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NÃO-DISCRIMINAÇÃO E

COMBATE AOS
ESTEREÓTIPOS NO CAMPO
DA DEFICIÊNCIA
Luana Adriano Araújo
O QUE É UMA “PESSOA COM DEFICIÊNCIA”?

Modelo Caritativo
Modelo Reabilitador
Modelo Social
Modelo de Direitos Humanos
MODELO CARITATIVO
Submodelo eugênico
ÞGrécia Antiga
ÞNazismo
ÞComunidades tradicionais
MODELO CARITATIVO
Platão (428 a.C - 347 a.C) - apontava a necessidade
de esconder aqueles que apresentassem “alguma
deformidade” em “local proibido e secreto, como
convém”.
Aristóteles (384 a.C – 322 a.C) – propugnava a
urgência de uma lei impondo que nenhuma criança
deformada viverá
MODELO CARITATIVO
Submodelo Marginalização
CARACTERÍSTICAS
 Como esta abordagem encara as pessoas com deficiência:
 Pessoas com deficiência vivem em uma situação trágica;
 Pessoas com deficiência não podem cuidar de si mesmas;
 Pessoas com deficiência inspiram compaixão;
 Pessoas com deficiência são objetos de benevolência
CARACTERÍSTICAS
 Como esta abordagem propõe tratar a deficiência:
 Eles precisam da nossa ajuda, simpatia, caridade ...
 Colete e dê dinheiro para prover pessoas com deficiências
 A qualidade do "cuidado" é menos importante
CARACTERÍSTICAS
Quem é o principal garantidor e
defensor das pessoas com deficiencia:
As instituições de caridade e religiosas
MODELO REABILITADOR
Recuperação, correção e reabilitação da falha
orgânica ou biológica por meio da
institucionalização
ÞRenascença
ÞIdade Moderna
Þ Idade Contemporânea
MODELO REABILITADOR E A
CIÊNCIA DA NORMALIDADE
Degenerescência
Teratologia
Eugenia
Hereditariedade
Testes de inteligência
MODELO REABILITADOR
Institucionalização em massa
Promoção do emprego protegido
Políticas assistenciais
Propagação de instituições de educação especial
Restrições a direitos básicos
CARACTERÍTICAS
 Como este enfoque vê a deficiencia:
 Pessoas com deficiencia precisam ser curadas;
 Pessoas com deficiencia representam um papel passivo de
pacientes;
 Pessoas com deficiencia sao anormais;
 Pessoas com deficiencia são incapazes de viver
independentemente.
CARACTERÍSTICAS
Como este enfoque propõe tratar da
deficiência:
Pessoas com deficiencia necessitam de toda a
reabilitação possível para alcançar maiores
níveis de normalidade, para obter acesso a
direitos e poder participar na sociedade
CARACTERÍSTICAS
Quem é o principal garantidor e defensor em
matéria de deficiência:
Médicos e autoridades de saúde
Frequentemente o Ministério da Saúde
MODELO SOCIAL DE
DEFICIÊNCIA
Movimentos de pessoas com deficiência – década de
60 e 70.
“Fundamental Principles of Disability” – 1972.
A deficiência não é gerada pela condição biológica
ou patológica, mas sim pelas barreiras do meio que
impedem o gozo de direitos e a participação destes
indivíduos.
CARACTERÍSTICAS
 Como esta abordagem abrange a deficiência:
 A deficiência é o resultado de uma maneira errônea de organizar a
sociedade: portanto, as pessoas com deficiência enfrentam
preconceitos e barreiras que impedem sua plena participação em
condições de igualdade.
 A deficiência não é um problema individual e, principalmente, é
derivado do ambiente social que pode ser limitante ou fortalecedor
de acordo com os diferentes fatores.
 As pessoas com deficiência podem e devem participar da
sociedade.
CARACTERÍSTICAS
 Como esta abordagem se propõe a abordar a deficiência:
 Remover barreiras ambientais que limitam a participação de
pessoas com deficiência, incluindo barreiras atitudinais
 Permitir a participação de pessoas com deficiência no
desenvolvimento de políticas públicas
 Tornar acessíveis todos os serviços e políticas públicas e inclusivo
 Garantir acessibilidade
CARACTERÍSTICAS
Quem é ele principal garantidor em
questões de deficiência:
O Estado, todos os ministérios,
sociedade
MODELO DE DIREITOS
HUMANOS
 Enfoque de derechos humanos Cómo este enfoque abarca la discapacidad: Garantiza el pleno
disfrute, en condiciones de igualdad, de los derechos humanos de las personas con
discapacidad, y promueve el respeto de su dignidad inherente Se centra en la igualdad de
oportunidades, la no discriminación en base a la discapacidad y la participación en la sociedad
Requiere que las autoridades garanticen los derechos y no los restrinjan Ve a las personas con
discapacidad como titulares de derechos Cómo este enfoque propone tratar la discapacidad:
Reforzar las leyes para asegurar una plena inclusión en todos los aspectos (escuela, familia,
comunidad, trabajo,...) Aplicar políticas para fomentar la concienciación Respetar el principio
de igual reconocimiento ante la ley Regular el sector privado Quién es el principal garante en
cuestiones de discapacidad: El Estado, todos los ministerios y la sociedad
CONVENÇÃO INTERNACIONAL
SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Aprovada, após amplo processo de participação, em 30 de Março 2007, pela
Assembléia Geral da ONU;
Ratificada pela República Federativa do Brasil em 2008, após aprovação em
UNANIMIDADE do Congresso Nacional;
Constituição Federal de 1988_Art. 5º, § 3º: “Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)”.
CONVENÇÃO INTERNACIONAL
SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
 Artigo 1
 Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com
diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.
CONVENÇÃO INTERNACIONAL
SOBRE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
 “Discriminação por motivo de deficiência” significa qualquer
diferenciação, exclusão ou restrição baseada em deficiência, com o
propósito ou efeito de impedir ou impossibilitar o reconhecimento,
o desfrute ou o exercício, em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas, de todos os direitos humanos e liberdades
fundamentais nos âmbitos político, econômico, social, cultural,
civil ou qualquer outro. Abrange todas as formas de discriminação,
inclusive a recusa de adaptação razoável;
ATITUDINAIS TECNOLÓGICAS

URBANÍSTICAS TRANSPORTES
BARREIRAS

COMUNICAÇÕES ARQUITETÔNICAS

 Qualquer entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a


participação social da pessoa, bem como o gozo, a fruição e o exercício de seus
direitos.
Quais são as principais barreiras que precisam ser
eliminadas?
a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços públicos e privados abertos ao
público ou de uso coletivo;
b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos e privados;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios de transportes;
d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou
comportamento que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tecnologia da informação;
e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que impeçam ou prejudiquem a
participação social da pessoa com deficiência em igualdade de condições e oportunidades com
as demais pessoas;
* PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO
f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o acesso da pessoa com deficiência
às tecnologias.
O QUE VOCÊS ENTENDEM
POR BARREIRAS
ATITUDINAIS?
BARREIRAS ATITUDINAIS
 As barreiras atitudinais, porém, nem sempre são intencionais
ou percebidas. Por assim dizer, o maior problema das
barreiras atitudinais está em não as removermos, assim que
são detectadas. Exemplos de algumas dessas barreiras
atitudinais são a utilização de rótulos, de adjetivações, de
substantivação da pessoa com deficiência como um todo
deficiente, entre outras.
BARREIRAS ATITUDINAIS
 Também constituem barreiras atitudinais na escola (ou em outros
espaços sociais) aquelas que se apresentam na forma de:
 · Ignorância: desconhecer a potencialidade de cada pessoa com
deficiência;
 · Medo: ter medo de interagir com uma pessoa com deficiência,
em vista da possibilidade de “fazer algo errado”;
BARREIRAS ATITUDINAIS
Rejeição: recusar-se a interagir com a
pessoa com deficiência;
Percepção de menos-valia: avaliação
depreciativa da capacidade, sentimento de
que a pessoa com deficiência não poderá
ou só poderá em parte.
BARREIRAS ATITUDINAIS
· Inferioridade:

 acreditar que as pessoas com deficiência não


acompanharão os demais. Isso é incorrer num grave
engano, pois todas as pessoas apresentam ritmos
diferentes. Assim sendo, ninguém acompanha ninguém;
cada um faz seu percurso singularmente.
BARREIRAS ATIDUINAIS
· Piedade:
 sentir-se pesaroso e ter atitudes
protetoras em relação às pessoas com
deficiência, incentivando uma
pseudoparticipação
INCLUSÃO E BARREIRAS
ATITUDINAIS
 Somos responsáveis por uma sociedade mais justa. Jamais podemos
tratar as pessoas como seres iguais, todos nós somos diferentes e
temos habilidades . O respeito é primordial, e devemos elencar ações
que contribuem a construção do individuo.

 Depende das nossas atitudes.



 A inclusão só será concretizada eficientemente quando cada um de
nós reconhecer as barreiras que nutrimos e buscar minimizá-las,
erradicá-las.
“A inclusão é uma visão, uma estrada a ser
viajada, mas uma estrada sem fim, com todos os
tipos de barreiras e obstáculos, alguns dos quais
estão em nossas mentes e em nossos corações”
(MITTLER, 2003, p. 21).
“Lutar pela igualdade sempre que as diferenças
nos discriminem; lutar pelas diferenças sempre
que a igualdade nos descaracterize”.
Boaventura de Sousa Santos

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