Você está na página 1de 24

UNIVERSIDADE NILTON LINS

LICENCIATURA PLENA EM PORTUGUÊS

TRABALHO PARCIAL AVALIATIVO SOBRE O POEMA


NAVIO NEGREIRO – CASTRO ALVES

ORIENTADOR (A) PROFª. MESTRA SÔNIA ALVES

MANAUS–AM
2020
NOME DOS ORIENTANDOS DA TURMA LLT0062

ANA PAULA TORRES TEIXEIRA JACKELINE PINTO DA SILVA

ANDREA REGINA DE OLIVEIRA PEDROSA JHENNYFER SOARES MACEDO

ANTONIA PAIXÃO ALBUQUERQUE LEONARDO BRUNO DE SOUSA ARAÚJO

CHRISTYANE FERREIRA DE OLIVEIRA MARIA TEREZINHA OLIVEIRA DE SOUZA

CHRYSTINE PATRICIA OLIVEIRA CAMPOS NATALIA MELO DIETRICH

EDERVANDIO OLIVEIRA DO CARMO ONEIDA MORAIS DE LIRA

EDIENE MAIA RIBEIRO PALOMA PINHEIRO DA SILVA

GABRIELA LOPES MORAIS RAQUEL FERREIRA ALECRIM

HYLOINA HEMANUELA DE CARVALHO BENTES SADRAQUE DE SOUZA CASTRO

ISRAEL MARTINS GONÇALVES TIAGO REIS DA SILVA


NAVIO NEGREIRO - CASTRO ALVES 1
CASTRO ALVES - CARACTERÍSTICAS

 CASTRO ALVES ( 1847-1871) ;

 VIDA CONJUGAL DO AUTOR;

 MORTE DO AUTOR.

NAVIO NEGREIRO - CASTRO ALVES 2


CONTEXTO DO POEMA (ELEMENTOS DE SIGNIFICAÇÃO)  
 TRÁFICO DE ESCRAVOS

NAVIO NEGREIRO - CASTRO ALVES 3


 MOVIMENTO ABOLICIONISTA

NAVIO NEGREIRO - CASTRO ALVES 4


 MOVIMENTO REPUBLICANO

NAVIO NEGREIRO - -CASTRO ALVES 5


 VICTOR HUGO

NAVIO NEGREIRO - -CASTRO ALVES 6


POEMA NAVIO NEGREIRO (PARTE I)
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... cansam
Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento


Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos


Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?...
NAVIO NEGREIRO - -CASTRO ALVES 7
ESTRUTURA MÉTRICA DA PRIMEIRA PARTE
“Donde vem? Aonde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste Saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.”

A primeira parte é formada por estrofes de 4 versos


decassílabos cada.
Versos decassílabos são versos que possuem dez sílabas
poética.

ESCANÇÃO DAS SÍLABAS POÉTICAS

Don/de/ vem/? Aon/de/ vai/? Das /naus/ e/rran/tes


Quem/ sa/be o /ru/mo/ se é/ tão/ gran/de o es/pa/ço?
Nes/te /Saa/ra os /cor/céis/ o /pó /le/van/tam,
Ga/lo/pam/, vo/am/, mas/ não /dei/xam/ tra/ço.

NAVIO NEGREIRO - CASTRO ALVES


8
POEMA NAVIO NEGREIRO (PARTE II)

Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!

NAVIO NEGREIRO - -CASTRO ALVES 9


O Inglês — marinheiro frio, Os marinheiros Helenos,
Que ao nascer no mar se achou, Que a vaga jônia criou,
(Porque a Inglaterra é um navio, Belos piratas morenos
Que Deus na Mancha ancorou), Do mar que Ulisses cortou,
Rijo entoa pátrias glórias, Homens que Fídias talhara,
Lembrando, orgulhoso, histórias Vão cantando em noite clara
De Nelson e de Aboukir Versos que Homero gemeu…
O Francês — predestinado — Nautas de todas as plagas,
Canta os louros do passado Vós sabeis achar nas vagas
E os loureiros do porvir! As melodias do céu!

NAVIO NEGREIRO - -CASTRO ALVES


10
ESTRUTURA MÉTRICA DA SEGUNDA PARTE
ESCANÇÃO DAS SÍLABAS POÉTICAS
Na segunda parte os versos são formados por 4 estrofes com 10 versos
redondilhas maiores.
-Versos com redondilhas maiores são versos com sete sílabas
poéticas.

Os marinheiros Helenos,
Os/ ma/ri/nhei/ros/ He/le/nos,
Que a vaga jônia criou, Que a/ va/ga /jô/nia/ cri/ou,
Belos piratas morenos
Be/los/ pi/ra/tas/ mo/re/nos
Do mar que Ulisses cortou, Do/ mar/ que/ U/li/sses/ cor/tou,
Homens que Fídias talhara, Ho/mens/ que/ Fí/dias/ ta/lha/ra,
Vão cantando em noite clara Vão/ can/tan/do em/ noi/te/ cla/ra
Versos que Homero gemeu… Ver/sos /que Ho/me/ro/ ge/meu/…
Nautas de todas as plagas,
Nau/tas/ de/ to/das/ as /pla/gas,
Vós sabeis achar nas vagas Vós/ sa/beis/ a/char /nas va/gas
As melodias do céu!
As/ me/lo/di/as/ do/ céu/!

NAVIO NEGREIRO - -CASTRO ALVES


11
POEMA NAVIO NEGREIRO (PARTE III)

NAVIO NEGREIRO - -CASTRO ALVES 12


ESTRUTURA MÉTRICA DA TERCEIRA PARTE
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais … inda mais… não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí… Que quadro d’amarguras!
É canto funeral! … Que tétricas figuras! …
Que cena infame e vil… Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

Na terceira parte nos temos uma estrofe composta por 6 versos


alexandrinos.
Versos alexandrinos são versos com doze sílabas poéticas.

ESCANÇÃO DAS SÍLABAS POÉTICAS

Des/ce/ do es/pa/ço i/men/so, ó/ á/guia/ do o/ce/a/no!


Des/ce/mais/ … in/da/ mais/… não/po/de o/lhar/hu/ma/no
Co/mo o/ teu/mer/gu/lhar/ no/bri/gue/vo/a/dor/!
Mas/ que/ve/jo eu/ a/í/… Que/qua/dro/ d’a/mar/gu/ras!
É /can/to/ fu/ne/ral/! … Que/té/tri/cas/fi/gu/ras! …
Que/ce/na in/fa/me e/ vil/… Meu/ De/us/! Meu/ De/us/! Que
ho/rror! NAVIO NEGREIRO - CASTRO ALVES
13
POEMA NAVIO NEGREIRO (PARTE IV)
Era um sonho dantesco… o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros… estalar de açoite…
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar…

Negras mulheres, suspendendo às tetas


Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .


E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais…
Qual um sonho dantesco as sombras voam!…
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!…
14
NAVIO NEGREIRO - -CASTRO ALVES
ESTRUTURA MÉTRICA DA QUARTA PARTE
Esta parte é formada por 6 estrofes com seis versos. Cada estrofe
possui versos decassílabos e hexassílabos.

Versos decassílabos têm dez sílabas poéticas e versos hexassílabos


têm seis.

ESCANÇÃO DAS SÍLABAS POÉTICAS

Ne/gras/mu/lhe/res/, sus/pen/den/do às/ te/tas 10 sílabas


Ma/gras/ cri/an/ças/, cu/jas/bo/cas/pre/tas 10 sílabas
Re/ga o/san/gue/ das/ mães/: 6 sílabas
Ou/tras/mo/ças/, mas/ nu/as e/ es/pan/ta/das, 10 sílabas
No/tur/bi/lhão/ de es/pec/tros/ a/rras/ta/das, 10 sílabas
Em/ ân/sia e/ má/goa/ vãs/! 6 sílabas

NAVIO NEGREIRO - CASTRO ALVES 15


POEMA NAVIO NEGREIRO (PARTE
V)
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura… se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co’a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?…
Astros! noites! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!

16
NAVIO NEGREIRO - CASTRO ALVES
ESTRUTURA MÉTRICA DA QUINTA PARTE
ESCANÇÃO DAS SÍLABAS POÉTICAS
-Esta parte é formada por nove estrofes com 10 versos
redondilhas maiores.
Redondilhas maiores são versos com sete sílabas poéticas.

Se/nhor/ Deus/ dos/des/gra/ça/dos!

Di/zei/-me/ vós/, Se/nhor/ Deus/!


Se é /lou/cu/ra/… se é/ ver/da/de
Tan/to/hor/ror/pe/ran/te os/ céus/?!
Ó /mar/, por/ que/ não/ a/pa/gas
Co’aes/pon/já/ de/ tuas/va/gas
De/ teu/man/to es/te/bor/rão?…
As/tros/! Noi/tes/! Tem/pes/ta/des!
Ro/lai/ das/ i/men/s/ida/des!
Var/rei os/ma/res/, tu/fão!
NAVIO NEGREIRO - -CASTRO ALVES 17
POEMA NAVIO NEGREIRO (PARTE VI)

Existe um povo que a bandeira empresta


P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!…
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa… chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! …

NAVIO NEGREIRO - CASTRO ALVES 18


Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança…
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha
Que servires a um povo de mortalha!…

Fatalidade atroz que a mente esmaga!


Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! … Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo!Fecha a porta dos teus mares!

NAVIO NEGREIRO - -CASTRO ALVES 19


ESTRUTURA MÉTRICA DA (PARTE VI)

ESCANÇÃO DAS SÍLABAS POÉTICAS

É formada por seis estrofes com oito versos decassílabos.

E/xis/te um/ pó/vo/ que a/ ban/de/ira em/pres/ta


P’ra/ co/brir /tan/ta in/fâ/mia e /co/bar/di/a!…
E /dei/xa-a/ trans/for/mar/-se /nes/sa/ fes/ta
Em/ man/to im/pu/ro/ de/ ba/can/te/ fri/a!…
Meu /Deus!/ meu/ Deus!/ mas/ que/ ban/dei/ra é/ es/ta,
Que im/pu/den/te/ na /gá/vea/ tri/pu/di/a?
Si/lên/cio/. mu/sa…/ Cho/ra, e /cho/ra/ tan/to
Que o/ pa/vi/lhão/ se /la/vê/ no/ teu/ pran/to! …

NAVIO NEGREIRO - -CASTRO ALVES 20


NAVIO NEGREIRO - -CASTRO ALVES 23
REFERENCIAL TEÓRICO:

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/almanaque/5-
nomes-poucos-lembrados-da-luta-contra-escravidao-ao-redor-
da-america-latina.phtml

https://www.google.com.br/search?q=slides%20prontos
%20sobre%20navio%20negreiro

https://www.google.com.br/search?
q=ALVE+VER+PENDAO+DA+MINHA+TERRA&tbm

https://www.youtube.com/watch?v=4GMfHx7XeUY

NAVIO NEGREIRO - CASTRO ALVES 22

Você também pode gostar