk fazendo com que o
y*
i = s’f(k) estoque de capital
cresça até chegar
i = sf(k) ao novo estado
estacionário (k**),
aumentando o
produto por
k trabalhador
k* k**
Evidência internacional das taxas de poupança e
renda per capita (Mankiw, 1992)
40
% poupança (média 1960-1992)
35
30
25
20
Linha de tendência
15
10
5
0
0 5000 10000 15000 20000 25000
Renda (1992)
Taxa de poupança e nível do PIB per capita
(115 países, 1950-2000)
Level of Real GDP per capita in 2000 (US$)
25,000
Europe
Africa
20,000 America
Asia
15,000
10,000
5,000
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Average investment rate (% of GDP)
Taxa de poupança e taxa de crescimento do PIB
(115 países, 1950-2000)
G ro w th in R e a l G D P p e r c a p ita (% p e r a n n u m )
9.0%
Europe
Africa
America
6.0% Asia
3.0%
0.0%
-3.0%
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Average investment rate (% of GDP)
Taxa de poupança (média 1960-1992)
País Poupança País Poupança País Poupança
Japão 37% Holanda 28% África Sul 22%
Noruega 35% Áustria 28% Inglaterra 21%
Cingapura 33% Espanha 28% Venezuela 19%
Itália 31% N Zelândia 27% México 18%
Austrália 31% Suécia 26% Índia 17%
Alemanha 31% Canadá 25% Chile 15%
Israel 30% EUA 24% Argentina 15%
França 30% Argélia 23% Camarões 8%
Dinamarca 29% Brasil 22% Egito 5%
Efeito do aumento da taxa de poupança
O modelo de Solow prediz que países com maiores
taxas de poupança terão maiores níveis de capital e
renda por trabalhador no longo prazo
y = c + i, ou c = y – i
PMgK = δ (19)
Isso reduz o produto, que por sua vez leva a reduções do consumo
e do investimento ao longo do tempo
4
3,5
3
2,5
2
Linha de tendência
1,5
1
0,5
0
0 5000 10000 15000 20000 25000
Renda em 1992
PIB per capita e crescimento populacional
(98 países)
50,000
GDP per capita in 1996 US$, 2000
45,000
40,000
35,000
30,000
25,000
20,000
15,000
10,000
5,000
0
0.0% 2.0% 4.0% 6.0% 8.0% 10.0% 12.0% 14.0%
Average Population Growth Rate,1960-2000 (% per annum)
Transição demográfica no Brasil 1950-2030
(Alves, 2004)
50
45
40
35
P o r m il
30
25
20
15
10
5
0
1970
1975
1980
2000
2015
2025
1950
1955
1960
1965
1985
1990
1995
2005
2010
2020
2030
Anos
c=y–i
PMgK = δ + n, ou:
PMgK - δ = n (23)
O progresso técnico
Vimos até agora que a taxa de poupança e o crescimento populacional
não conseguem explicar o crescimento do produto por trabalhador no
longo prazo. Devemos, então, acrescentar uma nova variável ao modelo:
o progresso técnico
Y = F (K,N)
Y = F(K,N x E) (24)
1
% Renda dos EUA
0,8
0,6
Linha de tendência
0,4
0,2
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6
% Produtividade dos EUA
Resumo
Variável Símbolo Taxa de crescimento
no estado estacionário
Capital por k = K/(NxE) 0
trabalhador-efetivo
Produto por y = Y/(NxE) 0
trabalhador-efetivo
Produto por (Y/N) = y x E g
trabalhador
Produto total Y=yxExN n+g
“Regra de ouro” com progresso técnico
Para encontrar a regra de ouro do estoque de capital com progresso técnico, devemos
voltar à equação (7):
c=y–i
PMgK = δ + n + g, ou:
PMgK - δ = n + g (27)
Y = AF(K,N)
Y K N A
(1 )
Y K N A
Onde ΔY/Y = crescimento do produto
ΔK/K = contribuição do capital
ΔN/N = contribuição do trabalho
ΔA/A = contribuição da produtividade total dos fatores
α = parcela do capital no produto
1- α = parcela do trabalho no produto
Parcela do capital no produto
No Brasil, diversos autores apontam valores
para α ao redor de 0,5
100%
90%
80%
70%
60% Produtividade
50% Trabalho
40% Capital
30%
20%
10%
0%
Japão Inglaterra EUA Alemanha
Explicando as diferenças de renda (Hall
e Jones, 1999)
Capital Trabalho Produtividade Renda
EUA 1,00 1,00 1,00 1,00
Canadá 1,00 0,90 1,03 0,93
Inglaterra 0,89 0,81 1,01 0,73
México 0,87 0,54 0,93 0,43
Chile 0,99 0,66 0,40 0,26
Ruanda 0,44 0,34 0,29 0,04
Determinantes da produtividade
Nível da tecnologia, determinado pelo avanço da
fronteira tecnológica mundial
Características específicas do país
localização geográfica / base de recursos naturais
eficiência na organização da produção
estabilidade econômica e política
respeito ao direito de propriedade e aos contratos
qualidade das instituições e das políticas governamentais
extensão das atividades improdutivas (busca de rendas,
corrupção, crime etc.)
grau de abertura ao exterior (comércio e investimento)
Produtividade do trabalho: produção por
hora trabalhada (Maddison, 1995)
1870 1930 1940 1950 1970 1990
França 1,36 4,15 5,35 5,65 17,77 29,62
Alemanha 1,58 4,37 4,84 4,37 16,64 27,55
Itália 1,03 2,89 3,79 4,28 15,58 24,59
Holanda 2,33 6,32 6,26 6,50 19,02 28,80
Inglaterra 2,61 5,54 5,98 7,86 15,92 23,98
Japão 0,46 1,78 2,19 2,03 11,15 20,02
EUA 2,26 7,52 8,64 12,66 23,45 29,10
A desaceleração da produtividade
Crescimento do PIB per capita (% a.a.)
1948-1972 1972-1995
Canadá 2,9 1,8
França 4,3 1,6
Alemanha 5,7 2,0
Itália 4,9 2,3
Japão 8,2 2,6
Reino Unido 2,4 1,8
Estados Unidos 2,2 1,5
Possíveis explicações
Problemas de mensuração
Aumentos na produtividade não medidos
completamente
Por que os problemas de mensuração deveriam ser
piores depois de 1972 do que antes?
Preços do petróleo
Choques do petróleo ocorreram quando a
desaceleração começou
Por que a produtividade não se elevou quando os
preços caíram no meio dos anos 1980?
Possíveis explicações
Qualidade do trabalhador
Desde os anos 1970 houve um maior influxo de
novos entrantes na força de trabalho (baby
boomers, mulheres)
Esses novos entrantes são em geral menos
experientes, e portanto menos produtivos
Diminuição de idéias
Talvez o crescimento mais lento de 1972-1995
seja normal, e a anomalia tenha sido o rápido
crescimento entre 1948-1972
T.I. e a “nova economia”
Crescimento do PIB per capita (% a.a.)
1948-1972 1972-1995 1995-2000
Canadá 2,9 1,8 2,7
França 4,3 1,6 2,2
Alemanha 5,7 2,0 1,7
Itália 4,9 2,3 4,7
Japão 8,2 2,6 1,1
Reino Unido 2,4 1,8 2,5
EUA 2,2 1,5 2,9
T.I. e a “nova economia”
Taxa de crescimento da PTF nos EUA 1870-1999
1.4
1.2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
1870-1913 1913-1972 1972-1995 1995-1999
T.I. e a “nova economia”
Aparentemente a revolução do computador
não afetou a produtividade até o final da
década de 1990
A participação da indústria de computadores no
PIB é muito maior no fim dos anos 1990
Toma tempo determinar como utilizar a nova
tecnologia da forma mais efetiva
T.I pode impulsionar um longo período de
crescimento da produtividade?
Ganhos de produtividade no Brasil
(Bonelli e Fonseca, 1998)
Existem ganhos de produtividade e eficiência
no Brasil nos anos recentes?
1. Liberalização do comércio exterior
2. Privatizações
3. Desregulamentação da economia
4. Difusão de novas técnicas gerenciais
Variação anual da produtividade Brasileira
1971-1997 (Bonelli e Fonseca, 1998)
Variação anual da produtividade Agrícola
1971-1996 (Bonelli e Fonseca, 1998)
Salários e produtividade industrial
(Bonelli e Fonseca, 1998)
Salário Médio Real e Valor da Produção Real por Hora Paga — 1985/96
Emprego e ganhos de produtividade
industrial (Bonelli e Fonseca, 1998)
Emprego e ganhos de produtividade
industrial (Bonelli e Fonseca, 1998)
A equação sugere que existe uma pequena
relação negativa entre produtividade
industrial e o nível de emprego
Um aumento de 1% na produtividade reduz o
nível de emprego em 0,24%
Todavia, existem vários fatores adicionais que
influenciam o emprego e não estão incluídos
na equação
Extensões do modelo de
Solow
Bibliografia
Jones (1997, capítulo 3)
Capital Humano
Novos estudos no campo do crescimento
econômico têm debatido a importância do
chamado capital humano
Do ponto de vista do modelo de Solow, esses
estudos partem de uma equação do tipo:
Y = F(K,HL)
Onde H é o capital humano de um país
(normalmente medido pelos anos médios de
estudo, taxa de analfabetismo, etc.)
Capital Humano
As pessoas acumulam capital humano dedicando
tempo ao aprendizado de novas habilidades
Cada ano adicional de estudo/treinamento aumenta a
produtividade da mão-de-obra em x%
Esse modelo é muito parecido com o estudado
anterior, sendo chegamos a y = f(k), como
anteriormente
Acrescentar capital humano não altera a estrutura básica
do modelo
Capital Humano
A explicação básica oferecida pelo modelo de
Solow de porque alguns países são ricos e outros
pobres se mantêm a mesma:
1. Possuem taxas de investimento em capital físico mais
alta
2. Possuem mais baixas taxas de crescimento populacional
3. Possuem maior progresso técnico
4. E... gastam mais tempo treinando/educando sua mão-de-
obra
Capital Humano
Primário Secundário Superior Total
Austrália 6,52 3,04 0,67 10,23
Botswana 3,40 0,26 0,03 3,69
Brasil 2,39 0,88 0,21 3,48
Canadá 5,33 3,87 0,97 10,17
Dinamarca 8,01 1,76 0,56 10,33
Alemanha 7,43 0,87 0,24 8,54
Gana 2,26 0,93 0,03 3,22
Índia 2,11 0,81 0,13 3,05
Japão 5,29 2,65 0,52 8,46
México 3,38 0,82 0,22 4,42
EUA 5,85 4,90 1,04 11,79
Venezuela 3,69 1,35 0,34 5,38
Evidência internacional da relação entre renda
per capita e escolaridade (Barro e Lee, 1996)
10
9
8
Anos de estudo em 1960
7
6
5
4
3
2
Linha de tendência
1
0
0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 16000
Renda em 1985
Impactos do capital humano na renda
Brasileira (Pessôa, 2006)
A escolaridade média Brasileira é de 5 anos,
enquanto a dos EUA é de 13 anos
Considerando-se a qualidade do ensino
Brasileiro, 5 anos de escolaridade são
comparáveis a menos de 3 anos nos EUA
Com o mesmo nível educacional que os EUA
a renda per capita Brasileira duplicaria
Capital Humano
y Um maior nível de
capital humano
está associado com
y*
uma função de
produção mais alta
y
Em outros termos,
maior capital
humano eleva a
renda de
k equilíbrio
Learning by doing
Não só a educação formal compõe o capital
humano, mas também a experiência prática
Divida por k:
∆k/k = sf(k)/k – (δ + n + g)
i = sf(k)
k
kA kB k*
Convergência condicional
Países irão convergir para seu próprio estado estacionário, de
forma que os mais pobres não necessariamente irão alcançar
o nível de renda dos mais ricos
iA = sf(k)
iB = sf(k)
k
kA* kB*
Evidência empírica
O que a evidência empírica sugere?
20000
10000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
Convergência das rendas per capita
Argentina França
20000
10000
0
8000
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005
Convergência condicional
Como captamos a convergência condicional?
Considere a equação:
gt,t-1=βyt-1 + λXt-1 + εt
4 4
2
3
0
2
-2
-4 1
0 10 20 30 0 10 20 30
PIB per capita em 1960 (em mil US$) PIB per capita em 1960 (em mil US$)
Alguns possíveis determinantes do
estado estacionário (Barro e Lee, 1994)
Estudo Fertilidad Governo Liberdad Poupanç Exp.Vida
(anos) e (% PIB) e a (anos)
(por mil) (índice) (% PIB)
EUA 11,8 1,8 11,8 1 24,1 74,9
Brasil 3,5 3,6 11,2 2 17,9 64,3
Serra 1,7 6,5 29,7 5 1,6 40,3
Leoa
México 4,4 3,8 9,0 4 15,0 68,1
França 6,5 1,8 13,5 1 27,5 76,6
Coréia 7,9 2,3 8,1 3 33,1 68,7
Alguns possíveis determinantes do
estado estacionário (Barro, 1997)
Efeito sobre o estado estacionário
Anos de estudo
+
Investimento
+
Expectativa de vida
+
Taxa de fecundidade
-
Consumo governamental (*)
-
“Império da lei”
+
Termos de troca
+
Os casos da África e do
Leste Asiático
Crescimento anual do PIB per capita 1966-1990
Coréia do Sul
Taiwan
Cingapura
Hong Kong
Japão
Itália
Brasil
Canadá
França
México
Alemanha
0 1 2 3 4 5 6 7
Taxa de poupança (% do PIB 1981-1996)
40
35
30
25
20
15
10
5
0
China Hong Kong Indonésia Coréia do Malásia Cingapura Tailândia
Sul
Taxa de poupança Chinesa
40
35
30
25
20
15
10
Taxa de crescimento Chinesa
20
15
-5
-10
-15
-20
Acumulação de fatores vs. produtividade
Contribuição da PTF no crescimento
OCDE
América Latina
Sudeste Asiático
0 10 20 30 40 50
Os “Tigres”Asiáticos
100%
90%
80%
70%
60% PTF
50% Trabalho
40% Capital
30%
20%
10%
0%
Hong Kong Coréia Cingapura Taiwan
Os “Tigres”Asiáticos
Qual a implicação de um crescimento baseado
especialmente na acumulação de capital?
Dado o retorno decrescente do capital, esse tipo de
crescimento eventualmente cessa, quando o país
entra no estado estacionário
Dada a alta taxa de poupança esse estado
estacionário será caracterizado por uma renda per
capita relativamente alta
Todavia, no longo prazo será preciso que a PTF
cresça, de maneira a manter a economia crescendo
Por que a África é tão pobre?
20000
17387
18000
16000
14000
12000
10000
8000
6000
4000
2000 1292 1284
450
0
1820 1992
Europa África
O caso da África
PIB per capita de 1990 dividido pelo de 1965:
2,5
1,5
0,5
0
Burkina Congo Costa do Malawi Senegal África do Zimbábue
Faso Marfim Sul
O caso da África
Crescimento médio anual nos anos 1990:
País Crescimento (%) País Crescimento (%)
Angola 1,3 Nigéria 1,1
Chade -1,1 Senegal 5,1
Gana 1,8 Serra Leoa -8,1
Quênia 1,8 África do Sul 1,2
Malawi 6,8 Sudão 6,0
Mauritânia 4,1 Uganda 7,8
Moçambique 9,7 Zimbábue 0,5
O que diz a teoria
A teoria econômica oferece algumas explicações
para o caso africano
Baixo investimento
Baixa qualidade/quantidade de educação
Pouco investimento em infra-estrutura
Alto protecionismo e pouca competição
Péssimo ambiente para negócios
Mas porque a África possui baixo investimento e
tem sofrido consistentemente com políticas públicas
inapropriadas?
A questão étnico-lingüística
Uma explicação recorrente para o fracasso
econômico da África é a diversidade étnico-
lingüística
As fronteiras Africanas foram desenhadas por
colonizadores europeus, e não por questões étnicas
ou culturais
No Quênia, por exemplo, existem 40 grupos étnicos,
sendo que 5 deles representam 69% da população
Uma vitória eleitoral representa a mudança de um grupo
étnico, e portanto de todo o foco do investimento e das
políticas do Estado
A questão étnico-lingüística
Sociedades com esse grau de polarização são
mais propensas a atividades de rent-seeking
Cada vez que um grupo étnico chega ao poder,
seu objetivo passa a ser a extração de renda dos
demais grupos
Além disso, elas possuem mais dificuldade
em fechar acordos sobre bens públicos
Por exemplo onde construir estradas ou escolas
A questão étnico-lingüística
A diversidade étnico-lingüística pode também levar
à guerras civis
Guerras civis em geral levam a uma destruição da
economia ainda maior do que conflitos entre países
Toda a atividade militar é confinada dentro do mesmo
território, destruindo muito de seu capital
Estudos, todavia, mostram que o principal
componente para uma guerra civil costuma ser a
pobreza, e não a diversidade étnica
Outros problemas
Saúde pública
Do total mundial, a África concentra 60% dos homens,
80% das mulheres, e 90% das crianças com AIDS. Além
disso, 2 milhões de pessoas morrem todos os anos por
malária
Geografia
A maior concentração de países sem acesso ao mar está
na África, o que encarece o comércio
Nos EUA o custo de frete gira em torno de 4% do preço das
mercadorias, na Europa em torno de 5%, na América Latina ao
redor de 10%, e na África acima de 20%
Ajuda externa
O papel da ajuda externa tem sido muito criticado
nos últimos anos
Estudo da OECD mostra que doações em geral não
possuem efeito sobre a renda, mas apenas sobre o
gasto público
Além disso, doações de alimentos possuem efeitos
adversos sobre a produção local
O mesmo estudo, por outro lado, mostrou que
doações para países com boas políticas
(especialmente monetária e fiscal) tiveram algum
efeito em elevação da renda
Teoria do Crescimento
Endógeno
Bibliografia
Jones (1997, capítulo 8)
Teoria do Crescimento Endógeno
O modelo de Solow apenas nos informa que o
crescimento econômico no longo prazo depende uma
variável exógeno: progresso técnico
Mas o que explica g? Um modelo completo precisa
incluir decisões de P&D, acumulação de capital
humano, e todos os fatores que podem explicar a
evolução do conhecimento
Esse tipo de modelo é conhecido como “Nova” Teoria
do Crescimento, e se baseia nos estudos de economistas
como Romer, Lucas, Helpman e Aghion
O modelo AK
Podemos explicar as principais conclusões dessa
vertente teórica utilizando um modelo bastante
simples
Vamos analisar um modelo de crescimento endógeno
conhecido como Modelo AK
∆k = sAk – (δ + n + g)k
Dividindo por k:
∆k/k = sA – (δ + n + g)
sf(k)
(n + δ + g)k
k
kA* kB*
Modelo AK
Agora, um aumento em A ou em s terá um efeito permante
sobre o crescimento, e não apenas no nível da renda per capita
Y = AKaLbHd onde a + b + d =1