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ELETROCARDIOGRAMA NO

ATLETA

COMO DEVEMOS AVALIAR?


COMO NÓS EVOLUÍMOS!!!!!!
COMO NÓS EVOLUÍMOS!!!!!!
Firoozi, Sharma, McKenna- Evaluation of young athletes with potential cardiac disease
Heart 2003;89;710-714
SÍND.DO CORAÇÃO DO ATLETA

MABO
Síndrome do coração do atleta

DEFINIÇÃO – condição encontrada nos indivíduos que


participam de um esporte individual ou coletivo organiza-
do e que tem por objetivo fundamental e prioritário a com-
petição, requerendo para isso treinamento regular e intenso.

Pedro, R.M. - Rev Argent Cardiol 2003; 71: 126-137.

MABO
EXERCÍCIO FÍSICO

ADAPTAÇÕES

FISIOLÓGICAS MORFOLÓGICAS FUNCIONAIS


Síndrome do coração do atleta
Principais alterações encontradas

Distúrbios do ritmo cardíaco e da condução intracardíaca do estímulo


elétrico.
Dilatações e/ou hipertrofias cardíacas.
Alterações de repolarização ventricular.
Modificações do balanço autonômico

MABO
E. C. G. do atleta

Alterações no ritmo (coração do atleta) – Freq. em%

Arritmia População geral Atletas

Bradi sinusal 23,7 50 - 85

Adaptado de Thompson PD (ed): Exercise and Sports Cardiology ,


New York City, McGraw-Hill, 2001, p 36
Bradicardia Sinusal

 Eixo onda P e intervalo P-R normais


 FC < percentil 5 para a idade
E. C. G. do atleta

Alterações no ritmo (coração do atleta) – Freq. em%

Arritmia População geral Atletas

Bradi sinusal 23,7 50 - 85


Arritmia sinusal 2,4 -20 13,5 - 69

Adaptado de Thompson PD (ed): Exercise and Sports Cardiology ,


New York City, McGraw-Hill, 2001, p 36
Arritmia Sinusal

 Variação normal da FC com ciclo respiratório


 Intervalos P-P variáveis
 Sem necessidade de terapêutica
E. C. G. do atleta

Alterações no ritmo (coração do atleta) – Freq. em%

Arritmia População geral Atletas

Bradi sinusal 23,7 50 - 85


Arritmia sinusal 2,4 -20 13,5 - 69

BAV 1º grau 0,65 6 - 33

Adaptado de Thompson PD (ed): Exercise and Sports Cardiology ,


New York City, McGraw-Hill, 2001, p 36
Bloqueio AV
Bloqueio AV de Primeiro Grau

 Atraso na condução através do nódulo AV


 Prolongamento do intervalo PR
E. C. G. do atleta

Alterações no ritmo (coração do atleta) – Freq. em%

Arritmia População geral Atletas

Bradi sinusal 23,7 50 - 85


Arritmia sinusal 2,4 -20 13,5 - 69
BAV 1º grau 0,65 6 - 33
Marca passo atrial não disponível 7,4 - 19

Adaptado de Thompson PD (ed): Exercise and Sports Cardiology ,


New York City, McGraw-Hill, 2001, p 36
E. C. G. do atleta

Alterações no ritmo (coração do atleta) – Freq. em%

Arritmia População geral Atletas

BAV 2º grau

Möbitz 1 0,003 0,125 - 10

Adaptado de Thompson PD (ed): Exercise and Sports Cardiology ,


New York City, McGraw-Hill, 2001, p 36.
Bloqueio AV de Segundo Grau:
Mobitz Tipo I - Wenckebach

 Aumento progressivo do intervalo PR até que um QRS não é


conduzido ( não há contração ventricular).
 Raramente evolui para BAV total.
Síndrome do coração do atleta

Alterações no ritmo (coração do atleta) – Freq. em%

Arritmia População geral Atletas

BAV 2º grau
Möbitz 1 0,003 0,125 - 10
Möbitz 2 0,003 Não reportado

Adaptado de Thompson PD (ed): Exercise and Sports Cardiology ,


New York City, McGraw-Hill, 2001, p 36.
Bloqueio AV de Segundo Grau:
Mobitz Tipo II

 PR constante antes de QRS não conduzido


 Pode evoluir para BAV total.
Síndrome do coração do atleta

Alterações no ritmo (coração do atleta) – Freq. em%

Arritmia População geral Atletas

BAV 2º grau
Möbitz 1 0,003 0,125 - 10
Möbitz 2 0,003 Não reportado
BAV 3º grau 0,0002 0,017

Adaptado de Thompson PD (ed): Exercise and Sports Cardiology ,


New York City, McGraw-Hill, 2001, p 36.
Bloqueio AV de Terceiro Grau
Completo

 Dissociação completa da condução auricular e ventricular


 Onda P e intervalo PR normais
 Marcapasso juncional – QRS estreito
 Marcapasso ventricular – QRS alargado
 Frequência 30 – 50 cpm
Síndrome do coração do atleta

Alterações no ritmo (coração do atleta) – Freq. em%

Arritmia População geral Atletas

BAV 2º grau
Möbitz 1 0,003 0,125 - 10
Möbitz 2 0,003 Não reportado
BAV 3º grau 0,0002 0,017
Ritmo juncional 0,06 0,31 – 7,0

Adaptado de Thompson PD (ed): Exercise and Sports Cardiology ,


New York City, McGraw-Hill, 2001, p 36.
Síndrome do coração do atleta

REPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR

Elevação do segmento ST > 0,5 mm c/ elevação de


ponto J e aumento da onda R ;
Rápida transição do QRS em precordiais
Onda T apiculadas em precordiais
Depressão de ponto J com segmento ST deprimido
o qual pode estar supradesnivelado
Alterações Eletrocardiográficas

 Repolarização precoce
Vagotonia > potencial de ação da célula cardíaca > alteração padrão
vetocardiográfico e eletrocardiográfico
(Barbosa e col.,2004)

Padrão juvenil (Ghorayeb e col., 2005)

 Bloqueios Intraventriculares
BRD incompleto (14-31%): ↑ massa miocárdica > atraso da condução do
impulso elétrico (Jeffrey e col., 2006)
Síndrome do coração do atleta
Repolarização Ventricular

Ondas T juvenis – bifásicas de V1 a V4

Inversão de ondas T com ou sem


alterações de ST
Alterações eletrocardiográficas Nº de Atletas

Inversão de ondas T em precordiais 751 (2,3%)


BRD completo 351 (1,0%)
Aumento da voltagem de R/S (sugestivo 247 (0,8%)
de HVE)
HBAE 162 (0,5%)
Padrão de pré-excitação 42 (0,1%)
BRE completo 19 (0,1%)
Intervalo QT corrigido 1 (0,003%)
Outros (BIRD, aumento do PRi
e repolarização precoce 2280(7,0%)
TOTAL 3853 (11,8%)

Pellicia e cols. - Prevalence of abnormal electrocardiograms in a large, unselected population undergoing


pre-participation cardiovascular screening - European Heart Journal (2007) 28, 2006–2010
Síndrome do coração do atleta
ALTERAÇÕES E.C.G. QUE MERECEM
INVESTIGAÇÃO RIGOROSA
Bradiarritmias com freqüência de escape inferior a 30bpm
ou períodos de assistolia prolongados

Supradesniv. acentuado de ST c/ convexidade superior

MABO
Síndrome do coração do atleta
ALTERAÇÕES E.C.G. QUE MERECEM
INVESTIGAÇÃO RIGOROSA

Ondas T negativas em precordiais e D1 e AVL


(diagnóstico diferencial de C.hipertrófica e displasia de VD
e DAC em indivíduos >35 anos)

Prolongamento do intervalo QTc > 470ms, principalmente


em crianças e adolescentes.

MABO
O CORAÇÃO É UMA BOMBA RELÓGIO ?

M.A.B.O.
ARRITMIAS SUPRAVENTRICULARES NO T.E.

EXTRASSÍSTOLES SV E V NO ESFORÇO
PODEM DESENCADEAR

FLUTTER OU F.A. TAQUICARDIA TAQUICARDIA AV


(< de 1% dos TE) POR REENTRADA RECIPROCANTE
NODAL AV (reentrada usando
via anômala)

Cruz Fº, F.E.S., Valverde, ACB, Sá, R. L.M.S., Fagundes, M. 30


In Brazão, M.A – Coração, exercício e esporte
Arritmias no atleta

EXTRASSÍSTOLES ATRIAIS

PODEM PARTICIPAR DE TODOS


OS ESPORTES COMPETITIVOS

31
Arritmias no atleta
FIBRILAÇÃO ATRIAL

ECG DE 12
Ecocardiograma Holter
Ecocardiograma
durante a + Ecocardiograma +
Ecocardiograma
DERIVAÇÕES
normal  liberar atividade esportiva
Holter normais Holter normais 
+ TE
(?) liberar (?) afastar (?)

32
Task Force 7: Arrhythmias JACC Vol. 45, No. 8, 2005 Zipes et al. 47
Arritmias no atleta
FIBRILAÇÃOATRIAL

Assintomáticos na ausência de cardiopatia estrutural c/


ou s/ uso de drogas bloqueadoras do nó AV, mantendo
uma resposta da F.C. adequada ao nível de exercício

TODOS OS
Ecocardiograma
ESPORTES
+ Beta-bloq =
Holter normais  DOPING
COMPETITIVOS
liberar (?)

33
Task Force 7: Arrhythmias JACC Vol. 45, No. 8, 2005 Zipes et al. 47
Arritmias no atleta
FIBRILAÇÃOATRIAL

Assintomáticos COM cardiopatia estrutural c/ ou s/ uso de


drogas bloqueadoras do nó AV, mantendo uma resposta da
F.C. adequada ao nível de exercício

LIBERADOS PARA ESPORTES


DE ACORDO COM AS LIMITAÇÕES Beta-bloq =
IMPOSTAS PELA CARDIOPATIA DOPING

34
Task Force 7: Arrhythmias JACC Vol. 45, No. 8, 2005 Zipes et al. 47
Arritmias no atleta
FIBRILAÇÃOATRIAL

EM USO DE ANTICOAGULANTES

NÃO DEVEM SER LIBERADOS PARA


ESPORTES COM RISCO DE COLISÃO
CORPORAL

35
Task Force 7: Arrhythmias JACC Vol. 45, No. 8, 2005 Zipes et al. 47
Arritmias no atleta
FLUTTER ATRIAL (na ausência de WPW)

Na ausência de cardiopatia estrutural c/ ou s/ uso de


drogas bloqueadoras do nó AV, mantendo uma resposta
sinusal adequada ao nível de exercício

ESPORTES
Ecocardiograma
DO + Beta-bloq =
Holter
TIPOnormais
IA  DOPING
liberar (?)

36
Task Force 7: Arrhythmias JACC Vol. 45, No. 8, 2005 Zipes et al. 47
Arritmias no atleta
FLUTTER ATRIAL (na ausência de WPW)

Para pacientes com paroxismos de Flutter atrial, deve


ser considerada a possibilidade de estimulação elétrica
p/ se tentar induzir a arritmia, mesmo antes do T.E.

ABLAÇÃO

37
Task Force 7: Arrhythmias JACC Vol. 45, No. 8, 2005 Zipes et al. 47
ARRITMIAS SUPRAVENTRICULARES NO T.E.

EXTRASSÍSTOLES ATRIAIS OU SURTOS


CURTOS DE F.A.

CORAÇÕES Cardiopatia reumática


NORMAIS Pré-excitação
Hipertiroidiesmo

Cruz Fº, F.E.S., Valverde, ACB, Sá, R. L.M.S., Fagundes, M. 38


In Brazão, M.A – Coração, exercício e esporte
ARRITMIAS SUPRAVENTRICULARES NO T.E.

TAQUI-SUPRA POR REENTRADA NODAL AV

RARAMENTE É INDUZIDA PELO EXERCÍCIO

Cruz Fº, F.E.S., Valverde, ACB, Sá, R. L.M.S., Fagundes, M.


39
In Brazão, M.A – Coração, exercício e esporte
ARRITMIAS SUPRAVENTRICULARES NO T.E.

ARRITIMIAS SUPRAVENTRICULARES
ISOLADAS INDUZIDAS PELO ESFORÇO

DPOC IDADE AVANÇADA INGESTÃO EXCESSO


RECENTE DE DE CAFEÍNA
ÁLCOOL

Cruz Fº, F.E.S., Valverde, ACB, Sá, R. L.M.S., Fagundes, M.


40
In Brazão, M.A – Coração, exercício e esporte
Arritmias no atleta
EXTRASSÍSTOLES JUNCIONAIS

Palpitações ocasionais
que não sugerem
assintomáticos
taquicardia sustentada

ECG de
repouso Holter e ECO ?

Task Force 7: Arrhythmias JACC Vol. 45, No. 8, 2005 Zipes et al.4147
Arritmias no atleta
EXTRASSÍSTOLES JUNCIONAIS

Sem cardiopatia estrutural,


Resposta normal da F.C.,s/
evidência de taquicardia
sustentada

LIBERADOS PARA
TODOS OS ESPORTES

42
Task Force 7: Arrhythmias JACC Vol. 45, No. 8, 2005 Zipes et al. 47
Arritmias no atleta
EXTRASSÍSTOLES JUNCIONAIS

Com cardiopatia estrutural

LIBERADOS PARA ESPORTES


DE ACORDO COM AS LIMITAÇÕES IMPOSTAS PELA
CARDIOPATIA

43
Task Force 7: Arrhythmias JACC Vol. 45, No. 8, 2005 Zipes et al. 47
Arritmias no atleta
EXTRASSÍSTOLES VENTRICULARES
INDUZIDAS PELO EXERCÍCIO

Com cardiopatia estrutural

LIBERADOS PARA ESPORTES


DE ACORDO COM AS LIMITAÇÕES IMPOSTAS PELA
CARDIOPATIA

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Task Force 7: Arrhythmias JACC Vol. 45, No. 8, 2005 Zipes et al. 47
ARRITMIAS NO ATLETA

EXTRASSÍSTOLES VENTRICULARES
Mesmo sem evidência de cardiopatia Não liberar,
estrutural, aumentam seu número
investigar,
durante o exercício (com ou sem
tratamento) ou diminuição ou abolição tratar ou
após período de descondicionamento. encaminhar

45
ARRITMIAS NO ATLETA

EXTRASSÍSTOLES VENTRICULARES
SEM CARDIOPATIA ESTRUTURAL,COM Liberar para
E.V EM REPOUSO, DESAPARECEM
Todos os
DURANTE EXERCÍCIO
OU NO TESTE ERGOMÉTRICO. esportes
(ASSINTOMÁTICOS) competitivos

46
ARRITMIAS NO ATLETA

EXTRASSÍSTOLES VENTRICULARES
QUE AUMENTAM SUA FREQUÊNCIA DU- Só liberar
RANTE O EXERCÍCIO OU TE, A PONTO
para esportes
DE DESENCADEAR SINTOMAS (fadiga in-
tensa, tonteiras) do tipo IA

47
ARRITMIAS NO ATLETA

EXTRASSÍSTOLES VENTRICULARES
SEM CARDIOPATIA ESTRUTURAL, QUE Só liberar
AUMENTAM SUA FREQUÊNCIA DU-
para esportes
RANTE O EXERCÍCIO OU T.E. A PONTO
DE DESENCADEAR SINTOMAS (fadiga in- do tipo IA
tensa, tonteiras)

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ARRITMIAS NO ATLETA

TAQUICARDIAS VENTRICULARES

DAC, isquemia , cicatriz de infarto


Cardiomiopatia hipertrófica (CMPH)
(HVE), HA, Lesão orovalvar aórtica
PVM, tendão fibroso intraventricular
Cardiopatias congênitas (Tetralogia de
Fallot, D. de Ebstein, etc.)
Cardiomiopatia dilatada idiopática (CMDI)
Displasia ventricular direita arritmogênica
(DVDA)

49
ARRITMIAS NO ATLETA

TAQUICARDIAS VENTRICULARES
SUSTENTADAS E NÃO SUSTENTADAS
COM CORAÇÃO NORMAL

UMA VEZ LOCALIZADO O SÍTIO DE ORIGEM


SÃO CANDIDATOS À ABLAÇÃO

50
SÍNDROME DE WPW
ECG / TE / ECO
HOLTER ?

Atletas sintomáticos ( palpitação, síncope ou pré-síncope )

Estudo eletrofisiológico / Ablação


SÍNDROME DE WPW
Recomendações:
 Sem doença estrutural / sintomas / taquicardia
- > 25 anos – liberado para todas as atividades competitivas
- < 25 anos – avaliar liberação pós EEF
 Na presença de arritmias:
- liberação de acordo com o tipo
 Sem doença estrutural pós ablação:
- Avaliar sintomas, indução de arritmia e condução AV
Normal liberado para todas as atividades esportivas
BAV 1º GRAU
 Assintomáticos sem doença estrutural, que não
piora com exercício
Liberado para todas atividades

 Com doença estrutural Avaliar limitações


BAV 2º GRAU TIPO I ( WENCKEBACH )

 ECG

 TE

 ECO

 Holter ( durante o exercício )


BAV 2º GRAU TIPO I ( WENCKEBACH )
Recomendações:
 Assintomáticos sem doença estrutural, ou que melhoram
BAV durante o exercício Liberado todos os esportes

 Assintomático com doença estrutural Avaliar limitação

 BAV aparece ou piora com exercício Classe IA

 BAV com MP exercícios sem risco de trauma


BAV 2 º GRAU TIPO II ( MOBITZ )

OBRIGATÓRIO MARCAPASSO

Evitar exercícios com risco de colisão / trauma

Avaliar resposta do marcapasso ao exercício


SÍNDROME DO QT LONGO
Desqualificação de qualquer atividade esportiva
(determinados casos Classe IA)
TAQUICARDIA VENTRICULAR
POLIMÓRFICA CATECOLAMINÉRGICA

Desqualificação para qualquer atividade esportiva


Portador de CDI – talvez Classe IA
SÍNDROME DE BRUGADA

Desqualificação para qualquer atividade esportiva


Portador de CDI – Classe IA
BAVT
Congênito
 Sem doença estrutural, sem síncope, sem arritmias, QRS
normal e FC > 40 a 50 bpm liberado para todos esportes

 Demais com MP avaliar resposta ao exercício e risco de


colisão / trauma

 Demais sem MP desqualificação para qualquer


atividade esportiva ( semelhante a BAVT adquirido )
OBRIGADO

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