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AULÃO: LEITURA E

I N T E R P R E TA Ç Ã O T E X T U A L

Tutores:
Profa. Dra. Andressa da Costa Farias
Prof. Me. Claudio Oliveira
OBJETIVOS:

 Apresentar o conceito de linguagem e comunicação;


 Discutir o conceito de leitura;
 Apresentar dicas de leitura e interpretação de textos;
 Realizar análise textual.
CONCEITO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO

 Os conceitos de comunicação e linguagem são de extrema relevância para entendermos o


funcionamento da língua que utilizamos como meio de interação social com os demais
sujeitos. Conforme Barros (2010), a partir do século XX Saussure afirmou que a língua é
fundamentalmente um instrumento de comunicação e o exame do conceito de comunicação
entrou nos estudos linguísticos. A comunicação só pode ser materializada através da
linguagem.
 E a linguagem engloba todos os fatores que fazem com que os sujeitos consigam estabelecer
um vínculo através, por exemplo de uma mensagem, uma interação para realizar as mais
diversas funções sociais: comprar, casar, assinar contratos, fazer palestras, dar depoimentos,
etc. E para tal precisamos saber LER estas mensagens.
L E I T U R A E I N T E R P R E TA Ç Ã O

Ler e interpretar são a mesma coisa? Há diferenças entre um e outro?

LER DECODIFICAR (explícito)

INTERPRETAR IR ALÉM DA DECODIFICAÇÃO (implícito)


AULA DE LEITURA- RICARDO AZEVEDO (2006)
 A leitura é muito mais  […]
 do que decifrar palavras.  e na pele da pessoa,
 Quem quiser parar pra ver  e no brilho do sorriso,
 pode até se surpreender:  vai ler nas nuvens do céu,
 vai ler nas folhas do chão,
 vai ler na palma da mão,
 se é outono ou se é verão;
 vai ler até nas estrelas
 nas ondas soltas do mar,
 e no som do coração.
 se é hora de navegar;
 Uma arte que dá medo
 e no jeito da pessoa,
 é a de ler um olhar,
 se trabalha ou se é à-toa;
 pois os olhos têm segredos
 na cara do lutador,
 difíceis de decifra
 quando está sentindo dor;
C O M U N I C A Ç Ã O E I N T E R P R E TA Ç Ã O T E X T U A L D A S
MENSAGENS

A COMUNICAÇÃO se dá de forma eficiente quando expressa de


maneira CLARA, OBJETIVA, direta aquilo que se propõe como
mensagem. Pode ser entendida como transferência de MENSAGENS.
Há comunicação na transmissão de uma mensagem de um emissor a
um receptor através de um código que pode ser verbal ou escrito.
A interpretação pode ser feita tanto em textos verbais como não-
verbais. Por meio da leitura iremos inferir o que o texto transmite.
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL

 A palavra se manifesta na forma verbal escrita quando nos deparamos para leitura ou escrita
dos impressos nos mais variados gêneros: jornais, revistas, panfletos, aviso, circular, edital,
etc. E na forma verbal oral quando falamos com alguém para fazermos um pedido, uma
solicitação, uma declaração, um enumerado de fatos, quando contamos algo, quando
utilizamos a voz como instrumento de comunicação.
 Mas, a comunicação também pode se dar através da linguagem não verbal. Neste caso, o
código utilizado advém de símbolos gráficos ou sinais. Estes símbolos podem ser, por
exemplo, sinais de trânsito, placas, desenhos e cor (bandeiras), gestos, postura corporal,
configuração facial, etc. Para LEITURA da linguagem não verbal é necessário conhecer as
analogias relacionadas a cada símbolo.
LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
EXERCÍCIO- QUESTÃO ENEM 2012:
QUESTÃO

O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais


e recursos linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à
a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para
transmitir a ideia que pretende veicular.
b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.
c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre
e o espaço da população rica.
d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.
e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de
descanso da família.
VEJAMOS O QUE SIGNIFICAM AS FIGURAS DE
L I N G U A G E M P R E S E N T E S N A S A LT E R N AT I VA S :
 Polissemia: a propriedade de uma palavra ou expressão que apresenta vários sentidos além de
seu sentido original.
 Ironia: sugerir o contrário do que se afirma. Pode também ser entendida como uma zombaria.
 Homonímia: duas palavras que possuem a mesma grafia ou a mesma pronúncia, mas com
significação distinta
 Personificação: é utilizada para atribuir sensações, sentimentos, comportamentos,
características e/ou qualidades essencialmente humanas (seres animados) aos objetos
inanimados ou seres irracionais
 Antonímia: é a relação que se estabelece entre palavras de sentidos opostos.
EM SUMA...

Para você responder ao questionamento, foi necessário reunir uma


série de conhecimentos e estratégias para que pudesse inferir a
resposta correta. Ou seja, você não só decodificou; foi além disso:
interpretou.
I M P O RT Â N C I A D O AT O D E L E R E D A E S C R I TA
 A escrita nasceu da necessidade de fixar a linguagem articulada, ou seja, fixar o que foi dito ou falado para que seja
lembrado posteriormente. Há quem afirme que a história da humanidade se divide em antes e a partir da escrita. A
escrita surge com a necessidade de o homem registrar os contos orais, os mitos, as histórias, as descobertas, as
conquistas de território e as conquistas materiais.

 Na pré-história o homem sinalizava a sua comunicação através de desenhos feitos nas cavernas. Esse tipo de
representação se chamava pintura rupestre. Através dela era possível trocar mensagens, expressar ideias e desejos. Mas
a escrita propriamente dita surgiu na Mesopotâmia, por volta de 4000 a.C., através dos sumérios, que desenvolveram a
escrita cuneiforme.

 Para fixar o que estava escrito, usavam-se placas de argila como suporte.

 Na mesma época, os egípcios antigos também desenvolveram a escrita. Existiam duas formas dela: a demótica e a
hieroglífica.

 Foi a partir do desenvolvimento do alfabeto que a escrita começou a ser sistematizada.


DICAS DE LEITURA

• quebrar o hábito de ler palavra por palavra;


• usar seu prévio conhecimento sobre o assunto;
• dominar as estratégias que fortalecerão este processo;
• prestar atenção ao contexto em que o texto está colocado;
• fortalecer as estruturas gramaticais que sustentam a formulação das ideias
apresentadas.
S C A N N I N G ( H A B I L I D A D E D E L E I T U R A E M A LT A
VELOCIDADE)

É uma habilidade que ajuda o leitor a obter informação de um texto sem ler cada
palavra. É uma rápida visualização do texto como um scanner faz quando,
rapidamente, lê a informação contida naquele espaço. Scanning envolve mover os
olhos de cima para baixo na página, procurando palavras chaves, frases
especificas ou ideias. Ao realizar o scanning procure verificar se o autor fez uso
de organizadores no texto, como: números, letras, passos ou as palavras primeiro,
segundo, próximas.
SKIMMING

O processo de skimming permite ao leitor identificar rapidamente a ideia


principal ou o sentido geral do texto. O uso do skimming é frequente quando a
pessoa tem muito material para ler em pouco tempo. Geralmente a leitura no
skimming é realizada com a velocidade de três a quatro vezes maior que a leitura
normal. Diferentemente do scanning, skimming é mais abrangente; exige
conhecimento de organização de texto, a percepção de dicas de vocabulário,
habilidade para inferir ideias e outras habilidades de leitura mais avançadas.
TÓPICO FRASAL

Segundo Garcia (2007) o tópico frasal é ““…um ou dois períodos curtos iniciais que
contêm a ideia-núcleo do parágrafo em texto dissertativo, descritivo ou narrativo.”
É o resumo do parágrafo;
Quando o leitor lê o tópico frasal de cada parágrafo, ele já conseguirá ter uma
visão melhor do assunto que será desenvolvido ali, desde que o tópico frasal tenha sido
bem construído, é claro.
EXEMPLO DE IDENTIFICAÇÃO DE TÓPICO FRASAL

Medicamentos Anti-HIV

Quais são os antirretrovirais

Os medicamentos antirretrovirais surgiram na década de 1980, para impedir a multiplicação do vírus no


organismo. Eles não matam o HIV , vírus causador da aids , mas ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema
imunológico . Por isso, seu uso é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida de quem tem aids.
Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) o coquetel antiaids para todos
que necessitam do tratamento. Segundo dados de dezembro de 2013, 353 mil pessoas recebem regularmente os
remédios para tratar a doença, sendo que o Ministério da Saúde estima que cerca de 797 mil pessoas vivam
com HIV/Aids no Brasil. Atualmente, existem 22 medicamentos divididos em seis tipos.
Fonte: Ministério da Saúde | Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Disponível em:
http://giv.org.br/HIV-e-AIDS/Medicamentos/index.html#:~:text
=Os%20medicamentos%20antirretrovirais%20surgiram%20na,vida%20de%20quem%20tem%20aids. Acesso em: 23 nov. 2020.
PA R A P R AT I C A R
(SEDUC – MA) ESCOLAS OFF-LINE TÊM DESEMPENHO INFERIOR

Levantamento feito pelo Ministério da Educação (MEC) descobriu que as escolas que usam computadores sem conexão
com a Internet não ganham em desempenho. Ao contrário, chegam a ter piores notas médias em provas oficiais. O estudo
foi feito tomando por base as notas obtidas por alunos brasileiros de 4ª série no Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb). A conclusão do trabalho é que o acesso à rede mundial melhora os resultados dos estudantes em 5,5 pontos.
(NOVA ESCOLA. São Paulo: Abril. n. 208. dezembro, 2008.)

A informação principal desse texto é

(A) a escola brasileira ainda está carente de tecnologia.

(B) o MEC pesquisou o desempenho de alunos de 4ª série.

(C) o aluno com acesso à rede mundial tem melhores notas.

(D) o estudo foi feito com base nas notas dos alunos no Saeb.

(E) a Internet está ao alcance da maioria dos alunos brasileiros.


O TRÂNSITO NO MUNDO
Em 2009, o trânsito matou 1,3 milhão de pessoas e deixou outras 50 milhões feridas. Se nada for feito, essas mortes
chegarão a 1,9 milhão, em 2020.Essa projeção está diretamente relacionada ao aumento do número de veículos em países
pobres e emergentes, sem equivalente investimento na segurança viária.

Acidentes de trânsito são a 1ª causa de morte na faixa de 15 a 29 anos e geram um custo global de US$ 518 bilhões por ano.
Os países de média e baixa renda possuem as taxas mais altas de mortalidade no trânsito. Apesar de terem menos da
metade da frota de veículos registrada, eles concentram 90% dos óbitos.

Fonte: Organização Mundial de Saúde (Oms). Disponível em:< https://www.google.com.br/search?q=texto+informativo+sobre+o+transito &rlz


=1C2VSNC_enBR607BR607&tbm=isch&tbo=u&source =univ&sa=X&ved=0ahUKE wjj5I>. Acesso em:22 de maio de 2019.

A informação principal do texto é

(A) o elevado número de mortes causado por acidentes de trânsito.

(B) os índices de mortalidade, no trânsito, em países de baixa renda.

(C) o aumento de veículos em países pobres emergentes.

(D) os altos custos gerados pelos acidentes de trânsito.

(E) o pouco investimento na segurança viária.


REFERÊNCIAS
AZEVEDO, Ricardo.Aula de carnaval e outros poemas.São Paulo: Ática, 2006.
BARROS, Diana Pessoa de. A comunicação humana. In: FIORIN, José Luiz (org.). Introdução à Linguística. I. Objetos teóricos. São Paulo: Contexto,
2010.

BLOOM, Harold. Como e por que ler. Trad. José Roberto O’Shea. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
CANTALICE, L. M. Ensino de estratégias de leitura. Sugestões Práticas. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/pee
/v8n1/v8n1a14.pdf.
DUKE, N. K. PEARSON, P. D. (2002). Effective practices for developing reading comprehension. In A. E. Farstrup & S. J. Samuels
(Orgs.), What Research Has to Say About Reading Instruction (3ª ed. pp.). Newark: Internacional Reading Association. p.205-242.
GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em Prosa Moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 26 ed. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 2007.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.
Ministério da Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Disponível em:
http://giv.org.br/HIV-e-AIDS/Medicamentos/index.html#:~:text
=Os%20medicamentos%20antirretrovirais%20surgiram%20na,vida%20de%20quem%20tem%20aids. Acesso em: 23 nov.
2020.
VIANA, Fernanda Leopoldina; TEIXEIRA, Maria Margarida. Aprender a ler: da aprendizagem informal à aprendizagem formal. Porto:
Edições Asa, 2002.

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