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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO


DEPARTAMENTO DE MÚSICA
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO ACADÊMICO
PROF GILLAYNE MARQUES
ALUNAS: RHAYANE E SABRINA

O ELOGIO DA TRAIÇÃO NA DITADURA


MATERIAIS E MÉTODOS

 Análise da peça em relação à ditadura;


 Busca de analogias à ditadura nas entrelinhas das músicas;
 Musicas Cobra de vidro,Vence na vida quem diz sim, Cala a boca Barbara e Fortaleza;
 Busca de temas relevantes referentes à ditadura
RESULTADOS E DISCUSSÕES

 Relação entre os fatos da traição e os fatos da ditadura militar;


 Críticas à punição, censura e silenciamento são recorrentes nas canções e nas peças;
COBRA DE VIDRO

Aos quatro cantos o seu corpo Aos quatro cantos seus ganidos
Partido, banido
Aos quatro ventos os seus quartos
Seu grito medonho
Seus cacos de vidro Aos quatro ventos os seus quartos
O seu veneno incomodando Seus cacos de sonho
A tua honra, o teu verão O seu veneno temperando
Presta atenção
A tua aveia
Aos quatro cantos suas tripas
O teu feijão
De graça, de sobra
Aos quatro ventos os seus quartos Presta atenção
Seus cacos, de cobra
O seu veneno arruinando
A tua filha, a plantação
Presta atenção
VENCE NA VIDA QUEM DIZ SIM

Se te dói o corpo Se te babam no cangote


Diz que sim Mordem o decote
Torcem mais um pouco Se te alisam com o chicote
Diz que sim Olha bem pra mim
Se te dão um soco Vence na vida quem diz sim
Diz que sim Vence na vida quem diz sim
Se te deixam louco
Diz que sim
FORTALEZA

A minha tristeza não é feita de angústias


A minha tristeza não é feita de angústias
A minha surpresa
A minha surpresa é só feita de fatos
De sangue nos olhos e lama nos sapatos
Minha fortaleza
Minha fortaleza é de um silêncio infame
Bastando a si mesma, retendo o derrame
A minha represa
CALA A BOCA BÁRBARA

Ele sabe dos caminhos dessa minha terra Ele sabe dos segredos que ninguém ensina
No meu corpo se escondeu, minhas matas percorreu Onde guardo o meu prazer, em que pântanos beber
Os meus rios, os meus braços As vazantes, as correntes
Ele é o meu guerreiro nos colchões de terra Nos colchões de ferro ele é o meu parceiro
Nas bandeiras, bons lençóis Nas campanhas, nos currais
Nas trincheiras, quantos ais, ai Nas entranhas, quantos ais, ai
Cala a boca - olha o fogo! Cala a boca - olha a noite!
Cala a boca - olha a relva! Cala a boca - olha o frio!
Cala a boca, Bárbara Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara Cala a boca, Bárbara
BÁRBARA

Bárbara, Bárbara
Bárbara, Bárbara
Nunca é tarde, nunca é demais
Nunca é tarde, nunca é demais
Onde estou, onde estás
Onde estou, onde estás
Meu amor vem me buscar
Meu amor, vem me buscar
Vamos ceder enfim à tentação
O meu destino é caminhar assim
Das nossas bocas cruas
Desesperada e nua
E mergulhar no poço escuro de nós duas
Sabendo que no fim da noite serei tua
Vamos viver agonizando uma paixão vadia
Deixa eu te proteger do mal, dos medos e da chuva
Maravilhosa e transbordante, como uma
Acumulando de prazeres teu leito de viúva
hemorragia
FADO TROPICAL

Sabe, no fundo eu sou um sentimental. Todos nós


Oh, musa do meu fado,
herdamos no sangue lusitano uma boa dosagem de
Oh, minha mãe gentil,
lirismo ( além da sífilis, é claro). Mesmo quando
Te deixo consternado
as minhas mãos estão ocupadas em torturar,
No primeiro abril,
esganar, trucidar, o meu coração fecha os olhos e
sinceramente chora..."
Mas não sê tão ingrata!
Com avencas na caatinga,
Não esquece quem te amou
Alecrins no canavial,
E em tua densa mata
Licores na moringa:
Se perdeu e se encontrou.
Um vinho tropical.
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal:
E a linda mulata
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal!
Com rendas do alentejo
De quem numa bravata
Arrebata um beijo

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