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Etnometodologia

• Sujeito > representação > real


– Representação como duplo do real. O espelho da mente
– A verdade como propriedade da realidade
• A sociologia “natural” – visão schutziana. Contra a visão
corrente de produzir uma teoria concorrente e corretiva do
senso comum (ironia metodológica). A ironia tem como alvo
o pesquisador – será que o pesquisador utiliza de fato sua
metodologia? Ou seu uso concreto é bem diferente?
• A atualização pratica de todo raciocínio, principalmente o
raciocínio prático (o raciocínio teórico faz parte de um uso
especial do prático)
• Exigência da adequação única (unique adequacy
requirement) no campo de pesquisa.
• Atenção para os encadeamentos de ação.
• 1) Agente normativo e 2) agente racional
– 1) existência de normas e valores como
explicação causal e psicológica.
Interiorização x aprendizado. Culturalismo.
– 2) presciência das normas e valores. Só
basta a hipótese racional. Economia
epistemológica. Utilitarismo sociológico
(explicação baseada nos interesses)
• Argumento fenomenológico (ahistórico):
“suspensão”, estruturação temporal da
experiência”, “expectativa”...
• Argumento inato-naturalístico. Competência inata
de se portar no mundo competência normativa
inata. O problema da redução (perda).
• Dois argumentos mentalistas e internalistas.
• Argumento fusional.
– O que faz e o que acontece.
– Agência como coerência e razoabilidade
– Contexto e situação.
• Terapia analítica – rejeição da teoria?
• Coletividade como recurso e não como
dado
• Propriedade essencial: a indexabilidade.
• Luta contra o esquecimento do
contingente, do casual e do local.
Combate a qualquer generalização
abstrata da “atitude natural”.
• Diferença entre postura metodológica, que envolve uma discussão teórica e reflexiva, e o uso de
técnicas metodológicas.
• Estamos diante de objetos que falam (Bourdieu). Entre a tecnização e a arte. Duas formas de
conceber e utilizar as entrevistas: ilustrativa e restitutiva.
• Ilustrativa: passagem do social ao sociológico (ruptura), logo, postura causal. Exemplo de
Durkheim do suicídio. Romper com as pré-noções, percebê-lo como fato social – da
subjetividade individual (momento dos motivos e das razões) à subjetividade social (momento da
objetividade e da causa).
• Falas das pessoas fragmentadas, colocadas num moedor analítico. Destrói a estruturação dos
discursos singulares. Base dessa postura: desconfiança com a fala das pessoas. Utiliza-se a
entrevista para ilustração das hipóteses, do raciocínio, dos exemplos do sociólogo. Reino da
paráfrase. Nessa posição a ordem linguística não tem autonomia. Os atos de linguagem são
uma codificação da ordem social.
• Quatro características: a) a fala do entrevistado não tem consistência própria; ela é puramente
informativa, no máximo um conjunto de opiniões selecionadas pelo pesquisador; b) a linguagem
é tratada como fonte de ilusão, pois expressão da subjetividade; c) a entrevista (caso deixe de
ser um questionário) pode dissimular, enganar...
• Postura restitutiva: social construído pelos
agentes; a linguagem é um vetor fundamental
dessa construção; o conhecimento social é a
base do conhecimento sociológico, que é seu
prolongamento; compreender o mundo é
restituir a palavra aos entrevistados.
Pesquisador como porta-voz dos entrevistados.
• Reino da descrição. Seguir uma estória, uma
trajetória, num determinado contexto.
Compreender não procurar um sentido oculto.
A transparência do discurso.
• Postura analítica: O entrevistado não é nem um
vetor das estruturas sociais, nem agentes
coprodutores de seu sistema social. A
sociologia compreensiva. Sentido manifesto
(ordem linguística) e latente (ordem subjetiva).
Psicanálise? O paciente interpreta; o
pesquisador interpreta – surgimento do sentido
(transferência) e a elucidação (ab-reação).
• Categorização social. A fala como produtoras
de categorias. A pesquisa como
sistematizadora de categorias das categorias.
• Solução de Popper:
– Fato = verdade
– Valor = justiça
• A escolha moral mais importante é a
escolha da razão. Mas a escolha da razão
continua a ser uma... Escolha, isto é, uma
decisão livre do sujeito. Entre Deus e o
Diabo, pode-se escolher o Diabo.
• Definição do objeto e a seleção do material empírico são escolhas
subjetivas do pesquisador
• Escolha dos problemas e o aprofundamento da rede de causalidade,
considerada como necessária pelo pesquisador = determinação pelos
valores.
• Diferença entre juízo ou julgamento de valores e relação com os
valores
– Juízo de valores: problemas da época. Sistema de valores. Afirmação moral.
– Relação com os valores: elementos que tornam relevante o objeto de estudo
e sua delimitação. Seleção científica do objeto.
• A ciência é uma ação racional, tanto em relação a fins (ação
instrumental – técnica), como com relação a valores (ação normativa
– verdade)
• A ciência como base de um modo metódico-racional de vida. Aspecto
da racionalização da sociedade moderna. Crença de que a vida
cotidiana repousa sobre bases racionais.
Neutralidade axiológica:
• Neutralização dos juízos de valor. Atitude ética do cientista.
• Distinção entre constatação empírica e juízo de valor, entre pesquisa e
convicção pessoal.
• - a postura do cientista diante da separação entre fatos e valores. Weber prega
a neutralidade, em relação aos valores, em nome de um valor supremo: a
verdade. Ao aceita-la, aceita conseqüentemente uma outra série de valores: da
lógica, da estrutura da prova... Frase: somente as religiões positivas podem
conferir ao conteúdo de valores culturais a dignidade de um mandamento ético
incondicionalmente válido. Fato = intelecto, valores = sentimento? Elucidação
científica e reflexão valorativa? Ciência: ordenamento conceitual da realidade
empírica
• Tipo ideal como instrumento cognitivo. Artefato intelectual para entender a
realidade empírica. Tal instrumento tem como premissa a seleção consciente de
um conjunto de relações existente no mundo real. A seleção é comandada pelo
ponto de vista do cientista — atitude probabilística. O tipo ideal constrói um
"mundo artificial", uma utopia, baseada numa possibilidade objetiva de
existência — a possibilidade não é a realidade, mas não deixa de ser uma
realidade. Características: racionalidade, unilateralidade e utopia.

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