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A História da

Matemática

MAF 305
Professor: Mehran
Aluna: Daniella Isadora
Capítulo 17:
O tempo de Fermat e Descartes
Introdução

 O capítulo 17, aborda sobre os homens que mais se


destacaram na matemática não só como indivíduos mas
coletivamente, pois desde os dias de Platão não havia
tanta intercomunicação matemática quanto no século
XVII. Falaremos mais sobre alguns deles adiante.
 Com a morte de Torricelli, a Itália perdeu a liderança nos
novos desenvolvimentos para a França, que veio a ser o
indisputado centro da matemática durante o segundo terço
do século XVII.

 Nesse contexto, as figuras principais foram René Descartes


(1596-1650) e Pierre de Fermat (1601-1665). Outros três
franceses contemporâneos também fizeram importantes
contribuições além de Torricelli- Gilles Persone de
Roberval(1602-1675), Girard Desargues(1591-1661) e Blaise
Pascal(1623-1662).
 Nessa época, ainda não existiam organizações de
matemáticos profissionais, mas na Itália, França e Inglaterra
haviam grupos científicos mais ou menos organizados como,
por exemplo, a Accademia dei Lincei (a que Galileu
pertencia) e a Accademia del Cimento, na Itália; o Cabinet
Du Puy, na França; e o Invisible College, na Inglaterra.

 Um grande amigo de Descartes e Fermat, que serviu através


de correspondência como centro de distribuição de
informação matemática foi o frade Minimita, Marin
Mersenne(1588-1648), pois quando ele sabia de alguma
coisa, toda a “República de Letras” era logo informada.
 Do século XVII em diante, a matemática se desenvolveu
mais em termos de lógica interna do que sob a ação de
forças econômicas, sociais ou tecnológicas, como se podia
perceber com mais evidência na obra de Descartes, que foi
o matemático mais conhecido do período.
René Descartes (1596-1960)
"Para alcançar a verdade, é necessário, uma vez na vida, livrar-se
de todas as opiniões que recebemos e reconstruir novamente todo o sistema
de seu conhecimento".

 Pertenceu a uma família burguesa, sendo educado por seu pai, um


conselheiro no parlamento da Bretanha e sua avó materna. Ele
não conheceu sua mãe que morreu em seu parto.

 Recebeu educação cuidada no colégio jesuíta em La Fièche. A


escola, criada por Henrique IV (rei da França de 1572 a 1610), foi
uma oportunidade para René Descartes desenvolver seu senso
matemático e mostrar do que ele era capaz.
 Graduou-se em Poitier, onde estudou direito sem muito
entusiasmo. Apesar de obter um diploma, nunca exerceu a
profissão.

 Foi filósofo, físico e matemático, porém se interessou


seriamente pela matemática durante o inverno de 1619.

 Preferiu se juntar ao exército europeu (o exército da Baviera) e


aproveitar a oportunidade para descobrir os países europeus
enquanto viajava.

 Em Paris ele conheceu Mersenne e um círculo de cientistas que


discutiam livremente críticas ao pensamento peripatético e
através desses estímulos, Descartes progrediu para tornar-se o
“pai da filosofia moderna”.
 Em 1628, Descartes foi à Holanda, onde preparou um trabalho
científico chamado "Le Monde" (O Mundo em francês). Ele
descreve muitos fenômenos físicos que explicam como o
mundo funciona.

 Em 1649, aceitou o convite da rainha Cristina da Suécia para


viajar para o país afim de instruí-la em filosofia e fundar uma
Academia de Ciências em Estocolmo.

 Aplicou seu novo método para resolver o problema de 3 e 4


retas de Pappus.
 Em 1637, publicou o tratado Discours de la méthode pour
bien conduire sa raison et chercher la véritér dans les
sciences (Discurso sobre o método para raciocinar bem e
procurar a verdade nas ciências), anunciando seu programa
de pesquisa filosófica.

 Postulou também que o universo todo era feito de matéria


em movimento incessante em vórtices e todos os fenômenos
deveriam ser explicados mecanicamente em termos de forças
exercidas pela matéria contigua.

 Sua principal contribuição à matemática foi a fundação da


geometria analítica.
 Em 1619, descobriu a fórmula sobre poliedros que
usualmente leva o nome de Euler: v + f= a + 2, onde v, f, a
são o número de vértices, faces e arestas, respectivamente,
de um poliedro simples.

 Os objetivos de seus métodos eram, por processos algébricos,


libertar a geometria de diagramas e dar significados às
operações da álgebra por meio de interpretações
geométricas.
La Géométrie
 Escreveu sua obra bem conhecida, “La Géométrie”, que levou a
geometria analítica ao conhecimento dos seus contemporâneos.

 Essa obra é um dos três apêndices do “Discours de la méthode”;


os outros dois apêndices eram “La Dioptrique”, contendo a
primeira publicação da Lei da Refração (descoberta anteriormente
por Snell) e “Les Méthéores”, que continha a primeira explicação
quantitativa satisfatória do arco-íris.
La Géométrie

 Seu método em La Géométrie, consistia em partir de um


problema geométrico, traduzi-lo em linguagem de equação
algébrica e depois, tendo simplificado ao máximo a equação,
resolve-la geometricamente, de modo semelhante ao que
usava para as quadráticas.
La Géométrie
 A primeira secção de La Géométrie tem como título “Como os
cálculos de aritmética se relacionam com operações de
geometria”.

 A segunda secção descreve “Como a multiplicação, a divisão e a


extração de raiz quadrada são efetuadas geometricamente”.

 Assim, mostrou que as cinco operações aritméticas correspondem


à construções simples com régua e compasso, justificando a
introdução de termos aritméticos em geometria.
La Géométrie
 O livro 1, contém instruções detalhadas para resolver equações
quadráticas no sentido geométrico à maneira dos gregos antigos.
Após demonstrar como as operações algébricas, inclusive a
resolução de quadráticas são interpretadas geometricamente,
Descartes se volta para a aplicação da álgebra a problemas
geométricos determinados.
La Géométrie
 Nos livros 1 à 3, Descartes preocupa-se com o problema
geométrico, em que a equação algébrica final só pode conter uma
quantidade desconhecida. Ele percebia bem que era o grau dessa
equação algébrica resultante que determinava o instrumento
geométrico pelo qual a construção geométrica requerida pode ser
realizada.

 No livro 2, temos muito material sobre as “ovais de Descartes”,


que são muito úteis em óptica e são obtidas generalizando o
“método de jardineiro” de construir uma elipse por meio de
barbantes.
La Géométrie

 O terceiro e último livro, é praticamente um curso sobre a teoria


elementar das equações: diz como descobrir raízes racionais, se
existem, como abaixar o grau da equação quando se conhece
uma raiz, como aumentar ou diminuir as raízes de uma equação
de qualquer quantidade, ou multiplicá-las ou dividi-las por um
número de possíveis raízes “ verdadeiras ou falsas” (positivas e
negativas) pela bem conhecida “Regra dos Sinais de Descartes” e
como achar a solução algébrica de equações cúbicas ou
quadráticas.
Pierre de Fermat (1601-1665)

 Era filho de Dominique de Fermat, um rico mercador de peles que lhe


proporcionou uma educação privilegiada, inicialmente
no mosteiro franciscano de Grandselve e depois na Universidade de
Toulouse, onde estudou Direito.
  Ingressou o serviço público em 1631. Em 1652 foi promovido a Juiz
Supremo, na Corte Criminal Soberana do Parlamento de Toulouse.
Pierre de Fermat
 A influência de Pierre de Fermat foi limitada pela falta de
interesse na publicação das suas descobertas, conhecidas
principalmente pelas cartas a amigos e anotações na sua cópia
da Arithmetica, de Diofanto.

 Suas cartas passaram a ser publicadas a partir de 1636, por


intermédio do padre Mersenne, em Paris, que procurou Fermat
após ouvir falar dele.

 Fermat descrevia as suas ideias, descobertas e até pequenos


ensaios, que eram transmitidos por Mersene a outros
matemáticos da Europa.
Pierre de Fermat
 Fermat inventou a Geometria Analítica em 1629 e descreveu as suas
ideias num trabalho não publicado intitulado “Introdução aos lugares
geométricos planos e sólidos”, que circulou apenas na forma de
manuscrito.

 Neste trabalho Fermat introduziu a ideia de eixos perpendiculares e


descobriu as equações gerais da reta, circunferência e equações mais
simples para parábolas, elipses e hipérboles, e depois demonstrou que
toda equação de 1º e 2º grau pode ser reduzida a um desses tipos.

 Nada disto está no ensaio de Descartes, apesar deste ter tido acesso
à Introdução vários meses antes de publicar a sua obra
intitulada Geometria, de 1637.
Pierre de Fermat
 O método de Fermat, para determinar tangentes, foi desenvolvido
pela sua abordagem aos problemas de máximos e mínimos, e foi
ocasião de outro atrito com Descartes.

 Quando o famoso filósofo foi informado do método de Fermat,


por Mersenne, este atacou a sua genialidade, desafiando Fermat a
encontrar a tangente à curva x³ + y³ = 3axy e, loucamente,
vaticinou que ele falharia. O próprio Descartes foi incapaz de
resolver o problema e ficou intensamente irritado quando Fermat
o resolveu com facilidade (esta curva chama-se agora folium de
Descartes).
Pierre de Fermat
 Considerado o "Príncipe dos Amadores", Pierre de Fermat nunca
teve formalmente a matemática como a principal atividade de
sua vida.

 Jurista e magistrado por profissão, dedicava à Matemática


apenas as suas horas de lazer e, mesmo assim, foi considerado
por Blaise Pascal o maior matemático de seu tempo.

 Em seu legado, deixou contribuições nas mais diversas áreas


matemáticas, sendo as principais: o cálculo geométrico e
infinitesimal, a teoria dos números e teoria da probabilidade.
Contribuições
 As contribuições de Fermat para o cálculo
geométrico e infinitesimal foram inestimáveis.

 Obtinha, com os seus cálculos, a área de parábolas e hipérboles, e


determinava o centro de massa de vários corpos, etc.

 Em 1934, Louis Trenchard Moore descobriu uma nota de Isaac


Newton dizendo que o seu cálculo, antes considerado como invenção
autónoma, fora baseado no “método de monsieur Fermat para
estabelecer tangentes”. Foi a primeira pessoa a enunciar o pequeno
teorema de Fermat, embora a primeira pessoa a publicar a prova do
teorema tenha sido Euler, em 1736, no artigo "Theorematum
Quorundam ad Números Primos Spectantium Demonstratio".
Último Teorema de Fermat
 O que mais interessava a Fermat, era um ramo da Matemática
chamado Teoria dos Números, com poucas aplicações práticas
claras.
 É nesta teoria dos números que se engloba o seu famoso
teorema, que tem um enunciado extremamente simples:

Não existe nenhum conjunto de inteiros positivos x, y, z


e n com n maior que 2 que satisfaça a equação.

 
Curiosidades
 O Último Teorema de Fermat foi escrito nas margens do
Aritmética de Diofante, seguido de uma frase:
“Eu tenho uma demonstração realmente maravilhosa para
esta proposição, mas esta margem é demasiado estreita para a
conter".

 Um renomeado empresário e matemático alemão, Paul


Wolfskehl, na noite em que decidira suicidar-se na sua
biblioteca, deparou-se com o "Último Teorema de Fermat", e
mudou de ideias. No seu testamento, deixou em 1906, a
quantia de 100.000 marcos para quem o demonstrasse.
Contribuições Famosas
Gilles Personne de Roberval(1602-1675)

 Foi um matemático e físico francês que, assim como René


Descartes, estava presente no cerco de La Rochelle em 1627.

 No mesmo ano foi para Paris, onde foi nomeado para a cátedra
de filosofia na faculdade Gervais em 1631.
Gilles Personne de Roberval
 Em 1633 foi nomeado cadeira de matemática no Royal College
of France.

 Uma condição de mandato associada a esta cadeira em


particular era que o titular (Roberval, neste caso) propusesse
questões matemáticas para solução e deveria renunciar em
favor de qualquer pessoa que as resolvesse melhor do que ele.

 Apesar disso, Roberval foi capaz de manter a cadeira até sua


morte.
Gilles Personne de Roberval

 Em 1634, provou que a área sob um arco da curva é exatamente


três vezes a área do círculo gerador.

 Descobriu como traçar a tangente à curva em qualquer ponto


(problema resolvido ao mesmo tempo também por Fermat e
Descartes) e tinha achado o volume gerado quando a área sob
um arco gira em torno da reta de base.

 Mais tarde, achou os volumes gerados por revolução da área em


torno do eixo de simetria ou em torno da tangente no vértice.
Gilles Personne de Roberval

 Ele também descobriu um método de derivar uma curva de


outra, por meio do qual áreas finitas podem ser obtidas iguais
às áreas entre certas curvas e suas assíntotas.

  A essas curvas, que também foram aplicadas para efetuar


algumas quadraturas, Evangelista Torricelli deu o nome de
"linhas robervalianas".
Gilles Personne de Roberval

 Em seu trabalho na quadratura das superfícies e na cubatura


dos sólidos, o que ele realizou, em alguns dos casos mais
simples, por um método original que chamou de "Método dos
Indivisíveis"; mas perdeu muito do crédito da descoberta, pois
manteve seu método para seu próprio uso, enquanto
Bonaventura Cavalieri publicou um método semelhante que ele
inventou independentemente.

 Porém, não revelando seu método, Roberval conseguiu


conservar sua posição na cátedra até sua morte.
Gilles Personne de Roberval

 Comparou o comprimento das curvas, um tópico não considerado


desde os tempos dos gregos antigos, igualando a espiral e a
parábola em suas formas comuns.

 Em 1648, ele havia descoberto a igualdade entre o comprimento


do cicloide generalizado e a elipse.

 Isso significa que ele resolveu o problema antes de Blaise Pascal,


que recebe o crédito por conseguir isso primeiro em 1659 .
Gilles Personne de Roberval

 Ele calculou o arco do cicloide antes de 1640 , reduzindo o


problema à integração do seno.

 Ele, portanto, resolveu esse problema antes de Torricelli,


que encontrou uma solução depois de 1644 . Ele também
calculou o comprimento do arco de uma espiral.
Contribuições

 Inventor da balança de Roberval, além de outras contribuições na


matemática.

 Em 1635, esboçou um arco de uma sinusoide.

 Com seu Método dos Indivisíveis, conseguiu provar o equivalente de


Roberval e Torricelli

 Em 1644, Torricelli publicou uma obra intitulada De Parabole,


na qual incluiu tanto a quadratura da cicloide quanto a
construção da tangente. Porém, não mencionou que Roberval
havia chegado a esses resultados antes dele e por isso em 1646,
foi acusado por Roberval de plágio.
Evangelista Torricelli (1608-1647)
 Foi
um físico e matemático italiano, mais conhecido pela invenção do
barômetro e por descobertas na área de óptica.

 Estudou
ciências com o beneditino Benedetto Castelli (1577-1644), professor
de matemática no Collegio di Sapienza.

 Depoisda morte de Galileu, Torricelli foi nomeado matemático do grão-duque e


professor de matemática na Academia Florentina. [

A descoberta do princípio do barômetro, que perpetuou a sua fama ("tubo de


Torricelli", "vácuo de Torricelli"), aconteceu em 1643. O torricelli (símbolo torr),
uma unidade de pressão, recebeu o seu nome.
Evangelista Torricelli
 Torricelli também é famoso pela descoberta de um sólido
infinitamente longo que hoje é chamado Trombeta de Gabriel,
cuja área superficial é infinita, mas cujo volume é finito.

 Estudou ainda quando era jovem a geometria grega, quando


observou em seus estudos que se um polígono regular tem lados
iguais, um de seus eixos de simetria une dois vértices opostos
ou os pontos médios de dois lados opostos; se, por outro lado,
não tem lados iguais, um de seus eixos de simetria une um
vértice com o ponto médio do outro lado.
Contribuições
 Provou que uma área infinita, tal como a limitada pela hipérbole xy=a², uma
ordenada x=b, e o eixo das abscissas, é girada em torno do eixo x, o volume do
sólido gerado pode ser finito.
 Esboçou a curva cuja equação escreveríamos como x=log(y) – talvez o primeiro
gráfico de uma função logarítmica.
 Achou a área limitada pela curva, sua assíntota, e uma ordenada, bem como o
volume do sólido obtido por evolução da área em torno do eixo x.
 Percebeu o caráter inverso dos problemas de quadratura e tangente.
Girard Desargues
 Foi arquiteto e engenheiro militar de Lyons.
 Esteve em Paris durante alguns anos onde pertenceu ao grupo de matemáticos
da época.
 Voltou para Lyons para trabalhar em seu novo tipo de matemática, cujo
resultado foi o livro “Esboço tosco de uma tentativa de tratar o resultado de
um encontro entre um cone e um plano”.
 Estudou um feixe de planos por um ponto finito ou infinito.
 Por causa de suas propriedades harmônicas o quadrângulo completo
desempenhou um papel importante no tratamento de Desargues, pois ele sabia
que quando um tal quadrângulo (como ABCD na figura) é inscrito numa cônica,
a reta por dois dos pontos diagonais (E,F,G) é a reta polar, com relação à
cônica, do terceiro ponto diagonal.
Girard Desargues

 A geometria projetiva de Desargues tinha uma enorme vantagem em


generalidade sobre a geometria métrica de Apolonio, Descartes e Fermat,
pois muitos casos especiais de um teorema se juntam num enunciado geral.
 Hoje seu nome é familiar por seu famoso teorema:
“Se dois triângulos estão colocados de tal maneira que as retas que unem os
pares de vértices correspondentes são concorrentes, então os pontos de
interseção de pares de lados correspondentes são colineares e, reciprocamente.”
 Este teorema aparece num livro com o título “Maniére Universelli de S.
Desargues pour pratiquer la perspective”.
Blaise Pascal
 Aos 14 anos, junto ao seu pai, participou das reuniões informais
Academia de Mersenne, em Paris, onde conheceu as ideias de
Desargues.
 Matemático de primeira linha, criou dois novos campos de
pesquisa:
 Primeiro, publicou um tratado, em 1640, de geometria
projetiva aos dezesseis anos com o nome de “Essay pour les
coniques”, uma página impressa que continha preposição
descrita pelo autor como “mysterium hexagrammicum” que a
partir dai ficou conhecida como Teorema de Pascal.
 O teorema diz, em essência, que os lados opostos de um
hexágono inscrito numa cônica se cortam em três pontos
colineares. Apesar de não tê-lo anunciado assim, devido
 Segundo, em 1654, desenvolveu um método de resolver o
"problema dos partidos", que, dando origem, no decorrer do
século XVIII, ao cálculo das probabilidades, influenciou
fortemente as teorias económicas modernas e as ciências
sociais.
 Aos 19 anos inventou a primeira máquina de calcular, chamada
de máquina de aritmética, depois roda de pascalina e
finalmente pascalina.
Capítulo 18:
Um período de transição
Introdução

 A partir do ano de 1961, encerrou-se um grande período


da matemática francesa, com a morte dos seus principais
contribuidores: Desargues (1961), Pascal (1662) e Fermat
(1665).
 Nesse contexto, destacou-se o arquiteto Philippe de
Lahire (1640-1718), um discípulo de Desargues que era
fortemente atraído pela geometria pura.
Philippe de Lahire (1640-1718)

Nasceu em Paris, seu pai era pintor do rei e professor da Real Academia de
Pintura e Escultura.

Iniciadodesde muito jovem, estava destinado à carreira artística. Mas,


naturalmente curioso, tudo para ele era pretexto para descobrir novos
campos como a gnomónica ou as figuras geométricas e as suas projeções.

Ao perder o pai aos 17 anos, decide partir para a Itália, onde em Veneza teve
tempo para aprofundar seus conhecimentos da geometria clássica e estudar
as seções cônicas de Apolônio (hoje chamadas de curvas quadráticas,
definidas por uma equação de mesmo nome).
Philippe de Lahire

 Sua primeira obra sobre cônicas em 1676 era sintética, porém


não rompeu com a onda analítica do futuro.

 Foi admitido na Academia de Ciências em 1678 e, no ano


seguinte, publicou três tratados sobre geometria aprofundando a
obra de Descartes.
Philippe de Lahire

 Evidenciou os métodos de Descartes em sua obra “Nouveaux


élémens des sections coniques” de 1679, dedicada a Colbert,
pois estava a procura de um patrono.

 Os métodos são métricos e bidimensionais, partindo, no caso


da elipse e da hipérbole, das definições em termos da soma e
diferença dos raios focais e, no caso da parábola, da igualdade
das distâncias do foco e diretriz. O eixo das abscissas era o
“tronco”, os pontos sobre ele eram os “nós” e as ordenadas
eram os “ramos”.

 Dessa linguagem, apenas o termo “origem” sobreviveu.


Philippe de Lahire

 Evidenciou os métodos de Descartes em sua obra “Nouveaux


élémens des sections coniques” de 1679, dedicada a Colbert,
pois estava a procura de um patrono.

 Os métodos são métricos e bidimensionais, partindo, no caso


da elipse e da hipérbole, das definições em termos da soma e
diferença dos raios focais e, no caso da parábola, da igualdade
das distâncias do foco e diretriz. O eixo das abscissas era o
“tronco”, os pontos sobre ele eram os “nós” e as ordenadas
eram os “ramos”.

 Dessa linguagem, apenas o termo “origem” sobreviveu.


Philippe de Lahire
 Seu nome está ligado a um teorema num artigo e 1706 sobre
“roulettes” nas Mémoires da Académie des Sciences, no qual ele
mostrou que se um círculo rola sem escorregar ao longo do
interior de um círculo maior com diâmetro duplo então o lugar
de um ponto sobre a circunferência do círculo menor é um
segmento de reta (um diâmetro do circulo maior) e o lugar de
um ponto que não está sobre a circunferência mas que ´´e fixo
em relação ao circulo menor é uma elipse.

 Porém, ele não foi o primeiro a descobrir esse teorema pois Nasir
Eddin conhecia a primeira parte e Copérnico conhecia a segunda.

 Lahire foi o primeiro especialista moderno em geometria tanto


sintética quanto analítica.
Jan De Witt(1629-1672)

 Estudou Direito em Lyden mas adquiriu gosto pela matemática


quando vivia na casa de Schooten.
 Em sua juventude, compôs uma obra chamada “Elementa
curvarum”, que se divide em duas partes das quais a primeira dá
várias definições de cinemáticas e planimétricas das secções
cônicas.
 Outra construção da elipse dada por ele é pelo uso agora familiar
de dois círculos concêntricos com ângulo excêntrico como
parâmetro.
 Em seu Tratado sobre Anuidades Vitalicias (1671), ele exprimiu o
que agora seria descrito como a noção de esperança matemática.
Johann Hudde (1629-1704)

 Nobre que serviu durante cerca de 30 anos como burgomestre de


Amsterdam, foi discípulo de Schooten.
 Em 1656, escreveu sobre a quadratura da hipérbole por meio de
séries infinitas, mas o manuscrito se perdeu.
 Nas Exercitationes de Schooten, há uma secção por Hudde sobre o
estudo de coordenadas de uma superfície de quarto grau.
 Foi o primeiro matemático a permitir que um coeficiente literal
numa equação represente qualquer numero real, seja ele positivo
ou negativo.
Johann Hudde (1629-1704)
 Em 1657-1658, descobriu duas regras que apontavam claramente
para os algoritmos do cálculo:

 A regras de Hudde eram amplamente conhecidas, pois foram


publicadas por Schooten em 1659 no Volume I da Geometria a
Renato Des Cartes.
René François de Sluse (1622-1685)

 Chegou, em 1652, a um processo de rotina para achar a tangente


a uma curva cuja equação é da forma f(x,y) = 0, onde f é um
polinômio. Essa regra só foi publicada em 1673 e pode ser
anunciada assim: “ a subtangente será o quociente obtido
colocando no numerador todos os termos contendo y, cada um
multiplicado pelo expoente da potencia de x que nele aparece e
depois dividindo por x.
 Foi também muito ativo em promover a geometria de Descartes.
 Em1659, publicou o livro “Mesolabum”(Dos Meios) em que tratou
do tópico familiar das construções geométricas das raízes das
equações.
 Chamadas “pérolas” de Sluse por Pascal, são curvas dadas por
equações da forma y^m=kx^n(a-x)^h
Christiann Huygens(1629-1695)

 Era um cientista de reputação internacional, lembrado pelo


principio que tem seu nome na teoria ondulatória da luz, pela
observação dos anéis de Saturno e a real invenção do relógio de
pêndulo.
 Em 1658 se realiza o concurso de Pascal sobre a cicloide e
ocorreu-lhe observar o que aconteceria se a superfície
hemisférica fosse substituída por outra cuja secção fosse um arco
de cicloide invertido.
 Fez uma descoberta de importância matemática capital – a
involuta de uma cicloide é uma cicloide semelhante, ou
inversamente, e a evoluta de uma cicloide é uma cicloide
semelhante.
Christiann Huygens (1629-1695)

 Era um cientista de reputação internacional, lembrado pelo


principio que tem seu nome na teoria ondulatória da luz, pela
observação dos anéis de Saturno e a real invenção do relógio de
pêndulo.
 Em 1658 se realiza o concurso de Pascal sobre a cicloide e
ocorreu-lhe observar o que aconteceria se a superfície
hemisférica fosse substituída por outra cuja secção fosse um arco
de cicloide invertido.
 Fez uma descoberta de importância matemática capital – a
involuta de uma cicloide é uma cicloide semelhante, ou
inversamente, e a evoluta de uma cicloide é uma cicloide
semelhante.
Nicolaus Mercator (1620-1687)

 Nasceu em Holstein, na Dinamarca, mas viveu em Londres durante


muito tempo e tornou-se um dos primeiros membros da Royal
Society.

 Em 1668, publicou seu “Logarithmotechnia”, cuja primeira parte


é sobre cálculo de logaritmos por métodos derivados dos de
Napier e Briggs. A segunda parte contem varias fórmulas de
aproximação para logaritmos.
Isaac Barrow (1630-1677)

 Era professor de geometria em 1662, em Gresham College, em


Londres.
 Em 1664, tornou-se o Lucasian Professor de geometria em
Cambridge, sendo o primeiro a ocupar a cátedra estabelecida por
Henry Lucas, mais tarde ocupada por Newton.
 Achava que a álgebra deveria ser parte da logica e não da
matemática, o que não era o melhor caminho para levar a
descobertas analíticas.
 Editou as obras de Eclides, Apolonio e Arquimedes, além de
publicar suas próprias Lectiones Opticae (1669) e Lectiones
Geometriae(1670), sendo que Newton ajudou na edição de ambas.
Isaac Barrow

 Preferiu o ponto de vista cinemático de Torricelli à aritmética


estática de Wallis.
 Gostava de pensar em grandezas geométricas como geradas por
um fluxo uniforme de pontos.
 Explicou um método de tangentes que é virtualmente idêntico ao
usado no cálculo diferencial.
 De todos os matemáticos que anteciparam o cálculo diferencial e
integral, nenhum chegou mais perto da nova analise que Barrow.
 Em 1669, foi chamado a Londres como capelão de Charles II e
Newton
Obrigada!

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